sábado, 7 de setembro de 2019

PAUSA-O GUERREIRO ESQUECIDO!

    Eu sou aquele, que você esqueceu...Dentro de uma velha e fedida trincheira, dentro de uma vala imunda!   Aquele que um dia saíram juntos, bebemos e comemoramos, até que você esqueceu!
    Eu sou aquele que durante a batalha esteve ao seu lado, e agora nem me cabe ser lembrado...Eu que te arrastei , quando não tinha mais forças, para a guarita segura, ; eu que te servi a água dentro do ardente deserto, de marcha forçada, e no gelo te cedi minha manta, para não resfriar.
    Eu sou aquele que só foi lembrado em teus momentos de necessidades, quando tuas dores eram maiores que tuas maldades, que teus problemas não podias resolver, aí sou lembrado e não tem como me esquecer, poie é das tuas dores que cuido eu!
    Eu fique ali ferido sangrando, arrastando-me em meio as carcaças de teu passado...Sempre fui leal e nunca reconhecido...Sobrevivi por nós dois, a tudo e a todos!
Agora sentado dentro de teu conforto, de onde fui teus degraus nega-me existência, e sequer as lembranças...Caminhamos juntos sobre todas as lâminas, debaixo de toda a chuva  de chumbo quente
dançamos no inferno e pisamos os céus! Como poderia nisso tudo não ser nada?
    Eu que fiquei, sempre por último na retirada, guardando a saída mais sagrada, suportando o ataque
até a retirada...que que suportei o peso do amigo ferido, no ombro machucado e a perna estilhaçada!
Seja a tua vida ingrata, então teu próprio martírio, igual aos lobos que negam sua própria raça!
Quando ouvires os clamores dos tambores das mil batalhas, sei que iras lembrar, pois o sangue das armas o fará recordar, até que a velhice o possa adornar...Nessa hora teu vinho ficará amargo, teu ouro perderá o brilho e aos que tem amor, esse calor se apagará, pois sem passado, quem eu seria? e se omitisse tudo, então a quem serviria?
    Eu sou a alma perdida que ainda tentava de lembrar, e tolamente tentava sua própria alma salvar...Agora nem mais lembrança posso ser e sem mim o que vais fazer?
Se tornará algo também sem vida, obsoleto, jogado a um canto de sua alma vazia, pois nem as dores que sinto poderia sequer sentir, pois pelo menos vivi, e mil lembranças tive que até poderia  contigo dividir, mas estou aqui dentro de minha sepultura fria esquecido, apodrecido, só...
E sem ninguém!

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