domingo, 5 de julho de 2015

O DEMÔNIO DA NÉVOA

     Havia saído da fortaleza sabendo que não poderia voltar daquela infame névoa, os homens sabiam de que não poderiam lidar com aquilo que não pertencia a esse mundo de Deus único...Não. Quem quer que fosse que estava a chamar o meu nome dentre tantos, poderia ser até mais antigo, dos tempos dos velhos deuses que ainda governavam essa terra, dos esquecidos e inomináveis...
     Adentro a névoa relutante afinal ainda sou humano! Sem saber qual meu destino me vejo como um peregrino em uma busca involuntária de mim mesmo, dentro de um santuário estranho e enigmático: meu próprio corpo!
A cada passo minha vontade é de sacar minha espada e responder ao primeiro contato com meu instinto e com de outras vezes, sobreviver...Mas como tem a haver comigo, não mais com as leis e minha fé creio que darei -me ao luxo da dúvida, a cada passo entro em uma escuridão cinza, ás vezes até branca, o que me faz lembrar que nem sempre as trevas será sempre negra, pois mesmo na luz pode haver cegueira..
Atrás de mim sinto passos, mas não me atrevo a olhar, pois são passos conhecidos e não um mas muitos de muitos amigos, que um dia perdi em combate e deles eu não devo temer, se são seus fantasmas, estão aqui pra me darem a força necessária a tal tarefa e seja qual for, não desanimarei pois deles nada tenho a me arrepender, vivemos nosso tempo com toda a intensidade que se deveria. Nós lutamos, conversamos  brincamos, rimos e choramos no nosso tempo devido, como tudo mais. Portanto olhar agora para trás seria inútil a todos nós que estamos ligados aqui nessa senda, agora.
     Adiante de mim em meio a encruzilhada de dois caminhos, encontro uma figura escura e sombria, que me espera de braços abertos, seria uma recepção macabra para mim? e se assim fosse com que intuído, qual sua rela finalidade....A figura tremula na minha frente, tal qual vulto espectral, e de seus capuz negro, duas orbitas vermelhas me encaram, parecem fazias e ocas, em que não posso realmente medir o fundo. Contudo elas são me bem conhecidas,pois eram essa orbitas que me encararam durante os combates que travei,das muitas justas que participei: era os olhos de meus inimigos com os quais defrontei, e sempre assim que tudo terminava eram esses olhos que ainda natimortos me encaravam vazios e ocos, tal qual esses que me encaram agora, quando não se podia medir o fundo deles pois não havia mais vida e sequer alma dentro deles e lentamente se avermelhavam e escureciam, tal qual agora. Então tal qual antes eu os encaro e avanço sem medo pois o que se findar hoje decidirá com certeza se então continuo nesse mundo ou então me encaminho de passos largos a outro...
     Paramos frente a frente de cada um de nós, olhando firme para os dois momentos de vida e morte de um homem: o movimento de suas mãos e a direção de seu olhar! Tudo em único momento de atenção que dará a linha tênue de ação e confronto.
Quando sua voz fala, sai de seu hálito o cheiro de sangue fezes e urina dos muitos que vi cair em combate, tanto dos culpados, assassinos e traidores,  corruptores maníacos seriais, violadores, e uma enorme parafernália de demônios encarnados, que muitas vezes tento esquecer, suprimir.
      Contudo em meio a minha raiva desse encarnes malditos há também a dor da falta dos inocentes que não teve o tempo certo de salva-los ou não havia de como faze-los..Vejo as crianças que tentei salva-las e não consegui, as mães grávidas assassinadas sem motivo que chegara tarde no socorro, os recém nascidos mortos selvagemente que acolhi dentre os detritos e restos de seus corpos, que nem ao menos souberam por que morreram, pois eram livres do pecado e mesmo assim foram chacinados em favor de um amor egoísta que identificaram de direito materno de não ter a criança, ou simplesmente como escutava aos encarar seus culpados de caso, que ele era um estorvo queno momento não teriam como encara-lo frente a seus entes e uma sociedade hipócrita, que aparentemente se faz santa, mas esconde dentro de suas casas monstros piores que eu encontrei nesses anos todos , nas ruas, sarjetas, guestos e esgotos da vida, talvez até muito mais pútrido do halito que sinto agora.
     A voz desse demônio não tem sentido pois é a soma de todos os meus temores ódios e fracassos , tentativas malsucedidas e empenhos nada morais que muitas vezes nos sujeitamos, mesmo contra a vontade, em muitas vezes sem manifesto somente se calando as injustiças que passavam por entre meus olhos amargando a minha garganta e dando halitose a minha boca, deixando-a tão fétida que por vários dias não conseguia expressar uma palavra, completa, sem me sentir mal e muitos ignorantes desses dias infernais, achavam tolamente que seria porque era nada mais do que um bruto, uma criatura repulsiva e anti social, que portanto só poderia ser usado nos momentos de dor e nada de eventos sociais e bailes...A Esses seriam dados os florins aos mais maleáveis, que sem escrúpulos tomavam as glórias de quem realmente tinha direito no campo de combate e usurpando medalhas e e troféus dos outros iam sem mácula dançar nas convenções hipócritas, e encontros políticos, aviltando a lembrança dos heróis tombados e mortos, ara que estivesse naquele maldito lugar bebendo e comendo sob as tripas e sangue de seus irmãos mortos por ideal, ou compromisso que nunca tiveram.
 Covardes! Covardes!
     Então me pego em meus pensamentos , essas vozes eram de meus fantasmas , que saíam de mim ou era de mim mesmo, cansado de aguentar por tantos anos tanta ciosa sem poder expressar, então o demônio na névoa era meu inimigo ou meu espirito consolador, meu esperado e finalmente chegado, redentor? Talvez eu o saberei, talvez, eu olhe bem fundo no demônio da névoa e veja nada mais que um mero...Espelho!!

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