sexta-feira, 8 de maio de 2015

O VANDALO

     Podemos combater o mal com o mal? Como podemos pedir justiça quando também praticamos o errado? São momentos em que pensamos os caminhos que tomamos muitas vezes em rebeldia as situações que nos levam também a ilegalidade e nesses termos perdemos o direita da reparação ao erro que praticaram contra nós e aos achegados nossos, parentes e amigos.
     Eram fins de maio de uma antigo e esquecido ano, de muitas eras atrás, quando mandaram uma ordem de achar om vândalo que atacava os transeuntes das trilhas e estradas da antiga tradição...Nosso comandante em chefe dispersou de imediato patrulhas e equipes a fim de achar e levar ao castigo justo tal criminoso.
Durante muito tempo em que se seguiu  esse vândalo era como um rato esperto, que se esgueirava na mata e atacava as caravanas que passavam indistintamente, furtando e espancando violentamente todos inclusive idosos e crianças. Dentro de minha equipe decidimos fazer nossas patrulhas mata adentro, onde provavelmente dia menos dia nos depararíamos com esse criminoso, pois fazíamos essas patrulhas dentro dás áreas mais atingidas pelos seus assaltos...Durante os dias que se seguiram nosso acampamento era feito sem fogueira e comíamos a comida fria e gordurosa, a fim de não sermos detectados de nossa presença pelo criminoso, enquanto procurávamos por ele nesses locais
     Dentro de um determinado tempo, vimos o padrão de seu movimento, pois conhecendo como atuava poderíamos prever em um padrão de comportamento sua próxima ação, e justamente nesse dia de previsão que chegamos ao desfiladeiro da Serra do Corvo branco, quando montamos um ponto de observação ouvimos da posição mais alta que estávamos os gritos das mulheres e crianças de um pequeno sítio ou fazendola, onde nos deslocamos rapidamente para o local e e ainda encontramos as pessoas daquele local apavoradas, o que dizia que nosso rato recém tinha passado e aprontado naquele local. Para a segurança das pessoas de onde se encontravam, dividimos a nossa equipe em duas facções e uma ficou a proteger o local par que o vândalo não retornasse a fazer mal  a mais ninguém, então com outro grupo me mandei em perseguição pelas serras, subidas e descidas mata adentro, Era como perseguir uma sombra que ficávamos por apenas longe do visual e seguíamos os ruídos e passos pesados e quebrar de mato...Sim agora o jogo era de gato e rato, dentro da palha de celeiro!
A perseguição durou por três dias, onde parávamos talvez, á noite a alguns metros desse criminoso, mas a persistência se tornara resoluta, por tantos males que essa criatura desafeta fez ao povo humilde que tentava apenas viver suas vidas com dignidade e simplicidade...Em determinado momento quando achávamos que poderíamos pega-lo, fomos atacados por lobos, que habilmente esse vândalo colocou em nossos caminhos. A luta foi impar, dessa vez eram aço contra dentes e em um trabalho de conjunto espantamos as feras e continuamos os rastros do rato esperto.
Então encurralamos ele simplesmente próximo a um beiral muito alto que por simples erro de trilha o colocou dentro daquela situação, fadado a nos e a sua captura:
- Renda-se vândalo! Será levado a verdadeira justiça e pagará por crimes contra o povo a que causou danos!- foi assim que dei a ordem de rendição ao mesmo, esperando que entendesse sua situação e viesse sem resistência á justiça...Foi aí que ele replicou e eu ouvi;
- O cavaleiro fala de justiça? e onde estava a justiça quando o povo a que diz ter ofendido atacou minha família só porque eramos estrangeiros que passavam por suas terras? Eu me minha família somos nômades e passamos um pouco de tempo acampado nas terras próximas aos vilarejos...Daí arranjava um trabalho honesto qualquer, alimentava minha família e continuávamos o caminho pois nunca pudemos ter nossa terra...Foi nesse povoado que alguém roubou e matou um comerciante e por sermos de fora fomos os primeiros a sermos acusados....Justiça? Onde estava ela quando enforcaram sem qualquer prova meus filhos e minha mulher?  Justiça? Onde estava ela quando me espancaram  quase até a morte e me jogaram desse mesmo beiral para morrer e por sorte de meus deuses sobrevivi preso pelo pedaço de um galho partido? Como eu não encontrei a sua justiça cavaleiro fiz a minha...Aterrorizei os filhos dos pais que aterrorizaram minha família. Matei os pais que mataram meus filhos, matei as mães que enforcaram minha esposa...Sim sou um vândalo ensandecido pela falta de justiça, pela desumanidade dos homens e ferido pela perda do amor de seus filhos e de sua amada esposa...
      Mal termina suas palavras e desfiro setas certeiras que o fazem recuar a cada disparo, encaminhando-o em direção ao beira de onde ele caiu com o corpo inerte e braços estendidos, contudo agora não mais havia galhos a ampararem sua queda. Dos que me acompanhavam olhos espantados me cercavam atônitos pelo ocorrido, pois mesmo assim uma morte não justifica a insanidade e um animal insano não mais pensa apenas mata, feri o máximo que puder até ser detido pois é isso o que quer no fundo, apenas parar.
- Vamos! Retornemos aos moradores e digam que o vândalo escapou e jurou se vingar de todos aqueles que lhes fez mal, assim mesmo se houverem ainda culpados saíram da vila e não mais voltarão, trazendo paz novamente ao local!
Partimos daquele local infeliz, esperando que aquela pobre alma encontrasse a paz, pois ela seria mais um dos fantasmas que terei como companhia daqui pra frente, pois nem todo o ato de justiça é moral, e nem tudo que é certo é justo...











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