domingo, 24 de janeiro de 2016

SOBRINHO INFERNAL- parte dois

     Alguns dias se passaram, e o Vagante havia dado um tempo naquele entreposto, conhecendo mais do que havia perdido nesses tempos de intra mundos que viviam crises, das quais se relutava mas tinha de sempre resolver...Por um breve momento ele sente os aromas das especiarias, dos perfumes, e tecidos, que trafegavam no comércio local.
E fi numa tarde tranquila que veio um aldeão correndo com um olhar parado e todo abrancado de medo, gritando que haviam matado cruelmente o casal de idosos que um dia foram bons acolhedores ao Vagante...ele se aproximou rapidamente do homem apavorado e perguntou daquela falta de sandice toda:
     - Meu Senhor, é verdade! quando cheguei lá para visita-los e comprar uma verduras, os encontrei todos degolados e lhes haviam torturado com certeza, antes por tantos cortes e sangue que vi...!
Rapidamente o povo do entreposto se formou em uma volante de segurança e se mandaram para o local...E o Vagante os seguiu, até lá.
Todos ainda não acreditaram no que viram...Eram gente pacífica e boa, lá dos Cafundós e agora, praticamente massacrados, mas por que motivos?  quando estavam a especular, uns do povo identificaram o Vagante como ele o era, um solucionador de problemas e pediram para que o resolvesse...Ele então pediu licença a trupe e se afrentou entre eles, analisou a cena e dentre tantas peculiaridades encontrou pegadas conhecidas, mas muito frescas para tal evento de visita: eram as marcas do sobrinho do casal idoso...Então ele cheirou e sentiu o ambiente ele sabia que teria ali uma caçada de sangue e vingança, agora mais do que nunca solicita do povo, que prezava muito o velho casal...E ele assim o fez saiu caçar o covarde, para também,saber o motivo de tamanha crueldade...
      Varados mais de dois dias correndo pela matas e sem descanso o Vagante encontra sua presa de captura, indo a frente de um pequeno riacho, para dar água aos bois de seu carro, pois eles andaram muito para livra-lo do crime e mereciam descanso por algum momento.
Mas como diz um ditado velho da Serra: o diabo te ajuda a fazer a panela, mas não a tampa! - assim todo o mal um dia sera revelado e todo o crime, por menor que seja, punido.
Resultado de imagem para moedas de prata judasO sobrinho infernal se assenta perto do barranco, a beira do rio, que desembocava em mais três afluentes, um deles chamado de Tigre...Ali na beira, começa a mexer em uma bolsa de couro e tira algo brilhante...Moedas de prata, eram vinte! E ele as conta, brinca com elas, fazendo-as tilindarem, elas foram como sinos da morte anunciando o preço de duas almas boas, vinte miseráveis moedas de prata.
      Sobre o espirito do Vagante se toma o do lobo e ele avança, ferozmente em cima daquele homem vil e desumano, e derrubando-o no chão o espanca fortemente, pois a escória como aquela não merece nem o frio aço na carne, pois a morte rápida seria uma benção demais para eles.
Daí o arrasta ao rio e o afoga, duas três , quatro vezes...Em meio aos gritos pedidos falsos de arrependimento e a desculpa que foram as drogas e bebidas fortes, que levaram-no ao crime, pois criou muitas dívidas e não teria como salda-las...Desculpas que qualquer autoridade local aceitaria, só pra não mais se incomodar e o lançaria em uma cela donde, ou conseguiria fugir, ou cumprindo uma pena leve do delito por estar torpe quando o cometeu sairia livre  em pouco tempo...Matar sem necessidade é errado e matar sangue do seu sangue, inocentes é mais cruel ainda. Pessoas que assim o fazem, merecem algo mais terrível que a morte, merecem penar doravante como corpo seco!
      Para esses desenfelizes, que se apresentavam com almas tão infernais, um antigo ritual aqui na Serra era feito, a fim de acalmar as almas sofredoras que pela mágoa de serem vítimas de seu sangue, não encontrariam a paz, sem poder então chegar ao Divino tão cedo...O Vagante sabia das Leis da antiga Tradição...Ele levou o sobrinho mata adentro na mesma beira do rio e amarrou o maldosos entre duas arvores forquilhadas pelos braços, que ficavam nem em toda a terra, nem em toda a água...Daí ele desgalha e deixa ela pegar todo o sol, da manha e tarde...Ali ele pede ao irmão vento, ao irmão fogo, e a irma noite que não deem-lhe descanso, rezando um esconjuro que livra de toda a fera que o devore...Ainda o Vagante o colocou diante de seu crime, furando as moedas e pendurando-as uma ao lado da outra, para que o tilindar sempre lembrasse do crime que fez...Dali ele partiu, sem ouro ou recompensa pois era sua obrigação de pagar o bom atendimento quando em vida do casal..Dali também não pisou mais, mesmo que ainda assim falassem da maldição do Vagante, que lançou no criminoso e serviu de alerta a outro doido que por ventura resolvesse imitar tal descabido...Mesmo que ainda falassem daquele corpo seco que andava chorando pedindo descanso meso depois de morto, pelo mal que fez... E sabiam que era o Sobrinho Infernal, pois havia sempre o tilindar das moedas quando ele passava, por entre a mata e abeira da água...Nem no céu nem no inferno!


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

SOBRINHO INFERNAL- parte um

   Após uma longa caminhada por campinas sem vida a quase se perder, de longe e tênue cor se apresenta ao Vagante, como um pequeno sítio ...Um pouco antes da entrada ele encontra um homem velho marcado pela dura labuta do solo na Serra, muito característico do povo serrano é o orgulho de viver de suas próprias contas, e esse homem mesmo idoso não era exceção a regra. O velho homem acompanha com um olhar calmo, mas precavido a aproximação do Vagante, afinal eram tempos perigosos e boa vizinhança não era mais saudável...
-Buenas! Aque mode vieste parar nessa bandas...? - O Vagante conhece o sotaque, ele é do interior, cafundós e quebradas...Um povo pacífico, a princípio. Sem muita prosa e falta de companhia logo foram se conhecendo e o homem com confiança e boa amizade convida o Vagante pra um café com mistura, em sua casa.
     Andaram um pouco mais e em seguida chegam a um rancho humildo as bem feito e cuidado...Podiam ter se passado gerações ali e você não via nada  estragado ou mal cuidado, afinal eram poucos os recursos e deviam ser muto bem aproveitados....E dentro da casa estava uma velha senhora que mantinha tudo nos devidos fins, sem que nada faltasse ou sobrasse naquele espaço mediano. Então tomaram o cafe bem reforçado, conversaram sobre novidades, que mesmo para o Vagante já eram velhas mas, pra quem tem um olho em terra de cego será sempre rei...Chegou o final da tarde o o velho casal, muito simpáticos comentam que bem próximo, menos de uma légua havia um entreposto para comprar mantimentos e materiais, onde o Vagante poderia se alocar melhor e que assim que seu sobrinho chegasse, poderia lhe dar uma carona no carro de bois, pois levariam as produções da roça para a venda de mercado....E o homem falava de modo orgulhoso pois foi ele que mesmo com aquela idade plantou tudo aquilo, e muito mais. Em meio a toda aquela correria do trabalho o casal se revesou em criar um boi de corte pra vender no mercado..Esse seria um tempo melhorado pela boa vontade e trabalho honesto, comentou a senhora simpática assim que chegou seu sobrinho conduzindo, o carro de boi, que avisou de sua presença devido ao gemido triste de suas rodas...Sinais da vida sofrida do interior da Serra.
      Durante a despedida que foi calorosa, o Vagante começou a conhecer, o dito sobrinho do casal, um homem levado por bebida forte, licores e outras porcarias que de nada ajudam, quando são...Em frente aos tios ele viu seu jeito meloso de ser, mas quando lhe davam as costas seus olhos se enchiam de um vermelho fogo, que irradiava muita raiva e ira, contra o casal. mas como disse , o homem era tipo chacal, só não atacaria ninguém.. Na caminhada até a cidade, levado assentado, no carro de boi, o sobrinho curioso, fazia montões de perguntas, todas com más intenções, querendo saber de onde era o Vagante, ele teria uma família rica?  Mas pela sabedoria do serrano, tolo é aquele que revela todos os seus segredos pra um estranho,,,O Vagante se aquieta e desconversa o sobrinho, com evasivas sutis e logo chegam no entreposto. Era um local de movimento, mais até que muitas cidades, pois no interior da Serra havia muitos sítios e fazendolas, que mantinham o alimento e os tecidos, couro e metal, nas cidades centrais, então o comércio era grande e tropas de mercadorias vinham e revinham daquele fim de mundo, direto.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

MEA CULPA

     ...Ela chora, sem motivo a mim aparente, nada para mim faz sentido...A traição das emoções que sente. Inimigo, dentro do teu mais intimo amigo ou amiga, criando o dilema de amor e a maldita intriga, do delicioso ao perverso, do santo ao prostituído nesse caótico universo.
      Deixo minha inocência e meu amor me vencerem por um momento, lhe dou conforto, assim tão pleno e absorto, sei que revidará, sua alma jamais admitirá, que fraquejou, que meus sentimentos sinceros, simplesmente aceitou.
Mas o que mais me doí, é saber que você não chora por mim, nem pelos meus, do meu sangue, mesmo após as juras, que você prometeu; você chora por um estranho, enfadonho de um mundo medonho, longe dos meus...Um estranho.
     E quanto toca nos meus? Também nossos....E o que você me diz, sou o vilão desse sofrimento sem desculpas, nem mesmo por um triz...! E mesmo assim para não perder o pouco que resta deste amor perverso e decadente, me calo e fico ausente...De fato, me aceito: Culpado!!!
Culpado de amar algo que não pode mais me dar, de sentir algo que não mais pode vir, sequer seguir...Culpado de amar alguém que mesmo andando, respirando, já não existe mais...Sim, eu continuo amando.
    Olhe, junto comigo esse terrível sortilégio que nos trocamos, maldições e sinas, um dependendo do outro, cadeira de roda e espinha quebrada, tetraplégico!
Palavras e sons, que saem e voltam balbuciadas de um louco, entre seu mundo miúdo, e pouco...Tudo tão tragicamente perfeito, para dar tudo errado, se aturando, remendado, cortado serrado!
      Um dia, digo a mim mesmo, vou partir, não quero mais voltar, assim de deixarei voar, livre de meus grilhões, para que possa realmente amar...Não consigo, são ão doces ilusões, que viciado fico aqui parado, calado, inocente de te amar?
Sim, culpado!





PERCEPÇÃO FINAL

   Anoitece, amanhece e estalela, ao que procura, padece!
Imagens da manha,estranheza das palavras, ou simples sutileza?
Bem vinda de carne alva e tão branca, seduzes e segura a onda sem trancas!
Aventurado fruto de desespero do lar escuto tua fala ,mesmo dentro do braseiro...
Vem de longe teu som, estrangeiro!
     Passos largos na mata, destacam-se daquelas presas que mata...Entristeço de
saber que para tu viveres sempre algo tende a morrer, que triste sina e que doce sintonia, tão fina!
Penso em estar ao largo, e deixar tu simplesmente passar, não me encantar, não te amar!
Mas como vício de solicitude, que rege tudo até a min, em ampla plenitude,
Só de escutar o teu respirar não me controlo, me arremeto sem medo de morrer, no teu colo!
Sonho mais tarde com meus pesares, detalhes profanos de arrependimento, por ceder mesmo diante de tal discernimento....Mas não me importa quando você está lá...Então pecado e dor eu digo: que se  vá!!!
     Diante desse inevitável ser e estar, de não saber o que fazer, a não ser ficar...Respiro agora todo o teu ser, com essência de vida divina e profana, como viver e morrer, fosse tudo em um único ser.
Sou completo diante de tua sombra, e longe de seu olhar me torno puro deserto, cercado de pouca vida, tão cheio de dúvidas...Não te vá, não me abandones, não! Quando isso ocorre fico eu o assombro, menos que sombra, então!
     Vejo os ossos dos antigos diante de ti, virarem pó, e de teus olhos, nem um pingo de dó...Eles apenas me encaram, em flerte macabro, inertes.
Ouço o som de um coração batendo dentro da soleira do tempo, tão fraco, sem sentido sem ida ou vinda, apenas tocando o ritmo compassivo de uma antiga canção: me perdoa a gora digo eu, pois termino aqui, ta~cedo pois tenho de partir,
perdi meu momento e chegou meu tempo, voando alem dos céus, estrela de metal da manha...
É hora de meu,,,,Adeus!




SEXTA 13!

     Chegou a sexta-feira 13! Muitos levam como crendiuces as sextas 13... Uns fazem até simpatias para sorte ou amor. Mas aqui na Serra as ...