Os dois já haviam chegado em seu objetivo fazia dias...Nesse caso o tempo estava a seu favor, assim quanto mais ficassem sem serem vistos mais ajudaria a fazer com que acreditassem que haviam desistido pelas perdas que tiveram, em meio a esse tempo ele estudava o comportamento dos guardas e do pessoal que trabalhava nas minas de caolin daquele lugar. Inegavelmente quando deram de olhos com o maior dos homens daquele local de trabalho entenderam que ele seria o tal Ferreira, pois o gigante comandava todo o local, que era de uma formação simples, tendo alojamentos, refeitório e os locais de manufatura do material extraído das minas, que era trazido por vagonetes, ou espécie de mochilas-cestas que vinham atreladas nos empregados que saíam das minas...
O mais curioso disso tudo é que os dias passavam, mas nada de ver o velho, por aquelas paragens, quem sempre dava as caras numa espécie de casa de administração era o tal Ferreira mesmo!
Então de tempos em tempos, com os depósitos cheios chegavam velhos caminhões que carregavam o material extraído dentro de caixotes lacrados, e desciam com o material todos para a cidade...Em meio também notaram que eles subiam carregados de materiais necessários, para o funcionamento das minas e também manutenção do pessoal de trabalho...E assim o tempo passa lentamente aos olhos dele e Rodolfo, que ainda está cego em sua ideia de vingança, dos seus homens possivelmente abatidos na empreitada de chegarem ali, onde estavam agora...Contudo ambos eram pacientes pois sabiam que só tomariam atitude, se tivesse certeza donde estava o velho ermitão, e quando isso viesse também no momento que Ferreira tivesse de descer junto com os caminhões para resolver qualquer problema que fosse da empresa, lá na cidadezinha de Piracetuba.
Enquanto ele ficava na observação, Rodolfo passava os dias mantendo o acampamento clandestino deles em operações e na surdina...Rodolfo fazia incursões para comida água e abrigo, constantemente e se movia como sombra, sem ser visto... Em alguns momentos chegou bem perto da área das minas a ponto de ver as pessoas, os trabalhadores, quase que face a face, e os pobres coitados nem o viram se aproximar...Sim, ele era senhor do ambiente que viviam, talvez até melhor que o tal Ferreira.
Então em meio a uma noite bem clara de lua cheia, ele apareceu, o ermitão!
Haviam no local três cavernas de onde tiravam o caolin, sendo que ele descobriu algo interessante. A caverna central, era mais reforçada, bem mais estruturada e o mais interessante somente alguns empregados entravam e só colocavam material para dentro, e não retiravam. Foi aí que ele começou a ter mais atenção a esse local e nessa noite viu, quando Ferreira se aproximou com um pequeno grupo trazendo uma pesado caixote pois empurravam um carrinho de madeira de quatro rodas com dificuldades. O gigante bateu na entrada da caverna sobre uma pesada porta de ferro, mais parecia um portão grande e lentamente ela se abre e aparece o velho, segurando um estranho artoche que fazia-se iluminar por uma facho azul...eles empurram o pesado carrinho para dentro da caverna e depois de um tempo voltaram com o carrinho vazio, repetindo o estranho fato de não retirarem nada daquela mina, então com certeza era ali que o velho ermitão ficava, o tempo todo, e como o local era bem no meio das duas minas, de onde passava muita gente, de um lado para o outro, trabalhando no recolhimento de caolin, pouco precisava ser vigiado e isso seria o ponto fraco, a falha da armadura que eles precisavam para entrar no local discretamente.
Agora mais um pouco de paciência em pegar mais alguns detalhes, observando o comportamento do pessoal que entrava e trabalhava na mina central, e poderia fazer um bom planos de incursão para aquela área protegida.
E assim fizeram, com muito cuidado aos detalhes localizaram e identificaram os homens de confiança de Ferreira que ficavam dentro do acampamento, pois eram eles que entravam na caverna de mina do meio, sempre que se era preciso colocar alguma coisa lá dentro, sempre os mesmos...Em uma incursão silenciosa durante um dos processos de entrega de material na mina do centro, bem próximos ele e Rodolfo perceberam, de que Ferreira sempre se aproximava da porta com uma chave grande, batendo três vezes fortemente e em seguida colocando-a na fechadura reforçada girando-a no sentido horário para abrir a pesada porta. Ao término ele retornava a casa da administração e guardava a chave em uma gaveta de uma mesa do escritório, e que o próprio Ferreira ainda assim dormia no alojamento, pois era mais seguro e toda a área das minas era patrulhada por dois homens armados juntos, que patrulhavam o perímetro, a noite.
- Com certeza haveriam mais armas dentro do alojamento ou refeitório para os demais em caso de alguma invasão- pensou ele- Devemos agir muito silenciosamente para entrar e sair inteiros de um local como esse! Mas não posso desistir, pois estou no caminho sem volta!
Dentro da segurança de seu acampamento clandestino ele começa a tomar ideias para seus próximo movimento:
- Meu amigo! Notou que temos de conseguir um jeito de pegar aquela chave, sem que deem por falta e ainda temos de usa-la para podermos entrar naquela bendita mina? Tens por acaso alguma ideia pra esse caso?
Rodolfo se senta ao lado doa pequena fogueira e matuta algo, enquanto olha fixamente para o fogo...Após um tempo ele se volta para ele e responde:
-Senhor, temos de ser discretos, isso todos sabemos, portanto para podermos ter essa bendita chave deve ser feito de maneira que não sintam falta, não é mesmo?
- Isso! Mas volta a perguntar-lhe , amigo, como?
- Bem e se nós nunca a retiramos do local, mas sim uma cópia? Em Joinville tenho meus contatos, e poderia achar uma colmeia de abelhas, retirar a cera dos favos e com ela copiar as marcas da chave...Eu iria a Joinville e faria uma cópia, daí retornaria, e poderíamos abrir aquela porta com uma cópia, que acha? Afinal entrar no escritório não será difícil se soubermos o roteiros das rondas, certo?
- Claro, Claro! Temos de ser pacientes, sim! E em meio eu poderia conseguir o que fosse necessário para usarmos lá dentro da caverna...Mas não podemos mais voltar para Piracetuba, qualquer um que nos ver e nos reconhecer, poderá fazer todo a nossa estratégia ir por água abaixo...Esperemos o momento certo, para conseguir o molde dessa chave!
Pela manha Rodolfo saiu em direção a uma ravina, que era cortada por um rio, e era bem distante das patrulhas que trafegavam por aqueles matos...Lá ele sabia que haviam muitas flores e brotos, o que era um bom sinal de encontrar alguma colmeia...Foi uma longa caminhada e cuidadosa, e não deu outra: não demorou muito pra encontrar uma colmeia de abelhas. Rapidamente fez um fogo e montou uma tocha seca que rodeou com galhos e folhas verdes criando um fumaceiro, e espalhou por debaixo da colmeia que se encontrava presa a um galho de uma árvore mediana. então lentamente subiu e cortou parte da colmeia,. com seus favos de mel e cera juntos.
Da colmeia restante ele colocou folhas verdes e úmidas fechando a ferida que fizera, para que as abelhas voltasse a refazer com o tempo, o que ele precisou retirar...Rodolfo era um homem livre, da natureza e aprendeu com seus antepassados a respeitar o mato em que vive. ele também sabe muito bem marcar locais em sua mente e sabe , se precisar. agora onde encontrar novamente mais material.
era final da tarde quando retornou para o acampamento clandestino, e no fogo, aqueceu a cera para fazer um pequeno tablete para tirar o molde, agora era só esperar o momento certo, para conseguir o molde...
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