Também havia uma secretária que mais parecia um pitbull, guardando a segurança e boa vontade do prefeito...Mas Joel tinha as chaves das portas do inferno e podia passar tranquilo.
Bom, haviam mais outras salinhas com todos aqueles bajuladores, e depois no fundo estava o prefeito, com sua imensa mesa de gabinete, e sua confortável cadeira de presidente, e dava pra ver sua arrogância, quando se repara nas cadeiras de sua comitiva, muito inferior á dele. Egocentrismo na lata dura!
-Bom dia Joel, parece que você tem um hóspede depois de muito tempo em nossa delegacia, é verdade?
- Sim, senhor! Encontramos o abençoado, dormindo dentro do rancho, mas de momento, to sossegado pois parece que é um cão solitário, um mendigo vagante sem eira nem beira!
- E você vai apostar todas as nossas fichas nisso?
-Claro que não, senhor! Por isso mesmo o coitado tá vivo, pra ter certeza que não tem mais acompanhante, hoje ainda falo mais de perto com ele, só vim lhe acalmar pois tá tudo tranquilo, sob controle. Então ja me vou, até!
- Joel, meu menino! Confio muito em você, vai na sombra!
Joel no fundo odeia se mostrar tão servil, mas de momento tudo deve ser bem representado, o prefeito não pode se sentir ameaçado de qualquer forma, ou colocaria tudo a perder só pra salvar o próprio couro!
Joel deu umas andadas ainda pelo pequeno centro da cidade, cumprimentando todos que o conheciam, e já tava pensando que o cargo de prefeito seria uma boa pra ele e os negócios na próxima eleição...Havia um banco do governo, uma mecânica, um restaurante, um posto de gasolina com parda de ônibus, alguns bares, supermercado e outras lojinhas próximas ao correio...O curioso disso tudo era o jornalzinho que ficava bem no fim da rua principal e trazia notícias do dia a dia, da cidade e mensalmente do mundão lá de fora. Joel não era favorável nem amigo do pessoal dos jornal, pois boca fechada não entra mosquito!
-Mas que droga! Nunca sairemos de um jornalzinho medíocre se não publicarmos coisas importantes, de relevância mesmo nesse fim de mundo- Praguejou silveira, batendo fortemente em sua velha mesa de escritório.
Em meio a isso, entra um rapaz, todo alvorotado e quase se fôlego dentro da redação, sala minúscula, onde Silveira coordenava o jornal "DIÁRIO DA CIDADE", e se assenta na cadeira ao lado da porta...Respira ofegante tentando pegar ar para poder falar.
- Por Deus, Bressanini, que foi homem? Para, respira e desembucha de uma vez, bolas!
Bressanini, era um homem de facetas dentro do jornal, podemos dizer que eram os braços e pernas, enquanto Silveira seria o cérebro e intestinos da coisa toda!
- Chefe...! Novidades quentes! Ouvi dentro de um boteco, o reclame do tal Antão com um comparsa...Tem um preso secreto na delegacia...Ninguém podia ficar sabendo, mas eu escutei ..Ufa!
Finalmente algo interessante, pensou Silveira, pois de tanto esperar e rezar, por justiça, quem sabe se o milagre não havia chegado, pois como diz o ditado: só é segredo enquanto um só sabe...Assim ele pensou que deveria agir rapidamente, pois esse preso poderia ter algo importante a dizer. O delegado e seus capangas não deixariam alguém vivo se não tivesse alguma importância dentro de algum esquema, que o preso esteja envolvido, ou que viu acontecer.
E como Silveira sabe, não demora muito para aqueles mafiosos derem fim no coitado que está lá trancafiado ás escuras na cela, da delegacia, ele precisa agir rapidamente, e vai precisar de ajuda para isso!
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