OS MATADORES DA SERPENTE PARTE DOIS

....Amanhecia um pouco frio naquelas bandas do rio...O sol, batia a esquentar lentamente  as plantas, árvores e animais, que lentamente despertavam par mais uma batalha pela vida na voraz Serra...Lentamente a consciência volta a bater em Marco ainda aturdido, de sem saber como escapou da hedionda criatura quer serpenteava aquelas águas....Sim, semelhante a uma serpente, e por que não? Já havia visto de tudo nessa vida e um monstro a mais não lhe faria assombro.
      Então cada junto magoada pelos impactos do corpo começara a cobrar, seu alto preço em dor e muitos hematomas...Mas a maior dor fora a de perder pela segunda vez mais uma família, mais ainda  pessoas que amava, e a quem lhe amava também lhe amavam muito...E porque digo isso? Ora , não são tantas as vezes que amamos quem no fundo não nos ama? Que está ao seu lado simplesmente porque não arranjou nada melhor, para ficar, ou ainda nasceu, sem escolha num tormento que chamou sem gostar de lar? Sim, ali havia muita ira e raiva, não só com isso, desse maldito monstro, mas também, com sua própria vida. Quanto tempo ainda estaria assim impassível, apenas aceitando o destino sarcástico que lhe prega sempre as mesmas peças? Dá-lhe o que sonha, tão somente para lhe arrancar depois?  Droga!Pensou Marco, sou um soldado, aprendi a lutar pelo que devia, e agora sou mero medicante de sonhos e sentimentos?
      Por alguma razão além dos nossos entendimentos, naquele momento Marco pensou, em dar o troco seja em alguém, no destino ou melhor em sua personificação, nesse maldito monstro, custe o que custasse, mesmo que o custo fosse a sua alma!
Então o homem, com todas as dores se ergueu da lama a qual o rio lhe vomitou e escorado em um galho cortado em forma de muleta, retornou a casa dos sete filhos, agora vazia e sem sinal de vida dessas pobres alma..Lá descansou e curou seus ferimentos, tendo tempo para matutar bem o que deveria ser feito...Mas também convocou os vizinhos para um enterro simbólico, e colocou as terras a venda, pois haveria algo mais urgente que deveria ser cumprido, além de que seu futuro: a Vendetta!!!
    Após as horas de velório, respeitando os ritos fúnebres, Marco juntou seus velhos pertence encilhou dois cavalos, um de montaria e outro de carga se mandou em rumo de tomar seu plano....Seria preciso mais que um homem pra matar a fera, daquelas bandas. Então em meio a busca de pessoas certas para o serviço, também conheceria tudo o que pudesse, sobre tal criatura, e se houvesse algo ele por certo descobriria.
      Passou a andar por todo o curso do rio escutando a cada morador, sejam pescadores ou caiçaras, bugres que simplesmente vivam as custas daquelas águas. Dentro delas, estava em uma taverna, onde escutou a história de Pedro Ribas, conhecido ladrão das redondezas em que a ordem não se preocupava muito,pois agora os novos cavaleiros, só se preocupavam com o furto e roubos dos grandes comerciantes e cidadãos ilustres de Tierra Madre, e foi convidando e se fazendo de desentendido das artimanhas criminosas de Pedro Ribas, que escutou a primeira mão a seguinte versão do malandro:
       "Vinha eu meu senhor de meus negócios, se é que me entende, de proveitoso lucro onde consegui quatro mulas de carga, com mercadorias e para não me demorar nos postos de controle da Ordem, me baldeei pelo Rio das Caveiras atravessando- com os animais  a nado...Em meio ao rio, do mesmo modo que vossa mercê viu, as águas ficaram barrentas, que veio lá do fundo, e num safanão me fui arrancado de meu cavalo, e algo grande e cheio de escamas, se aparece do meio de todo aquela confusão e arrasta minhas montarias para o fundo daquele aguaceiro todo! Mal me dei sorte de sair ileso, e com vida daquele inferno...Pra mim foi um dos maiores prejuízos, de minha profissão, se é que me entende...E Por minha honra, e minha moral, ainda tenho essa faca presa na minha garganta  que me pede todo o dia vingança..."
         Marco escutou com paciência e  pediu mais detalhes da criatura para comparar pelo que também viu...E nessas horas quando viu o brilho de ódio da criatura, tanto quanto ele, lhe fez a proposta:
     _ Então meu novo amigo, que tal saborear o gostinho dessa vingança e de sobra ganhar muitos trocados, por cima da pele retirada desse bicho asqueroso, que até o Divino abomina?
Então um brilho macabro, se alarga com um sorriso de assassino na face de Pedro Ribas :
     - Pois olha se fora pra agora, vamos até o inferno atrás dessa criatura maldita, homem de  Deus!