Eles caminham juntos a muito tempo...Já forma muitos , mas se perderam com o tempo e por causa do tempo...Quando patrulhavam um antiga trilha esquecida algo sem explicação desse mundo natural os envolveu em seu manto sinistro e sobrenatural, os fazendo se perder em um inferno composto por chuvas frias e fortes de relâmpagos e trovões, infindáveis sem descanso ou trégua.
Os dias se passaram e a chuva forte não parava de açoita-los, era terrível! Não podiam se aquecer pois a madeira estava sempre molhada...Não podiam ter abrigo pois o vento forte desarmava qualquer barraca mal presa e frouxa pelo terreno aguado e de lama mole.
Então para terem um pouco de aquecimento se enrolavam em panos de toldo e se ajuntavam somando o calor de seus corpos que de longe parecia estar fumegando pelo frio ambiente que enfrentavam...
O tempo continua incessante em sua marcha de enfraquecimento ao corpo e a mente daqueles pobres homens. Ha momentos que pensamos por que passamos por tantos sofrimentos? porque o incerto é a frente de sua ralidade enquanto tantos outros tem da comodidade e vida mansa? Ainda sinceramente não o sei dizer...
O clima implacável começa a fazer suas vitimas com a hipotermia e doenças respiratórias.Nem mesmo a cobertura das florestas impedia o resfriamento daqueles corpos debilitados, esse era o inimigo mais difícil, senão impossível de vencer, pois sempre haverá algo maior que nós, os homens.
A tropa formada em fila indiana segui se revesando na frente onde o vento cortava mais e as gotas de água batiam na pela como pequenas incomodas agulhas, um tormento contínuo e real naquele momento.
Assim se deu que aos poucos, agrande fila foi perdendo o seu volume, e muito equipamento foi deixado para trás, perdido dentro da mata gélida, muitas vezes junto com seus proprietários, pobres infelizes, mal sortudos da vida, a esses já não mais mencionavam seus nomes, os homens de boa fé com medo de que em meio aquele martírio todo ainda a alma dos amaldiçoados e perdidos viesse com eles e com eles também os levassem ao outro mundo qual ainda não pertenciam, pois como homens de fé deveriam lutar até o último foi de esperança, em busca de socorro ou retorno salvo a sua torre, ao seu forte seco e seguro...E foi assim lentamente cada um fraquejou em sua fé e saíram das fileiras, sem jamais retornarem. Então acometidos de tanto sofrer, dia e noite seriam um só e a única coisa de uma mente fraca seria a ideia de apenas continuarem caminhando procurando um abrigo natural ou saída daquele inferno aquático e frio,praticamente, pois agora a aquela água fria parecia entrar lentamente sobre seus lábios e narizes como que tentando afoga-los para que ali ficassem...Em dado momento seja loucura ou apenas uma maneira de encurtar o sofrimento de uma mente ensandecida, alguns homens erguiam seus rostos para a s nuvens torrenciais e arregalavam bem os olhos, abriam bem assuas bocas, tão somente para se afogarem em pé e morressem ainda se sentindo humanos, pelo pouco que lhes restou. E essa decisão era solene aos que se encontravam ao seu redor que continuavam o caminho, pois em suas mentes caminhar era preciso, viver, talvez.
Ao final dessa desventura de sina marcada, haviam ainda sobrado três homens de valor que apesar de tudo o que o tempo havia mandado para eles ainda continuaram firmes em seus princípios e ética, de amor aos que os cercava, de simplesmente querer retornar a eles e a todos que os amavam.
E embusteira que só ela vem a Senhora morte com suas brincadeiras infantis e infalíveis, se perfazendo de algum ente vivo ou morto dizia aos ouvidos adoentados dos restantes,que era um de seus amados e só pedia que sentassem um pouco e descansassem, com ela.Que conversassem e dessem um tempo...Aos que fizeram, eles relaxaram e desabaram, pois perderam o foco de seu objetivo maior que era a vida, então de tantos desafortunados apenas um sobreviveu e deu de cara com a senhora dos destinos que o encarou com um largo sorriso de dentes tão brancos:
- Vai, meu amor te deixo partir...Vai!
Então temerário pelas brincadeiras mortais de tal dama de pele tão alva e cabelos de ébano, o sobrevivente balbucia:
- Assim, sem mais nem manos?
Sim, meu amor, assim sem mais nem menos....Somente com um pequeno porém...
Quase desfalecido e com ultimas forças o sobrevivente pergunta com todo o cuidado e devido, merecido respeito:
- E qual seria esse pequeno porém, minha senhora?
- Avise a todos por onde passar, conte o que aconteceu, para que todos se lembrem daqui e entendam de que o homem não é nada, não domina nada, não é nem senhor de si...
Que entendam que o homem sem Deus, perece, e sempre perecerá, vindo parar em minhas mãos!
E assim ocorreu, e quando o sobrevivente saiu, da mata por ordem e clemência de sua senhora viu que apenas durante esse tempo todo haviam caminhado em círculos e curvas e dali por diante a trilha sombria foi chamado de A ESTRADA DAS CURVAS DA MORTE!
terça-feira, 25 de agosto de 2015
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