quarta-feira, 29 de setembro de 2021

PERSISTENTE

    O cavaleiro montado em seu cavalo atravessa um charco em busca de seu mais poderoso inimigo, o Dragão. 

    Em um dado momento de sua jornada o pobre animal atormentado pela idade, o peso  de se senhor e sua armadura...Quem sabe por até  essa busca insana, que se arrastava a nos seja no charco, Campina, Mato ou deserto...Sim seu corpo sucumbiu  mortalmente caindo por terra e jogando pesadamente seu senhor ao longo da trilha.

    O homem também não  era mais jovem. Sua procura por muitos era dita como loucura, um animal lendário  que ninguém viu? Isso era demais para se acreditar!  -só  porque  não  se vê  não  quer dizer que não  exista- insistia o velho guerreiro...Mas no final, ninguém  mais se importava em  respeita-lo, a levar tudo á  sério e mesmo assim ele partiu ...E fazia aquilo por ele e mais ninguém  porque  acreditava fielmente no Dragão. 

    Por anos sua procura foi contada e desenhada e uns o compararam a um caçador  de moinhos...Mas ele nem se perturbava pois  o que cria era real e ele sentia vindo de dentro de seus ossos...

    Mas o tempo chega para todos...Chegou para seu cavalo, chegou para sua armadura  e chegou para ele. A caminhada foi dura com o peso das armas e armadura foram demais para se coração  cansado e o velho guardião caiu se esforçando  muito para levantar.

    Então uma mão poderosa se apega a dele e o levanta  com um puxão e admirado o velho homem vê ele, o Dragão. 

    Homem e lenda juntos entendem que um não  vive sem o outro.E quando a tarde findava até  seu cavalo se ergueu  renovado  e continuaram sua perseguição  com o Dragão  voando  em direção  ao poente sorrindo ambos: cavaleiro e Dragão ...Indo para onde todas as lendas vivem...Nos campos da eternidade. 

CICLOS ...

    Quando o sol não  apareceu, ninguém entendeu no princípio... A ciência  procurava dizer o que estava acontecendo... A religião procurava uma desculpa e os mais céticos apenas observavam ambos os lados para escolher a melhor posição. A escuridão  adorou a novidade pois jamais havia ficado acordada tão  tarde e parecia uma criança  peralta que não  queria dormir.

    Os animais nem se importaram como sempre. Uns andavam como se dia fosse, outros continuaram dormindo tal qual os gatos. O tempo  seguiu sem olhar par trás  mas o sol nem dava as caras e aqueles que tanto desvalorização o dia sentindo sua falta começaram a sentir saudades do seu brilho , do seu valor... Afinal que diabos estaria acontecendo?

    As horas continuavam passando e depois sem nada acontecer vem silencioso e rasteiro, o frio que logo se faz de dono e toma conta de tudo e todos.

    Assim escuridão  e frio  logo se juntaram  e começaram  a aprontar por aí e causaram  muitas encrencas. Congelaram rios mataram peixes e aves, só  de pirraça...São  uns malandros mesmo!

    Então  olharam ao redor e nenhum sinal do sol sequer  da sua luz... Confiantes ainda mais por causa  daquela  demora mais malvadezas aprontaram,  soltando toda a criatura da noite no horário  que seria do dia!

   Com tudo acontecendo teve gente que queimou a língua quando reclamou do dia quente  ou da tarde abafada  de um dia de verão,  afinal somos assim mesmos  sempre insatisfeitos por termos tudo demais...

    E depois disso tudo com o povo sem calor as fogueiras  foram aparecendo a qualquer  momento e com o tempo também  foram  aos poucos sumindo,  porque não  havia mais nada a queimar  e sobrando apenas cinzas foi disso que todos se  vestiram e das cores sobram apenas o branco e o cinza...Entao assim devagarzinho  veio um fio de luz da alvorada e tudo brilhou  a seguir em um grande flash de luz... E agora quem não apareceu  foi a escuridão... Assim desse mesmo jeito...Oras quem vai entender?



sábado, 4 de setembro de 2021

O QUE VOLTA...

    A chuva batia forte na soleira da porta velha de madeira. Ela estava dormindo pesadamente...Afinal quem bateria com essa chuva , A essa alta hora da madrugada?

     A medida que o tempo passava  as batidas aumentavam a frequência  e força,  então  ela entendeu que não  sonhava... Agora pelo princípio do comércio  e bom atendimento ela abria a porta,  em uma inocência  friamente  calculada.

     A sua frente, uma criatura mais jovem com um rosto quase angelical treme e não  é  de frio...

    Suzana sempre lutou por tudo o que queria,  e nem sempre de forma honesta e assim saindo do nada chegou a montar um pequeno boteco, onde lentamente começou  a ter uma vida digna aos olhos da comunidade em que resolveu morar e viver.

   Mas um boteco não  cobre sonhos e desejos altos de vaidades em maioria triviais... Não  demorou para que ela se envolvesse  com coisas mais erradas do que certas dentro de seu boteco e o dinheiro apareceu a rodo. 

   Muitas vezes Suzana acolhia foragidos mês fundos do boteco e até  dentro de sua casa  anexa àquela área  comercial. Um dia ela abrigou até  um homivida, por dias e enquanto as autoridades desconfiavam  dela os marginais tinham a certeza de um porto seguro naquele local, claro que por um certo preço. 

    Um dia um comandante da guarnição policial veio alertar para que parasse de ajudar os marginais locais...Suzana sabia que abusava da sorte, mas se fez de inocente e quando a polícia foi embora falou em voz alta, para se autojustificar:  Quem não  arrisca, não  petisca!

   Com essa lembrança  na mente, antes que o rapaz entrasse todo encharcado  no seu boteco ela estendeu a mão pedindo  sua famosa taxa de ajuda... O que o rapaz fez de bom grado com um saco pequeno  de moedas de Prata, 30 para  ser mais exato.

   Não demorou muito para que o comandante  estivesse em sua casa procurando pelo  foragido, devido as suspeitas fundadas sobre o comportamento de Suzana... Novamente ela se diz inocente e o comandante se prepara para sair...Suzana se fazendo nada saber pergunta  pó que procuravam aquele rapaz, e ele diz que era um homicida.

   Ao fechar a porta em meio àquela chuvarada toda ela pensa: afinal não era a primeira vez quec fazia isso e a grana também  vinha a calhar...Sempre queria  comprar um vestido de seda e agora podia.

    O rapaz trocou sua roupa por uma seca que fazia parte do pacote de ajuda de Suzana...Foi a cozinha da casa de aquecer sentando à beira de um velho fogão  após acender o fogo. Suzana ficou com pena no fundo de um moço tão  jovem ter de enveredar no crime e até  esquentou uma sopa que sobrou do jantar e lhe serviu.  Ele agradeceu educadamente e comeu toda a porção  .

    Enquanto o rapaz lavava a própria louça  na cozinha e Suzana sentada à mesa ficou muito curiosa qual seria o motivo que o levou a matar aquela pessoa.. .Tal qual a mosca fica curiosa com a doce teia da aranha. Não  resistindo fez a pergunta  derradeira. 

    O rapaz pensou em pouco e se colocou em frente a janela que ficava às  costas de Suzana e olhando para fora rocurando algo talvez além  dessa realidade contou sua breve história...

   Ele sempre fora um homem honesto diferente de Suzana pela tenra idade também lutou pela vida exaustivamente, mas do modo certo... Conseguiu umas terras para plantar em troca de serviço, mesmo quão  duro fosse ele sempre se superava e isso acabou  impressionando uma das moças da pequena cidade... E aí  que tudo da uma virada e a felicidade bate-lhe á  porta.

    Mas por menos que se tem, sempre alguém  vai querer lhe tirar... Apareceu do nada um louco com qualquer desculpa em sua cabeça  tangível,  e no momento em que trabalhava essa pessoa invade e tira a vida de sua amada... A dor foi grande e a vontade de vingar também... Afinal todos no fundo somos humanos!

    Bom, Suzana tentou apoia-lo dando razão  a seu atos, afinal foi tudo em nome do amor. Então  o rapaz agradecido coloca a mão  no ombro de Suzana em um agradecimento a sua compreensão e então  complementou  diante do derradeiro fim, diante de uma verdade que parecia estourar pela boca: - O que diz ainda esta incompleto por que tudo poderia ter sido diferente porque o criminoso  já era perseguido pela polícia, contudo antes do crime, ele conseguiu abrigo e escapou... Por isso noutro  dia ele pôde  arrancar o amor da minha  vida... E não parei de procura-lo até  que o encontrei. Conversamos e depois o matei, simples assim.

    Suzana gelou, estática  como pedra e sentiu uma quentura na garganta e seu peito foi aquecido pelo líquido quente e pouco viscoso...E naquele momento deu um medo terrível,  do que com certeza encontraria  do outro lado...Mas também  trouxe o alívio de pagar seus pecados que se acumulavam tanto tempo. 

     Assim caída   com a cabeça sobre á  mesa em seus ultimos suspiros de vida Suzana compreendeu  que tudo na vida tem volta e que tudo o que fazemos nessa vida ecoa por toda a eternidade...


SEXTA 13!

     Chegou a sexta-feira 13! Muitos levam como crendiuces as sextas 13... Uns fazem até simpatias para sorte ou amor. Mas aqui na Serra as ...