As caçadas de não mortos mantinha uma certa harmonia no local a ponto deles não aparecerem mais na vila, e assim as mortes pararam por um tempo, e como o exemplo arrasta! Os moradores começaram a também e a seu modo fazerem suas próprias caçadas, contudo mais cruéis...Armavam armadilhas que aprisionavam os não mortos, para praticamente despedaça-los durante o dia. O vagante analisava, como poderiam matar e estraçalhar pessoas que viveram anos ou uma vida inteira, com tanta selvageria? Um dia a resposta veio por um ancião...Ele cultuava o divino e dizia que eles não tinham alma dos seus queridos, mas eram cascas vazias, enchidas por algum espirito maligno que desejava destruir as suas famílias e por isso não tinham mais dó daqueles corpos que a alma já se fora...Bom é uma desculpa bem convincente para simplesmente liberar os instintos de assassino e predador que todo o homem tem dentro de si...Sim, o Vagante sabia que todo o homem nasce mau,e somente com religião, compaixão, solidariedade e bondade, podemos então com o aprendizado diário de uma vida inteira, dizer que estaremos junto ao Divino...A coisa mais fácil nesse mundo de esquecidos, é praticar o mal. Contudo, fazer o Bem real, ah! Isso é difícil, e como!!!
Aquela rotina deu ares de normalidade a vila e o Vagante começou a ver pessoas saindo de suas casas, saindo para suas tarefas, diárias, seguindo métodos que começaram com alucinados pela bebida forte de uma taverna...E os comentários de um pântano assombrado trouxe movimento para o vilarejo, e começou a vir bandos em busca de aventuras, um tantos insanas...Uns outros vinham com seu grupo de religiosos, em alguma senda sagrada, sei lá, tem doido pra tudo nesse mundo, não é mesmo? E se me perguntam por que não terminaram com os mortos de uma vez, lhes digo: pelo motivo que move todo o homem mundano, ouro! Cada morador fez de sua casa uma pousada e lucrou com isso e a taverna? Virou uma grande estalagem...Onde as histórias das incursões do Vagante foram contadas e até fizeram um pequeno livro, que todos queriam ter, como uma espécie de manual do aventureiro do pântano amaldiçoado, histórias que poderão ser contadas mais tarde mas essa serão outras histórias a serem ditas, depois de cada viagem ao segundo mundo.
A noite após tempos caiu para o Vagante novamente dentro das matas, da segura campina, ele tivera demais, junto ao que julgava homens e isso já o contaminava novamente...Era um mal necessário para lhe lembrar dos que realmente tem de vigiar, dentro de si, para não se torna a verdadeira, fera, o verdadeiro monstro, que é o homem natural, aquele que vive e morre pelo ouro, aquele se ética, compaixão, egocêntrico covarde....Mesquinho. Ele sabe que no mundo dos homens são esses os que mais tem sucesso...Mas o mundo será realmente dos homens? Somos donos de tudo isso, ou quem sabe meros inquilinos, e que um dia deveremos prestar sérias contas dos abusos da casa alugada, para o Senhorio?
Na visão do Vagante, quanto menos erros ele cometesse, controlando seus impulsos mais baixos e se contentando como que puder carregar, ele estaria abastado e teria poucas dívidas com o Senhorio, pois fez poucos ESTRAGOS, sim, é uma visão peculiar, mas sensata
E a sua visão desse solar alugado, chamado mundo, qual seria, claro, se houvesse um Senhorio?
Não responda e fique para si, aqui na Serra não costumamos a julgar ninguém...Afinal todos temos de sobreviver e um dia morrer, não é mesmo? Contudo me passa, em minha mente um tanto torpe pelo cansaço dos anos da peleia e gritos de guerras, o que importa . não é que vamos sobreviver e u dia morrer...O que importa é como vamos sobreviver e como no final vamos morrer...E se caso haja realmente, nosso Senhorio, espero que com essa resposta possamos pagar, nossas dívidas...E se não pudermos, qual seria a pena, o castigo? Nessa hora nem me atrevo a imaginar!!!