A MORTE DE UM IMORTAL: PARTE UM

    A muito se passara desde que se viu junto a companhia contra a maldita serpente...Muitos foram os amigos perdidos, nesse, e em outras tantas batlalhas, que aos poucos sua alma estava quase seca...Sem vida ou interesse nos ditames humanos, materiais, por assim dizer...Agora se fixara nas terras que foram herdadas de Marco, pelo menos de momento tinha o que fazer, vivendo do que plantava, do que colhia, pensava, como desculpas pra continuar existindo nesse mundo de Deus!
   Mas mesmo que você dome um lobo e o coloque em meio aos cães, ele sempre será lembrado por esses cães ,que ele é um lobo... Então não demorou muito pra alguém que sabia de seu passado lhe encontrasse, afinal, são poucos que se atrevem a mexer com o outro mundo, poucos e sem nenhum juízo ,aparente.
Então era uma tarde gostosa de inverno, dqueles dias que começam com uma geada bem forte e depois abre-se em um ensolarado calor, que chama para um aprochego de fora da casa bem ao largo de uma humilde varanda, sim nesse dia chega um homem a cavalo, e logo pede licença pra se apresentar ao Viandante...Que sabia que dali boa coisa não vinha.

     Contudo o homem que apeava de seu cavalo parecia um tanto cansado, e aquele olhar de exaustão não era do trabalho da peleia era...Da vida!
-Buenas! E não éres aquele que chamam de vagante dos mundos?
- Se me chamam assim,não o nego, mas já me deram muitos nomes nessa minha vida entre mundos sofrida Sim! - respondeu o viandante.
- Sabes que se te venho a encontrar de bons negócios não são, pois nem o conhecia até antes então, podemos conversar e então ouvires minha parte da história?
- E por que não o faria afinal. por respeito veio de longe e pelo menos em meio a uma refeição as conversas não serão por um tempo mais solitárias do que ja estão, se aprochegue e me conte o que tem de falar...
      Sentaram-se dentro da cozinha enquanto o viandante servia uma  sopa quente, apesar do frio lá fora, dentro da casa ainda tinha um quezinho de inverno, devida a infiltração e úmidade sempre era meio frio, e uma refeição dessas junto com uma bebida forte vinha a calhar.
- Sei que ouviste muitas histórias mas o que tenho a propor excede um pouco além do costumeiro mesmo para seus rigores...Primeiro entenda queapesar da carne e ossos aqui presentes, não sou humano em essência...A muito antes mesmo do homem eu e muitos iguais a mim viemos dentro de navios que navegavam entre as estrelas dos altos céus! Meu povo era desbravador de mundos e por acaso encontramos esse ao qual me enocntro agora ilhado... Quando chegamos ainda haviam grandes lagartos que devoravam tudo e a todos! E tal era a rudez desse mundo que não cabia que eu e meus companheiros continuassemos vivendo naquelas condições! E Foram muitos os que pereceram e poucos de nós sobramos....Estávamos desesperados!
Então apelamos pelo conhecimento dos antigos, pois queriamos viver a todo o custo! Com ele e o pouco material elemental que haviamos colhido desse mundo fizemos grandes caixões e com essência celestee colocamos nossos corpos mergulhados...Ao contrário do que se pensa a eternidade não vem dos corpos mas de nossas almas imortais, então conservamos nossos corpos para quando outros nos achassem, iguais a nós...E acabamos vivendo nesse mundo habitando os corpos ,evoluindo junto com toda a terra!
    Contudo meu amigo, a eternidade com o tempo se torna enfadonha e cruel, passamos de animal em animal por 1000, 2000, 10.000,100.000...900.000 anos! Eu já me desconectei de meus irmãos e irmâs
pois muitos de les já enlouqueceram ou tornaram-se loucos a cada nascimento. Por sorte me mantenho lúcido por incontáveis gerações, e lembrando de tudo! De cada dor, de cada perda, de cada ressentimento!
- Entendo, apesar de fantástico, pois quando tiramos o improvável, tudo é possível....Agora e quanto a minha parte "Não-Homem", o que deseja de mim...?
- De você vagante, nada mais justo do que a minha morte...ùnica e final morte!
    As coisas nunca serão fáceis ao viandante de dois mundos...