quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

VILA DOS MORTOS -PARTE QUATRO

        Após certo tempo, com caçadas mais frequentes,o que parecia horror, a princípio se tornou usual...
As caçadas de não mortos mantinha uma certa harmonia no local a ponto deles não aparecerem mais na vila, e assim as mortes pararam por um tempo, e como o exemplo arrasta! Os moradores começaram a também e a seu modo fazerem suas próprias caçadas, contudo mais cruéis...Armavam armadilhas que aprisionavam os não mortos, para praticamente despedaça-los durante o dia. O vagante analisava, como poderiam matar e estraçalhar pessoas que viveram anos ou uma vida inteira, com tanta selvageria? Um dia a resposta veio por um ancião...Ele cultuava o divino e dizia que eles não tinham alma dos seus queridos, mas eram cascas vazias, enchidas por algum espirito maligno que desejava destruir as suas famílias e por isso não tinham mais dó daqueles corpos que a alma já se fora...Bom é uma desculpa bem convincente para simplesmente liberar os instintos de assassino e predador que todo o homem tem dentro de si...Sim, o Vagante sabia que todo o homem nasce mau,e somente com religião, compaixão, solidariedade e bondade, podemos então com o aprendizado diário de uma vida inteira, dizer que estaremos junto ao Divino...A coisa mais fácil nesse mundo de esquecidos, é praticar o mal. Contudo, fazer o Bem real, ah! Isso é difícil, e como!!!
     Aquela rotina deu ares de normalidade a vila e o Vagante começou a ver pessoas saindo de suas casas, saindo para suas tarefas, diárias, seguindo métodos que começaram com alucinados pela bebida forte de uma taverna...E os comentários de um pântano assombrado trouxe movimento para o vilarejo, e começou a vir bandos em busca de aventuras, um tantos insanas...Uns outros vinham com seu grupo de religiosos, em alguma senda sagrada, sei lá, tem doido pra tudo nesse mundo, não é mesmo? E se me perguntam por que não terminaram com os mortos de uma vez, lhes digo: pelo motivo que move todo o homem mundano, ouro! Cada morador fez de sua casa uma pousada e lucrou com isso e a taverna? Virou uma grande estalagem...Onde as histórias das incursões do Vagante foram contadas e até fizeram um pequeno livro, que todos queriam ter, como uma espécie de manual do aventureiro do pântano amaldiçoado, histórias que poderão ser contadas mais tarde mas essa serão outras histórias a serem ditas, depois de cada viagem ao segundo mundo.
         A noite após tempos caiu para o Vagante novamente dentro das matas, da segura campina, ele tivera demais, junto ao que julgava homens e isso já o contaminava novamente...Era um mal necessário para lhe lembrar dos que realmente tem de vigiar, dentro de si, para não se torna a verdadeira, fera, o verdadeiro monstro, que é o homem natural, aquele que vive e morre pelo ouro, aquele se ética, compaixão, egocêntrico covarde....Mesquinho. Ele sabe que no mundo dos homens são esses os que mais tem sucesso...Mas o mundo será realmente dos homens? Somos donos de tudo isso, ou quem sabe meros inquilinos, e que um dia deveremos prestar sérias contas dos abusos da casa alugada, para o Senhorio?
Na visão do Vagante, quanto menos erros ele cometesse, controlando seus impulsos mais baixos e se contentando como que puder carregar, ele estaria abastado e teria poucas dívidas com o Senhorio, pois fez poucos ESTRAGOS, sim, é uma visão peculiar, mas sensata
E a sua visão desse solar alugado, chamado mundo, qual seria, claro, se houvesse um Senhorio?
Não responda e fique para si, aqui na Serra não costumamos a julgar ninguém...Afinal todos temos de sobreviver e um dia morrer, não é mesmo? Contudo me passa, em minha mente um tanto torpe pelo cansaço dos anos da peleia e gritos de guerras, o que importa . não é que vamos sobreviver e u dia morrer...O que importa é como vamos sobreviver e como no final vamos morrer...E se caso haja realmente,  nosso Senhorio, espero que com essa resposta possamos pagar, nossas dívidas...E se não pudermos, qual seria a pena, o castigo? Nessa hora nem me atrevo a imaginar!!!







































































































quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

A VILA DOS MORTOS-PARTE TRÊS

    Em meio da espera do tempo seguir e quem sabe sobreviverem, até o novo amanhecer, nada melhor do que se iterar de tudo o que a ameça representa ou age, por longo tempo o Vagante ouviu o pessoal da taverna e as histórias do taverneiro m dos moradores mais antigos e sobreviventes dessa misteriosa praga,ou seja lá o que o Divino queira com tudo aquilo...Aliás, por que culpar o Divino, se geralmente a encrenca quem sempre começa é o homem? Foi esse um dos motivos do isolamento do Vagante ...O homem é cheio de falhas e ainda se acha no direito de juízo dos outros dando definições as coisas a seu modo, que muitas vezes egocêntrico, causa mais dor do que paz...
Mas deixemos as divagações para os filósofos que acham tempo para isso, os homens que se dizem de ações, procuram nada mais de que atalhos seguros, para atingirem seus objetivos, com o mínimo de margem de erros...Então em meio a tanta prosa o Vagante soube que as criaturas temem o fogo pois ficam longe da entrada da taverna, que sempre é iluminada por tochas sua entrada...Também podem ser paradas de se moverem se cortadas em pedaços e especialmente sua cabeça.Bom! Temos um bom começo,sim!
     O vagante sabe que seria pouco prudente em bancar o salvador da pátria e sair armado com lâminas e tochas tentando matar algo que vive e sobrevive das sombras da noite escura...O dia sempre será dos vivos, mas a noite, os vivos sempre a dividirão com os mortos e as outras criaturas das trevas, quer queiram ou não, fazem parte dessa Lei e isso é imutável!
Quando amanheceu, o Vagante tenta organizar uma frente de resistência aquelas coisas, mas o povo já havia sofrido muitas baixas e como bois no matadouro só esperavam chegar de um momento a outro a sua vez de se unirem a horda de não mortos que se acumulava cada vez mais dentro daquele pântano fedorento...São poucos os que continuam andando e lutando, quando veem seus parentes e amigos mais queridos serem seus inimigos, não e mesmo?
Bom, com o taverneiro, ele especificou o tamanho do pântano que pretendia rastrear e entender melhor o que houve lá dentro com o primeiro amaldiçoado, quem sabe...
    Os dias se passaram naquele tormento de não saber quando tempo se têm, se poeriam acordar novamente, a cada amanhecer...Todo o dia o Vagante aproveitava para sondar o pântano e reconhece-lo, enquanto organizou pelo menos o pessoal da taverna, para que aos poucos fortificassem-na, a fins de dar mais tempo de sobrevida aquele grupo que os aldeões chamavam de Loucos, pois queriam ir contra uma praga,que era um castigo do Divino, com certeza...Afinal, ninguém imagina o que um pouco de bebida forte pode fazer de bem com um homem, ou mulher...Com a cabeça zonza, até a coragem aparece!
Contudo se não resolvessem logo o problema, achar uma cura, cortar o seu mal pela raiz logo, logo não teriam como evitar a horda que a cada dia aumentava e se aproximava cada vez mais da taverna.
     A cada investida, seguindo a primeira trilha que o Vagante abriu, pelo pântano, o tempo deveria ser contado de maneira certa pois se errasse o compasso, não daria para sair no tempo certo antes de anoitecer e com certeza, seria alio túmulo molhado e frio do Vagante, então não poderia cometer erros infantis, pois quando ele era menino agiu como tal, e agora que assumiu sua responsabilidade nesse mundo, deveria assumir o que viesse da melhor maneira possível sem espaços para sentimentalismo banal e sem utilidade...E ele foi bem cuidadoso , a ponto de encontrar perdidos, talvez porque justamente não tinham mais tino do tempo, alguns dos não mortos desgarrados, que se tornavam letárgicos, quase catatônicos co a luz do sol, e que ao amanhecer percebeu que todos iam em uma mesma direção, para o meio do pântano...Com esses retardatários  nada mais justo de aplicar a teoria na prática, e a tocha de sua mão os queimou facilmente, pois exalavam algum teor alcoólico ou de éter de sua pele, algo que modificou seu sangue não morto, para inflamável ...Ele Também os cortou, com sua lâmina, pedaço a pedaço e percebe, quando cortava membros e parte do tronco eles ainda se arrastavam, mas quando cortava suas cabeças, só elas se mexiam, balbuciavam, e entre viravam  seus olhos, compulsivamente...Através disso haveria uma chance de sobreviverem
, se os caçassem quando o inimigo estivesse mais vulnerável, e começaria pelas manhas nos pântanos, dividindo os homens da taverna em dois grupos menores: um pra caçada e outro pra defender a taverna, em caso de um ataque...E poderia revesar entre eles para que pudessem pegar a mesma experiência de caça aos não mortos, e finalmente após uns bons dias agora o Vagante tinha sua primeira frente de Defesa!

domingo, 6 de dezembro de 2015

A VILA DOS MORTOS- PARTE DOIS

     Dentro da taverna havia um silêncio e uma expectativa mortal...Será que haveria mais daquelas coisas lá fora? Será que ela poderia passar pelas portas pesadas que eram daquela taverna? eram muitas dúvidas e poucas respostas, quem sabe por isso todos estavam calados...Então sem aguentar mais perla curiosidade, o vagante quebra o silêncio, se dirigindo ao taverneiro, pedindo explicações uma vez que o esmo era morador daquele local, agora e com certeza, amaldiçoado...
     - Bom acho justo, mestre! Sempre vivi aqui nesse lugar, que foi um tanto calmo até mesmo para os tipos locais...Foi então que apareceu o primeiro, com aquele tipo de praga.
A princípio era um homem que se encontrava caído na entrada da vila, doente e possivelmente assaltado pois haviam levado quase tudo dele.Então pela misericórdia de uma família devota ele foi levado para uma das humildes casas, para que fosse tratado...Contudo havia algo mais nele, algo que ninguém podia explicar, tinha um jeito estranho, e sua febre não passava, ate que o estranho morreu e foi enterrado fora do nosso cemitério no pântano pois,não nos era conhecida sua história para saber se era um devoto ou não.Em nossa comunidade enterramos só os que seguem nossas crenças...Bem menos de um mês de sua morte um menino se perdeu nos pântanos e quando o encontramos disse que foi cuidado pelo estranho, que já havia morrido...Aquilo não terminou ali. Dias depois a criança morreu e apareceu aos seus pais...Era noite e o menino não morto pediu comida e beijou os pais e voltou ao pântano dizendo que agora era o estranho que cuidava dele e no final cuidaria de todos nós.
      - Logo após isso os pais morreram e apareceram aos amigos e parentes e assim a praga foi se manifestando, através de nossos conhecidos e parentes...Agora os poucos que sobraram, quando anoitece se trancam em suas casa com muito medo e aterrorizados...As noites agora ninguém quer dormir e não confiam em ninguém que não viva dentro de sua casa,pois não saberia se morreu de fato.
    Bem era isso então, uma vila amaldiçoada por um estranho, que simplesmente resolveu criar uma vila de mortos assim do nada? Faltava mais alguma coisa nessa história que não estava fechando em lógica ou por puro instinto...Contudo para o vagante era uma questão de sobrevivência, não mais de simples curiosidade...Saber como as pessoas se transformaram em não mortos, como se propagava a doença, se é que se poderia chamar isso de doença.Então haveria dois tipos e infecção, quando comeram junto e quando foram beijados pelos não mortos, mas nada comprovado, pelo menos era um começo...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A VILA DOS MORTOS - PARTE UM

       A muito tempo o vagante caminha por entre as matas e também as estradas da antiga tradição, sem ver uma alma humana...Sua busca interior o fez por muito tempo se afastar dos homens,  de suas falhas e seus desejos mortais...A paz e a solidão o fizeram mais forte e centrado...Mas como ainda tem muito do humano, nas suas veias, a necessidade de encontrar-se com ouros de nossa espécie é inerente e ele resolve voltar a roa habitável das estradas da antiga tradição...Elas com certeza o levaria a algum povoado, mesmo que não conhecesse qual povoado seria.
     Passaram alguns dias e em seguida a um entardecer calmo, e tranquilo ele observe de longe um amontoado de choupanas, e uma taverna na área central era um vilarejo pequeno, mas a simples ação de falar com outra pessoa interagindo, em uma conversa muitas vezes que não leva nada a não ser joga-las fora, já o animava.
Contudo, ao se aproximar daquele pequeno lugarejo,nota peculiaridades um tanto fora do normal, mesmo, depois de tanto se afastar dos homens...Geralmente quando se achega a noite os homens se reúnem em frente a taverna e dentro dela para passarem o tempo, se entretendo, após um dia pesado de serviços no campo e lavouras locais...Naquela taverna não haviam pessoas na frente , as casas apesar do  ar quente da noite se mantinham fechadas, portas e janelas, mesmo com gente dentro delas...Nenhuma caminhada noturna no vilarejo...Sim, algo se passa.
      Bom, mais curioso que apreensivo, o vagante adentra a taverna e encontra um amontoado de homens e mulheres tomando uma s e outras , mas com um tês séria...Não havia risos e conversas altas, apenas tensão...Então ele sentindo o ambiente se assenta em ma mesa de canto, pois as costas estariam mais protegidas pelo que pudesse acontecer, logo chega o taverneiro e ele pede comida e bebida para matar o simples desejo de que outra  pessoa lhe preparasse o alimento, afinal humanidade. Após um farto jantar e uma boa bebida, o vagante  curioso, se faz menção em sair da taverna, para uma caminhada de reconhecimento daquele lugarejo, quando é interpelado pelo taverneiro, creio que o único que lhe deu atenção suficiente naquele local e por simples interesse comercial:
     - Mestre, não é aconselhável sair a essas  horas, aqui não é costumeiro fazer isso! - por alguma razão estava faltando alguma parte, do que dizia aquele homem, pensou o vagante e mesmo assim saiu, sem se preocupar com o que outros lhe diziam, afinal, se conselhos valessem algo, eles não viriam sempre de graça...
     A caminhada não foi longa, mas mesmo assim curiosa...O Vilarejo, era um tanto pobre, e seu final dava em um pântano...Onde haviam marcas de muitas caminhadas...Quem iria adentrar em um lamaçal fedorento onde nada se cria a não ser bichos peçonhentos, para trabalhar, ou mesmo passear?  Realmente algo não está certo aqui...
Outra coisa que lhe chamou a atenção, são os entreolhos que se dava pelas frestas das janelas e portas, que muitas vezes pareciam terem sido feitas de propósito, para olharem quem, ou o que estaria, lá fora em frente a suas casas. Bom , nesse momento ter cautela nunca fez mal a ninguém: o vagante retorna a taverna pelos mesmos passos que saiu...
     Bem próximo da taverna, sob a noite um tanto escura ele vê um vulto de homem  se aproximando, um tanto cambaleante...Talvez um dos moradores que se encontravam na taverna, agora não tanto sóbrio pelo tanto de bebida que pode ingerir..Contudo quando mais se aproximava o seu encontro de frente, com aquele vulto, seus instintos de sobrevivência se alertavam cada vez mais, e lhe diziam:
Cuidado!Cuidado!
Mecanicamente, como sempre ocorria, o vagante esculpiu sua mão no cabo da espada larga, preparou-se e num instante de passos cambaleantes, o vulto toma mais uma ação de predador, um animal mais besta, que homem, apesar do corpo lembrar um.
Claro que o golpe foi certeiro no coração, pois era um ataque frontal, e a estocada de uma espada larga era inevitável de ser evitado...Então, poe que aquilo não caiu? Simplesmente convulsionou ese afastou, da espada após mais da metade ter entrado dentro do seu peito! A fera retrocede não para fugir, mas toma distancia para preparar o próximo bote...Agora com um salto também inumano avança pelo ar com as mãos que mais pareciam garras abertas e prontas para dilacerarem a pele de qualquer incauto...Assim com um desvio rápido, para o lado, o vagante fez novamente sua espada larga sibilar no ar, e se chocar com carne, tendão, músculos e finalmente um osso que se partiu,não, melhor, atorou-se ao completar o movimento de corte diagonal contra um dos braços da fera semi humana que lhe atacava.
Contudo não sangrou tanto quanto devia e pior...O sangue ou quer que fosse que saiu , fedia como algo podre e morto...Contudo o golpe teve efeito esperado atordoando a criatura dando tempo para o vagante respirar, tomar fôlego, se recompor...E foi os grunhidos da fera que alertaram os ocupantes da taverna, que o trouxeram rapidamente para dentro, e ao passar a porta, colocaram uma tranca pesada nesta.
    - Entendeu,mestre, por que deve ficar na taverna, eu falei que não era seguro lá fora!-  pestanejou o taverneiro, com ares de repreenda para o vagante...
   Sim aquilo era mesmo estranho não? O vagante ficou muito tempo andando sozinho, em matas fechadas, muitas intocáveis até então, e sempre se saiu bem, sem problemas e quando resolveu voltar aos homens, de um momento, para outro sua vida estava novamente em risco...

SEXTA 13!

     Chegou a sexta-feira 13! Muitos levam como crendiuces as sextas 13... Uns fazem até simpatias para sorte ou amor. Mas aqui na Serra as ...