Voltar para aquele inferno, era extremamente difícil pelo menos mentalmente, pra qualquer um...Somente uma boa motivação para se fazer isso...Para Rodolfo era uma questão de vingança pessoal, mesmo que seus ideais estejam um tanto turvos, pois afinal, quem invadia eram eles...
Para ele, havia muito em questão, a ponto de em se importar com o preço disso tudo: havia rastros de orgulho, vaidade, sim havia...Mas haviam pontos positivos, como por exemplo o de dar um final a história de um homem desaparecido: João Carlos bezerra...E não somente trazer paz aos familiares, mas a seu próprio chefe que a anos se tormenta com o desaparecimento de um amigo, pois eles mantiveram por anos trabalhos das reportagens e investigações, que levaram o jornal, agora que também trabalha, nas eras de ouro, ficando afamado em tempos antigos até internacionalmente...
Especialmente por ter tudo acontecido nas épocas de intervenção militar, muito mal querida por jovens de hoje que nem souberam o que realmente aconteceu, pelo simples fato de não terem vivido aquela época.
Assim subiram tudo novamente como sempre cuidadosos, agora de certa maneira havia sido tudo facilitado pela desgraça das perdas da primeira empreitada...Mas cair, levantar e tentar de novo era a norma da casa, pelo menos da deles.
Curiosamente eles chegam no antigo acampamento clandestino, agora muito melhores equipados e nada de anormal havia ocorrido, com certeza tomaram ele por um mero aventureiro que se escafedeu pelo medo que impuseram, na sua perseguição...Também havia feito um bom mapa das minas de caolin e com os horários das sentinelas, turnos de serviço e principalmente das idas e vindas, daquele absurdamente gigante, o tal de Ferreira!
Passado uns dias de espera silenciosa, surge a oportunidade da primeira incursão dentro do campo...Começou um temporal e os trabalhadores se recolheram mais cedo, e por causa do frio repentino que se deu pela chuva e ventos fortes, a maioria deles haviam ganhado doses de aguardente, e logo todos estavam dormindo, com exceção de pobres vigias que andavam em pares e turnos, para não se congelarem..Claro que os uniformes comprados dos amigos do reich eram impermeáveis e uma seda especial se fazia de poncho, que mantinham ele e Rodolfo, bem confortáveis, para a situação...É nesse momento que Rodolfo age e entra na surdina nas instalações da mina...Pelo horário da noite até mesmo o tal de Ferreira, estava no berço do sono e arrombar a sala do escritório da mina, foi fácil, inda mais que cada volta dos sentinelas se dava a cada 32 minutos...
Entrando no escritório nada de novo havia de se dizer. Eram mesas escrivaninhas, fichários de arquivos..E numa sala isolada, por uma armação de vidro emadeira havia a sala do Ferreira...E como se sabia que era dele? Pelo tamanho dos móveis...É claro que deveria de ter algo reforçado para aguentar a estrutura do homem, quando ele trabalhava nos assuntos administrativos da empresa...Sim, cadeira bem grande , mesa enorme, e até adaptaram uma espécie de suporte de canetas para as mãos do mesmo, era bem interessante andar por isso tudo, fazia com que Rodolfo repensasse sua estratégia de como pegar Ferreira, pois ele seria como uma criança de 12 anos em frente a um homem formado, então um combate convencional não poderia nunca de acontecer entre os dois.
- Bem não me importa: quanto maior o pinheiro, maior será o estrondo de sua queda!- pensava consigo mesmo, Rodolfo.
Assim, com tempo de sobra mas contado e dentro da sala do Ferreira, Rodolfo inicia sua busca, pela tal chave, que ele usava para entrar na mina do meio, onde estava o velho ermitão...E na mesa havia uma das gavetas fechadas com um cadeado de aço especial...Rodolfo não teria tempo necessário para cortar o material, e mesmo que cortasse não podia, pois deixaria bem claro que eles entraram no local, alertando todos de suas presenças...era muita falta de sorte mesmo!
Então ele retira de um bornal que trazia consigo militar, um radiocomunicador com fone de ouvido, para comunicação silenciosa e passa a informação para ele:
- Calma, amigo! Estou indo...Só me oriente de uma posição boa, dos sentinelas, eu posso resolver! Não podemos perder essa oportunidade!
- Tudo bem senhor, temos pouco tempo até a segunda ronda...Vou achar uma posição boa até la, aguarde e quando eles passarem siga minhas instruções e ficará fácil chegar...Desligando!
Bom, o toró de água ia demorar muito para passar mesmo e assim fizeram. Quando a ronda passou nem notou Rodolfo debaixo da mesa de ferreira, confortável pelo tamanho, esperou passarem e logo tiveram o segundo turno todo para que ele chegasse e ajudasse Rodolfo...Ele era hábil em cadeados, pois muitas foram as investigações que adentrou de maneira um tanto irregular, estabelecimentos suspeitos a procura de provas...Usando umas gázuas ele abriu com facilidade e ali estava o prêmio como previram: a chave grande que abria a caverna do meio! Rapidamente Rodolfo fez uso da cera que havia preparado, do material tirado da colmeia que havia achado no mato tempos atrás, e saiu tudo perfeito, fazendo em duas metades para ter todos os detalhes no molde...Saíram então rapidamente e retornaram ao acampamento...Durante toda a noite Rodolfo trabalhou no cadinhos derretendo os materiais que havia trazido, para confeccionar a chave, e acertando a dose certa criou um forte liga de bronze, e unindo as metades dos moldes, fez uma caixa, colocando a areia, que havia coletado de um rio próximo. E colocando meia porção da caixa encerrou o molde dentro, para depois encerrar o resto do espaço da caixa até a borda, fazendo dois furos, um de entrada na outra extremidade, da altura do molde, para respiro... Assim quando derramou a liga quente e borbulhante ele sabia que teria apenas uma chance e não poderia desperdiçar, para formar a chave.Quando o respiro borbulhou ele sabia que havia terminado, agora era só descansar, esperar esfriar e depois ver no que dava.
Amanhece e com ela a certeza de que seu objetivo esta mais próximo de acontecer, e quando isso o for tudo o que fizer terá valido a pena...Será?
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