GUARDIÃO INCONFORMADO!

     Como você pode ser tão tolo, ainda depois de tudo?
Depois de ser cortado, esmagado, triturado...E finamente gospido?
Descartaram-te como a um verme, e você ainda rasteja na direção deles?
   Quando te esfolaram, não doeu? Quando te afogaram e envenenaram, o peito não queimou?
E depois de tantas dádivas dadas ale´m da própria vida você ainda tenta retornar, para aqueles que
o trairam?
Lembra-se dos olhos incrédulos quando todo arrebentado ainda estava de pé? e quando atirado, e atingido por várias vezes andou? Aquele olhar era de rejeição e asco e não de amiração!
Acorde maldito!
Acorde!
    Devolva em mesmo aço a sua ferida, devolva em fogo e morte a tua dor, jamais rasteje! Jamais rasteje!
Olha, esse mundo só entende o sofrimento e a penúria...Homens bons tem MEDO! Os homens sem medo e respeito não se valorizam e nem se amam, eles matam e conquistam!
Corte, sangre, e derrube-se o que é mais forte, coloque-os abaixo de suas botas e unidos pela mesma altura, abaixo de você, e o abismo cai...O pão será dividido por medo de ficar só, a bebida será tomada de bom grado por mais amarga que seja...Pois haverá algo ainda a se tomar!
    Então por que não o fazes, se tu a tudo pode? Por que se veste em trapos e andas medicante entre eles, depois de tudo o que fizeram....Não! Não me digas que é o amor...Se te amassem eles te consolatiam, eles no mínimo pediriam o pabençoado perdão, e dado teriam a gratidão!
    Deuses dos cães violentos, senhoras das sombras assassínas, acordem esse miserável, e o façam reagir, coloquem o fogo da ira, o caldeirão da raiva, o sanfue do murso negro em sua alma e o façam senhor de tudo por direito que lhe é devido! Acordem-no! Acordem-no!
    Que a chama da luta corra fluida como sangue em suas veias, e de sangue seja sua fome dessas almas indignas, pútridas...Que lhe violaram a carne e guspiram em sua face! Ah! por que não comigo, seu mais humilde servo? Por que não comigo?!!!
   Deixa eu limpar teus ferimentos, abrandar a tua dor, aquece-lo do frio de toda as manhas da as ruas e cantos fétidos por onde rasteja...Deixa eu limpar ao menos o chão para teu corpo passar, nao! Não me recusas!
    Se não podes lutar determina que eu assumo tudo o que tem de ser feito, sem maior dor do que já recebeste e com mão de ferro partirei o crânio de quem lhe ofendeu e machucou...Serei o martelo pesado da destruição, a luz que corta fundo a carne, atravessando o mais negro coração!
    Mas não tu te calas, apenas me deixa ver e te seguir, silencioso nem choras mais, pra que não possas ouvir, contudo é tua alma que sangra e por essa devoção não tenho como não ouvir...E tua dor se torna maior dentro de meu peito pois não que não possa faze-lo mas por teu amor nem ouço meus desejos de vinga-lo...Deuses por que permitem?!!!
    Então por fimtambém conformado, te sigo a cada tarde, a cada anoitecer, a cada amanhecer, um passo atrás e á sua esquerda, como servo que sou em tua obediência, chorando onde nsuas lágrimas não podem ser...E seguirei até meu cair...Ao pó retornar, pois sei que ainda permanecerá, e devoto serei até que meus filhos e os filhos deles por diante também te servirão, como confidentes silenciosos, parcerios dessa dor interminável...Tudo isso em nome do grande mal do homem atual, em nome desse maldito...
AMOR!