Acordo pela manha, um tanto ainda fria na Serra dentro de meu casebre...Já faz um tempo que estou aqui tomando um tempo para recuperação de minha ultima passagem inconveniente na Tierra Madre...E ainda não consegui esquece-la...
estava dentro de uma taverna conversando fiado e deixando a via passar quando vem a guarda policial e simplesmente me conduziram até ao castelete principal e trancaram-me em uma cela fria e escura, sem conversação. Então ali fiquei por 30 dias sem motivo ou qualquer acusação afinal nisso os magistrados sempre são experts...Inventar algo sem justiça ou moral e trona-la legal...
No tempo que passei dentro daquela escura cela, forma-me companhia os ratos e as baratas, bem como a minha consciência que teimava em lembrar as passagens do passado distante....Principalmente das amarguras pois como sou humano, nas horas pobres de nossa vida só pensamos nos desgostos sem buscar as forças da superação...Somos abutres que choram em cima de sua própria carniça...Como eu disse somos humanos.
Em meio bem sei que pode ter havido interferência de algum bladessari, sem estômago para uma justa, usa das leis imorais, para atingir sua vingança.
Passado um tempo me mandam para um juizado que apenas fazem inquirições vazias, e sem sentido, que no fundo devia já estar acostumado, mas sempre que passo, ainda doí um pouco...Contudo o que aprendi com a vida é que se você na frente de seus algozes mostrar sofrimento e dor lhes dará um prazer carnal indescritível, então meu amigo, se te morderam e doeu muto, disfarça e dá um largo sorriso, como se isso fosse apenas uma brincadeira de criança e isso os assustará e eles irão recuar, com certeza!
Com o tempo a fome de ser mal alimentado se abate por cima de minha alma, e os pensamentos viram alucinações, discussões sem sentido consigo mesmo...A noite e dia se misturam, e um mundo lunático se parece bem mais curriqueiro, e mesmo assim tem de se aguentar a passagem desse momento, pois como por si já diz, é temporário.
Então ao que se passou de uma eternidade, de sua mente vem a soltura e novamente sem eiras e beiras do porque ou sequer do ocorrido...Retornei a minha casa que pelo tempo e depredação dos vândalos, transformou-se em casebre. Mais uma vez ergo meus potes mal quebrados, dos que sobraram, remexo em meus trapos procurando algo que possa recomeçar e a vida é assim um juntamento de trapos, lembranças e sentimentos que nos fazem ser o que somos, sendo que se olhado por vezes de outro lado, aos olhares de um estranho viajante de mundos, ele nos taxaria a todos como um mundo de lunáticos e sem sentidos, apegados a trapos de memórias e sentimentos sem muito sentido e tantas vezes sem lógica., preciosa e racional...Pois somente assim entenderíamos das coisas divinas se fossemos lógicos...Mas somos novamente, apenas humanos, nesse desenrolar todo.
Os dias ainda se seguiram por um tempo com o que restou desse ultimo encontro com as celas frias de Tierra Madre, muito ainda tem de ser limpado e analisado do que foi tudo isso e então dar um destino as intenções desses atos de injúrias e prepotências covardes, sim muito ainda é o fôlego a se recuperar mais como tudo na vida ainda terei de volta as forças que me façam caminhar ereto e digno, de continuar a percorrer os caminhos da Estrada da Tradição e ouvir mais histórias, e preserva-las, dividindo com todos os que estiverem dispostos...Pois no final de tudo, de cada um de nós o que sobras são as histórias que temos e queremos conta-las, por mais que tentem nos silenciarem, elas ainda são maiores que nós, pois tantas além de não mais nos pertencerem, foram daqueles que a muito partiram e as deixaram como legados e alertas, para os mais coesos, os mais conscientes, que não dormem mais...Quem sabe migalhas, dos caminhos que estão a nossa frente, mas para nós que somos leigos na profissão e ousadia mesmo seus fracassos, quando ouvidos nos servem de inspiração pois como eu disse eles um dia ousaram dar o primeiro passo e bem antes de nós, de nossos medos egocêntricos e fracos..
Que seja então!, Lentamente escalo esse fundo lamacento de poço que me despejaram, lutando e relutando em não desistir, sim, estou retornando desse grande e total nada de todo esse esquecimento.
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