quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

SOBRINHO INFERNAL- parte um

   Após uma longa caminhada por campinas sem vida a quase se perder, de longe e tênue cor se apresenta ao Vagante, como um pequeno sítio ...Um pouco antes da entrada ele encontra um homem velho marcado pela dura labuta do solo na Serra, muito característico do povo serrano é o orgulho de viver de suas próprias contas, e esse homem mesmo idoso não era exceção a regra. O velho homem acompanha com um olhar calmo, mas precavido a aproximação do Vagante, afinal eram tempos perigosos e boa vizinhança não era mais saudável...
-Buenas! Aque mode vieste parar nessa bandas...? - O Vagante conhece o sotaque, ele é do interior, cafundós e quebradas...Um povo pacífico, a princípio. Sem muita prosa e falta de companhia logo foram se conhecendo e o homem com confiança e boa amizade convida o Vagante pra um café com mistura, em sua casa.
     Andaram um pouco mais e em seguida chegam a um rancho humildo as bem feito e cuidado...Podiam ter se passado gerações ali e você não via nada  estragado ou mal cuidado, afinal eram poucos os recursos e deviam ser muto bem aproveitados....E dentro da casa estava uma velha senhora que mantinha tudo nos devidos fins, sem que nada faltasse ou sobrasse naquele espaço mediano. Então tomaram o cafe bem reforçado, conversaram sobre novidades, que mesmo para o Vagante já eram velhas mas, pra quem tem um olho em terra de cego será sempre rei...Chegou o final da tarde o o velho casal, muito simpáticos comentam que bem próximo, menos de uma légua havia um entreposto para comprar mantimentos e materiais, onde o Vagante poderia se alocar melhor e que assim que seu sobrinho chegasse, poderia lhe dar uma carona no carro de bois, pois levariam as produções da roça para a venda de mercado....E o homem falava de modo orgulhoso pois foi ele que mesmo com aquela idade plantou tudo aquilo, e muito mais. Em meio a toda aquela correria do trabalho o casal se revesou em criar um boi de corte pra vender no mercado..Esse seria um tempo melhorado pela boa vontade e trabalho honesto, comentou a senhora simpática assim que chegou seu sobrinho conduzindo, o carro de boi, que avisou de sua presença devido ao gemido triste de suas rodas...Sinais da vida sofrida do interior da Serra.
      Durante a despedida que foi calorosa, o Vagante começou a conhecer, o dito sobrinho do casal, um homem levado por bebida forte, licores e outras porcarias que de nada ajudam, quando são...Em frente aos tios ele viu seu jeito meloso de ser, mas quando lhe davam as costas seus olhos se enchiam de um vermelho fogo, que irradiava muita raiva e ira, contra o casal. mas como disse , o homem era tipo chacal, só não atacaria ninguém.. Na caminhada até a cidade, levado assentado, no carro de boi, o sobrinho curioso, fazia montões de perguntas, todas com más intenções, querendo saber de onde era o Vagante, ele teria uma família rica?  Mas pela sabedoria do serrano, tolo é aquele que revela todos os seus segredos pra um estranho,,,O Vagante se aquieta e desconversa o sobrinho, com evasivas sutis e logo chegam no entreposto. Era um local de movimento, mais até que muitas cidades, pois no interior da Serra havia muitos sítios e fazendolas, que mantinham o alimento e os tecidos, couro e metal, nas cidades centrais, então o comércio era grande e tropas de mercadorias vinham e revinham daquele fim de mundo, direto.

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