Durante um tempo de minha vida me peguei a pensar por que grandes momentos de mudança se deram em cima de uma ponte ou em um lugar, onde se intermediava de um mundo para outro...Isso veio a meus pensamentos a um tempo atrás, quando ouvi um história de um homem que passando por nosso acampamento havia comentado de ter participado de uma patrulha tardia de socorro, frente a um combate decisivo, em cima de uma ponte.
-Era um dia muito calmo em nosso posto, o sol brilhava quente e parecia trazer boas notícias de início, pois haviam se passado dias nublados e frios anteriormente e até mesmo os pássaros estavam cantando em festival, frente ao calor que se iniciava...Foi quando um mensageiro chega em montaria ligeira, pedindo passagem, para falar com nosso líder...Já havíamos esquecido que estávamos em frente de combate contra um duro inimigo, e que milhares de bons companheiros tombaram, a fim de aplacar a maldade desse povo que só se satisfaria com a morte e extermínio de todos os que não lhe pertencessem de campo nativo, nascituros.
O mensageiro pedia auxílio para uma pequena tropa que restou a defender uma ponte na qual se tomada daria chance desse inimigo avançar a um ponto estratégico, onde seria muito difícil depois de tira-lo, dessa posição.
Como sempre alguns de nós nos apressamos em nos prepararmos a combater,enquanto que outros como tantos receosos de ficarem também caídos em combate, o que é inerente a função de soldado em tempos de conflitos, se letargiam o máximo possível atrapalhando a saída da tropa formada...Afinal, porque não poderiam saírem primeiros os voluntários a ajudar seus irmãos de armas e então o grupo acovardado, apenas para dizerem que por lá estiveram, tentando fazer algo de que nunca queriam, que era lutar pela liberdade?
Aí piorou mais um pouco quando o comandante do posto foi aconselhar-se com os oficiais sobre medidas a serem tomadas na hora de chegar ao campo de batalha....Ali demoraram a criar o estratagema esperando dar tempo de o combate terminar quando chegassem. /a cada momento que m covarde titubeava com alguma desculpa, política e moral, era mais um dos irmãos que morriam...!
O tempo em meio a uma crise urge e devem ser tomadas medidas o mais rápido possível e nem sempre as pessoas tem estomago para isso, uns se encolhem esperando a tormenta passar, caindo em prostração de derrota e impotência pois temem por suas vidas medíocres, esquecendo que todo o guerreiro que se preza, não vale um vinttém, e que o guerreiro para poder retornar colocará sempre a sua razão e certeza, na ponta e no fio de sua espada.
Passado o tempo além do esperado, em meio a indecisão de líderes acovardados e com medo da senhora morte, alguns se debelaram por vontade própria a iniciar a marcha com o que tinham e sem líderes, pois deve ser assim, quando a liderança for fraca, o povo deve assumir seu compromisso e seguir a frente e dentre deles uma nova liderança surgirá naturalmente.
No meio do caminho já havia , daquela facção formada uma liderança provisória e no caminho os estrategias eram formadas... E apressamos o passo das montarias, pois o tempo era o determinante do futuro daquele posto atacado e dos homens que honradamente tentavam defende-lo. O caminho foi permeados de horas infindáveis e morosas, onde a ânsia de salvaguardar ao menos os corpos de nossos irmãos para voltarem ás suas moradas era grande...Corremos a tarde e noite toda sem descanso, chegando na manha, que no fundo era a mais escura das horas para aqueles pobres homens, todos rechaçados lutando, agora com restos e trapos pois não havia com o que mais combater, onde a lâmina de aço e seus próprios corpos eram a única defesa, daquela ponte entre o inimigo e o povo livre que se encontrava do outro lado. Emocionados pela valentia de tão poucos homens a defender seu posto nos lançamos como feras diante do combate, gritando e urrando gritos que gelaram o inimigo e alertavam que se insistissem seus destinos estariam seladas mesmo antes que cruzassem aquela ponte!
Novamente o choque de aço contra aço era inevitável, por simples vaidade, em oposição a de nosso líderes, os oficiais da unidade inimiga haviam se subestimado com a iminência da conquista e não desistiram de atacar, selando por efeito numérico a morte dos seus.
Era mesmo uma ironia de contrapeso, não? De um lado a covardia e medo da morte próxima. De outro a arrogância de se acharem invencíveis, mesmo sendo numericamente expressiva a diferença oposta...O que pensavam afinal? De certo eram oficiais de gabinetes que liam românticas ilíadas de homens que escreveram e nunca participaram do combate real e mortal. Sim, eles foram massacrados, em resposta aos nossos que caíram todos defendendo o posto da ponte até a sua ultima gota de sangue e esperança de retornar a seus lares,vivos ao término dessa guerra estupida e geralmente totalmente política, pois se um dia perguntarem ao verdadeiro soldado que participou da batalha do matar ou morrer, esse nunca quer a guerra pois sabe que será o primeiro a morrer, a sofrer...Um verdadeiro soldado sempre almeja a paz, e nunca a morte.
Assim que destroçamos o inimigo, procuramos nas trincheiras por sobreviventes, e só encontramos um homem moribundo , e ao seu lado mais seis corpos inimigos estirados ao chão...Emocionado eu ajoelhei-me e pedi perdão a ele por termos chegado tão tarde....Ele então me respondeu com sua voz fraca , decrepita :
- Meu irmão de arma o importante é que vocês vieram...Somos irmãos e é assim que deve ser entre irmãos: um irmão sempre será o primeiro a chegar e o último a sair!
Então aspirando forte o seu folego deu em seu seu último alento, a sua última vontade e assim toda a tropa fez. Enquanto não rechaçasse o último inimigo dali ninguém sairia...E depois desse ato heroico nenhum inimigo sequer retornou a passar por perto daquela ponte...Quando ao nossos covardes, ficaram para trás, foram esquecidos e a facção agora virou tropa, e os líderes provisórios nos comandam com orgulho, pois quando nos tornamos indecisos, ou nos amedrontamos frente uma crise, também perdemos uma oportunidade única de supera-la, de sermos lembrados por isso...Um homem é lembrado não pelo que ele era, mas pelo que ele fez.
Ouvi essas palavras com sabedoria e espero que essas palavras também lhes tirem as duvidas entre se render e reagir, entre se entregar e morrer, e resistir e viver!
sábado, 2 de maio de 2015
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