Caminhando um tempo pela velha estrada Mooshradoom avista um velho rancho onde se achega e pedi um local para ficar e um pouco de água para beber...O rancho era de um jovem casal, que haviam herdado a fazendola de um parente distante que morreu recentemente de morte misteriosa.
Como o dia estava muito quente, convidaram o velho monge para se achegar á sombra de uma pequena varanda...Eram um povo muito simples dos arredores e nenhum tinha mal de outro e a paz local só era quebrada por essas mortes misteriosas que ocorriam vez ou outra, ora com idoso ora com crianças novinhas, um fato curioso era que nenhum dos jovens da vila era afetado no longo desse tempo, por tais males....Curioso e estranho.
- De onde vens bom monge? Parece que caminha a muito, não? - replicou o jovem rapaz para puxar uma boa conversa, afinal não era sempre que tinha visitas e poucos paravam por aqueles cantos com medo de que tais mortes sejam um mau agouro que possa ser carregado, pelo corpo ou mesmo pelas vestes.
- Veio de longe, e sem destino busco a purificação e quem sabe perdão do Divino por meus pecados terrenos, meu jovem! e com sorte quem sabe também com jeitinho certo consiga a expiação também de muita gente boa com minha vida penitente!
- Então dá uma benção na nossa criança, monge. Faz tempo que ela anda muito caidinha, talvez seja um quebranto que colocaram nela, pois brincava e sorria como uma flor do campo num dia de sol e agora esta amuada nos cantos, tristonha, sem vontade de viver...Tadinha
- Diz meu filho, e isso ta acontecendo sempre nesse vilarejo? Você pode me dizer se tem mais alguma coisa de diferente acontecendo nos arredores além das mortes?
Nisso a jovem esposa chega com uma jarra fresca de limonada fria com mel, e intercede também na prosa:
-Falando nisso monge, to lembrada de que o pessoal anda comentando que tem coisa errada por aí sim! Quando fui lavar a roupa com as comadres no rio, elas dizem de que viram uma bola de fogo passando a noite no campo e as vacas se assustaram e deram leite azedo três dias, e não dormiam mais de noite e sim de dia...Mas por que quer saber, afinal o que você acha bom monge?
A esposa serve os dois e se assenta ao lado do marido, também se servindo daquela limonada suada e resfriada, vinda de uma bica de água que ficava sempre a sombra dos pés de limoeiro, de onde foi tirada a fruta para fazer o suco agridoce....Moshradoom toma com goles longos virando o copo de vez só e matando a sede como se deve, então olha para o interior do copo como se pudesse ver o invisível de onde estava e achando as palavras certas responde ao jovem casal.
- Meus filhos, só mais uma pergunta e deixarei-os satisfeitos em suas curiosidades...Tem algum rezador ou erveiro morando na vila?
- Por o senhor ter mencionado por acaso vem uma rezadeira que mexe com remédios também vez ou outra e que deu remédio pra nossa criança, também. É uma boa senhora,uma tal dona Luci...-diz inocentemente o esposo a pergunta de Mooshradoom.
Ciente da soma das respostas ele compreende que todos estão necessitados de sua ajuda.Em seus pensamentos Mooshradoom já lembra ter enfrentado em sua caminhada muita gente malvada e com pactos secretos com o lado obscuro, drenam as energias vitais das pessoas que fazem a ponte com o além, geralmente são idosos, que estão bem próximos de sua passagem espiritual, ou também crianças novinhas que tenham manos de 4 anos de idade, pois faz pouco tempo que chegaram de lá de cima.
- Me mostrem onde mora essa mulher e depois retornem a suas casas, entrem com a criança no quarto e ao redor da cama façam um circulo de sal grosso. Sentem na cama e me esperem sem sair de lá até eu voltar, certo crianças? - a voz do monge se torna forte e o casal obedece pois entendem que não podem lidar com o outro lado...Isso é coisa de mais velho.
Encaminhado ao local, Mooshradoom adentra a uma trilha sinistra na mata onde dá de cara após um tempo de caminhada a uma choupana velha...Ao entrar na casa nota que tudo está fechado apesar do calor e sol lá fora, que na cozinha de chão batido dentro da fogueira pequena acesa há um incenso que queima e pesteia o local com vapores anestésicos...Então de um canto da mesa da cozinha sentada entre as sombras uma voz definhada lhe acalora com boas vindas:
- O que essa velha mulher pode fazer por você monge? Ta doente, cansado de caminhar? Quer cura? quer pouso?
- Você deve saber por que vim aqui, mulher das sombras, deixe a vila em paz siga seu rumo e poderá ainda louvar as sombras com o pouco alento de vida que lhe resta!
_ Monge, não se precipite, te acalma! Podemos negociar não? Senta comigo e come um pouco de meu pão salgado e bebe de meu vinho, seja camarada!
Mosshradoom cerra seus olhos vendo como ardilosa e traiçoeira é a quela mulher das sombras...Nunca devemos aceitar juntos de que oferece, vinho pão e sal, pois se for um das sombras tomará poder de sua alma, secando-a que nem peixe jogado na areia e ao sol.
-Em nome de Gabriel, Uriel e Zadkiel! Eu te denuncio bruxa enrustida! Em nome das potestades e tronos eu te digo presa! Em nome dos anjos arcanjos, eu te digo partas e não voltes mais!
-As palavras sacras, Não! Você conhece a linguagem dos antigos...Maldito, me trancaste até para meu mestre! Tu e mal aos sombrios monge muito mal!
Assim em um choro melancólico a bruxa da um grito medonho e o barraco todo se incendeia, agora não poderia mais fazer ali as malvadezas dos sombrios, nem tão pouco chamar infiltrados para lhe socorrerem...Ela tava trancada dentro de um corpo de velha que usava pra entrar na vila, pra arruinar as alminhas novas e matar as velhas, antes do tempo para ficarem sem descanso na eternidade, E no meio de um redemoinho de fogo foi levada pro mais fundo sertão seco de castigo das enfermidades e mortes que causou sofrendo uma vida para cada tormento, de lamúria e fome...
Mooshradoom retornou á casa do jovem casal e viu ao chegar um pequenino bracinho acenando para o monge, que em seguida vinha junto ao corpinho da criança sapeca pulando de alegria jovial que nem a flor do campo em sua direção lhe dando um forte e apertado abraço de agradecimento. Nessa hora, Moshradoom sabia que era mais passo que dara tomando do certo, para sua redenção e mais perto do derradeiro encontro para findar sua penitencia
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