Dentro de grandes cidades sempre haverão coisas, fatos e histórias que poucos contaram, ou nenhum ousaria contar, mesmo que vivessem tais fatos. No fundo, todos queremos nos senti seguros, mesmo que isso seja mentindo para nós mesmos...Tierra Madre nunca vai ser a exceção dessa regra.
Sempre passamos por grandes dificuldades para atingirmos nossos objetivos, e dentro tantos desejos e anseios de nos darmos bens, certos sacrifícios tem de serem tomados, para que nossos planos não sejam , de uma hora a outra jogados nos ralos do fracasso...Para alguns problemas dentro de uma cidade grande sempre se encontra pessoas um tanto disposta em fazer de nossos problemas, os seus problemas e assim, eles os eliminam, quaisquer que sejam por uma quantia razoável, como sempre.
Havia uma família que morava dentro de um vilarejo anexo a cidade onde se falavam que os pais eram essas pessoas que resolviam seus problemas, chamados de Pires...O senhor e senhora Pires eram um casal normal para os padrões daquela localidade nunca davam a entender de seus conhecimentos além do usual, apesar de já terem iniciado seus trabalhos dentro de uma fabrica de sabão caseira que eles mantinham para trabalhos do dia a dia...Quando então surgiam problemas que deveriam ser removidos como por exemplo um homem que deflorava a filha de um líder de comunidade influente ou político, cabia ao senhor Pires as honras da casa e dava sumiço no pobre infeliz, e ainda tinha de cavalgar pra bem longe enterrar o corpo, pra ninguém suspeitar de nada.
Já a senhora Pires, uma mulher um tanto reservada e séria nos olhares do povo, se mantinha na retaguarda da família se livrando dos indícios que sobravam, por exemplo, dos bebes que não eram aceitos pela família política ou rica que desejava um casamento bem arranjado para a filha,para engordar mais os próprios cofres...E o mesmo problema de se livrar dos corpos se dava a ela, era um estresse tentar se livrar daquilo sem levantar tantas suspeitas, era sim!
Ainda de lambuja haviam dois irmãos, ambos trabalhavam sozinhos na fábrica de sabão, mantendo um bom rendimento em sua casa apesar de morarem em um lugarejo mais carente que a área central da cidade...Tudo corria bem aos negócios da família Pires quando, certo dia a senhora Pires ficou acamada, e mesmo com esforço pode se desfazer da barriga mal aceita, não conseguia sair para dar sumiço do corpinho, ela chamou o filho mais velho e pediu que guardasse silencio de seu irmãozinho pois não era tempo dele compreender o trabalho nobre, por assim dizer de sua família.
Então sendo a primeira vez do menino mais velho Pires, em se livrar do corpinho, claro que bateu muito medo no pobre rapaz, ele tentou sair pelas ruas com a sacolinha mas o medo de ser pego as altas horas por algum policial era muita e a pressão foi tão insuportável que fez o irmão mais velho quase chorar de medo e pavor e medo...então no sub solo da casa sentado dentro da área da fábrica de sabão, ele abre a sacolinha e vê o corpinho inerte de um menininho, ou pelo manos parecia para ela e com incrível semelhança de seu irmãozinho mais novo quando havia nascido a alguns anos atrás...
Foi aí que ele teve uma ideia muito interessante ...O rapaz se dirigiu até ao tacho de onde colocavam restos de carnes e gorduras para fazer sabão e como tudo lá estava , foi somente juntado mais uns montinhos de carne e ossos para a receita. Claro que de início ele nada contou aos pais pois não queria tirar da mãe os olhares de orgulho de ser ele também o mais novo sócio da família controversa dos Pires...
Um dia porém, quando na mesa de jantar o pai veio estupefato contando que o homem para que fornecia a pasta para fazer sabão, lhe quis novamente a ultima receita que mandara, aquela com os restos do corpinho, pois as demais nunca foram tão boas quanto aquela e se ele pudesse refazer o procedimento poderia muito mais lhe pagar também pelo produto. então encorajado pelo comentário, claro o de lucro o filho mais velho dos Pires resolver falar sobre o ocorrido no tacho da gordura e do sebo, pois queria o melhor para a família. Ao término de sua história, os pais do menino encontraram um novo método e que ainda rendia muito lucro, para dar sumiço dos corpos...Claro que para os maiores um pouco mais de cuidado com seus ossos mas nada que não se desse um jeito.
Assim os Pires prosperaram tanto que a ideia de se manter no anonimato fugiu á regra e se viam entre os burgueses e locais de acesso limitado...Então começou a perguntar-se na comunidade, de onde vinha a fortuna dos Pires? Além do que para seus clientes o silêncio e a sutileza se valiam muito, o que os fez abandonar aquela família que de ser tão promissora se deixou levar bem pelas vaidades da vida.
Agora com a escassez de sua principal matéria prima da qual lhe rendia muitos ducados e patacas novamente a pobreza iam lhe batendo a porta. E a gente sabe, quem sentiu uma vez o gostinho do conforto do poder do ouro, nunca mais se contenta com pouco novamente.
Toda a quela experiência mudou completamente a vida dos Pires e entre as mudanças, o irmão mais novo foi crescendo e se fazendo de tolo evitou por muito a complicação de aparecer no ato dos crimes...Sim, pois agora eles corriam atrás do prejuízo e começaram , primeiramente com crianças ingênuas e como a demanda começou a aumentar eles, os assassinatos também aumentaram a ponto de chamar a atenção das autoridades locais...Homens, mulheres e crianças sumiam sem vestígios, isso não era normal, mesmo para uma cidade grande como Tierra Madre.
Assim ás autoridades ainda mais presentes e com toques de recolher mais cedo, novamente a crise financeira se abateu sobre os Pires, e como nunca economizaram nada precisariam levantar uma boa quantia, então enquanto sentavam a mesa os três mais velhos dos Pires pediram que o irmão mais novo fosse comprar mais leite e trouxesse para o jantar. Quando o menino partiu para a compra, eles tomaram a decisão de a fins de levantar um dinheiro imediatamente para se mudarem assim que fossem dormir iriam matar o menino mais novo, afinal era pela família não?
E assim foi. O menino se mandou e retornou com o leite, todos jantaram e o menino mais novo foi dormir. A maldita família esperou quieta e sem conversas, um bom tempo para que o rebento dormisse, estavam todos nervosos, pois agora o crime era dentro de casa...Ficaram assim por um tempo sem terem notado que algo mais sorrateiro corroía-os de dentro pra fora a ponto de quando perceberem já era tarde! Todos estavam paralisados em suas cadeiras, balbuciando, salivando...Então o menino mais novo saiu do quarto sabendo que intenções tinham desde que saiu em busca do leite, que no caminho de volta envenenou, com uma hera antiga chamada "comigo ninguém pode" ela se torna sem gosto dentro do leite e dá sempre aos arredores da cidade, no mesmo caminho que ele saía sempre com seu irmão levar o material da fábrica de sabão ao comprador...Como era pequeno e não tinha forças deixou-os ali mesmo e então quebrou os lampiões da casa espalhou todo o óleo e a incendiou com a família Pires dentro...Então se mandou mundo adentro para encontrar um lugar onde não o conhecessem e que pudesse mudar de nome...Quem sabe.
Então de tanto andar e correr o tempo passou e chegou um forte inverno...Aquele menino estava cansado de se esconder, de sofrer pelo pecado de seus pais e resolveu findar deitando no manto branco, para ter sua paz, assim o frio também acalmaria toda a dor que sente na sua pequena alma
Então quando seus olhos vão fechar e dormir ele vê um monge chegando, será que ele também tem sono?
domingo, 19 de julho de 2015
sábado, 18 de julho de 2015
NA CASA DOS PAIS
A caminhada foi longa até chegar aqui...Talvez demorou um pouco mais que podia imaginar. Durante vinte anos, som, vinte longos anos tentei por muito voltar a casa de meu pai...Contudo primeiro foram as mágoas que não deixavam e tive de andar um tempo para retirar esse peso de meus ombros; foi um caminho considerável.
Mais uns tantos a frente me deparei com minhas desculpas e falhas, que não podia deixar parecer diante deles,pois ainda era muito imaturo e orgulhoso para compreender, que tudo no final vem e passa e só o que fica é a vaidade, e lá se vão mais tantos de caminhada para longe de meus objetivos,
Então na caminhada mais se aproximaram de mim, e começara a contar comigo para buscar e reencontrar o caminho de suas casas e lares e de tanto ajudar os outros a encontrarem seus caminhos, acabei me perdendo, dentro de meu próprio caminho.
Passou o tempo, tão envolvente e inexorável, em sua rotina e lá estava eu ainda parado no meio de onde me perdi...Mas agora estava mais velho, mais calmo e menos audacioso...Sim, eu descarreguei muita bagagem no caminho, mas seria o suficiente? Não! Algo ainda faltava pra carregar ou aliviar, mas eu ainda não entendia o que era...Passaram-se muitos invernos frios e verões escaldantes e com a luta do dia a dia, mais uma vez esqueci que um dia tinha de voltar, a casa dos meus pais.
Em meio ao caminho da labuta eu conhecia aquela que iria dedicar meus passos, meu corpo e meu coração, passei a caminhar com ela e dela nasceu uma nova família, a minha família, e esqueci finalmente a casa de meus pais...
Um dia em meio a uma conversa e encontro com pessoas antigas que conheceram minha família eles contaram que meus pais havia se ido, a algum tempo...Me senti filho ingrato e egoísta! Pensei somente em minha vida, em minhas causas, em meus interesses, e me esqueci que eu fora dentre tantos o maior interesse deles...Assim como meus rebentos, agora são os meus...Agora mais do que nunca precisava reencontrar a casa de meus pais.
Pedi licença pra minha família tomei coragem e montaria e segui minha trilha de volta, que mesmo com o umbigo enterrado no pé de entrada da varanda da casa dos meus pais, quase havia esquecido o trajeto paternal e novamente me perdido. Mas dessa vez resoluto, ultrapasso minhas vaidades meus orgulhos e minha muitas vezes maldita razão...Sim a razão que tanto no fundo nos desumaniza, que tanto nos faz por motivos fúteis, mas lógicos, sofrer.
Passeia colina baixa e mesmo com todo aquele mato encobrindo a velha estrada chego em meu lar, tardiamente, mas chego.
Desmonto e sento na varanda que ainda dela tem seu velho corrimão que tanto brincava e estendendo a mão sobre a coluna de madeira um tanto roída pelo vento e pelo tempo sinto de onde meu umbigo, ainda lateja pulsante com sincronia de meu coração, como que dizendo aos meus ouvidos a muitos cegos pela alma viajante: Seja novamente bem vindo, meu irmão!
Deus! Será que mudamos tanto assim? Será que nos devemos demorar tanto e perder tanto para entender, que sem pais ou família nada somos, como uma única flor que nasce do acaso do vento em meio ao deserto ? Sem saber de onde vim, e quem sou, serei realmente alguém ou algo, qual ainda pertença a esse mundo, o seu muindo?
Sem perceber minhas lágrimas rolam, enquanto a dor da ausência estoura como ferida podre dentro de meu peito! Eu grito e urro com a tremenda dor da falta irreparável, de minha separação talvez eternal...E sem mais nenhuma força caio no chão segurando nas mãos somente a cinza e a poeira que restaram do lar que um dia tanto me amaram...Tudo isso se torna de um momento único e insuportável, pois quando bato maus joelhos ao chão lembro de meu pai, correndo ao meu encontro pra me levantar, me limpando e abraçando com seu enorme sorriso, só pra me acalentar..
E agora? Onde estão meus pais, onde estão seus braços, seus sorrisos, meu alento? Onde estão?
Meus pais, meus pais...Porque os abandonei?
Então, em meio ao silêncio, de tremenda agonia, novamente o vento me acaricia a minha testa e meus cabelos, dos poucos que sobraram...O frescor de sua brisa e o calor do sol me fizeram a olhar o horizonte, e entre raios e vultos eu avisto uns dos meus...eram os mesmos andares, os mesmos traços...Não eram meu pais, mas eram meus, que me seguiram a distâncias, parando em cada estancia, procurando por mim, como um dia eu fiz aos meus, que me criaram...Eles também queriam um pai, mas dessa vez eu estava aqui e poderia reparar pelo menos esse erro...Voltaria aos meus e seria um bom pai!
E quando me levando me apoiando a velha varanda, vejo dois vultos, cada um aos lados meus e em cada ombro pousam suas espectrais mãos, e no entardecer, quando vida e morte estão próximos, quando as trevas e luz se tornam por um momento uma coisa só, escuto a voz deles no vento e me dizem:
- Vai com Deus, nosso filho amado, com nossas bençãos, pois cumpriste teu encargo, a casa finalmente voltaste, pois não queríamos partir sem o abençoar um última vez: YAJA CON DIOS,
HIJO MEU!
Mais uns tantos a frente me deparei com minhas desculpas e falhas, que não podia deixar parecer diante deles,pois ainda era muito imaturo e orgulhoso para compreender, que tudo no final vem e passa e só o que fica é a vaidade, e lá se vão mais tantos de caminhada para longe de meus objetivos,
Então na caminhada mais se aproximaram de mim, e começara a contar comigo para buscar e reencontrar o caminho de suas casas e lares e de tanto ajudar os outros a encontrarem seus caminhos, acabei me perdendo, dentro de meu próprio caminho.
Passou o tempo, tão envolvente e inexorável, em sua rotina e lá estava eu ainda parado no meio de onde me perdi...Mas agora estava mais velho, mais calmo e menos audacioso...Sim, eu descarreguei muita bagagem no caminho, mas seria o suficiente? Não! Algo ainda faltava pra carregar ou aliviar, mas eu ainda não entendia o que era...Passaram-se muitos invernos frios e verões escaldantes e com a luta do dia a dia, mais uma vez esqueci que um dia tinha de voltar, a casa dos meus pais.
Em meio ao caminho da labuta eu conhecia aquela que iria dedicar meus passos, meu corpo e meu coração, passei a caminhar com ela e dela nasceu uma nova família, a minha família, e esqueci finalmente a casa de meus pais...
Um dia em meio a uma conversa e encontro com pessoas antigas que conheceram minha família eles contaram que meus pais havia se ido, a algum tempo...Me senti filho ingrato e egoísta! Pensei somente em minha vida, em minhas causas, em meus interesses, e me esqueci que eu fora dentre tantos o maior interesse deles...Assim como meus rebentos, agora são os meus...Agora mais do que nunca precisava reencontrar a casa de meus pais.
Pedi licença pra minha família tomei coragem e montaria e segui minha trilha de volta, que mesmo com o umbigo enterrado no pé de entrada da varanda da casa dos meus pais, quase havia esquecido o trajeto paternal e novamente me perdido. Mas dessa vez resoluto, ultrapasso minhas vaidades meus orgulhos e minha muitas vezes maldita razão...Sim a razão que tanto no fundo nos desumaniza, que tanto nos faz por motivos fúteis, mas lógicos, sofrer.
Passeia colina baixa e mesmo com todo aquele mato encobrindo a velha estrada chego em meu lar, tardiamente, mas chego.
Desmonto e sento na varanda que ainda dela tem seu velho corrimão que tanto brincava e estendendo a mão sobre a coluna de madeira um tanto roída pelo vento e pelo tempo sinto de onde meu umbigo, ainda lateja pulsante com sincronia de meu coração, como que dizendo aos meus ouvidos a muitos cegos pela alma viajante: Seja novamente bem vindo, meu irmão!
Deus! Será que mudamos tanto assim? Será que nos devemos demorar tanto e perder tanto para entender, que sem pais ou família nada somos, como uma única flor que nasce do acaso do vento em meio ao deserto ? Sem saber de onde vim, e quem sou, serei realmente alguém ou algo, qual ainda pertença a esse mundo, o seu muindo?
Sem perceber minhas lágrimas rolam, enquanto a dor da ausência estoura como ferida podre dentro de meu peito! Eu grito e urro com a tremenda dor da falta irreparável, de minha separação talvez eternal...E sem mais nenhuma força caio no chão segurando nas mãos somente a cinza e a poeira que restaram do lar que um dia tanto me amaram...Tudo isso se torna de um momento único e insuportável, pois quando bato maus joelhos ao chão lembro de meu pai, correndo ao meu encontro pra me levantar, me limpando e abraçando com seu enorme sorriso, só pra me acalentar..
E agora? Onde estão meus pais, onde estão seus braços, seus sorrisos, meu alento? Onde estão?
Meus pais, meus pais...Porque os abandonei?
Então, em meio ao silêncio, de tremenda agonia, novamente o vento me acaricia a minha testa e meus cabelos, dos poucos que sobraram...O frescor de sua brisa e o calor do sol me fizeram a olhar o horizonte, e entre raios e vultos eu avisto uns dos meus...eram os mesmos andares, os mesmos traços...Não eram meu pais, mas eram meus, que me seguiram a distâncias, parando em cada estancia, procurando por mim, como um dia eu fiz aos meus, que me criaram...Eles também queriam um pai, mas dessa vez eu estava aqui e poderia reparar pelo menos esse erro...Voltaria aos meus e seria um bom pai!
E quando me levando me apoiando a velha varanda, vejo dois vultos, cada um aos lados meus e em cada ombro pousam suas espectrais mãos, e no entardecer, quando vida e morte estão próximos, quando as trevas e luz se tornam por um momento uma coisa só, escuto a voz deles no vento e me dizem:
- Vai com Deus, nosso filho amado, com nossas bençãos, pois cumpriste teu encargo, a casa finalmente voltaste, pois não queríamos partir sem o abençoar um última vez: YAJA CON DIOS,
HIJO MEU!
segunda-feira, 13 de julho de 2015
A MORDIDA DO ESCORPIÃO
Mais uma vez Mooshradoom viajava só...Eram momentos entediantes caminhar sob o sol e chuva e agora sob o manto frio do inverno sem ver ouvir ou falar com uma alma viva...A única coisa que deixava-o ainda desperto era a luta constante contra o frio, um dos elementos mais debilitante para ele, pelo menos...
Dado um tempo quanto subia o contorno de uma curva, ele encontra alguém caído sobre a neve semi encoberto pelo manto branco e mortal! Rapidamente ele monta um acampamento seguro, com um pequeno toldo de abrigo, faz um fogo, esquenta um chá e aquece o desafortunado, dividindo o pouco que sempre carrega consigo, mais ainda.
Os cuidados passam-se em horas e após muitas massagens para o sangue circular e aquece-lo bem, a pessoa acorda um pouco mais corada. Mooshradoom se surpreende quando as roupas grossas são aliviadas do descongelamento e descobre de que o estradeiro caído não era nada menos de que uma criança, um jovem, de tenra idade:
- Deveria ter me deixado caído na estrada e que o frio e a geada fizessem o que tinham de fazer, era melhor assim, sabia?
Mooshradom se espantou ainda mais com as palavras tão duras daquele jovem..Por que diabos afinal queria ele com a morte nesse tempo frio? O monge tenta conversar e sondar o motivo de tais palavras, e seus atos posteriores.
-Meu jovem, a vida para ti ainda está reluzente e bela, pois tudo é uma aventura! Creia-me pois com certeza seus pais ainda esperam por ti em sua casa, para o conforto de teu lar!
- Eu não tenho casa, eu mesmo a queimei! Quanto aos meus pais, também morreram, como a meus irmãos e sabe por que sei disso? Pois eu também os matei! Por acaso já ouviu a lenda do ESCORPIÃO NEGRO?
Perplexo ainda mais pela dura resposta o monge um tanto paralisado m pelos eventos, se diz não saber e o menino continua, falando como se fosse apenas uma questão de retro alimentação de si:
- Uma vez, a muito tempo nos confins da Africa, uma tartaruga ia caminhando lentamente á beira de uma lagoa quando viu bem no meio dela, um escorpião negro se debatendo, tentando nadar, mas não era essa a sua natureza...DE momento a pequena tartaruga queria apenas seguir o seu caminho pois sabia que a natureza do escorpião negro sempre foi feroz e mortal. Contudo algo de nobre surgiu dentro de seu ser e ela nadou até ao ponto que o escorpião negro se afogava e com ele falou - Olha escorpião negro bem sabemos de seus instintos mortais portanto os controle e nos dois poderemos sair com vida dessa lagoa, então sobe em minhas costas que eu te salvo!- O escorpião negro, agradecido pelo valente ato de coragem da tartaruguinha, respondeu- que seja, amiguinha irei controlar-me e obrigado pois foste a única a me ver como uma alma que precisa ser salva!- Bem tudo foi tranquilo até metade do percurso de volta, quando a tartaruguinha sentiu uma forte ferroada nas costas abaixo de seu casco...Então com últimos suspiros, e aturdida pelo que ocorreu ela pergunta se esvaindo de vida para seu agressor - Por que isso, logo agora, escorpião negro? Se ao menos esperasse que chegássemos a praia, um de nós ainda estaria vivo...Por que?
O escorpião negro com carinho afaga a cabeça da pequena tartaruga e diz - querida amiguinha juro, juro que tentei, mas não consegui, pois afinal, quero que compreenda que apenas segui a minha natureza...E assim ambos foram tragados pelas águas da lagoa e nunca mais foram vistos.
-Calma minha criança! São histórias, apenas histórias...Venha tomar um chá comigo, e se aquecer no fogo, com o tempo tudo passará e acharemos uma saída disso tudo, seja lá o que for..
- Bem quando eu precisava você chega e é claro que sou o escorpião negro meus pais sabiam disso e tentaram me silenciar e eu fiquei aceitando por um momento a ideia de que poderia calar meus instintos, mas eles são fortes muitos fortes...Mas sim vamos tomar um pouco de seu chá e deixe que eu adoço, pois no fundo não quero ser o escorpião, não com você que me foi tão bom e educado, como um príncipe dentre muitos.
Mooshradoom deu a chance da criança fazer seu agrado e sentam na fogueira para tomar o chá. O menino então o encara de frente e quando ambos tomam a um gole de chá, ele continua sua retro fala:
-Sabe como eu matei os meus familiares? Eu os envenenei colocando a poção nas suas bebidas...Eu sinto muito, mas como no conto, sou um escorpião e não posso negar minha natureza.
Ambas as canecas caem por terra, apenas um esta cometido pelo véu da morte...Então um baque no chão, um tanto seco, desfalecido. Mooshradoom corre e pega em seus braços o corpo caído do infante, saindo correndo sem rumo em busca de alguém ou algo que pudesse salvar aquele tolo menino perdido por alguma razão desconhecida dentro de si:
-Deixa vai...Eu lhe disse eu era o escorpião negro, mas dessa vez eu pude escolher onde e quem poderia dar a minha mordida...Não poderia faze-lo com um homem tão gentil, um príncipe, dentre os que conheci em sua bondade, mas como minha natureza ainda é forte um último ato de misericórdia a alguém tão bom quem sabe me traga alívio ao infortúnio que me causaram, e que causei, só peço que me enterre ao topo de uma colina, sempre gostei de sentir a luz do sol ao amanhecer em meu rosto, quando acordava em casa, então...Adeus bom monge!
Sob a luz do amanhecer Mooshradoom cumpriu a vontade do infante perdido, de si e em cima no topo, daquela colina, ele orou e chorou por ele, um menino perdido, e daquele momento em diante a colina foi chamada de A COLINA DO CÉU AZUL, e muito mais tarde conhecida de COLINA AZUL...
Dado um tempo quanto subia o contorno de uma curva, ele encontra alguém caído sobre a neve semi encoberto pelo manto branco e mortal! Rapidamente ele monta um acampamento seguro, com um pequeno toldo de abrigo, faz um fogo, esquenta um chá e aquece o desafortunado, dividindo o pouco que sempre carrega consigo, mais ainda.
Os cuidados passam-se em horas e após muitas massagens para o sangue circular e aquece-lo bem, a pessoa acorda um pouco mais corada. Mooshradoom se surpreende quando as roupas grossas são aliviadas do descongelamento e descobre de que o estradeiro caído não era nada menos de que uma criança, um jovem, de tenra idade:
- Deveria ter me deixado caído na estrada e que o frio e a geada fizessem o que tinham de fazer, era melhor assim, sabia?
Mooshradom se espantou ainda mais com as palavras tão duras daquele jovem..Por que diabos afinal queria ele com a morte nesse tempo frio? O monge tenta conversar e sondar o motivo de tais palavras, e seus atos posteriores.
-Meu jovem, a vida para ti ainda está reluzente e bela, pois tudo é uma aventura! Creia-me pois com certeza seus pais ainda esperam por ti em sua casa, para o conforto de teu lar!
- Eu não tenho casa, eu mesmo a queimei! Quanto aos meus pais, também morreram, como a meus irmãos e sabe por que sei disso? Pois eu também os matei! Por acaso já ouviu a lenda do ESCORPIÃO NEGRO?
Perplexo ainda mais pela dura resposta o monge um tanto paralisado m pelos eventos, se diz não saber e o menino continua, falando como se fosse apenas uma questão de retro alimentação de si:
- Uma vez, a muito tempo nos confins da Africa, uma tartaruga ia caminhando lentamente á beira de uma lagoa quando viu bem no meio dela, um escorpião negro se debatendo, tentando nadar, mas não era essa a sua natureza...DE momento a pequena tartaruga queria apenas seguir o seu caminho pois sabia que a natureza do escorpião negro sempre foi feroz e mortal. Contudo algo de nobre surgiu dentro de seu ser e ela nadou até ao ponto que o escorpião negro se afogava e com ele falou - Olha escorpião negro bem sabemos de seus instintos mortais portanto os controle e nos dois poderemos sair com vida dessa lagoa, então sobe em minhas costas que eu te salvo!- O escorpião negro, agradecido pelo valente ato de coragem da tartaruguinha, respondeu- que seja, amiguinha irei controlar-me e obrigado pois foste a única a me ver como uma alma que precisa ser salva!- Bem tudo foi tranquilo até metade do percurso de volta, quando a tartaruguinha sentiu uma forte ferroada nas costas abaixo de seu casco...Então com últimos suspiros, e aturdida pelo que ocorreu ela pergunta se esvaindo de vida para seu agressor - Por que isso, logo agora, escorpião negro? Se ao menos esperasse que chegássemos a praia, um de nós ainda estaria vivo...Por que?
O escorpião negro com carinho afaga a cabeça da pequena tartaruga e diz - querida amiguinha juro, juro que tentei, mas não consegui, pois afinal, quero que compreenda que apenas segui a minha natureza...E assim ambos foram tragados pelas águas da lagoa e nunca mais foram vistos.
-Calma minha criança! São histórias, apenas histórias...Venha tomar um chá comigo, e se aquecer no fogo, com o tempo tudo passará e acharemos uma saída disso tudo, seja lá o que for..
- Bem quando eu precisava você chega e é claro que sou o escorpião negro meus pais sabiam disso e tentaram me silenciar e eu fiquei aceitando por um momento a ideia de que poderia calar meus instintos, mas eles são fortes muitos fortes...Mas sim vamos tomar um pouco de seu chá e deixe que eu adoço, pois no fundo não quero ser o escorpião, não com você que me foi tão bom e educado, como um príncipe dentre muitos.
Mooshradoom deu a chance da criança fazer seu agrado e sentam na fogueira para tomar o chá. O menino então o encara de frente e quando ambos tomam a um gole de chá, ele continua sua retro fala:
-Sabe como eu matei os meus familiares? Eu os envenenei colocando a poção nas suas bebidas...Eu sinto muito, mas como no conto, sou um escorpião e não posso negar minha natureza.
Ambas as canecas caem por terra, apenas um esta cometido pelo véu da morte...Então um baque no chão, um tanto seco, desfalecido. Mooshradoom corre e pega em seus braços o corpo caído do infante, saindo correndo sem rumo em busca de alguém ou algo que pudesse salvar aquele tolo menino perdido por alguma razão desconhecida dentro de si:
-Deixa vai...Eu lhe disse eu era o escorpião negro, mas dessa vez eu pude escolher onde e quem poderia dar a minha mordida...Não poderia faze-lo com um homem tão gentil, um príncipe, dentre os que conheci em sua bondade, mas como minha natureza ainda é forte um último ato de misericórdia a alguém tão bom quem sabe me traga alívio ao infortúnio que me causaram, e que causei, só peço que me enterre ao topo de uma colina, sempre gostei de sentir a luz do sol ao amanhecer em meu rosto, quando acordava em casa, então...Adeus bom monge!
Sob a luz do amanhecer Mooshradoom cumpriu a vontade do infante perdido, de si e em cima no topo, daquela colina, ele orou e chorou por ele, um menino perdido, e daquele momento em diante a colina foi chamada de A COLINA DO CÉU AZUL, e muito mais tarde conhecida de COLINA AZUL...
quinta-feira, 9 de julho de 2015
DESAMORES
Ainda é inverno, o vento frio do sul aqui é chamado minuano e ruge lá fora...Estou dentro da grande cidade participando de uma reunião com os moradores e nossos grandes líderes. Como sempre sou apenas um intermediário, um mero comandante de uma facção um pequeno grupo, mas por mostrar resultados com tão pouco, nosso políticos líderes acharam que a presença estimularia o povo das minorias a ouvi-los em suas colocações das ações contra os vândalos que naquele momento assolavam a região de Tierra Madre.
Dentro de um amplo salão de reunião os membros mais importantes e de renomes políticos foram convidados para discutirem sobre a segurança de nossa cidade, que absurdo!
Como políticos podem compreender a segurança de um povo, se nunca passarão por perigos como a minorias passam todos os dias? Como comerciantes saberão o que é ter de lutar pelo pão de cada dia se eles é quem criam o preço do pão e consequentemente criam a guerra do dia a dia pelo mesmo?
Em resumo, era uma carta fora do baralho, um deslocado sem sentido por estar dentro de um ambiente fútil e frívolo. Sabia que o meu lugar era dentro da ação procurando os maus e defendendo o povo...O que fazia ali era simplesmente patético, pois na realidade nossos líderes políticos queriam tão somente favores dos mais abastados e dos políticos de nome, para que durante seus comandos as tendas deles ficassem sempre abarrotadas de regalias enquanto as nossas, daqueles que sempre estão dentro da ação e ao lado do povo por menos que seja, sempre estávamos esperando a migalha cair das sobras dos líderes, que meu alforje de flechas fosse abastecido com pelo menos duas a mais das 10 flechas que levo para uma grande batalha, que minha armadura enferrujada possa ser trocada pela usada do meu líder que só saía com elas para eventos que renomeassem seus status quor...!
Sim estava tão deslocado dentro de mim e pouco me importava com o sofrimento da sede, do frio e fome que ainda persiste dentro de mim e de minha tropa pois não podia me empanturrar naquele banquete quando a tropa padecia com rações ralas, tão somente para fornecer esse evento que só servia para o ego e fanfarronice de meus "gloriosos líderes"...Sim, nesse momento de abstração, é que vi ela, acompanhada de um comerciante local, seu olhar nem mesmo cruzou o meu, nem mesmo me reconheceu. Era um dos meus mais queridos desamores.
A sua imagem, me remontou o passado onde era um jovem sonhador e pobre achando que com meus ideais emeu Deus poderia mudar o mundo...Estudava ainda em colégios pobres parcos e mal financiados pelo antigo governo local, que até agora nada mudou, mesmo mudando todo o governo várias vezes...Em busca de algo mais fui atrás de uma religião que me trouxesse inspiração divina emeios para minhas ideias e ideais, ora tão utópicos, e dentro da religião conheci ela, que por alguma razão se realçada dentre todas as demais, com seus olhos negros como uma noite escura, sem estrelas ou luar, com sua pele branca, limpa como a neve de inverno que agora cai lá fora, como da primeira vez que a vi...E no mais utópicos dos sonhos foi ela que se aproximou de mim, ela que veio até onde estava, pois sentiu meu interesse meus gostos, sentia aquilo então como um sinal divino e ali pensei encontrei meu futuro e meu possível amor.
Amor...Que palavra difícil! Ela me encantou por muito tempo e meus estudos prosseguiram, queria ser um educador, um poeta, um visionário, queria estar com ela sempre ao meu lado, me inspirando enquanto eu a adorava, seria muito mais que um romance comum, subiria aos céus como algo intocável e puro, platônico...Então, quando não mais havia interesse e porque simplesmente foi ela apresentada para o irmão do líder espiritual da igreja a qual já servia, e como servo e não líder fui reconhecido lá, o que poderia mudar, pois mesmo dentro da igreja de Deus tem regalias e cedo entendi que nunca se é reconhecido pelo que se faz mas de quem é filho ou de quem se conhece, mesmo que não seja ou tenha o dom, seja ou tenha o Divino de seu lado, homens serão sempre homens, e mulheres por mais que imaginemos tão puras e inocentes, elas serão sempre mulheres...
E foi assim que fui desamorosamente abandonado, e entendi que minha alma deveria se tornar vazia e sem luz se assim quisesse sobreviver na Serra, em meio a toda essa maldita Tradição, que nem mesmo sonhadores e inovadores conseguirão derrubar, assim me aceitei como escravo de meu destino, tentando somente sobreviver, a qualquer custo e manter minha insanidade em um mundo de aparências e vaidades frívolas...
Então em me a festa sentado em meu canto, se achega bebum o homem indigno dela aquele que a comprou como tudo mais que tem a seu redor, dinheiro, poder, pessoas...E encaro o outro lado do que poderia ser ou ter sido vê-la ao meu, com filhos que sempre sonhei, vencendo obstáculos, quebrando e destruindo mundos inteiros, tudo por ela!
Então esse imundo, pagão, infiel e grosseiro, se achega com sua taça de prata me derramando vinho e me inquirindo pela minha ação nos campos de honra e batalha se queria trabalhar para ele com seu cão fiel, amarrado a soleira de sua porta, sendo alimentado pelas suas mãos, as mesmas mãos que tocam todo o dia nela, que consomem, o que deveria ser louvado e endeusado, como algo santo, e agora jogado as sujas mãos, que acham o ouro comprar tudo inclusive a lealdade e também coragem e honra...
Ele gritava pra mim: vamos faça seu preço e eu dobro! Peça o que quiser e eu darei, por que? Porque eu posso! Ouviu? Eu posso!
Me viro por amor ainda que restou a ela, e tento sair...Então sinto uma pequena pancada nas costas e algo com peso cai no chão com um tilintar, era uma pequena bolsa de ouro e escuto sua voz ainda me insultando: vamos pegue, uma bolsa de ouro pelo incomodo, pois até isso eu compro, ouviu?
Aquilo me insufla, nisso uma mão desajeitada e gorda de um dos meus mais malditos líderes segura meu ombro, era mais um maldito bladessari...Ele dizia que deveria aceitar e me conter em nome da irmandade e se pensasse no que seria melhor para mim dentro da ordem...
Tomei controle de mim, me viro ao maldito mercante, me agacho e pego a maldita bolsa....Caminho lentamente até a frente daquele maldito, que me espera com um sorriso largo e aberto.
Em um movimento rápido saquei de meu punhal e desferi meu melhor golpe! Atinjo a boca do mercante com a ponta do cabo de meu punhal...Esfacelo vários dentes e enfio aquela maldita bolsa de ouro goela adentro do homem tolo:
- Isso é pelo incômodo!
Bom, pelo menos seis que aquela maldita boca sempre se calará quando lembrar de mim....E quando encaro bem no fundo dos olhos dela, ela começa a se lembrar e também sei que o ferimento, daquela marca também a fará lembrar de mim, assim com lembrei tantos anos dela, como um dos meus mais tristes desamores...
Dentro de um amplo salão de reunião os membros mais importantes e de renomes políticos foram convidados para discutirem sobre a segurança de nossa cidade, que absurdo!
Como políticos podem compreender a segurança de um povo, se nunca passarão por perigos como a minorias passam todos os dias? Como comerciantes saberão o que é ter de lutar pelo pão de cada dia se eles é quem criam o preço do pão e consequentemente criam a guerra do dia a dia pelo mesmo?
Em resumo, era uma carta fora do baralho, um deslocado sem sentido por estar dentro de um ambiente fútil e frívolo. Sabia que o meu lugar era dentro da ação procurando os maus e defendendo o povo...O que fazia ali era simplesmente patético, pois na realidade nossos líderes políticos queriam tão somente favores dos mais abastados e dos políticos de nome, para que durante seus comandos as tendas deles ficassem sempre abarrotadas de regalias enquanto as nossas, daqueles que sempre estão dentro da ação e ao lado do povo por menos que seja, sempre estávamos esperando a migalha cair das sobras dos líderes, que meu alforje de flechas fosse abastecido com pelo menos duas a mais das 10 flechas que levo para uma grande batalha, que minha armadura enferrujada possa ser trocada pela usada do meu líder que só saía com elas para eventos que renomeassem seus status quor...!
Sim estava tão deslocado dentro de mim e pouco me importava com o sofrimento da sede, do frio e fome que ainda persiste dentro de mim e de minha tropa pois não podia me empanturrar naquele banquete quando a tropa padecia com rações ralas, tão somente para fornecer esse evento que só servia para o ego e fanfarronice de meus "gloriosos líderes"...Sim, nesse momento de abstração, é que vi ela, acompanhada de um comerciante local, seu olhar nem mesmo cruzou o meu, nem mesmo me reconheceu. Era um dos meus mais queridos desamores.
A sua imagem, me remontou o passado onde era um jovem sonhador e pobre achando que com meus ideais emeu Deus poderia mudar o mundo...Estudava ainda em colégios pobres parcos e mal financiados pelo antigo governo local, que até agora nada mudou, mesmo mudando todo o governo várias vezes...Em busca de algo mais fui atrás de uma religião que me trouxesse inspiração divina emeios para minhas ideias e ideais, ora tão utópicos, e dentro da religião conheci ela, que por alguma razão se realçada dentre todas as demais, com seus olhos negros como uma noite escura, sem estrelas ou luar, com sua pele branca, limpa como a neve de inverno que agora cai lá fora, como da primeira vez que a vi...E no mais utópicos dos sonhos foi ela que se aproximou de mim, ela que veio até onde estava, pois sentiu meu interesse meus gostos, sentia aquilo então como um sinal divino e ali pensei encontrei meu futuro e meu possível amor.
Amor...Que palavra difícil! Ela me encantou por muito tempo e meus estudos prosseguiram, queria ser um educador, um poeta, um visionário, queria estar com ela sempre ao meu lado, me inspirando enquanto eu a adorava, seria muito mais que um romance comum, subiria aos céus como algo intocável e puro, platônico...Então, quando não mais havia interesse e porque simplesmente foi ela apresentada para o irmão do líder espiritual da igreja a qual já servia, e como servo e não líder fui reconhecido lá, o que poderia mudar, pois mesmo dentro da igreja de Deus tem regalias e cedo entendi que nunca se é reconhecido pelo que se faz mas de quem é filho ou de quem se conhece, mesmo que não seja ou tenha o dom, seja ou tenha o Divino de seu lado, homens serão sempre homens, e mulheres por mais que imaginemos tão puras e inocentes, elas serão sempre mulheres...
E foi assim que fui desamorosamente abandonado, e entendi que minha alma deveria se tornar vazia e sem luz se assim quisesse sobreviver na Serra, em meio a toda essa maldita Tradição, que nem mesmo sonhadores e inovadores conseguirão derrubar, assim me aceitei como escravo de meu destino, tentando somente sobreviver, a qualquer custo e manter minha insanidade em um mundo de aparências e vaidades frívolas...
Então em me a festa sentado em meu canto, se achega bebum o homem indigno dela aquele que a comprou como tudo mais que tem a seu redor, dinheiro, poder, pessoas...E encaro o outro lado do que poderia ser ou ter sido vê-la ao meu, com filhos que sempre sonhei, vencendo obstáculos, quebrando e destruindo mundos inteiros, tudo por ela!
Então esse imundo, pagão, infiel e grosseiro, se achega com sua taça de prata me derramando vinho e me inquirindo pela minha ação nos campos de honra e batalha se queria trabalhar para ele com seu cão fiel, amarrado a soleira de sua porta, sendo alimentado pelas suas mãos, as mesmas mãos que tocam todo o dia nela, que consomem, o que deveria ser louvado e endeusado, como algo santo, e agora jogado as sujas mãos, que acham o ouro comprar tudo inclusive a lealdade e também coragem e honra...
Ele gritava pra mim: vamos faça seu preço e eu dobro! Peça o que quiser e eu darei, por que? Porque eu posso! Ouviu? Eu posso!
Me viro por amor ainda que restou a ela, e tento sair...Então sinto uma pequena pancada nas costas e algo com peso cai no chão com um tilintar, era uma pequena bolsa de ouro e escuto sua voz ainda me insultando: vamos pegue, uma bolsa de ouro pelo incomodo, pois até isso eu compro, ouviu?
Aquilo me insufla, nisso uma mão desajeitada e gorda de um dos meus mais malditos líderes segura meu ombro, era mais um maldito bladessari...Ele dizia que deveria aceitar e me conter em nome da irmandade e se pensasse no que seria melhor para mim dentro da ordem...
Tomei controle de mim, me viro ao maldito mercante, me agacho e pego a maldita bolsa....Caminho lentamente até a frente daquele maldito, que me espera com um sorriso largo e aberto.
Em um movimento rápido saquei de meu punhal e desferi meu melhor golpe! Atinjo a boca do mercante com a ponta do cabo de meu punhal...Esfacelo vários dentes e enfio aquela maldita bolsa de ouro goela adentro do homem tolo:
- Isso é pelo incômodo!
Bom, pelo menos seis que aquela maldita boca sempre se calará quando lembrar de mim....E quando encaro bem no fundo dos olhos dela, ela começa a se lembrar e também sei que o ferimento, daquela marca também a fará lembrar de mim, assim com lembrei tantos anos dela, como um dos meus mais tristes desamores...
domingo, 5 de julho de 2015
O DEMÔNIO DA NÉVOA
Havia saído da fortaleza sabendo que não poderia voltar daquela infame névoa, os homens sabiam de que não poderiam lidar com aquilo que não pertencia a esse mundo de Deus único...Não. Quem quer que fosse que estava a chamar o meu nome dentre tantos, poderia ser até mais antigo, dos tempos dos velhos deuses que ainda governavam essa terra, dos esquecidos e inomináveis...
Adentro a névoa relutante afinal ainda sou humano! Sem saber qual meu destino me vejo como um peregrino em uma busca involuntária de mim mesmo, dentro de um santuário estranho e enigmático: meu próprio corpo!
A cada passo minha vontade é de sacar minha espada e responder ao primeiro contato com meu instinto e com de outras vezes, sobreviver...Mas como tem a haver comigo, não mais com as leis e minha fé creio que darei -me ao luxo da dúvida, a cada passo entro em uma escuridão cinza, ás vezes até branca, o que me faz lembrar que nem sempre as trevas será sempre negra, pois mesmo na luz pode haver cegueira..
Atrás de mim sinto passos, mas não me atrevo a olhar, pois são passos conhecidos e não um mas muitos de muitos amigos, que um dia perdi em combate e deles eu não devo temer, se são seus fantasmas, estão aqui pra me darem a força necessária a tal tarefa e seja qual for, não desanimarei pois deles nada tenho a me arrepender, vivemos nosso tempo com toda a intensidade que se deveria. Nós lutamos, conversamos brincamos, rimos e choramos no nosso tempo devido, como tudo mais. Portanto olhar agora para trás seria inútil a todos nós que estamos ligados aqui nessa senda, agora.
Adiante de mim em meio a encruzilhada de dois caminhos, encontro uma figura escura e sombria, que me espera de braços abertos, seria uma recepção macabra para mim? e se assim fosse com que intuído, qual sua rela finalidade....A figura tremula na minha frente, tal qual vulto espectral, e de seus capuz negro, duas orbitas vermelhas me encaram, parecem fazias e ocas, em que não posso realmente medir o fundo. Contudo elas são me bem conhecidas,pois eram essa orbitas que me encararam durante os combates que travei,das muitas justas que participei: era os olhos de meus inimigos com os quais defrontei, e sempre assim que tudo terminava eram esses olhos que ainda natimortos me encaravam vazios e ocos, tal qual esses que me encaram agora, quando não se podia medir o fundo deles pois não havia mais vida e sequer alma dentro deles e lentamente se avermelhavam e escureciam, tal qual agora. Então tal qual antes eu os encaro e avanço sem medo pois o que se findar hoje decidirá com certeza se então continuo nesse mundo ou então me encaminho de passos largos a outro...
Paramos frente a frente de cada um de nós, olhando firme para os dois momentos de vida e morte de um homem: o movimento de suas mãos e a direção de seu olhar! Tudo em único momento de atenção que dará a linha tênue de ação e confronto.
Quando sua voz fala, sai de seu hálito o cheiro de sangue fezes e urina dos muitos que vi cair em combate, tanto dos culpados, assassinos e traidores, corruptores maníacos seriais, violadores, e uma enorme parafernália de demônios encarnados, que muitas vezes tento esquecer, suprimir.
Contudo em meio a minha raiva desse encarnes malditos há também a dor da falta dos inocentes que não teve o tempo certo de salva-los ou não havia de como faze-los..Vejo as crianças que tentei salva-las e não consegui, as mães grávidas assassinadas sem motivo que chegara tarde no socorro, os recém nascidos mortos selvagemente que acolhi dentre os detritos e restos de seus corpos, que nem ao menos souberam por que morreram, pois eram livres do pecado e mesmo assim foram chacinados em favor de um amor egoísta que identificaram de direito materno de não ter a criança, ou simplesmente como escutava aos encarar seus culpados de caso, que ele era um estorvo queno momento não teriam como encara-lo frente a seus entes e uma sociedade hipócrita, que aparentemente se faz santa, mas esconde dentro de suas casas monstros piores que eu encontrei nesses anos todos , nas ruas, sarjetas, guestos e esgotos da vida, talvez até muito mais pútrido do halito que sinto agora.
A voz desse demônio não tem sentido pois é a soma de todos os meus temores ódios e fracassos , tentativas malsucedidas e empenhos nada morais que muitas vezes nos sujeitamos, mesmo contra a vontade, em muitas vezes sem manifesto somente se calando as injustiças que passavam por entre meus olhos amargando a minha garganta e dando halitose a minha boca, deixando-a tão fétida que por vários dias não conseguia expressar uma palavra, completa, sem me sentir mal e muitos ignorantes desses dias infernais, achavam tolamente que seria porque era nada mais do que um bruto, uma criatura repulsiva e anti social, que portanto só poderia ser usado nos momentos de dor e nada de eventos sociais e bailes...A Esses seriam dados os florins aos mais maleáveis, que sem escrúpulos tomavam as glórias de quem realmente tinha direito no campo de combate e usurpando medalhas e e troféus dos outros iam sem mácula dançar nas convenções hipócritas, e encontros políticos, aviltando a lembrança dos heróis tombados e mortos, ara que estivesse naquele maldito lugar bebendo e comendo sob as tripas e sangue de seus irmãos mortos por ideal, ou compromisso que nunca tiveram.
Covardes! Covardes!
Então me pego em meus pensamentos , essas vozes eram de meus fantasmas , que saíam de mim ou era de mim mesmo, cansado de aguentar por tantos anos tanta ciosa sem poder expressar, então o demônio na névoa era meu inimigo ou meu espirito consolador, meu esperado e finalmente chegado, redentor? Talvez eu o saberei, talvez, eu olhe bem fundo no demônio da névoa e veja nada mais que um mero...Espelho!!
Adentro a névoa relutante afinal ainda sou humano! Sem saber qual meu destino me vejo como um peregrino em uma busca involuntária de mim mesmo, dentro de um santuário estranho e enigmático: meu próprio corpo!
A cada passo minha vontade é de sacar minha espada e responder ao primeiro contato com meu instinto e com de outras vezes, sobreviver...Mas como tem a haver comigo, não mais com as leis e minha fé creio que darei -me ao luxo da dúvida, a cada passo entro em uma escuridão cinza, ás vezes até branca, o que me faz lembrar que nem sempre as trevas será sempre negra, pois mesmo na luz pode haver cegueira..
Atrás de mim sinto passos, mas não me atrevo a olhar, pois são passos conhecidos e não um mas muitos de muitos amigos, que um dia perdi em combate e deles eu não devo temer, se são seus fantasmas, estão aqui pra me darem a força necessária a tal tarefa e seja qual for, não desanimarei pois deles nada tenho a me arrepender, vivemos nosso tempo com toda a intensidade que se deveria. Nós lutamos, conversamos brincamos, rimos e choramos no nosso tempo devido, como tudo mais. Portanto olhar agora para trás seria inútil a todos nós que estamos ligados aqui nessa senda, agora.
Adiante de mim em meio a encruzilhada de dois caminhos, encontro uma figura escura e sombria, que me espera de braços abertos, seria uma recepção macabra para mim? e se assim fosse com que intuído, qual sua rela finalidade....A figura tremula na minha frente, tal qual vulto espectral, e de seus capuz negro, duas orbitas vermelhas me encaram, parecem fazias e ocas, em que não posso realmente medir o fundo. Contudo elas são me bem conhecidas,pois eram essa orbitas que me encararam durante os combates que travei,das muitas justas que participei: era os olhos de meus inimigos com os quais defrontei, e sempre assim que tudo terminava eram esses olhos que ainda natimortos me encaravam vazios e ocos, tal qual esses que me encaram agora, quando não se podia medir o fundo deles pois não havia mais vida e sequer alma dentro deles e lentamente se avermelhavam e escureciam, tal qual agora. Então tal qual antes eu os encaro e avanço sem medo pois o que se findar hoje decidirá com certeza se então continuo nesse mundo ou então me encaminho de passos largos a outro...
Paramos frente a frente de cada um de nós, olhando firme para os dois momentos de vida e morte de um homem: o movimento de suas mãos e a direção de seu olhar! Tudo em único momento de atenção que dará a linha tênue de ação e confronto.
Quando sua voz fala, sai de seu hálito o cheiro de sangue fezes e urina dos muitos que vi cair em combate, tanto dos culpados, assassinos e traidores, corruptores maníacos seriais, violadores, e uma enorme parafernália de demônios encarnados, que muitas vezes tento esquecer, suprimir.
Contudo em meio a minha raiva desse encarnes malditos há também a dor da falta dos inocentes que não teve o tempo certo de salva-los ou não havia de como faze-los..Vejo as crianças que tentei salva-las e não consegui, as mães grávidas assassinadas sem motivo que chegara tarde no socorro, os recém nascidos mortos selvagemente que acolhi dentre os detritos e restos de seus corpos, que nem ao menos souberam por que morreram, pois eram livres do pecado e mesmo assim foram chacinados em favor de um amor egoísta que identificaram de direito materno de não ter a criança, ou simplesmente como escutava aos encarar seus culpados de caso, que ele era um estorvo queno momento não teriam como encara-lo frente a seus entes e uma sociedade hipócrita, que aparentemente se faz santa, mas esconde dentro de suas casas monstros piores que eu encontrei nesses anos todos , nas ruas, sarjetas, guestos e esgotos da vida, talvez até muito mais pútrido do halito que sinto agora.
A voz desse demônio não tem sentido pois é a soma de todos os meus temores ódios e fracassos , tentativas malsucedidas e empenhos nada morais que muitas vezes nos sujeitamos, mesmo contra a vontade, em muitas vezes sem manifesto somente se calando as injustiças que passavam por entre meus olhos amargando a minha garganta e dando halitose a minha boca, deixando-a tão fétida que por vários dias não conseguia expressar uma palavra, completa, sem me sentir mal e muitos ignorantes desses dias infernais, achavam tolamente que seria porque era nada mais do que um bruto, uma criatura repulsiva e anti social, que portanto só poderia ser usado nos momentos de dor e nada de eventos sociais e bailes...A Esses seriam dados os florins aos mais maleáveis, que sem escrúpulos tomavam as glórias de quem realmente tinha direito no campo de combate e usurpando medalhas e e troféus dos outros iam sem mácula dançar nas convenções hipócritas, e encontros políticos, aviltando a lembrança dos heróis tombados e mortos, ara que estivesse naquele maldito lugar bebendo e comendo sob as tripas e sangue de seus irmãos mortos por ideal, ou compromisso que nunca tiveram.
Covardes! Covardes!
Então me pego em meus pensamentos , essas vozes eram de meus fantasmas , que saíam de mim ou era de mim mesmo, cansado de aguentar por tantos anos tanta ciosa sem poder expressar, então o demônio na névoa era meu inimigo ou meu espirito consolador, meu esperado e finalmente chegado, redentor? Talvez eu o saberei, talvez, eu olhe bem fundo no demônio da névoa e veja nada mais que um mero...Espelho!!
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