quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O CASO DOS SETE MENDIGOS: CAP 40- ESCAPADA!

Resultado de imagem para igrejinha na cidade    Eles se sentam á frente do altar da igreja, na primeira fileira e há uma pequena pausa, e Silveira começa a falar:
    - Você ouviu os rumores e sabe o que deve ter lá dentro daquela cela não e mesmo padre?
    - Posso imaginar...Um pobre diabo, desgarrado, que deu de encontro onde não devia e agora tá com o destino selado, não é mesmo?
    - Ou pode ser a apessoa que vem libertar nossa cidade desse monstro que se diz prefeito, e quem sabe termos então uma chance de futuro...Nós temos potencial de fazermos a coisa certa agora ,mas do que antes.
    - E você acha que isso vai mudar a índole desse povo pecador, Silveira? Se pensa assim é mais ingênuo do que  eu imaginava...
    - Vai desistir a agora, padre? Se você é religioso sabe que esse homem poderia ser o sinal de Deus para que tudo mundo mude.
    - Sim acredito em Deus, Silveira, mas também sei da maldade humana, e ela é bem material!
    - Mesmo assim, nós vamos tentar soltar aquele homem...Pense nisso, ele também não merece isso! De todos aqui o mais inocente ainda é ele, e está como um cordeiro, a ponto de ser abatido, sem saber o porquê disso tudo. Então se ainda tem algo de direito dentro de você, hoje á noite vamos soltar aquele prisioneiro...Eu, você e o Bressanini, tenho dito!
    -Homem! Assim você acaba nos encrencando um dia...Mas como sempre está certo, aquele pobre coitado não tem nada a haver com isso, temos de salva-lo. Certo, então deixamos o Bressanini de olho e quando os dois sub delegados saírem para rondar, "seus interesses" vamos agir. Deixa as ferramentas comigo...Até mais Silveira.
    O homem saí da igreja e discretamente pra disfarçar dá uma volta ao mercado público local, compra umas verduras e legumes na banca do Rogério, um agricultor local:
Resultado de imagem para comprando paezinhos    - Quanto foi Rogério?
    - Com desconto, te faço tudo por 90? Vai levar tudo isso?
    - Não amigo, estive com o padre e decidi doar o jantar de hoje aos meninos dele, pelo menos alguém tenta fazer algo de certo, nessa cidade não é?
    - Tem razão seu Silveira, o padre nosso é abençoado com os cuidados de seu orfanato, agora não tem mais nenhuma criança nas ruas, não senhor! Afinal até para os negócios ficou bom...Imagine aqueles fedorentinhos incomodando aqui nas quitandas pedindo comida? Ah, isso não mesmo!
   - Tá bom Rogério, ta bom! Então providencia para que o orfanato receba a comida ainda hoje certo?
   - Pode deixar, se Silveira, pode deixar!
    Ao chegar no seu jornal Silveira chama seu escudeiro, Bressanini, que de imediato aceita ser olheiro dos dois e ao fecharem o jornal, ele se manda para um bar próximo para observar quando os subdelegados começasse sua ronda diária, da parte da noite.
      Durante todos aqueles anos a cidade nunca teve um preso por muito tempo assim naquelas celas, e muitos sabiam que, se fosse parar lá logo sumiriam também assim como tantos nenos importantes que forma obstáculos para ascender  os negócios do delegado e do prefeito. Dentro da cadeia os sub delegados logo vão jantar, e quanto ao preso, logo não ia se importar com a fome ou outra coisa qualquer, então por que gastar com ele? eles se empanturram  e logo saem com a velha caminhoneta em dua ronda habitual, que envolvia os negócios escusos de seus patrões, mas para eles a vida estava pra lá de boa por que também iriam discutir? E não deu outra...Bressanini correu e avisou Silveira no Jornal, entrando pela porta dos fundos, e lá já se encontrava o padre, com uma mochila militar.
    -Este é o momento, senhores Espero que não hajam arrependimentos- diz Bressanini em tom irônico.
    - Vamos pelos fundos...Tem pouca iluminação e um cadeado fácil de arrombar!
    - Você não me disse o que era antes de se tornar Padre, Andrade!
    - Depois lhe conto, Silveira...Uma longa história!
    A noite sem luar ajudou-os a chegar sem problemas aos fundos da delegacia, onde o padre habilmente abriu o cadeado da porta de acesso ao depósito de materiais apreendidos, dentro do depósito havia uma porta secundária, dando ao corredor principal do primeiro piso onde no final ficavam as elas e o objetivo da missão desse grupo de samaritanos.
E dali tudo foi mais fácil até a cela onde o maltrapilho se encontrava...Silveira chamou-o e quando saiu das sombras, Andrade notou que vestia uma farda militar muito curiosa, sem insígnias e o tecido era de algo que ele não havia visto em seus anos de guerra:
    -Era só o que faltava! Nosso prisioneiro pode ser um desertor! E olha essa farda! Por Deus homem, de que exército é? Nem eu consigo identificar sua origem...- diz o padre confirmando seus pensamentos em voz alta.
Resultado de imagem para soldado do futuro   - Bem, padre...É uma longa história!
   - Acho que alguém já me disse isso hoje: De já Vu? - salienta Silveira com uma risadinha cínica.
   -Deixamos de lero-lero e nos mandamos daqui...Logo aqueles capangas estarão de volta! Ainda temos de nos mandar para um local seguro - disse Bressanini em tom assustado, afinal era a primeira vez que ele praticava um crime para salvar uma pessoa.
   - Vamos leva-lo para a cabana do velho britador...Depois que o prefeito inventou essa loucura de  extração da madeira, a mineração de pedra não existe mais...Estaremos seguros lá...
   - Venham, vou leva-los com meu carro, entrem! - diz Silveira abrindo a porta de um velho ford bigode, e com as luzes apagas eles se mandam da cidade cortando uma estrada velha e quase abandonada em direção ao velho britador.

                                                                          Resultado de imagem para brasao cruzado de maria


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