Ele corria a muito tempo, fugindo daqueles que o sempre perseguiam...E nessa fuga viveu entre as sombras, do dia e da noite.
E como a sombras se tornou, e com elas tão só...Pois não ha maior dor na escuridão do que a própria solidão!
Um dia porém ele, que vivia nas sombras procurou um lugar para encontrar-se com pessoas e gente que um dia foi, que no fundo nunca esqueceu de ser, pois nossa essência é o que somos, e por mais que tentamos, extingui-la ela ainda está la...
Aproximou-se de um vilarejo pobre, e depois de muito andar entre casebres e choupanas, foi lá no meio da favela que lhe ofereceram, um pobre barraco para dormir, pessoas tão renegadas quanto ele, que até então pelo menos viviam...E nem cama havia, muito menos uma porta, para a segurançade todos, era só um tapete velho, sujo, que fazia ás vezes de uma porta, como nossa vida, que planejamos nossos sonhos mas esquecemos que algo nos sustente e a eles também...Tal qual uma porta.
Em poucos momentos que viveu, se acostumou, rapidamente em responder a outro ser humano, um privilégio que não tinha a anos, pois somente espiritos ou coisa pior vivem perdidos na escuridão!
Como a muito não comia nem bebia lentamente a proximidade com o mundo dos homens lhe cobra o preço: a fome, pois quem é vivo tem de se alimentar, com sólidos e liquidos.
Após pedir um pedaço de pão, um pouco de vinho e outro tanto de sal, alguém ou alguma coisa se apercebeu de sua presença, e o alarme tocou, sem dar tempo do errante sequer comer...
E era um mundaréu de gente correndo pelas vals apertadas daquelas favelas, e quando ele tirou a cabeça para fora da janela do barraco viu que era pior...Junto ao levante de gente lá no fundo vinha uma nuvem esquisita, e matadora, cheia de uniformes e botas de couro e lonas fortes, e por onde essa nuvem passava, ou levava ou matava!
De imediato chamou pelos amigos que conheceu naquele momento, para lhe acompanharem e fugirem, pois dali se ficassem só haveria mais desgraça....Um deles, tão temerário quando ele topu, mas o outro com sangue de herói parco, mas correndo nas veias diz que, ali era o seular, nossa terra, e deveria ficar e lutar, a ponto de pelo menos dar tempo aos amigos de se esconderem, bem longe dali...E quem sabe no fundo havia nele a vontade de morrer, mas só precisava de uma desculpa, pra não bater na portas do ceu com toda a culpa, quem sabe, mas no fim ele ficou e pereceu, sem chances nem tempo de luta, pois era como uma formiga enfrentando um elefante nessa injusta disputa, e meu caro, não sei não se nisso vale tal intenção...
Os fugitivos sentiam a morte de perto mais uma vez, mas aquele que sempre se escondeu nas sombras, ja convivia com a senhora morte a algum tempo, e no seu coração não havia muita pressão, pois so nacabeça fria que no perigo se pode viver...E então mesmo baleado e sem anndar não desanimou e rastejou pela lama e barro, só pra viver mais um ato, um minuto, se fosse uma repiração.
Subiu uma ladeira, e encontrou depois de uma esquina uma viela, que se guardava um velho portao, sem cadeado, e aquela facilidade era como se fosse um chamado, pois sua vida dependia disso, de qualquer sinal, de qualquer lado...E Passou sangrando o portãozinho e deu de cara com uma matilha de cão bravios, e de momento pensou ali mesmo no seu fim....
Contudo ainda havia um pingo de força e desejo e ele a usou bem, com simpatia de sortilégio chamou para sim um dos caninos, pelo poder da cabeça de cobra torrada e moída que ainda possuía um pouco, e ele abriu caminho aos outros iguais e menosres, escondendo-o como podia e o levando para um fundo de quintal, com um buraco cavado pelas bestas em terra dura, que haviam feito um túnel, antes de tudo para partirem dos maus trados do dono do cercado...
Ah, me desculpem que esquecide apresentar a maior besta que havia ali dentro, então vão entender porque não havia necessidade de cadeado, pois no fundo do quintal uma besta maior de todas, um cão peludo e negro, selvagem insano se fazia de dono do lugar e odiava gente desde pequeno pois o dono dele, como das demais, o espancava e fez ele comer dos outros cães se quisesse viver, e o tornou tão terrivel, que somente a corrente grossa presa em um enorme cepo fincado, sabe-se quandos metros do solo, o mantinha pra dentro do portaozinho....Sim ele odiava gente e o seu maior sonho era comer alguem pra sentir o gosto de sua vingança, que a tanto media!
E sentiu o cheiro do estranho dentro de se cativeiro, que poderia dar pelo menos um gostunho do que um dia ousou sonhar senao o dono e patrão, talvez, um qualquer, por que não? E avançou, enfirecida sem paixão, somente ódio e uma louca vontade de mastigar, contudo deixa aqui um fazer lembrar, de tão ruim que era que por precaução o dono, cegou a besta, o lançando na escuridão!
Bom o sorilégio ainda valia, aquele mesmo, da proteção, e o animal compadre, seu familiar, o protegeu como deu, dando tempo para se atirar, seu parça, naquele buraco, enganando a besta que comendo outro cão, mas sentindo o cheiro do estranho achou que havia se vingado pelo menos um pouquinho, de tamanha judiação contra ele, até então.
E como era pequeno o tunel, quase mal cabia um homem simplório...Ele se espreme e rasteja, debaixo de uma constrição ou muro, sei lá, pois estava a cima de sua cabeça a metros de terra negra e escura...No final havia uma pedra, que como cão não tinha como tirar, pois não havia mão.
E mesmo que esquecesse encontrou, uma pequena ferramente que cortaria o pão antes da fuga e toda aquela confusão...Cavou como pode e mais que depressa tirou a pedra do caminho e saíu do outro lado, ultrapassando um campo largo, se metendo na mata e novamente na segurança da escuridão, e por ali jamais apareceu....
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