Os passos do monge se apressavam apesar de sua idade avançada...Quanto tempo a senhora morte daria aquele momento seria relativo ao tempo que ela leva para se cansar daquela sapequice....Então todo otempo que puder dispor será valioso!
Como enunciado, ele seguiu a pequena trilha que dava para o rio, perto daquele vilarejo, e não foi difícil achar o pequeno casebre, bem simples. Mesmo assim pela idade, o monge chega ofegante, e tem de descansar por momentos, o que dava tempo dele pensar mais um pouco com tudo o que se sucedera desde sua jornada, que parecia, a princípio, simples, mas que aos poucos se torna um emaranhado de labirintos, de coincidências e isso nunca foi normal...Agora com certeza a ultima parte do quebra- cabeça era saber do pescador que aparece no vilarejo de redenção.
Após um bom folego, o monge desce um pouco o rio onde encontras ás suas margens, próximo a uma pequena corredeira, o dito pescador lançando suas tarrafas e esperando que a pesca seja como sempre promissora, afinal fez dessa arte seu ganha pão. O monge o cumprimenta, como todo o serrano o sabe, que primeiro se cumprimenta para depois se começar uma boa conversa, mesmo que o tempo seja um tanto curto como nesse caso.
E perguntando de como chegou na vila ele deslancha o que todos contam, da febre alta e a aminésia ao tempo anterior á ua vinda...
- Deve ser muito triste não saber de seu passado não é mesmo?- disse o monge, calmamamente.
- Sim de certa forma, mas também penso que é o tempo de recomeçar...Se fiz algo de errado é o momneto para se fazer certo, e como não sei o que está feito de errado, faço o possível para não errar em meus julgamentos, decisões e atitudes...- Disse o pescador sem se ater muito ao monge pois ainda haviam muitas tarrafiadas a serem lançadas até o dia acabar...
Bem novamente uma ecruzilhada sem saída, o homem não lembrava de onde viera e sem isso nada ainda parecia ter junção ou sentido nessa empreitada que tomara.
Agora ele retorna a taverna onde sua companhia esta sediada e num canto, tomando uma bebida fraca, e se deliciando com um farto pedaço de galinha assada estava a senhora morte, alegre e festiva, escutando a música tocada por trovadores que passaram para um descanso, e em meio a comida muita prosa e riso...É pelo menos alguns estão se divertindo mais que os outros, pensou o monge.
Então em um relançe a senhora morte o fita e o chama para comer e beber junto com ela, em sua mesa, e sabemos que aqui na Serra é ofensa não aceitar a partilha de algo oferecido, quem dirá, para a detentora das chaves do outro mundo? Calmo e gentil o onge sabiamente aceita a oferenda e é servido com mesma porção que a senhora morte pelo taverneiro...
- Relaxa um pouco monge, aprofeite o dia e seu finalzinho...Se alimente, ouça uma boa música, escute boas histórias, não é isso que sempre faz para ajudar os outros a resolverem seus problemas?
- Sim senhora! E falando em histórias, creio que a nossa estã no derradeiro deslanchar não é mesmo? Por favor, conte-me, se puder tudo isso, pois como disse sou bom ouvinte e quem sabe possa ajudar mais não é mesmo, senhora?
- Meu querido monge, você foi sempre uma ferramente de valia para mim...Pois haverão coisas que a morte não pode resolver sem a intervenção humana e do alento da compaixão e amor fraternal...- A morte se rescosta no canto da parede, que formava seu banco, tomando uma posição mais confortável para uma boa prosa, começar...
- Pois bem! Quando estava noutro mundo, senti a falta de uma de minhas chamadas alminhas, e por mais que tentasse ela não queria partir sem ter a chance de se reunir com sua família por uma ultima vez, e no fundo achei isso justo pois, toda a família estaria em minha lista de chamada em breve...E nesse momento pesnsei um pouco, ponderei e pedi a ajuda de meu fiel amigo o destino, afinal ele é que me conduz os chamados na hora final, não é mesmo?
- Passamos a morar materialmente na casa onde estava a alminha e espalhamos do assombro pois sabiamos que alguém bondoso poderia vir para auxiliar esse reencontro, e por que não um bom monge? Afinal foi seu coração amável que fez com que a alminha lhe desse ouvidos, certo? Foi sua generosidade que encaminhou a mãe abandonada e a menina não morta para a companhia...Foi seu sonho de criar um laço de família que os uniu, mesmo afastados...Sim, você foi a peça fundamental com certeza...
- Mas eu não compreendo o por que das tantas mortes, especialmente daqueles pobres coitados do ultimo e malfadado vilarejo...- Sim o monge ainda tenta ver os corações bons, mesmo dentro dos maus, pois o monge é bom!
- Bem, eram pessoas más que cometiam maldades com estranhos e passantes por suas terras e de tantas maldades um dia eu hei de cobrar o preço disso, e eles sabem , mas nunca acreditaram, como tantos também o fazem, pois não há maior anjo da justiça que a senhora morte aqui, caro monge! E se tiver de levar de homens, mulheres á cabras, para restaura a harminia dos mundos com o Divino, sim, eu o farei...Meu caro monge, não sou boa, nem má, a senhora morte é justa! Mas agora vamos ao final a que chegamos aqui, nesse vilarejo...Sabe acho enfadonho ouvir o choro, dos arrependimentos daqueles que não tiveram tempo de despedir-se de dar um adeus, aos que amam, e de certa forma por ter um pedacinho de um coração mole criei esse vilarejo, de nome redenção, onde os entes ficam um tempo juntos e fazem seus acertos e então partem em sua outra jornada, no outro mundo...
- Também eu não tenho muito tato com isso tudo de sentimentos e emoções e por isso o escolho, por seu coração e benevolência, em fazer os últimos acertos para que essa companhia termine sua jornada em paz e se enocntrem pela ultima vez, também em paz, entendeu meu querido? - diz a senhora morte com um largo sorriso sabepa no rosto, dando praticamente a parte da ultima chave para que o monge elucidasse todo a trama e finalmente com dsua sabedoria cumprisse o que prometeu a todos uma, familia unida, pelo menos uma última vez...
Então era o dia da natividade, e o monge nem havia se apercebido, quando um dos músicos da taverna começou a tocar a musica sacra do nascimento do Divino...Nossa, como o tempo passou, e ele pensou: a senhora morte pode ter um momento de sorte ou seu timing era impressionante!
A morta - viva chamou de irma...Pois no caminho se separaram e ela se perdeu nas estradas da tradição e sua procura pelo irmão que prometeu nunca abandona-la na busca por riquezas e vida melhor, não foi cumprida...E ao pequeno guardião o chamou de filho, pois mesmo nã conseguido muito na vida o pouco que teve por poucos momentos o fizeram muito feliz, de um casamento resultou seu maior tesouro, seu filho...Mas a vida é dura e nem sempre justa e lutamos com o que temos a mão...Agora sem esposa e somente os dois na choupana, a doença pegou a ambos e sem meios de carregar sua criança deixou-a na casa e saíu em busca de socorro, com o pouco que havia juntado em uma vida...Mas no caminho e febril tomou o camnho errado e foi cair de cabeça em uma pedra perdendo seu passado, sua vida de pai, e a vida de seu filho...Agora que tudo perdeu em vida era na morte que ele os encontraria e finalmente teria a paz que tanto desejava, poia não há maior riqueza do que a família e maior tesouro que o lar!
