Havia amanhecido e mal dormira...Eu trabalhava muito naquela época nas forças de segurança militares...Nosso efetivo era pouco naquela cidade, que era de mais de cem mil habitantes, então haviam escalas dobradas para todos e não teria nenhum reforço, para mais nada.
Acordei cansado pois havia pego um turno intermediário de seis horas, trabalhando até a uma da manha, e novamente pegaria no turno as sete horas. E quando havia me deslocado para pegar uma condução até minha unidade de serviço, um vizinho de minha casa vem muito nervoso pedindo ajuda por que haviam um homem de nosso bairro, conhecido por mim, de anos, que descontrolara-se tornando-se violento com sua esposa, e seu nome era Negredo.
Negredo era um homem tipo roncão, sem quase nenhum estudo, se fez na vida com a força de seus braços e conhecimentos mínimos que pegou no diz que diz , aprendeu por conta o oficio de pedreiro, e não demorou a casar-se quando, ficou mais velho, simplesmente porque não sabia cozinhar...Parecia idiotice, mas no interior e naquela época era assim... Os casório também não passavam de contratos de conveniências, uma vez que as mulheres eram um peso que pouco produziam no campo para as famílias e se engravidassem solteiras seriam mais bocas para alimentar
Assim era a dura vida do campo!
A mulher de Negredo era simplória e acostumada aos ditames locais, casou por ter sido mandada e aprenderia com o tempo a amar e também muito a tolerar o marido.
Contudo, a convivência e também, a vontade de trabalho do marido uniu mais o casal e foram para a cidade, morar no bairro em que nasci, cresci e agora me faço morador do local...Quando mais jovem conheci Negredo e o homem era de pouca lida...Do maior dos males dele era que adorava passar em um boteco antes de ir para casa e beber algo forte, para então jantar...Meu velho pai, que os céus o tenha sempre me dizia que a Desgraça, ou começa, ou termina em um boteco e não deu outra!
Enquanto eu descia rapidamente para a casa do Negredo tudo isso e muito mais me veio a mente...Eu era mais velho e ele também...Um homem velho e sem razão nada tem mais a perder...
Cheguei com calma e cuidado próximo a sua residência e me informei com os moradores ao redor e me disseram, de que ontem a noite ele havia tomado sua cerveja no bar e um dos bebuns fora de si comentou de que a sua mulher após mais de trina anos vivendo com ele, o estava traindo...Ele escutou e nada falou e se mandou para casa, e agora pela manha, quando os companheiros de serviço o vieram buscar ele não atendeu e haviam estranhado pois nunca se atrasou antes para o trabalho...
Na casa eu tentei abrir a porta mas algo estava a segurando por assim dizer.Sabendo de que Negredo poderia bem ter cometido um ato insano, resolvi arrombar a porta, e avançar com tudo para salvaguardar a sua esposa, se estivesse viva...Quando chutei fortemente a porta senti um peso como se afastando e instintivamente saquei de minha arma, pois Negredo era um homem ainda muito forte
, e quando a porta abriu vi um vulto em meio as sombras do interior, pois lá fora estava mais claro que dentro da residência e todas as portas e janelas estava fechadas e cortinadas..Desviei rapidamente para o lado e fiz mira com minha arma esperando uma reação mais violenta e então com as vistas acostumadas ao menos claro da casa notei que era o corpo de Negredo, que se encontrava pendurado pelo pescoço por uma corda, e seu rosto todo descorado, deixava a língua para fora bem á amostra, típico de um enforcamento, aproximei com cautela até o quarto do casal, e encontrei o corpo de sua esposa enrolado em um lençol deixando de fora braços e a cabeça da mulher e havia muitas manchas de sangue pelo quarto e na cama...Nada poderia ter sido feito pela esposa, que também foi morta por Negredo, em sua ensandecida vingança de suposta traição...O que achava difícil pois aquela mulher era fiel ao seu marido e fofocas e injurias saem das bocas, que são desatadas pelo álcool e seu maldito vício...Então isolei o local até a chegada das autoridades que podiam mexer na cena do medonho crime.
A mulher segundo as autoridades no local, havia sido morta por evisceração, e depois disso, em meio a sua agonia da morte Negredo ainda a violou fortemente e a sufocou...Depois dado tino do que fez ele se enforcou no suporte que havia no pé direito da porta de entrada de sua residencia, e antes trancou tudo, como que quisesse fazer pirraça de um último momento depois de sua morte...Quando mexeram em seu corpo, misteriosamente o relógio de parede que ele havia comprado quando chegou na cidade, começou a tocar...Doze badaladas tétricas, como que se despedindo de seu senhor...E por anos a casa foi fechada pois diziam os locais que ouviam ainda depois de tempos o lamento da mulher, que foi injustamente acusada de traição, dizendo:
- POR QUE MENTIRAM SOBRE MIM, EU NUNCA FUI ASSIM, POR QUE, POR QUE?
Outro dizem que naquela casa em certos momento e horas da noite pela vidraça da porta de entrada, ainda alguns o viram aparecer seu rosto descorado, do Negredo, e encara-los com um grande sorriso, deixando a língua enorme de enforcado cair pra fora de sua boca, deslocada..
Depois daquilo eu não desci mais para aquela rua...E a história ficou, por mais uma dor de quem não mereceu, apenas por um olho mau de ressentimento do pouco, que esse homem tinha, e aquele que injuriou se perdeu o nome, pois na hora do ajuste de contas eles são covardes pois usam as palavras para ferir e matar.
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
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