Machado vinha de uma linhagem de Homens fortes de orgulho negro, sem intimidação e um tanto arrogante...Sempre fora o mais alto, o maior, por onde passava, isto é, enquanto estava dentro de sua zona de conforto, no interior, onde a força mandava muito mais que a lógica e razão!
No seu pedaço de chão, todos queriam ser seu amigo, ofereciam bebidas e comidas, a fim de uma relação de paz o o grande homem...Com tanto agrado é claro que Machado queria muito mais, afinal, o que vem de graça ninguém valoriza e o campo do vizinho é sempre melhor que o nosso, reza um ditado entra os insatisfeitos...
Era hora então de novos ares onde poderia realmente desfrutar de seus talentos naturais, talvez e por que não a cidade grande? Rapidamente Machado fez as malas e sem pestanejar, deixou tudo para trás e se mando...E quando o fez, dizem alguns que o interior voltou ao que era e muita gente pode respirar melhor e tranquilamente dali para frente.
Na cidade de Tierra Madre, de início ele se candidata aos cargos que apareciam no emprego de chefia, de primeira vista todos o atendiam bem e prometiam um futuro promissor, mas quando sabem que nem o nome ele sabe assinar nos documentos, esse futuro desmorona em instantes e ele volta ás ruas a procura de trabalho...E os dias se passam rápido sem esperanças, viram meses, e entre tudo de errado que lhe acontece vem o tempero do orgulho, ele não voltaria atrás, para o interior e mostrar seu fracasso, para aquelas que o adularam como o líder que achava que era, imagina como ficaria a reputação dele dali pra frente?
E quando o estômago não aguentou mais ele devorou seu orgulho e foi trabalhar de braçal em obras de construção e podia então pelo menos se sustentar, agora com um esforço pertinente a todos nós mortais e normais, nessa terra esquecida pelo divino, pra muita gente. Ele foi morar em um bairro de subúrbio em uma pequena choça e saia religiosamente pela manha e voltava noite adentro, pois andava do trabalho, que era longe de sua casa e vice-versa...Nesse caminho encontrou-se aos poucos com um homem simplório, de nome Oliveira...Era tudo o que Machado detestava: fraco mal ajeitado...Mas era o único humilde o suficiente para lhe dar uma atenção e conversar com ele, durante toda a caminhada de ida e vinda de sua casa...E assim a vida seguia para esse agora grande homem fracassado.
Durante as caminhadas e conversa com Oliveira, a amizade cresceu de certa forma a ponto de Machado ir visita-lo em sua casa, até almoçar com ele...E isso foi o deixando mais descontente pois não entendia como um homem desses, que era também casado, com uma linda mulher, coisa que ele nunca teve desde que chegou nessa bendita cidade, que também havia com ela ter duas lindas crianças, poderia também ganhar mais do que ele e ter uma linda casa, frente a joça que vivia, e mal conseguia pagar o aluguel?
Nesse tempo agora conhecido o ambiente de Machado faço um interlúdio e falaremos da esposa de Oliveira...Afinal como poderia mesmo uma linda moça se apaixonar por um homem simplório se não fosse por duas causas: pelo coração bondoso do homem (o que não era a causa dessa mulher) ou por interesse de suas posses...Essa mulher não tão longe da mesma ideia de Machado, se achava a mais bela de seu lugarejo e também em sua fantasia achava que a sua beleza lhe abririam as portas do sucesso e da vida fácil da cidade grande...E foi com as decepções, que veio parar nas mão gentis de Oliveira, pelo menos tinha casa e comida, e com o tempo ela aprendeu a gostar daquele homem que de bonito não tinha nada de especial, mas a tratava como deusa e sempre lhe enchia de mimos e presentes assim que podia!
Falando de Oliveira, o homem apesar da aparência, não era tão descentrado: conseguiu um emprego nas empresas do governo, estável, fez sua casa com custos próprios, e quando a solidão bateu, se encantou com aquela princesa que encontrou dormindo na rua, se apaixonou de imediato, e com seus dois filhos se sentiu feliz e completo, pois tinha os pés no chão e o que o Divino lhe desse a cada dia já era bem vindo, por não desejar o sucesso, ele lhe era então inerente!
E sua fama era bem dita na comunidade em que vivia, e estranhavam que homem daquela classe social vivesse em bairro tão carente...E como aconteceu com Machado alguns vinham a casa de Oliveira o adular, a fim de amizades convencionais a eles mesmos, muitas vezes, só para dizerem e gabarem-se de sua amizade com um homem melhor que eles, pura vaidade! Contudo Oliveira era homem centrado e não se deixava levar por isso e ajudava os "amigos", quando também podia, no fundo dando esperanças, daqueles pobres diabos a viverem mais um dia, com tão pouco!
Dentre dessas amizades, também se aproximaram de sua esposa, as mulheres locais, e a adularam como a Oliveira, e de momento para sua vaidade, era o suficiente...Mas quando ela também conheceu a Machado, seu coração palpitou, pois via nele, uma parte dela que um dia, saiu com os mesmos ideais, mesmo que infantis.
Das amizades daquela mulher, a esposa de Oliveira, havia uma pestilência, muito maior, que se chamava de Negah, pois essa era fracassada, como os demais, mas em sua alma venenosa, odiava quem era melhor que ela a ponto de causar desgraça só pra se contentar em ver a queda desses e por isso sempre fingia amizades e esperava como cobra a hora do bote, destruindo toda a vida ao seu redor, e perdendo tanto tempo com suas maquinações, que daí sim não saía de sua miserável vidinha mesquinha.
E foi nessa deixa que percebeu dentre Machado e a esposa de oliveira, que arquitetou o plano de ruína deles todos.
A cada momento que via esposa de oliveira, ela incutia de a esposa deveria fazer um seguro de vida do marido porque poderia beneficiar-se se ele morresse, e viver feliz sem preocupações para o resto de sua vida...Isso se deu a tal ponto que convenceu-a e ela incucava o marido, que sabia dos valores altos a se pagar de um seguro de vida e quase poderia por a estabilidade do lar á prova do que ele estava seguro a viver...Mas era seu amor que pedia e ele se ajeita daqui e dali e consegue fazer após insistentemente pedir-lhe, o bendito seguro de vida!
Então a cobra ardil começa a enaltecer de como Machado parecia um par ideal a esposa do Oliveira...Alto forte, digno da princesa que se julgava e de sua beleza, e aos poucos isso atirou aos braços de Machado, que vivendo só a muito tempo e no fundo desprezando Oliveira até como homem, começou um romance proibido com sua esposa, a ponto de até faltar no trabalho, só para ficar com ela...E ela deixava as crianças sozinhas em casa e saía horas para o mundo, pra ficar com ele...E como o segredo torna o romance picante o fogo da paixão queimava ardente entre os dois!
Mas o que é mal, nunca termina bem, e os comentários era grandes, e mesmo assim o amor de Oliveira pela mulher o cegava e no fundo ele achava que eram mágoas da beleza dela, pois seu amigo Machado jamais faria uma maldade dessas com ele!
E o veneno de Negah, ainda fomentava...Como os futrícos não deram em nada ela alimenta a ideia na mulher de Oliveira, para se livrar do marido e ficar com Machado e o seguro dele, e viverem felizes para sempre...Mas sempre em tom de brincadeira, para não ser levada de momento a séria, mas deixava uma sementinha do mal para se pensar.
Um dia, cansada daquela situação dupla, a mulher do Oliveira, não queria mais um momento ou outro com o Machado,mas por inteiro e num de seus encontros, sorrateiros desenvolve um plano mortal para seu marido e convence facilmente Machado a executa-lo: Oliveira sempre gostou de pescar e preparar peixes para o almoço da família, afinal as crianças adoravam peixe fresco! Então Machado se ofereceria para companha-lo, e no rio quando pudesse faria uso de sua vantagem e força e o mataria, afundando o corpo com pedras no meio do rio e o serviria de alimento, aos peixes que tanto gostava de pescar, e de ironia, chamou aquilo de justiça poética, para disfarçar o frio assassinato que premeditara...E assim foi feito, toda essa loucura se realizou!
Quando Machado terminou o serviço voltou a ter com A mulher do falecido Oliveira e forjaram um bilhete suicida, onde o falecido e assassinado, se dizia com depressão e cansado da vida e então o suicídio no rio...Logo após um deram um tempo para relatar o sumiço ás autoridades e mais um tempo para solicitar o pagamento do seguro de vida...E tudo ia bem, para eles, começaram até eles mesmos a acreditarem que sua mentira iria dar certo, quando uma denúncia anônima ( e adivinhem de quem), colocou o caso em dúvida, onde os investigadores começaram a acompanhar a vida corriqueira da mulher do falecido Oliveira...E um dia, Machado vem na madrugada, secretamente na casa vigiada e sem saber, pois não aguentava mais da falta de sua paixão, e de seu lindo corpo.
As crianças dormiam, quando eles friamente se amaram na cama do casal, do marido que mataram, e em meio aos gemidos de prazeres carnais, comentavam como seria a vida juntos depois do assassinato de Oliveira...E como sempre a língua será a chibata do traseiro, foi essa confissão de amantes que um dos investigadores ouviu, quando se escondeu debaixo do assoalho da casa, quando viu da chegada de Machado, á casa de sua amante...E a casa deles então veio a baixo!
O comentário se deu logo na vizinhança, e a prisão foi rápida...Cada qual pegou mais de quinze anos de prisão...E as crianças? Bem aí vem a ironia do destino. Como não haviam parentes conhecidos, as autoridades escolheram a melhor amiga do casal para cuidar das crianças e até sua maioridade gerenciar o valor do seguro, e o nome dessa amigona, era NEGAH!
Nessa vida nunca se diz que tem sempre um final feliz, é somente uma questão de sobrevivência num mundo onde o homem é lobo do próprio homem, cão come cão!
terça-feira, 30 de outubro de 2018
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