O tempo continua passando e ainda nada muda curiosamente...Quanto a menina, que Andrade encontrara remexendo no tonel de lixo se adaptou muito bem ao orfanato, contudo não lhe saiu nenhuma palavra ainda, claro que Andrade tem certeza de que não tem nada de errado com ela, é apenas uma questão de tempo, como tudo o que é ferido pelo homem, é o tempo que cauteriza a ferida e nada mais!
No jornal nada além do normal de notícias. Haviam roubos, brigas e por algum motivo besta , uma morte tola, quer seja por drogas ou bebedeira, que causam a maioria das desavenças na cidade cheia de pecados chamada Saudades...
Joel se mantinha ocupado com os movimentos políticos clandestino a fim de destronar o prefeito d cidade, sua esposa daí que fazia ainda mais jantares e encontros com amigo que pudessem influenciar a mida local e fazer do ambicioso sonho de seu marido, a sua realidade verdadeira, para ela também, afinal para ela havia muito mais interesse no ganho material, do que afetivo, quando se casou com Joel...E ela sabia que o marido também sabia, e por isso mesmo que adorava gastar o que podia com besterias e badulaques caros...Agora também compreendeu que sua mesada do marido claramente aumentaria, se ele fosse prefeito da cidadezinha...Claro que Diane não era tola a ponto de acreditar que toda aquela grana que ela recebia vinha somente do salário de delegado do marido, mas ela se fazia de sonsa nisso...Quanto menos se saber melhor, era o que pensava!
O problema dessa história toda é que o diabo nunca faz o serviço completo: ele fez a panela, mas não fez a tampa dessa treta toda...Pois quem mais se aproveitavam e pouco ganhavam da situação foram os pés de encrenca, Antão e José! Deles vinham as brigas de bar, abusos de cargo, como sub delegados como não pagarem suas bebidas, pegarem certos itens sem pagar no mercado local...E Para algum estrangeiro que aparecesse mesmo de passagem cobravam uma certa quantia para mante-los seguros...Deles mesmo! E tudo tolerado pelo prefeito e Joel, pois alguém teria de fazer o serviço sujo lá fora...Na realidade um incômodo tolerável, pelo lucro extremo que lhe caía ás mãos facilmente.
Quem dera que no final fosse tudo tão fácil assim, na vez do toma lá e dá cá. Depois de algum tempo de monotonia, Joel estava na delegacia despachando documentos sem importância, de apenas protocolo, quando Antão aparece pálido como giz de cera.
-Que foi homem, desembucha! - Joel sabia de que era sério pois o capanga não é de fazer alarde.
- Algo aconteceu com o Manoel, chefe!
-Como assim, se explica melhor!
- Estávamos andando perto das áreas das Jararacas, fazendo nossa "ronda " e encontramos o velho Manoel, praticamente todo retalhado...Parecia que havia brigado com um leão baio e perdera feio pra ele!
- Deus do céu! E onde ele está agora? Me leva até ele, já!
-Claro chefe, Levamos ele até ao hospital, mas lhe adianto o caso é grave!
Joel sentiu algo lhe percorrer a espinha...Era frio e de gosto ácido ferruginoso ...Ele percebera então que por algum motivo, aquele velho biruta do Manoel, era o único que teria de algo mais próximo de uma família, um tanto bizarro, mas era isso! e Sem nunca ter acontecido antes ele sentiu arrependimento de te-lo mandado naquela parada de espia, lá no velho triturador...Será que alguém o atacou? se isso for real ele teria exposto a Joel e se esquema...Temores vêm com esses pensamentos, mas o momento requer outra atenção...Para um amigo.
Deslocaram rapidamente para o hospital, se é que poderia chamar aquela clinica minúscula melhorada, de hospital. Foi a brilhante ideia do prefeito de economizar com os recursos da saúde em proveito próprio...O velho tubarão não perde uma chance de se dar bem, pensa Joel consigo mesmo.
No quarto onde Manoel se encontrava era dividido com mais três, sem o mínimo de controle séptico...O quarto fedia a urina, pus e fezes...Aquilo recoltou Joel que exigiu, ao amigo um quarto melhor, e se fosse preciso ele até pagaria por isso...Claro que a palavra dinheiro, naquela cidadezinha dos infernos abre a consciência de qualquer um, e logo lhe foi providenciado acomodações pelo menos mais dignas, apesar de se manter miníma as coisas dentro do quarto hospitalar.
A luz do quarto era fraca e o aparelho de respiração um tanto rudimentar,e o maior som do momento em que Joel pôde ver Manoel, era o chiado forte da tentativa de Manoel respirar por aquele aparelho.
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