Ansioso pela palavras preocupadas de seu pai a qual sempre teria seu maior respeito o rapaz se senta e atento escuta a história que se pai lhe conta:
- No alvorecer da existência, muitas espécies pisaram por essa terra, e muitas foram as disputas de permanecer sobre ela...E de todas as criaturas, que comandavam e reinavam esse mundo, restaram apenas duas espécies disputando o controle total, eram os filhos de Adão e os filhos da Serpente...Ambos tinham um amor sem igual pela natureza e os Mestres que a comandavam. e mesmo os Mestres tinham também seu impasse de qual raça seria soberana...Toda essa tensão gerou uma batalha jamais vista, levando as duas raças a um violento combate. De um lado todas as criaturas habitavam o dia foram com os homens e toda as criaturas que habitavam a noite foram com os filhos da serpente....Então se ninguém interviesse nesse conflito com uma solução razoável, toda avida como a qual conhecemos poderia ter deixado de existir...
Então o Maior de todos, que até então estava dormente em silêncio se pronunciou, e resolveu por ordem, separar os do dia e os da noite...Assim, os filhos do dia onde se encontram os homens, jamais poderia se encontrar com os filhos da noite, onde se encontram os filhos da serpente.
Como punição para quem desobedecesse essas leis, que mantinham a paz dentro da natureza terrestre, os filhos resultantes dessa comunhão seriam criaturas bestiais, não pertencendo a nenhum, dos mundos, nem do dia e nem da noite.
- Meu filho, nossa família, faz como muitas que vivem dentro do mundo dos homens, nos misturamos, para passarmos despercebidos, e em troca de nossa discrição e obediências a essas leis o nosso Mestre, nos dá um sustento mais que merecido, e por sua própria vaidade, nos coloca acima dos homens em posses, classe e riquezas, pois o mestre dos homens exige de todos a humildade, e a retidão...Somos deixados junto a eles para passem pelas provações capitais, e de sua maneira mereçam ascender as céus, do qual por sermos filhos da noite não o teremos, pois somos imortais em nossa forma original, agora você me entende? Mesmo que desse certo entre você e essa garota, ela pereceria e você, ainda existiria aqui nesse mundo...Portanto esqueça a moça e nos lhe arranjaremos uma filha da noite igual a você, pois a eternidade é muito triste sozinho, entendeu!
O rapaz, branqueou e entende, o mal que fez de maneira impensável, pois Samara estava carregando sua semente dentro de seu ventre, e agora ele lança em danação a pessoa que realmente amou, sem ao menos saber disso a tempo, de consertar seu erro! Ele conta a situação para seu pai, que se horroriza:
- Entendes agora a crueldade que fez a pobre moça! Ela vai dar a luz a alguma besta horripilante com castigo de teus atos impensados! Temos de evitar isso pois será muito desastroso a todos dessa cidade, humanos ou não...Vamos esperar os empregados esquecerem o fato e daremos cabo da moça, então diremos que ela foi embora avexada de toda essa situação! E você se prepare para seu casamento...Remos de sanar tudo isso! Mandarei uma carta ao Mestre para que encaminhe uma de suas filhas da noite...E nesse dia meu filho após se casar partiremos, pois notarão que não envelheceremos a teu lado. Daí em diante assumirás a casa grande e os negócios da família,pois um dia fará o mesmo quando a hora de seu filho chegar...Essa é a tradição!
O jovem amargurado sem saber o que fazer se pôs a chorar, se trancando em seu quarto, refletindo pesadamente por sua insensatez...
Quando a jovem Samara, sem saber do triste fim que a aguardava, se encontrava encolhida em uma canto escuro do porão, toda aflita, preocupada ainda mais com seu amor, que fora lhe arrancado pelos pais do garoto.
Contudo para seu socorro não demora a vir sua própria delatora, sim a governanta que sempre teve acesso aos aposentos particulares dos patrões escutou a história toda, e não aceitou a ideia de tirar a vida da pobre moça, pelos desatinos do amor...E não importava se o filho nascesse um monstro,pois seria o filho dela e ninguém tem o direito de tirar o filho de uma mãe, pensava a governanta.
Então rapidamente quando todos nas altas horas da madrugada estavam dormindo, ela retira Samara do porão e se mandam mata adentro para se esconderem dos empregados e da família, quando soubessem que haviam escapados...Até mesmo a governanta sabia de que a ira contra ela seria grande e desse ato não teria mais volta...Para a família, depois de tudo o que restava era continuar com seus planos e colocaram o rapaz em um casamento arranjado, tiveram um suntuosa festa, e como prometeram deixaram os jovens casais donos do casarão, e partiram para nunca mais voltarem.
Contudo, das mazelas das desventuras, o rapaz fechou o casarão despediu os empregados e partiu de Tierra Madre, com sua eterna consorte sem rumo, pois na realidade o seu coração já pertencia a Samara, e ficar ali só o fazia sofrer muito mais que podia suportar, para ele seria uma imortalidade solitária, pois o amor verdadeiro, nunca mais estaria a seu lado, e se ele pudesse trocar um único momento de poder revê-la novamente, por toda a sua eternidade, por certo o faria...! Mas o momento já foi e passou, e se não lutarmos com todas as forças para tê-lo ao nosso alcance, o perdemos para sempre...
O tempo seguiu se caminho inexorável, e Samara a noite saía de sua casa escondida na mata e ia caminhar pelo bosque, bem pertinho do tanque para sentir a lembrança de seu doce amor, conversando com o filho que estava por nascer, de que o protegeria de todo o mal que pudesse fazer com ele...Pobre mulher , pois em sua inocência achava que esse amor proibido não teria o seu preço...
Foi numa dessas noites de luar que ela passeava as escondidas, que sentiu ser sua hora de deixar o seu filho, fruto desse amor proibido vir a esse mundo, e pediu para sua fiel amiga a governanta, que já fazia tempos que a acompanhava, nessas caminhadas, que lhe auxiliasse no parto e foram a beira do pequeno lago...ela sofreu as dores, esperando que seu filho viesse ao mundo, mas o que veio, não era humano, e nem filho de serpente...era uma criatura revoltada que não pertencia a nenhum dos dois mundos. De visão horrenda, deslizou do ventre de sua mãe, atacando a governanta , matando-a de imediato! quanto a sua mãe, a pobre Samara, foi arrastada para o fundo frio do lago, como castigo da criatura por tê-la colocado em um mundo que não lhe pertence...
Daquele tempo em diante o horror desceu sobre Tierra Madre e no lago e outros rios que desembocavam por perto, causos de morte e crueldade foram relatados, das mães que passavam perto do lago ou dos rios e tinham seus filhos arrancados pela horrenda criatura, que invejava o amor que nunca tivera da mãe certa; dos namorados mortos nas beiras dos rios, que lembravam-lhe daquele amor proibido, que jamais poderia ter existido...Dos pais que saiam pescar e não voltavam, tal qual o pai mais próximo de sua raça o fez, antes mesmo de nascer...
Sim, daquele dia em diante Tierra Madre, estava mais cinza, mais vermelha, pois foi ASSIM QUE NASCEU A SERPENTE !
sábado, 25 de junho de 2016
E ASSIM NASCEU A SERPENTE - PARTE UM
Quem já não teve seus sonhos e devaneios de conseguir se dar bem na vida, conseguir vencer e se encontrar em uma posição social muito maior daquela de onde veio? Passam-se as gerações mas esses anseios nunca mudam não e mesmo?
Esse foi o caso de uma menina chamada Samara...Esta vivia com sua família nos finais dos Cafundós, tendo de sobrevivência umas terras humildes, de onde plantavam para sua subsistência. Como disse seus pais, de origem pobre sempre querendo o melhor, para a sua única filha, sobrevivente de uma infância pobre,de mais três irmãos, começaram a ouvira as maravilhas de Tierra Madre, , de como poderiam tornarem-se comerciantes e melhorando de vida dar um casamento e uma vida melhor a sua filha Samara.
Então como todo o visionário o pai de Samara, vendeu tudo o que possuía e juntou um pouco de roupas e trens de cama, mesa e banho e se baldeou com sua carroça em direção a Tierra Madre...Era uma longa viagem, lá dos cafundós, mas sonhos e esperanças se alimentam entre histórias que contavam no caminho, uns aos outros, de quando chegassem em tão grande cidade, o que fariam, o que veriam, vestiriam, comeriam. Foram talvez de toda a vida simples de Samara, os mais emocionantes momentos até então vividos de sua monótona, pacata e simplória vida. Mas como se diz um ditado muito conhecido na Serra: tudo o que é bom dura sempre pouco! E não foi exceção no caso da família de Samara...Próxima da entrada da cidade, a família foi rendida por salteadores, que sempre pegam os desavidas das estradas não seguras, que a ordem não patrulhava, e os sem leis imperavam sempre naqueles locais sombrios....Pior ainda foi os pais terem tentado reagir, para recuperar seus pertences furtados, com enxadas e paus, contra o aço das espadas e adagas. Desse sortilégio macabro, se deu duas mortes, que foram os pais de Samara.
Agora sem sorte, sozinha nesse mundo, sem pertences ou posses, Samara deu graças de ainda ser muito jovem, e os salteadores se compadecerem dela e não a terem matado também com seus pais. Ela andou por um tempo pela mata ás cegas, sem entrar nas estradas sombrias, com medo de que outro grupo criminoso a encontrasse e não ter tanta sorte como da última vez, se é que no fundo foi sorte. Mas aos poucos chegou nas portas de Tierra Madre e sem mais ter onde ir mendigou pelas ruas um bom tempo morando ao relendo, pedindo, o pão pra comer, e roupas velhas pra se vestir...O sofrimento contudo não tirou a esperança daquela menina que ainda sonhava em viver melhor dentro da cidade murada, pois mesmo diante de toda a dor pela qual passava Samara via encantos na cidade Mãe, e o brilho das luzes, o movimento do comércio e das pessoas, ainda a incentivava a seguir em frente lutando por dias melhores.
Com o passar do tempo e por experiências próprias Samara ficava em frente a grande catedral da Mãe Divina, que um dia apareceu entre os homens mortais. Dela só se espera a misericórdia, pois acolhera em sua vida terrena certa vez o Filho do Divino, quando por ali passou, materialmente. Bom era ali que ela recebia as melhores esmolas, e se desse sorte sempre havia uma bondosa idosa, que quem sabe querendo fazer nome com os céus,pois estavam mais com o pé do outro lado, a levavam para um farto almoço ou jantar , em suas casas, lhe aliviando por momentos a dor da fome, que sempre roncava de dentro de suas entranhas jovens.
Todo o dia que ali esperava as esmolas, Samara orava para a Mãe Divina, que intercedesse em nome do filho do Divino, ao grande Pai, que lhe ouvisse seus apelos....Mas sempre ela pedia que lhe fosse guardado o lugar dentro de sua família que foi primeiro aos céus. Pedia que seus pais mortos nunca a esquecessem como filha, que seus irmãos aguardassem que logo quem sabe ela iria matar a saudade, de todos quando também pisasse no céu....Mas agora não.
Um dia, algo especial aconteceu...Uma senhora viúva apareceu, de onde ninguém sabe, nem mesmo Samara, que vivia esmolando ali. Ela parou em frente a menina e nem sequer fez a menção de entrar na igreja, aliás, deu até as costas pra mesma. Então a mulher encara firmemente Samara, com seus imensos olhos negros, escondidos por um véu preto de ébano...Samara inocente apenas sorri de volta um pouco retraída pelo olhar.
- Menina, me diz, olhando dentro de meus olhos, o que mais quer nesse momento, para você, e não pensa muito não, me diz de teu coração! - Aquilo mais parecia uma ordem do que um pedido, mas Samara esboça um lindo sorriso e respondeu, sem pestanejar:
- Madame, se eu tivesse um local quente, pra dormir, comida, e uma muda de roupa pra vestir já me bastava, o resto eu conseguiria trabalhando, de certeza!
- Então, menina não saía daí, que eu já volto, se é só o que realmente quer, terá!
A mulher de preto, dá as costas para Samara, que ao escutar com seus pequeninos ouvidos as palavras da velha mulher, cheia de entusiasmo, não se continha e dava pulinhos e palminhas de alegria, colando um largo sorriso de alegria...Então repentinamente, de sua sua caminhada a velha para, de costas a Samara...Ela parecia por momentos uma estátua de um gárgula negro e encurvado, as pequenas encurvadas das costas, davam a pensar em asas, bem encolhidas ao corpo para disfarçarem dentro da roupa...Nesse momento o coraçãozinho de Samara quase parou, de medo: será que a madame de preto, se arrependeu, será? A mulher se volta um pouco pra trás e joga a cabeça em meia viagem, ainda de costa, novamente fitando com seus olhar penetrante, os olhinhos de Samara e lhe faz mais uma pergunta:
- Só mais uma coisa menina...Para você conseguir o que você quer, o quanto está disposta para isso acontecer? - Samara respira aliviada, ela não desistiu de mim, pensa amenina e por instinto esperando fazer jus ao esforço daquela mulher, lhe respondeu:
- Estou disposta a fazer tudo o que for possível para que isso ocorra madame!
- Era só o que eu precisava ouvir, criança! - então a mulher segue em seu destino misterioso, com passos um tanto robóticos, como que ensaiados. E Samara esperou,esperou, e esperou.
Eram, pra frente da hora do galo cantar quando já escuro, vem a velha senhora com um casal de pessoas vestindo também trajes finos, juntamente com o pequenino filho que traziam pela mão um pouco mais jovem que Samara...Todos vestiam roupas finas em ébanos, tal qual a mulher de preto, o que chamou a atenção de inicio de Samara, mas foi logo esquecida pelas palavras que prosseguiram, de seu interesse daquela velha mulher...
- Vai com eles, menina! Lá lhe darão roupa, comida, um teto pra morar, e se trabalhar na casa, ainda poderá ter algum dinheiro, para gastar, a medida que fazer as tarefas, digo do quanto puder aguentar trabalhar...Contudo tenho uma ressalvas pra fazermos esse "ACORDO"...Primeiro, você não vai mais pisar aqui em frente a catedral, por intenção nenhuma, pois eu não sou crente e só aceito como verdade o que vejo e o que "SOU"...Segundo, é que quando comer do pão, beber do vinho e provar do sal da casa em que vai viver que diga em voz sempre alta: "AGRADEÇO AO MEU NOVO MESTRE, DESSA OPORTUNIDADE", como respeito daqueles que se importaram realmente com você e te abrigaram, dentro do seio de sua família, concorda?
- Claro que sim, e por que não? - diz fulgurante pelo acordo feito com a senhora de preto, a pobre Samara, que agora via em suas ilusões e devaneios uma luzinha aparecendo finalmente no fim desse túnel, tão escuro.
Assim Samara foi com aquela família...E como foi dito, foi cumprido. Ela finalmente comeu, dormiu em uma cama decente, vestiu algo muito simples, mas muito melhor que os trapos que residiam em seu corpinho desde que perdera seus pais, a muitos meses. Ela também começou a trabalhar na casa, como podia, e para cada tarefa realizada uma moeda acalentava seu coraçãozinho angariando o sonho de em um dia não muito longe ter sua independência e seu próprio lar. Contudo também foi colocada em sua posição de serva e os patrões não trocavam palavras com ela, que o fazia era uma governanta chefe da limpeza e afazeres da casa, mas para alguém que vivia nas ruas pedindo o que comer, estava muito mais que bom!
O tempo se seguiu, e como prometera ainda inocente a cada refeição, Samara agradecia ao seu novo Mestre pela oportunidade recebida e por medo de que tudo terminasse se ela não honrasse seu acordo, jamais cruzou em frente catedral da Mãe Divina...Quem sabe se o fizesse e a mulher de preto estivesse passando por lá e a visse? Cruz credo! Jamais!
Samara então se acomodou com aquela vida, e sempre se encantava com o brilho das luzes da cidade, mesmo quando ia ao mercado a trabalho comprar mantimentos para a casa, o fazia feliz, mesmo quando voltava quase arrastando a pesada sacola de alimentos frescos, que eram sempre servidos aos patrões...Eles que comiam separadamente dos empregados viviam exclusivamente de carne fresca e só quem poderia preparar suas refeições era a governanta, que também os servia, só ela...
Claro, que se fosse pensar um pouco, haviam certas extravagâncias, que poderia ser perdoado pois eram família de pessoas ricas e poderosas, e sendo serva quem era ela para questionar o que quer que fizessem, fora do contato dos demais empregados da casa? Assim estava muito bom!
Os anos continuaram se passar na vida de Samara, que nunca reclamou, por mais que fosse duro seu serviço ou empreitada fora e dentro da casa...E quem começava a notar, também aquela boa disposição toas era o menino dos patrões, que sempre aparecia escondido nos cantos observando a todo instante, nesses anos todos, a boa vontade e disposição daquela que se transformou numa linda e bela garota, Samara.
Claro que a natureza fala por si e aos poucos o menino, pelo seu jeito acabrunhado e tímido de ser, começou a chamar a atenção de Samara, de início, de uma amizade, que se conquistou aos poucos, apesar da regra severa do não contato, entre empregados e patrões, naquela casa...Eram escapadas durante as compras, que que o menino fingia ir brincar no quarto e simplesmente acompanhava Samara, muitas vezes se divertindo com o simples carregar da sacola, coisas de crianças!
Agora, não eram mais crianças, eram jovens, incendiados pelo fogo da paixão, endossada por um quê de proibido, imaginem por mais sério que fossem, quem resistiria a tentação? Começam os namoricos fugidios, os beijos escondidos e secretos, as lindas juras de um amor impossível, mas ainda assim infantilmente fantasioso, entre o casal de jovens...E quanto mais se embriagavam dentro desse fogo de paixões mais se arriscavam, aos olhares dos outro empregados, que começaram a desconfiar dos ares que rondavam a casa. Os dois chegaram ao ponto de fugirem durante a noite, para andarem sob o luar, no bosque de onde fizeram um grande tanque, para os moradores ricos de Tierra Madre se refrescarem, nos tempos de calor...Ali sem mais nada a os impedir concretizaram suas juras, em amor proibido, ou não, mais no mais puro amor.
Tudo o que é bom dura pouco, é o que diz nosso ditado Serrano, e assim o foi, para o casal enamorado...Sob suspeita, a governanta, começa a seguir disfarçadamente Samara e os flagra as escondidas, em vários momentos de seu amor intenso e único. Agora sem ter nenhuma dúvida, ela corre aos ouvidos dos pais do rapaz, e quando chegam as notícias pelos ouvidos, que era em uma noite escura e sem lua, o grito de dor da mãe do rapaz, mais parecia um rosnar de uma fera, do que um ser humano....Rapidamente o pai do rapaz despachou os empregados a procura dos enamorados, e os fez procurarem no bosque e os trazer a força para dentro da casa grande, área central do terreno da família rica e respeitada de Tierra Madre. Por gerações os casamentos deles eram feitos com mulheres que eram trazidas de outras fronteiras estrangeiras, e dentro do que demanda a sua casta social, eram apresentados as famílias dos mais poderosos da cidade, onde escolhiam geralmente ficarem, numa das mais antigas propriedades dali, que era o casarão. E num costume extravagante os pais, mais velhos, partiam para uma viagem sem volta para conhecer o mundo além fronteiriço, tudo isso dentro de uma grande festa dando adeus ao casal aristocrático e recebendo os novos senhores do casarão, sim tudo isso com merecidas pompas, que ninguém questionava pois era a tradição dessa família, que nutria muito bem os cofres públicos, com seus negócios de além mar.
Agora em um ato impensável de um menino mimado e tolo, tudo poderia se por a perder? Jamais!
Com esse pensamento ferino, o casal fazem os empregados trazerem ambos a força, e trancam Samara no porão de mantimentos. O rapaz fulo da vida, resolve tirar satisfações com os pais, e na sala principal, a família se tranca, para discutirem esse assunto sério de família, comas as pesadas portas de carvalho fechadas aos ouvidos dos de fora e empregados.
- Eu a amo! Eu a amo, será que não podem compreender isso? Eu não vou me casar com ninguém que não conheça, que não ame realmente, entenderam? - gritava o rapaz esbravejando, agitando, seus braços no ar...
-Menino tolo! Quem é você para dizer que realmente conhece o verdadeiro amor? O amor que faz com que você viva e morra pelo que realmente ama? Um amor que extrapola inclusive o desta família, e tudo mais que você possa imaginar? - a mãe do rapaz irrompe dentro de uma ira, que nem mesmo seu filho havia visto até então...
- Do que minha mãe esta falando? Sandices por acaso?
- Falo tolo garoto, daquele que lhe deu tudo e haverá de lhe dar muito mais. Daquele que nutre grande parte da fome dessa cidade, cheia de pecados sangue e vidas miseráveis, em sua maioria...Daquele que nos provém de tudo, do ouro que temos, das roupas caras, dos servos que trazemos a essa casa a nos servirem, das casa e sua própria alma...Do "NOSSO MESTRE"!!!
Com todas aquelas palavras sombrias, o rapaz debulha-se em uma cadeira, pesadamente, o pai do garoto sempre fora o mais sóbrio da casa, e puxando uma cadeira lhe diz, o que ninguém em sua situação deveria ouvir, assim, tão jovem:
- Meu filho, era ainda muito cedo para termos essa conversa, mas agora é preciso, e você dessa nossa família não é a exceção...Ouça seu pai e aquieta seu coração pois algo de terrível sombrio, mas maravilhoso deve ser dito!
Esse foi o caso de uma menina chamada Samara...Esta vivia com sua família nos finais dos Cafundós, tendo de sobrevivência umas terras humildes, de onde plantavam para sua subsistência. Como disse seus pais, de origem pobre sempre querendo o melhor, para a sua única filha, sobrevivente de uma infância pobre,de mais três irmãos, começaram a ouvira as maravilhas de Tierra Madre, , de como poderiam tornarem-se comerciantes e melhorando de vida dar um casamento e uma vida melhor a sua filha Samara.
Então como todo o visionário o pai de Samara, vendeu tudo o que possuía e juntou um pouco de roupas e trens de cama, mesa e banho e se baldeou com sua carroça em direção a Tierra Madre...Era uma longa viagem, lá dos cafundós, mas sonhos e esperanças se alimentam entre histórias que contavam no caminho, uns aos outros, de quando chegassem em tão grande cidade, o que fariam, o que veriam, vestiriam, comeriam. Foram talvez de toda a vida simples de Samara, os mais emocionantes momentos até então vividos de sua monótona, pacata e simplória vida. Mas como se diz um ditado muito conhecido na Serra: tudo o que é bom dura sempre pouco! E não foi exceção no caso da família de Samara...Próxima da entrada da cidade, a família foi rendida por salteadores, que sempre pegam os desavidas das estradas não seguras, que a ordem não patrulhava, e os sem leis imperavam sempre naqueles locais sombrios....Pior ainda foi os pais terem tentado reagir, para recuperar seus pertences furtados, com enxadas e paus, contra o aço das espadas e adagas. Desse sortilégio macabro, se deu duas mortes, que foram os pais de Samara.
Agora sem sorte, sozinha nesse mundo, sem pertences ou posses, Samara deu graças de ainda ser muito jovem, e os salteadores se compadecerem dela e não a terem matado também com seus pais. Ela andou por um tempo pela mata ás cegas, sem entrar nas estradas sombrias, com medo de que outro grupo criminoso a encontrasse e não ter tanta sorte como da última vez, se é que no fundo foi sorte. Mas aos poucos chegou nas portas de Tierra Madre e sem mais ter onde ir mendigou pelas ruas um bom tempo morando ao relendo, pedindo, o pão pra comer, e roupas velhas pra se vestir...O sofrimento contudo não tirou a esperança daquela menina que ainda sonhava em viver melhor dentro da cidade murada, pois mesmo diante de toda a dor pela qual passava Samara via encantos na cidade Mãe, e o brilho das luzes, o movimento do comércio e das pessoas, ainda a incentivava a seguir em frente lutando por dias melhores.
Com o passar do tempo e por experiências próprias Samara ficava em frente a grande catedral da Mãe Divina, que um dia apareceu entre os homens mortais. Dela só se espera a misericórdia, pois acolhera em sua vida terrena certa vez o Filho do Divino, quando por ali passou, materialmente. Bom era ali que ela recebia as melhores esmolas, e se desse sorte sempre havia uma bondosa idosa, que quem sabe querendo fazer nome com os céus,pois estavam mais com o pé do outro lado, a levavam para um farto almoço ou jantar , em suas casas, lhe aliviando por momentos a dor da fome, que sempre roncava de dentro de suas entranhas jovens.
Todo o dia que ali esperava as esmolas, Samara orava para a Mãe Divina, que intercedesse em nome do filho do Divino, ao grande Pai, que lhe ouvisse seus apelos....Mas sempre ela pedia que lhe fosse guardado o lugar dentro de sua família que foi primeiro aos céus. Pedia que seus pais mortos nunca a esquecessem como filha, que seus irmãos aguardassem que logo quem sabe ela iria matar a saudade, de todos quando também pisasse no céu....Mas agora não.
Um dia, algo especial aconteceu...Uma senhora viúva apareceu, de onde ninguém sabe, nem mesmo Samara, que vivia esmolando ali. Ela parou em frente a menina e nem sequer fez a menção de entrar na igreja, aliás, deu até as costas pra mesma. Então a mulher encara firmemente Samara, com seus imensos olhos negros, escondidos por um véu preto de ébano...Samara inocente apenas sorri de volta um pouco retraída pelo olhar.
- Menina, me diz, olhando dentro de meus olhos, o que mais quer nesse momento, para você, e não pensa muito não, me diz de teu coração! - Aquilo mais parecia uma ordem do que um pedido, mas Samara esboça um lindo sorriso e respondeu, sem pestanejar:
- Madame, se eu tivesse um local quente, pra dormir, comida, e uma muda de roupa pra vestir já me bastava, o resto eu conseguiria trabalhando, de certeza!
- Então, menina não saía daí, que eu já volto, se é só o que realmente quer, terá!
A mulher de preto, dá as costas para Samara, que ao escutar com seus pequeninos ouvidos as palavras da velha mulher, cheia de entusiasmo, não se continha e dava pulinhos e palminhas de alegria, colando um largo sorriso de alegria...Então repentinamente, de sua sua caminhada a velha para, de costas a Samara...Ela parecia por momentos uma estátua de um gárgula negro e encurvado, as pequenas encurvadas das costas, davam a pensar em asas, bem encolhidas ao corpo para disfarçarem dentro da roupa...Nesse momento o coraçãozinho de Samara quase parou, de medo: será que a madame de preto, se arrependeu, será? A mulher se volta um pouco pra trás e joga a cabeça em meia viagem, ainda de costa, novamente fitando com seus olhar penetrante, os olhinhos de Samara e lhe faz mais uma pergunta:
- Só mais uma coisa menina...Para você conseguir o que você quer, o quanto está disposta para isso acontecer? - Samara respira aliviada, ela não desistiu de mim, pensa amenina e por instinto esperando fazer jus ao esforço daquela mulher, lhe respondeu:
- Estou disposta a fazer tudo o que for possível para que isso ocorra madame!
- Era só o que eu precisava ouvir, criança! - então a mulher segue em seu destino misterioso, com passos um tanto robóticos, como que ensaiados. E Samara esperou,esperou, e esperou.
Eram, pra frente da hora do galo cantar quando já escuro, vem a velha senhora com um casal de pessoas vestindo também trajes finos, juntamente com o pequenino filho que traziam pela mão um pouco mais jovem que Samara...Todos vestiam roupas finas em ébanos, tal qual a mulher de preto, o que chamou a atenção de inicio de Samara, mas foi logo esquecida pelas palavras que prosseguiram, de seu interesse daquela velha mulher...
- Vai com eles, menina! Lá lhe darão roupa, comida, um teto pra morar, e se trabalhar na casa, ainda poderá ter algum dinheiro, para gastar, a medida que fazer as tarefas, digo do quanto puder aguentar trabalhar...Contudo tenho uma ressalvas pra fazermos esse "ACORDO"...Primeiro, você não vai mais pisar aqui em frente a catedral, por intenção nenhuma, pois eu não sou crente e só aceito como verdade o que vejo e o que "SOU"...Segundo, é que quando comer do pão, beber do vinho e provar do sal da casa em que vai viver que diga em voz sempre alta: "AGRADEÇO AO MEU NOVO MESTRE, DESSA OPORTUNIDADE", como respeito daqueles que se importaram realmente com você e te abrigaram, dentro do seio de sua família, concorda?
- Claro que sim, e por que não? - diz fulgurante pelo acordo feito com a senhora de preto, a pobre Samara, que agora via em suas ilusões e devaneios uma luzinha aparecendo finalmente no fim desse túnel, tão escuro.
Assim Samara foi com aquela família...E como foi dito, foi cumprido. Ela finalmente comeu, dormiu em uma cama decente, vestiu algo muito simples, mas muito melhor que os trapos que residiam em seu corpinho desde que perdera seus pais, a muitos meses. Ela também começou a trabalhar na casa, como podia, e para cada tarefa realizada uma moeda acalentava seu coraçãozinho angariando o sonho de em um dia não muito longe ter sua independência e seu próprio lar. Contudo também foi colocada em sua posição de serva e os patrões não trocavam palavras com ela, que o fazia era uma governanta chefe da limpeza e afazeres da casa, mas para alguém que vivia nas ruas pedindo o que comer, estava muito mais que bom!
O tempo se seguiu, e como prometera ainda inocente a cada refeição, Samara agradecia ao seu novo Mestre pela oportunidade recebida e por medo de que tudo terminasse se ela não honrasse seu acordo, jamais cruzou em frente catedral da Mãe Divina...Quem sabe se o fizesse e a mulher de preto estivesse passando por lá e a visse? Cruz credo! Jamais!
Samara então se acomodou com aquela vida, e sempre se encantava com o brilho das luzes da cidade, mesmo quando ia ao mercado a trabalho comprar mantimentos para a casa, o fazia feliz, mesmo quando voltava quase arrastando a pesada sacola de alimentos frescos, que eram sempre servidos aos patrões...Eles que comiam separadamente dos empregados viviam exclusivamente de carne fresca e só quem poderia preparar suas refeições era a governanta, que também os servia, só ela...
Claro, que se fosse pensar um pouco, haviam certas extravagâncias, que poderia ser perdoado pois eram família de pessoas ricas e poderosas, e sendo serva quem era ela para questionar o que quer que fizessem, fora do contato dos demais empregados da casa? Assim estava muito bom!
Os anos continuaram se passar na vida de Samara, que nunca reclamou, por mais que fosse duro seu serviço ou empreitada fora e dentro da casa...E quem começava a notar, também aquela boa disposição toas era o menino dos patrões, que sempre aparecia escondido nos cantos observando a todo instante, nesses anos todos, a boa vontade e disposição daquela que se transformou numa linda e bela garota, Samara.
Claro que a natureza fala por si e aos poucos o menino, pelo seu jeito acabrunhado e tímido de ser, começou a chamar a atenção de Samara, de início, de uma amizade, que se conquistou aos poucos, apesar da regra severa do não contato, entre empregados e patrões, naquela casa...Eram escapadas durante as compras, que que o menino fingia ir brincar no quarto e simplesmente acompanhava Samara, muitas vezes se divertindo com o simples carregar da sacola, coisas de crianças!
Agora, não eram mais crianças, eram jovens, incendiados pelo fogo da paixão, endossada por um quê de proibido, imaginem por mais sério que fossem, quem resistiria a tentação? Começam os namoricos fugidios, os beijos escondidos e secretos, as lindas juras de um amor impossível, mas ainda assim infantilmente fantasioso, entre o casal de jovens...E quanto mais se embriagavam dentro desse fogo de paixões mais se arriscavam, aos olhares dos outro empregados, que começaram a desconfiar dos ares que rondavam a casa. Os dois chegaram ao ponto de fugirem durante a noite, para andarem sob o luar, no bosque de onde fizeram um grande tanque, para os moradores ricos de Tierra Madre se refrescarem, nos tempos de calor...Ali sem mais nada a os impedir concretizaram suas juras, em amor proibido, ou não, mais no mais puro amor.
Tudo o que é bom dura pouco, é o que diz nosso ditado Serrano, e assim o foi, para o casal enamorado...Sob suspeita, a governanta, começa a seguir disfarçadamente Samara e os flagra as escondidas, em vários momentos de seu amor intenso e único. Agora sem ter nenhuma dúvida, ela corre aos ouvidos dos pais do rapaz, e quando chegam as notícias pelos ouvidos, que era em uma noite escura e sem lua, o grito de dor da mãe do rapaz, mais parecia um rosnar de uma fera, do que um ser humano....Rapidamente o pai do rapaz despachou os empregados a procura dos enamorados, e os fez procurarem no bosque e os trazer a força para dentro da casa grande, área central do terreno da família rica e respeitada de Tierra Madre. Por gerações os casamentos deles eram feitos com mulheres que eram trazidas de outras fronteiras estrangeiras, e dentro do que demanda a sua casta social, eram apresentados as famílias dos mais poderosos da cidade, onde escolhiam geralmente ficarem, numa das mais antigas propriedades dali, que era o casarão. E num costume extravagante os pais, mais velhos, partiam para uma viagem sem volta para conhecer o mundo além fronteiriço, tudo isso dentro de uma grande festa dando adeus ao casal aristocrático e recebendo os novos senhores do casarão, sim tudo isso com merecidas pompas, que ninguém questionava pois era a tradição dessa família, que nutria muito bem os cofres públicos, com seus negócios de além mar.
Agora em um ato impensável de um menino mimado e tolo, tudo poderia se por a perder? Jamais!
Com esse pensamento ferino, o casal fazem os empregados trazerem ambos a força, e trancam Samara no porão de mantimentos. O rapaz fulo da vida, resolve tirar satisfações com os pais, e na sala principal, a família se tranca, para discutirem esse assunto sério de família, comas as pesadas portas de carvalho fechadas aos ouvidos dos de fora e empregados.
- Eu a amo! Eu a amo, será que não podem compreender isso? Eu não vou me casar com ninguém que não conheça, que não ame realmente, entenderam? - gritava o rapaz esbravejando, agitando, seus braços no ar...
-Menino tolo! Quem é você para dizer que realmente conhece o verdadeiro amor? O amor que faz com que você viva e morra pelo que realmente ama? Um amor que extrapola inclusive o desta família, e tudo mais que você possa imaginar? - a mãe do rapaz irrompe dentro de uma ira, que nem mesmo seu filho havia visto até então...
- Do que minha mãe esta falando? Sandices por acaso?
- Falo tolo garoto, daquele que lhe deu tudo e haverá de lhe dar muito mais. Daquele que nutre grande parte da fome dessa cidade, cheia de pecados sangue e vidas miseráveis, em sua maioria...Daquele que nos provém de tudo, do ouro que temos, das roupas caras, dos servos que trazemos a essa casa a nos servirem, das casa e sua própria alma...Do "NOSSO MESTRE"!!!
Com todas aquelas palavras sombrias, o rapaz debulha-se em uma cadeira, pesadamente, o pai do garoto sempre fora o mais sóbrio da casa, e puxando uma cadeira lhe diz, o que ninguém em sua situação deveria ouvir, assim, tão jovem:
- Meu filho, era ainda muito cedo para termos essa conversa, mas agora é preciso, e você dessa nossa família não é a exceção...Ouça seu pai e aquieta seu coração pois algo de terrível sombrio, mas maravilhoso deve ser dito!
quarta-feira, 22 de junho de 2016
MURMURIOS NO VENTO
...Resmungas sobre o mar inocente acusação como se fosse ele o sorrateiro, contudo eras dos crimes só , dele, o estrangeiro.
Sinto na brisa do vento salgado como, como meu velho Deus anda cansado, até um pouco solitário, resiliente de suas criações e tormentos, querendo encontrar a razão, que continue amando todas as decepções das crias suas e das gerações...Alegre-se homem, afinal você fez nosso grande Pai chorar!
Criança levada , um tanto insana, decrépita, em sua alucinante percepção, infeliz, sua vida mundana, é a causa de celestial decepção...Mesmo sendo de todos os seus filhos o mais amado, o mais tolerado, por quanto tempo vais se tornando insurgente, rebelde, falso enganador e enganado, de si mesmo?
Permita-me acorda-lo meu jovem aprendiz, das esferas de pecados, das forças que deixam a tudo castrado, longe da verdadeira iluminação, quando ainda vai teimar em não aprender, que o mesmo fogo que aquece e alimenta, também consome e atormenta? Que a desmedida só leva a gana insaciável e animal, de sempre ter e nunca ter o o tempo do real desfrutar, que de tanto segurar, ainda no final só terá de soltar?
Gaiolas de ouro trancam mais por seus olhos do que por seus pulsos, a dor indivisível de não estar dentro da vaidade , quando tantos e pobres vivem lá fora, ainda que livres...Sem sentido para alguns mas dentro do entendimento do Ser maior que sejam benditos pelos seus desejos simplórios e até ruminantes, dentro de estômagos pequenos, quando se alimentam, realmente haveria fome?
Olhares dispersos pela dores dos erros dos vícios inerentes por estarem próximos dentro do palpável, do que se encontra fácil e de rapinagem, dentro e fora das leis terrenas?
Loucura? Talvez...Então dance e sobre um salto se lance dessa esfera de dor e ressentimento, desta longínqua agulha de filete anavalhado, maldito estado larval, sequer vives mas ali mesmo onde se encontra, por mais que tentes, não caminhas, só rasteja...Então, como disse squece de tudo e se lança na imensidão, escuridão tão profunda vazia, segura e pura...
Olha ao redor e vê as portas de saída de emergência, vê como as luzes mesmo antes da queda já estavam acesas? Nada de fatalidade, mas um aviso, de que ninguém em certeza de venda, estará a salvo....Aos justos o preço mais alto, e assim nada subornável, caro tanto quanto o ouro...O mesmo ouro que edifica das ruas e construções da cidade santa. Das mais sagradas calçadas que sustentaram as pobres e humildes sandálias do Profeta, amado entre os que ainda justos, apesar dos tormentos ainda se enraízam, de onde o negro não significa a morte mas o começo do renascimento...Sagrados e batizados serão aqueles que cruzarem a guia da Cidade Santa!
Sinto na brisa do vento salgado como, como meu velho Deus anda cansado, até um pouco solitário, resiliente de suas criações e tormentos, querendo encontrar a razão, que continue amando todas as decepções das crias suas e das gerações...Alegre-se homem, afinal você fez nosso grande Pai chorar!
Criança levada , um tanto insana, decrépita, em sua alucinante percepção, infeliz, sua vida mundana, é a causa de celestial decepção...Mesmo sendo de todos os seus filhos o mais amado, o mais tolerado, por quanto tempo vais se tornando insurgente, rebelde, falso enganador e enganado, de si mesmo?
Permita-me acorda-lo meu jovem aprendiz, das esferas de pecados, das forças que deixam a tudo castrado, longe da verdadeira iluminação, quando ainda vai teimar em não aprender, que o mesmo fogo que aquece e alimenta, também consome e atormenta? Que a desmedida só leva a gana insaciável e animal, de sempre ter e nunca ter o o tempo do real desfrutar, que de tanto segurar, ainda no final só terá de soltar?
Gaiolas de ouro trancam mais por seus olhos do que por seus pulsos, a dor indivisível de não estar dentro da vaidade , quando tantos e pobres vivem lá fora, ainda que livres...Sem sentido para alguns mas dentro do entendimento do Ser maior que sejam benditos pelos seus desejos simplórios e até ruminantes, dentro de estômagos pequenos, quando se alimentam, realmente haveria fome?
Olhares dispersos pela dores dos erros dos vícios inerentes por estarem próximos dentro do palpável, do que se encontra fácil e de rapinagem, dentro e fora das leis terrenas?
Loucura? Talvez...Então dance e sobre um salto se lance dessa esfera de dor e ressentimento, desta longínqua agulha de filete anavalhado, maldito estado larval, sequer vives mas ali mesmo onde se encontra, por mais que tentes, não caminhas, só rasteja...Então, como disse squece de tudo e se lança na imensidão, escuridão tão profunda vazia, segura e pura...
Olha ao redor e vê as portas de saída de emergência, vê como as luzes mesmo antes da queda já estavam acesas? Nada de fatalidade, mas um aviso, de que ninguém em certeza de venda, estará a salvo....Aos justos o preço mais alto, e assim nada subornável, caro tanto quanto o ouro...O mesmo ouro que edifica das ruas e construções da cidade santa. Das mais sagradas calçadas que sustentaram as pobres e humildes sandálias do Profeta, amado entre os que ainda justos, apesar dos tormentos ainda se enraízam, de onde o negro não significa a morte mas o começo do renascimento...Sagrados e batizados serão aqueles que cruzarem a guia da Cidade Santa!
domingo, 12 de junho de 2016
ENCONTRANDO O LEÃO BAIO
Os homens caminhavam em meio ao frio e a neve que desceu da noite passada...Nunca foi tão frio como agora, nem mesmo antes pensavam dentro de seus pesados casacos de lã...Outro pensavam do porque, naquele bendito frio, estavam trilhando o manto branco, caminhando nessa coluna, sem sentido normal de que seria estar bem aquecido dentro de suas casas, debaixo de suas cobertas, ou ainda tomando um café quente, acompanhado de uma deliciosa porção de bolinhos fritos.Então acabam a si mesmos se amaldiçoando por estarem nesse lugar frio, no fundo contra a vontade de suas razões simplórias.
Mais adiante! Era o que gritava o possível líder dessa tropa de improviso...Quando escutaram as palavras do homem, suas mãos ficaram tensas e alguns crispavam a mão no cabo de seus facões, adagas e espadas...Era o momento que ninguém queria pensar mas como tudo que é inevitável havia de chegar...Mesmo com o frio, e o manto de neve em seus pés, as suas testas começaram a escorrer suor e suas gargantas repentinamente , secaram. Era sinais de uma peleja logo a frente, que se não tiver preparado, nem viesse....Foi isso que então aconteceu, uma desgraçeira só!
Primeiro eles tentaram cercar a fera com as armas e fogo...Mais pareciam ovelhas que homens, pois quando encararam o bicho, ele já mostravam em seus olhos e de como encarava a cada um deles,que era matador experiente e em velho na arte, e seis dentes grandes á mostra mostrava, que medo na realidade era mais deles, e não de si...A fera conhecia seu potencial de ataque e agora conhecia seus oponentes, mal organizados, resfriados, e não demorou muito pra tudo começar. Foi um breve estudo, creio que mais instinto, diria qualquer mestre de estratégia de campo....
Caído o primeiro e o mais isolado, com a neve manchada de vermelho carmim, a fera poderia ir embora, mas ela sabia que se não desse uma demonstração de quem realmente era viriam mais para aborrece-la, tirar se sossego, em tempos de frio, gastando ainda mais suas reservas de energia, que a cada caçada seria de alto custo nesse inverno forte e parco de presas. Então começou a rodear, esquivar e os borrifos que avermelharam a neve foram muitos, todos ceifavam a vida daquela tropa se me permitem a palavra, suicida...Se você tem uma arma saiba bem usa-la ou ela não passará de vara cortante em suas mãos, e na lei da Serra, o animal que não janta hoje, amanha sera almoçado!
Após um tempo tudo se silencia, mesmo após os gritos, tudo silencia...A fera dá as costas ao local funesto que causou, mas não provocou e quando esta prestes a partir, ela escuta um sussurro, não...Melhor, uns gemidos. Alguém teria sobrevivido.
Arquejando ainda um tanto cansada, ela solta um bufo como que tomando por paciência para começar o horror de novo e se volta de frente para donde ouvira o som...Era um homem com a perna e braço ,esmagados, por suas presas fortes. Seu olhar de pavor lembravas dos bois e vacas, os pobres coitados, quando vão em direção ao matadouro e sabem que serão mortos....A fera simplesmente fixa seus olhos e encara, sua possível vitima, sem expressar vontade nenhuma, e se aproxima lentamente em direção a face do homem caído, chegando tão perto de seus rosto que trocaram respiração, um do outro...e por algum motivo, talvez por estar cansado, ou ainda quem sabe cansado até de tanta matança, a fera apenas o cheira e se vira, solta um urro e se mete mata dentro...Sumindo em meio a neve e a neblina que se levantava com a chegada do sol...Quem sabe até s eu fosse arriscar deixou o pobre viver para poder contar o que viu, como um alerta aos homens que se acham fortes e poderosos dentro de suas vilas , ceias de casa e cheias de leis, ilusões, que se desfazem diante da força brutal da natureza, para que entendam, que aqui nas matas da Serra ainda tem um rei...Ele, o rei das feras!
Mais adiante! Era o que gritava o possível líder dessa tropa de improviso...Quando escutaram as palavras do homem, suas mãos ficaram tensas e alguns crispavam a mão no cabo de seus facões, adagas e espadas...Era o momento que ninguém queria pensar mas como tudo que é inevitável havia de chegar...Mesmo com o frio, e o manto de neve em seus pés, as suas testas começaram a escorrer suor e suas gargantas repentinamente , secaram. Era sinais de uma peleja logo a frente, que se não tiver preparado, nem viesse....Foi isso que então aconteceu, uma desgraçeira só!
Primeiro eles tentaram cercar a fera com as armas e fogo...Mais pareciam ovelhas que homens, pois quando encararam o bicho, ele já mostravam em seus olhos e de como encarava a cada um deles,que era matador experiente e em velho na arte, e seis dentes grandes á mostra mostrava, que medo na realidade era mais deles, e não de si...A fera conhecia seu potencial de ataque e agora conhecia seus oponentes, mal organizados, resfriados, e não demorou muito pra tudo começar. Foi um breve estudo, creio que mais instinto, diria qualquer mestre de estratégia de campo....
Caído o primeiro e o mais isolado, com a neve manchada de vermelho carmim, a fera poderia ir embora, mas ela sabia que se não desse uma demonstração de quem realmente era viriam mais para aborrece-la, tirar se sossego, em tempos de frio, gastando ainda mais suas reservas de energia, que a cada caçada seria de alto custo nesse inverno forte e parco de presas. Então começou a rodear, esquivar e os borrifos que avermelharam a neve foram muitos, todos ceifavam a vida daquela tropa se me permitem a palavra, suicida...Se você tem uma arma saiba bem usa-la ou ela não passará de vara cortante em suas mãos, e na lei da Serra, o animal que não janta hoje, amanha sera almoçado!
Após um tempo tudo se silencia, mesmo após os gritos, tudo silencia...A fera dá as costas ao local funesto que causou, mas não provocou e quando esta prestes a partir, ela escuta um sussurro, não...Melhor, uns gemidos. Alguém teria sobrevivido.
Arquejando ainda um tanto cansada, ela solta um bufo como que tomando por paciência para começar o horror de novo e se volta de frente para donde ouvira o som...Era um homem com a perna e braço ,esmagados, por suas presas fortes. Seu olhar de pavor lembravas dos bois e vacas, os pobres coitados, quando vão em direção ao matadouro e sabem que serão mortos....A fera simplesmente fixa seus olhos e encara, sua possível vitima, sem expressar vontade nenhuma, e se aproxima lentamente em direção a face do homem caído, chegando tão perto de seus rosto que trocaram respiração, um do outro...e por algum motivo, talvez por estar cansado, ou ainda quem sabe cansado até de tanta matança, a fera apenas o cheira e se vira, solta um urro e se mete mata dentro...Sumindo em meio a neve e a neblina que se levantava com a chegada do sol...Quem sabe até s eu fosse arriscar deixou o pobre viver para poder contar o que viu, como um alerta aos homens que se acham fortes e poderosos dentro de suas vilas , ceias de casa e cheias de leis, ilusões, que se desfazem diante da força brutal da natureza, para que entendam, que aqui nas matas da Serra ainda tem um rei...Ele, o rei das feras!
sábado, 11 de junho de 2016
ACORDEM!
O tambor ruge...Como leão esfomeado, e os lobos cantam a morte de suas futuras presas, ante uivos alucinados....Contudo, tudo se resume em quietude dentro da cerca frágil e enganadora!
Sombra esquecida, volátil, vazia, se aglomera covardemente dentro de cada tronco, de cada ponto de uma fria esquina.
O ponto de meio se some e translucido resolve assombrar aqueles que tentam retornar, sim sem precaução e nem se importar em perceber, um estranho manto,pior que uma teia se desenvolve para a vítima incapacitada pelo torpor de sua ilusória segurança, revolver, esperando que sufoque até morrer, sem ao menos perceber.
Onde se encontram os profetas,os sábios para deter o maldito que se acoberta? Para alertar aqueles que sem ouvidos, não falam, e sem bocas não querem ouvir? Lá estão eles alimentados pelos seios corruptos da meretriz do sossego e bem estar , empanturrados com o glamour dos mais ricos que compactuam, coma morte silenciosa...Haveria então em tal mundo discorde um pingo de esperança?
Temo que não pobre e inocente criança, que vaga pela noite em busca do berço maternal...Teu caminho será nada mais que sepulcral!
Perdoem-me meu linguajar quando tanto se avança, mas a hora fria me diz que não haverá mudança sem que acordemos dessa dissonância....De comodismo, acovardado pelo estabilidade, que nos faz sempre dizer sim, jamais um forte e vivo não, mesmo diante de tal fim...
Se apercebe que preferem se dobrar e morrerem gordos e viçosos, como gado no abatedouro, ao invés de esguios, selvagens e livres...Nossos pecados agora têm pesos, e grande é sua medida, por mais que escondamo-nos dentro da miséria virtual, do que criamos como abrigo de nós mesmos, ainda somos massa aglutinada, pastosa e disformes, soterrada por falsos ideais de muitas vaidades sobrevivendo das mentiras que pregamos a nós mesmos. Mentiras tão bem contadas que além de iludir os outros, de fora, enganam a nós mesmos, retratando o nosso monstruoso modo de ser como vida de lindo conto de fadas, de língua tão doce e nada ferina
Contudo tal ledo engano desce como fel por entre nossos lábios que amarga a garganta e de dor enlouquece nossos estômagos, a cada noite quando nos deitamos...Uma maldição auto imposta sempre quando esquecemos que mesmo contra a nossa vontade o Divino, coloca ao lado da alma preguiçosa uma centelha divina da qual denominamos grau de consciência, que nos cobra do que realmente deveríamos ser, do lugar que deveríamos ter, sem ter que furtar, roubar ou matar que que não era do nosso ser...
Agora fantasmas do passado, se voltam ao censurável, instigado pelo inimigo invisível, tornado por nós mesmos, batendo leve e continuamente na falha da armadura de cada um, como agua morna que a pedra bate até que se fura, ferindo e causando dores e picadas suportáveis, para que se acostume, para que não note a infecção tomando com o vírus o corpo que não mais saudável, ide a rumo de se destruir, ruindo como a torre de um sítio lento mas eficaz assentando na base e com o calor do fogo no topo, com o tempo certo a ruína dessa, sem que haja retorno sanado considerado no preliminar tempo hábil...Deixando cinzas e escombros como consorte dos próximos que venham
e também o caíam.
Portanto espíritos amorfos, calados por cegueiras, nas fogueiras das vaidades acordem, acordem e uivem junto aos lobos, junto a noite , com o vento e seu açoite, pois a carnélia será grande e o festim maior ainda, quando fluir o imenso rio de sangue que se aproxima, onde se embebedaram-se deuses e demônios, da mesma vertente ,onde o mal é só nosso e de mais ninguém, onde colheremos da horta de nossos pecados capitais e vaidade fútil, nossos piores pesadelos, como monstros brancos em meio a neve e ao gelo eles se achegam, e nada podemos fazer pois esse é deles o momento tanto esperado...Sim!
Acordem!
Sombra esquecida, volátil, vazia, se aglomera covardemente dentro de cada tronco, de cada ponto de uma fria esquina.
O ponto de meio se some e translucido resolve assombrar aqueles que tentam retornar, sim sem precaução e nem se importar em perceber, um estranho manto,pior que uma teia se desenvolve para a vítima incapacitada pelo torpor de sua ilusória segurança, revolver, esperando que sufoque até morrer, sem ao menos perceber.
Onde se encontram os profetas,os sábios para deter o maldito que se acoberta? Para alertar aqueles que sem ouvidos, não falam, e sem bocas não querem ouvir? Lá estão eles alimentados pelos seios corruptos da meretriz do sossego e bem estar , empanturrados com o glamour dos mais ricos que compactuam, coma morte silenciosa...Haveria então em tal mundo discorde um pingo de esperança?
Temo que não pobre e inocente criança, que vaga pela noite em busca do berço maternal...Teu caminho será nada mais que sepulcral!
Perdoem-me meu linguajar quando tanto se avança, mas a hora fria me diz que não haverá mudança sem que acordemos dessa dissonância....De comodismo, acovardado pelo estabilidade, que nos faz sempre dizer sim, jamais um forte e vivo não, mesmo diante de tal fim...
Se apercebe que preferem se dobrar e morrerem gordos e viçosos, como gado no abatedouro, ao invés de esguios, selvagens e livres...Nossos pecados agora têm pesos, e grande é sua medida, por mais que escondamo-nos dentro da miséria virtual, do que criamos como abrigo de nós mesmos, ainda somos massa aglutinada, pastosa e disformes, soterrada por falsos ideais de muitas vaidades sobrevivendo das mentiras que pregamos a nós mesmos. Mentiras tão bem contadas que além de iludir os outros, de fora, enganam a nós mesmos, retratando o nosso monstruoso modo de ser como vida de lindo conto de fadas, de língua tão doce e nada ferina
Contudo tal ledo engano desce como fel por entre nossos lábios que amarga a garganta e de dor enlouquece nossos estômagos, a cada noite quando nos deitamos...Uma maldição auto imposta sempre quando esquecemos que mesmo contra a nossa vontade o Divino, coloca ao lado da alma preguiçosa uma centelha divina da qual denominamos grau de consciência, que nos cobra do que realmente deveríamos ser, do lugar que deveríamos ter, sem ter que furtar, roubar ou matar que que não era do nosso ser...
Agora fantasmas do passado, se voltam ao censurável, instigado pelo inimigo invisível, tornado por nós mesmos, batendo leve e continuamente na falha da armadura de cada um, como agua morna que a pedra bate até que se fura, ferindo e causando dores e picadas suportáveis, para que se acostume, para que não note a infecção tomando com o vírus o corpo que não mais saudável, ide a rumo de se destruir, ruindo como a torre de um sítio lento mas eficaz assentando na base e com o calor do fogo no topo, com o tempo certo a ruína dessa, sem que haja retorno sanado considerado no preliminar tempo hábil...Deixando cinzas e escombros como consorte dos próximos que venham
e também o caíam.
Portanto espíritos amorfos, calados por cegueiras, nas fogueiras das vaidades acordem, acordem e uivem junto aos lobos, junto a noite , com o vento e seu açoite, pois a carnélia será grande e o festim maior ainda, quando fluir o imenso rio de sangue que se aproxima, onde se embebedaram-se deuses e demônios, da mesma vertente ,onde o mal é só nosso e de mais ninguém, onde colheremos da horta de nossos pecados capitais e vaidade fútil, nossos piores pesadelos, como monstros brancos em meio a neve e ao gelo eles se achegam, e nada podemos fazer pois esse é deles o momento tanto esperado...Sim!
Acordem!
segunda-feira, 6 de junho de 2016
OS SETE FILHOS
Ainda nem havia levantado a geada da manha, e a fogueira que era mal dormida, nem sido reacendida,quando no acampamento aparece um homem ferido, sangrando, com um saco ensanguentado em sua sela...Sim ,ele apareceu apeado em um tortilho negro, também ferido e todos que se encontravam, em suas tendas se levantaram, um tanto receosos, uns com facas , espadas e até adagas empunhadas, afinal quem não se precave quando se vê e sente o cheiro de sangue no ar?
Então quem é da Serra sabe, é melhor se explicar bem rápido, pois o sangue vertido logo pode ser o seu se juntando ao que se encontrava já em céu aberto:
- Os moços não se apoquentem pois o sangue é de justa causa e antes de vosso veredito, quero apresentar a minha parte, pois e justo que se ouça as duas partes de um conto antes de tomar a verdade por suas mãos...
O homem se aproximou da fogueira, e foi com um gemido de dor que ele desce do tortilho negro, assim que o animal fiel ao seu dono sente que ele se encontra a salvo, o animal desaba no chão vencido pelo cansaço e ferimentos, que se abrem e desaguam mais sangue a cena, a transformando, pois o aperto do coração do Serrano será sempre quanto a lealdade, seja de qualquer um,homem ou animal, a palavra dada deve ser cumprida a todo custo.
Contudo e esmo assim ninguém toma jeito de ajudar o homem ferido, ainda não, até que saibam que prenda macabra tem dentro daquele saco na sela, do falecido tortilho negro.
O homem tira um bandana de seu alforje, após saca-lo do tortilho e enrola o ferimento ferimento maior de seu tronco, caminha lentamente a fogueira que agora de brasas, acesa, estala, convidando o sofrido a se esquentar, aliviando um pouco o sofrimento daquele homem que de nada sabiam os que o rodeavam ainda na expectativa de explicações sinceras e verdadeiras. Então recostado e depois que uma alma caridosa dentre os desconfiados lhe serve um café quente, mais descansado o homem prosseguem em sua fala:
- Sou o sétimo filho, de uma família que vive na Serra do Corvo Branco...Lá nossas terras são de perder de vista e só fazem divisa, com as terras de Santa Barbara, província dos Rafaéis...Uma família de nobres e descendência além mar, o mar que nunca vi, que apenas ouvi falar.
De meus irmãos o sexto estava apaixonado pela filha única dos Rafaéis...E a paixão era tanta que não dava mais pra se relevar como coisa de criança, mas de dois jovens apaixonados, a tal ponto que meu pai foi falar com Dom Rafael o pai da menina, e patrono da família, que se ajeitasse um bom casamento entre as famílias, unindo os dois apaixonados, como devia de ser.
Ao chegar ao casarão dos Rafaéis, está que já tem outro Missioneiro interessado do lado dos ilhéus, da família Wass...Isso na situação era inesperada, e para se resolver, marcaram uma corrida, uma carreira onde o mais corajoso das famílias participaria e quem ganhasse teria a mão da menina em casamento, porque somente quem ama se arrisca até a própria sorte pelo amor de sua pretendente...
De meu sexto irmão já sabia de seus sentimentos, e sabia que ele aceitaria de bom grado tal prova...Mas também conhecia a fama dos ilhéis dos Wass. Eram oportunistas e pra não chamar a atenção do Estado, resolveram casar u dos seus antes de ter de tomar as terras dos Rafaéis pois haveria mobilização das tropas, das ordens, e os cavaleiros colocariam todos a correr. Eu teria minhas mais profundas duvidas disso e tentei argumentar com o nosso pai, para que ele levasse uma comitiva de segurança, mas o homem sempre honrado, disse que seria apenas dois, ele e se filho pretendente da moça, com que se deveria, mostrando boas intenções quando ao casório...
Tá lá meu povo, que no passo de entrada da Serra do Corvo Branco, emboscaram meu pais, mais meu irmão e mataram os dois para que não houvesse mais pretendente se não a casa dos Wass...E mandaram de volta os cavalos com os corpos de meu sangue...E pra piorar a malvadeza toda arrancaram a cabeça de meu pai e levaram para adornar a casa dos Wass, como um maldito troféu, dos infernos!
Tomado pela dor ,meu primeiro irmão, enterrou meu sexto irmão, mas não meu pai e falou que se ele foi inteiro, deveria voltar e ser enterrado inteiro! Então numa jura de sangue nos despedimos de nossa mãezinha, pedindo a benção do Divino, pra toda aquele empreitada justa e partimos em busca da cabeça de nosso velho pai, para que pudesse ser enterrado em paz, pelo menos no espírito...
Foram dias de cavalgada que me perdi de tantas léguas, havíamos feito. Seguimos nos dizeres de cada caminhante que por ali passava, e nos indicavam a direção, até que apontamos na trilha dos ilhéus, a trilha dos wass...E gente, eu olhei com minha humilde vista o mundaréu de terras que haviam comprado, tomado, roubado...Nem em meus sonhos imaginei uma só família dona de uma vale inteiro, até aonde a vista alcança, finalizando na entrada do grande mar...Finalmente via aquele tanto de água, que nunca havia visto, que se o Divino permitisse nunca veria se tivesse de trocar por meu pai e irmão de volta, a nossa família, vivos e inteiros.
E na frente do casarão dos Wass, não houve choradeira, lenga-lengas, apenas cruzaram-se espadas, facas, lanças, e adentramos com a força da vingança em nosso coração, e como trigal do campo a ser colhido,cada Wass envolvido na morte de nossos queridos foram caindo, até chegarmos na sala do casarão e encontrarmos a cabeça de nosso pai em cima da mesinha de centro, dentro de um cesto, se fazendo de decoração, aqueles malditos gananciosos. Lutamos com honra e peito firmes como bons serranos e vencemos, pois nossa justa era de direito...Estamos todos feridos, mas inteiros e quando subimos a serra pelo passo, que fomos, demos de cara com os Rafaéis, nos esperando....
Era a mais injustas das idas da vida, que passamos, pois a filha dos Rafaéis já havia casado com o primogênito dos Wass...E era a vez deles de comprar a briga de sangue, porque foi o primeiro dos Wass que arrancou a cabeça de nossos pais e foi o primeiro a perecer em nossa justa.
Foi a mais duras das batalhas, pois além de feridos, estávamos em minoria, eram cinco Rafaéis contra um de meus irmãos...Foi um dia de onde se derramou muito sangue em um só dia, de justas de ambos os lados,por causa de um infame e ganancioso clâ, que tendo mais que podia abraçar, causou tanta desgraça, só pelos olhos que a terra haverá por certo de come-los !
De todos eu estava caída a mingua da morte, agarrado a cabeça de meu pai me lamentando que não podia enterra-lo, quando da névoa vermelha que se levantava ao entardecer apareceu a Senhora Morte em busca de seus prêmios do dia, que foi bem produtivo naquelas paragens....Mas pra minha surpresa, ela se deteve em minha frente, e pacientemente escutou meu apelo, que podia me levar, mas que desse tempo de enterrar meu pai completo em casa, para que ficasse junto a minha mãe, senhora sua esposa, e e pelo menos aplacasse assim a dor de uma mãe sem mais marido ou filhos, rezando todo o dia em sua sepultura.
A Senhora Morte no fundo é piedosa e me entendeu bem, pois falei com o meu coração....Ela me deixa viver, pra cuidar do enterro de meu pai e o enterro de minha mão quando ele vier, que eu enterre os juntos , lado a lado, como deve ser, e até lá cuidasse dela pois seria muito injusto uma mãe perder o marido e todos os filhos...Mesmo pra Senhora Morte, seria muito injusto.
Montei em meu tortilho negro, fiel companheiro e me mandei cumprir a vontade de meus irmãos, de minha mãe e da Senhora Morte, e meu cavalo despencou aqui e creio, que foi interesse da Senhora Morte que soubessem vossas mercê dessa história, e que contassem adiante desse jeito que contei pois acima de tudo não é a história de dor e sofrimento, mas de amor, de seus filhos por seus pais, de fazer o impossível, para que sejam ao menos felizes...O amor verdadeiro do Serrano que é sua família...Disposto disso se nada têm mais contra mim, peço um cavalo pra seguir caminho até minha casa, e cumprir finalmente o dever de um filho que ama seu pai e sua mãe, do fundo do coração!
Silenciando os murmúrios, os Serranos abrem passagem para o homem ferido, que nem seu nome souberam, lhe trataram as feridas, lhe deram mantimentos e cavalo e quando ainda a sair, um jovem errante de nome MARCO, resolveu acompanha-lo, como guarda, e quem sabe também com esse gesto de bondade, eliminar um pouco dos fantasmas que habitavam sua alma solitária, e sofrida com de muitos serranos, que se libertam aos poucos ajudando a quem precisa na Serra dentro das Estradas da Tradição...
Então quem é da Serra sabe, é melhor se explicar bem rápido, pois o sangue vertido logo pode ser o seu se juntando ao que se encontrava já em céu aberto:
- Os moços não se apoquentem pois o sangue é de justa causa e antes de vosso veredito, quero apresentar a minha parte, pois e justo que se ouça as duas partes de um conto antes de tomar a verdade por suas mãos...
O homem se aproximou da fogueira, e foi com um gemido de dor que ele desce do tortilho negro, assim que o animal fiel ao seu dono sente que ele se encontra a salvo, o animal desaba no chão vencido pelo cansaço e ferimentos, que se abrem e desaguam mais sangue a cena, a transformando, pois o aperto do coração do Serrano será sempre quanto a lealdade, seja de qualquer um,homem ou animal, a palavra dada deve ser cumprida a todo custo.
Contudo e esmo assim ninguém toma jeito de ajudar o homem ferido, ainda não, até que saibam que prenda macabra tem dentro daquele saco na sela, do falecido tortilho negro.
O homem tira um bandana de seu alforje, após saca-lo do tortilho e enrola o ferimento ferimento maior de seu tronco, caminha lentamente a fogueira que agora de brasas, acesa, estala, convidando o sofrido a se esquentar, aliviando um pouco o sofrimento daquele homem que de nada sabiam os que o rodeavam ainda na expectativa de explicações sinceras e verdadeiras. Então recostado e depois que uma alma caridosa dentre os desconfiados lhe serve um café quente, mais descansado o homem prosseguem em sua fala:
- Sou o sétimo filho, de uma família que vive na Serra do Corvo Branco...Lá nossas terras são de perder de vista e só fazem divisa, com as terras de Santa Barbara, província dos Rafaéis...Uma família de nobres e descendência além mar, o mar que nunca vi, que apenas ouvi falar.
De meus irmãos o sexto estava apaixonado pela filha única dos Rafaéis...E a paixão era tanta que não dava mais pra se relevar como coisa de criança, mas de dois jovens apaixonados, a tal ponto que meu pai foi falar com Dom Rafael o pai da menina, e patrono da família, que se ajeitasse um bom casamento entre as famílias, unindo os dois apaixonados, como devia de ser.
Ao chegar ao casarão dos Rafaéis, está que já tem outro Missioneiro interessado do lado dos ilhéus, da família Wass...Isso na situação era inesperada, e para se resolver, marcaram uma corrida, uma carreira onde o mais corajoso das famílias participaria e quem ganhasse teria a mão da menina em casamento, porque somente quem ama se arrisca até a própria sorte pelo amor de sua pretendente...
De meu sexto irmão já sabia de seus sentimentos, e sabia que ele aceitaria de bom grado tal prova...Mas também conhecia a fama dos ilhéis dos Wass. Eram oportunistas e pra não chamar a atenção do Estado, resolveram casar u dos seus antes de ter de tomar as terras dos Rafaéis pois haveria mobilização das tropas, das ordens, e os cavaleiros colocariam todos a correr. Eu teria minhas mais profundas duvidas disso e tentei argumentar com o nosso pai, para que ele levasse uma comitiva de segurança, mas o homem sempre honrado, disse que seria apenas dois, ele e se filho pretendente da moça, com que se deveria, mostrando boas intenções quando ao casório...
Tá lá meu povo, que no passo de entrada da Serra do Corvo Branco, emboscaram meu pais, mais meu irmão e mataram os dois para que não houvesse mais pretendente se não a casa dos Wass...E mandaram de volta os cavalos com os corpos de meu sangue...E pra piorar a malvadeza toda arrancaram a cabeça de meu pai e levaram para adornar a casa dos Wass, como um maldito troféu, dos infernos!
Tomado pela dor ,meu primeiro irmão, enterrou meu sexto irmão, mas não meu pai e falou que se ele foi inteiro, deveria voltar e ser enterrado inteiro! Então numa jura de sangue nos despedimos de nossa mãezinha, pedindo a benção do Divino, pra toda aquele empreitada justa e partimos em busca da cabeça de nosso velho pai, para que pudesse ser enterrado em paz, pelo menos no espírito...
Foram dias de cavalgada que me perdi de tantas léguas, havíamos feito. Seguimos nos dizeres de cada caminhante que por ali passava, e nos indicavam a direção, até que apontamos na trilha dos ilhéus, a trilha dos wass...E gente, eu olhei com minha humilde vista o mundaréu de terras que haviam comprado, tomado, roubado...Nem em meus sonhos imaginei uma só família dona de uma vale inteiro, até aonde a vista alcança, finalizando na entrada do grande mar...Finalmente via aquele tanto de água, que nunca havia visto, que se o Divino permitisse nunca veria se tivesse de trocar por meu pai e irmão de volta, a nossa família, vivos e inteiros.
E na frente do casarão dos Wass, não houve choradeira, lenga-lengas, apenas cruzaram-se espadas, facas, lanças, e adentramos com a força da vingança em nosso coração, e como trigal do campo a ser colhido,cada Wass envolvido na morte de nossos queridos foram caindo, até chegarmos na sala do casarão e encontrarmos a cabeça de nosso pai em cima da mesinha de centro, dentro de um cesto, se fazendo de decoração, aqueles malditos gananciosos. Lutamos com honra e peito firmes como bons serranos e vencemos, pois nossa justa era de direito...Estamos todos feridos, mas inteiros e quando subimos a serra pelo passo, que fomos, demos de cara com os Rafaéis, nos esperando....
Era a mais injustas das idas da vida, que passamos, pois a filha dos Rafaéis já havia casado com o primogênito dos Wass...E era a vez deles de comprar a briga de sangue, porque foi o primeiro dos Wass que arrancou a cabeça de nossos pais e foi o primeiro a perecer em nossa justa.
Foi a mais duras das batalhas, pois além de feridos, estávamos em minoria, eram cinco Rafaéis contra um de meus irmãos...Foi um dia de onde se derramou muito sangue em um só dia, de justas de ambos os lados,por causa de um infame e ganancioso clâ, que tendo mais que podia abraçar, causou tanta desgraça, só pelos olhos que a terra haverá por certo de come-los !
De todos eu estava caída a mingua da morte, agarrado a cabeça de meu pai me lamentando que não podia enterra-lo, quando da névoa vermelha que se levantava ao entardecer apareceu a Senhora Morte em busca de seus prêmios do dia, que foi bem produtivo naquelas paragens....Mas pra minha surpresa, ela se deteve em minha frente, e pacientemente escutou meu apelo, que podia me levar, mas que desse tempo de enterrar meu pai completo em casa, para que ficasse junto a minha mãe, senhora sua esposa, e e pelo menos aplacasse assim a dor de uma mãe sem mais marido ou filhos, rezando todo o dia em sua sepultura.
A Senhora Morte no fundo é piedosa e me entendeu bem, pois falei com o meu coração....Ela me deixa viver, pra cuidar do enterro de meu pai e o enterro de minha mão quando ele vier, que eu enterre os juntos , lado a lado, como deve ser, e até lá cuidasse dela pois seria muito injusto uma mãe perder o marido e todos os filhos...Mesmo pra Senhora Morte, seria muito injusto.
Montei em meu tortilho negro, fiel companheiro e me mandei cumprir a vontade de meus irmãos, de minha mãe e da Senhora Morte, e meu cavalo despencou aqui e creio, que foi interesse da Senhora Morte que soubessem vossas mercê dessa história, e que contassem adiante desse jeito que contei pois acima de tudo não é a história de dor e sofrimento, mas de amor, de seus filhos por seus pais, de fazer o impossível, para que sejam ao menos felizes...O amor verdadeiro do Serrano que é sua família...Disposto disso se nada têm mais contra mim, peço um cavalo pra seguir caminho até minha casa, e cumprir finalmente o dever de um filho que ama seu pai e sua mãe, do fundo do coração!
Silenciando os murmúrios, os Serranos abrem passagem para o homem ferido, que nem seu nome souberam, lhe trataram as feridas, lhe deram mantimentos e cavalo e quando ainda a sair, um jovem errante de nome MARCO, resolveu acompanha-lo, como guarda, e quem sabe também com esse gesto de bondade, eliminar um pouco dos fantasmas que habitavam sua alma solitária, e sofrida com de muitos serranos, que se libertam aos poucos ajudando a quem precisa na Serra dentro das Estradas da Tradição...
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