terça-feira, 10 de julho de 2018

UMA ESTÓRIA DE CAPÃO ALTO...

Resultado de imagem para COLONOS NO VERAO MEDIEVAL      Quando o verão ainda estava a pino os imigrantes chegaram, e começaram a se instalar em uma campina muito verde e parecia até que plainaram para fazer uma grande estrada por ali, o que lhes deixava curioso era por que os índios locais, ainda moravam em morros bem altos de difícil acesso, pois lá em cima até mesmo a água faltava e ali naquelas pastagens, até o rio corria ao lado tão limpo e cristalino...Talvez seja o jeito deles pensou o grupo que se firmava naquelas terras...E para não se estranharem, lentamente foram ter conversa com os índios locais tentando uma amizade e um convívio de possível paz entre eles.
    O líder do grupo de imigrantes era um homem, bem pálido e alto, corpulento, mas de ar bondoso, e os índios já  haviam visto o homem branco mas não daquele porte, até suas mulheres e crianças eram maiores que as deles, e mesmo que a dos brancos que ali precederam.
Resultado de imagem para AMIZADE COM OS INDIOS MEDIEVALEm um primeiro contato, trouxeram presentes e falavam em uma língua que nunca havia sido falada, por eles antes...Foi um processo difícil de entende-los, á princípio, mas aos poucos eles mesclaram as línguas em uma só para se entenderem melhor retirando artigos e preposições, colocando verbos e pronomes pessoais, dando um limitado mais importante entendimento entre ambos, como disse um começo.
     O tempo passou e eles foram se entrelaçando as amizades a ponto de convidar aos passeios em seus vilarejos e tribos locais, até suas crianças brincavam juntas toda a hora, era um forte sinal de confiança, e como sempre quem fazia as honras dos imigrantes era seu grande líder em todos os aspectos, e como compreendiam ele ainda tinha suas reservas...
    Dentre os da tribo que simpatizaram mais rapidamente com os estrangeiros, foi o velho pajé, homem espiritual e de medicina que se fazia presente nas comunidades de várias pequenas tribos locais que o tinham até como homem santo, por suas curas que não eram poucas devido a distância que se encontravam de algum socorro hospitalar, naquela época de descobrimentos, quem tinha um olho no céu e outro na terra era rei!
Imagem relacionada     O tempo passou e dois ano que se deu do convívio, tiveram um inverno um pouco frio, o que ajudou na plantação e instalação da colônia naquelas terras afortunadas onde todos os estrangeiros diziam, que se plantar, de tudo dava...E em meio aos encontros do velho pajé que passava em suas visitas na colônia, acompanhado de suas netas, ele se aproximava nervosamente do líder e pedia que se abaixasse á sua altura e falava com voz baixa aos seus ouvidos:
   -Antes vocês, foram quatro invernos, com vocês foram dois...Depois sete invernos OTHERS volta para a campina e vive um inverno campina...Campina fria, campina morta...OTHERS vai embora e volta depois taquara cair mas sete inverno!
    Aquelas palavras não mudavam muito o tom, e a cada momento que o tempo passava, o líder da colônia encucava em preocupação, quem era OTHERS, e essa palavra para ele não era estranha, pelo menos o som, parecia familiar...E ao indagar as netas elas tomadas de receio e sem jeitos diziam, que ele era um homem idoso, que vira muita coisa e sua mente já lhe pregava peças...
Resultado de imagem para BOI ARANDO A TERRA MEDIEVALBem com o trabalho e a lida no campo fazia com que o líder esquecesse essas palavras, que aprendeu apenas em ouvir em respeito ao pajé idoso e gentil, quando lhe fazia suas visitas...Agora estavam cavando, arando e arrumando, um pouco além da campina grande e verdejante...Os índios diziam que o sétimo inverno, naquela região era o mais rigoroso, por tanto teriam de plantar maioto mais nesse ano, e recolher o que puderem para evitar imprevistos, uma vez também que faziam escambo com os locais, que sabiam por alguma razão que precisavam de metais, para suas forjas e traziam nem sabe-se de onde o minério, que era uma mistura de  ferro cobre e um pouco de ouro, um material ainda embrutecido...Quando passava pelas fornalhas e cadinhos que os imigrantes possuíam davam mais lucro do que a comida que trocavam as tribos amigas, e cada colono se achava em vantagem por isso, pois mesmo que não desse certo a colônia, teriam guardado o ouro, para quando voltassem a civilização, e não voltariam de mãos vazias...
Resultado de imagem para DERRETENDO METAL MEDIEVAL    Além da campina grande haviam pequenos morros de terra que não pareciam serem muitos difíceis de serem removidos e poderiam dar um bom lugar para os pastos de seu gado e ovelhas, e até o líder pensava em fazer uma jornada mais tarde trazendo cavalos, e assim encurtando a jornada das terras isoladas á cidade civilizada mais próximas em semanas, do que antes em meses...E assim fizeram.
     Foram trabalhos duros e todo o grupo, desde as crianças que ajudavam trazendo água aos adultos pegaram a lida juntos, no fundo era bonito de se ver a unidade desses estrangeiros, que para os índios amigos poderia se dar melhor do que os últimos que ficaram por aquele mesmo local, antes.
Então o boi foi arando o campo que agora foi tirado dos morros e preparavam a terra toda aplainada agora para o plantio.
Resultado de imagem para MORRO NO CAMPO      Foi numa tarde dessas de lida que apareceu o pajé em visitas e quando viu o que fizeram correu chorando em direção dos imigrantes, muito nervoso...A ponto de esquecer a língua que aprendeu e tentava falar em sua língua, sacudindo os braços nervosamente...Rapidamente o líder sabendo dos fatos se apresentou ao pajé, pois não queria desafetos por mal entendimento e falta de respeito com uma pessoa tão amável e conhecida por todas as tribos...Ele se abaixou á altura do pajé idoso e colocou a  sua mão no ombro e perguntou qual era a sua aflição...E o pajé se acalmou, tomou um pouco de água de seu purungo, numa cabaça, molhando a garganta seca de tanto gritar, e falou:
     - Vocês não entender...Montes são pra lembrar...Nunca esquecer OTHERS, e OTHERS nunca esquecer morros, agora sem morros OTHERS chegam e iram além das campinas....Eu precisar ir e avisar todos....Adeus para sempre!
Então o pajé sai nervosamente guiado pelas netas que o levam em direção das tribos dos morros...
     O líder, toma ares de preocupação, e convoca uma reunião com toda a colônia e diz que não sabem quem eras os OTHERS, mas que teriam de se preparar, caso não conseguissem encontro de paz, com esses que chegariam no inverno...E mesmo que alguns não acreditassem nessa história toda pois ninguém chega tão longe, naquele lugar, com um inverno tão forte, quanto os índios locais, falavam, mesmo com rações extras seria muito difícil o frio e a caminhada...Se suar no inverno e não se abrigar fica doente e morre, nesse período todo o cuidado era pouco, para quem não tinha medicamentos suficientes...Sim, mesmo contragosto , a mando do líder os colonos fizeram armas, escudos e armaduras, com o que podiam; cavaram trincheiras, poços; colocaram porões reforçados para idosos e crianças...
Resultado de imagem para MACHADO DE GUERRA ENTERRADO CAMPO    Mais um tempo se passou, e quando estavam terminando de arar a área dos morros o arado dá de encontro a algo sólido, metálico...era um machado de guerra!
Ah! sim! Agora com certa tardia descobriram que eles não foram os primeiros a cavarem e plantarem ali...O líder sabiamente voltou parte dos trabalhos para as escavações, afinal conhecer o que realmente houve naquele local , deveria ajudar em um possível embate, com os OTHERS, caso houvesse.
     Com o tempo, foi se levantando um cenário tétrico mesmo. as escavações mostram que mais de um grupo, definido por um espaço de tempo grande já haviam tentado colonizar,, mas após os sete anos, desapareceram na chegada dos OTHERS! O mais macabro foi depois onde encontraram ossos partidos, em fragmentos, inúmeros...O que quer que fossem eles, devoravam tudo inclusive os corpos dos que caíram, por isso não havia como saber do destino de ninguém no local e a dificuldade da língua com os nativos também ajudara a agravar a situação... Temendo o mesmo destino, e agora perto do inverno, o líder procura pelo pajé entre as tribos que se encontravam nos morros mais altos, mas nota que haviam se evadido, de certo com o anúncio do pajé, que alertou sobre os morretes que sua colônia sem advertência retirou...Então seguiu a trilha e os rastros das tribos e correndo pra ganhar tempo não parou enquanto não deu com a tribo ainda em movimento no segundo dia sem parar...
     Quase esgotado de suas forças caiu de joelho em solo, respirando fundo e foi acudido com água pelo pajé que lhe ofereceu uma cabaça fresca pra tomar, o líder sentou-se na oca dos pajé junto com os mais velhos da aldeia e perguntou agora com máxima atenção, de que OTHERS ele havia falado...
Resultado de imagem para GUERREIRO COM SEDE MEDIEVALEntão vem a história que resumo, mas se ficarem atentos verão que já haviam ouvido parte dela em algum momento de meus contos e crônicas.
     A muito tempo atra´s naquela campina houve uma batalha enorme entre dois povos, um de armaduras e aço, outro de peles e ferro...Os homens do aço eram em menor número mas compensavam, com suas armas r armaduras, ao contrário dos homens com peles que compensavam com força brutal e efetivo...Por um tempo muito longo a batalha foi um impasse, esses homens de peles marchavam em direção a uma grande cidade que os índios chamavam de  A MÃE DO MUNDO...Os homens do aço resolveram que se lutassem ali naquele local esquecidos pelos Deuses do Divino, seria o melhor momento, para acabar com o inimigo antes que chegasse ao seu povo...
Imagem relacionada    Então como a batalha não se desenvolvia, para nenhum dos lados e estavam dentro do pior inverno, o dos sete anos, os homens do aço esperavam morrer ali impedindo que os homens de pelas se movessem, e como consequência morreriam de fome, assim mesmo na morte sua vitória era garantida...Sabendo das intenções do clã do aço, o líder dos homens de peles, procurou a caverna mais profunda, o buraco mais escuro, a toca mais tenebrosa e entrou em contato com o poder maligno da noite, das trevas e ofereceu muitas almas de seu povo, em troca de vitória certa, e assim aconteceu! Contudo mesmo as trevas, mesmo a maldade têm os limites da compaixão e as entidades com as quais ele assinou o pacto disseram uma única clausula,  para conseguir seu intento:
    - LUTA JUSTA, MORTE DIGNA! - Foi o que ele escutou da voz grotesca que saia daquele monte de pelos negros escuros e com olhos amarelos e famintos...
Imagem relacionadaE novamente o líder dos homens de pele foram á luta, e agora as armas de aço não penetravam ou rasgavam as peles deles e cada pelo de suas vestes se tornou como espinhos mortais que se perfuravam as armaduras e causavam morte por veneno mortal...A luta não durou nem uma tarde, e eles venceram...Contudo não seguiram as clausulas do acordo e humilharam, torturaram e mataram os homens do aço, causando uma grande dor e ira dentre os derrotados, e no final queimavam-nos em fogueiras, feitas em cima de morretes que ergueram para isso, os mesmos que, foram retirados pela colônia...Em meio ao sofrimento dos homens do aço, deixaram o líder deles por último, para ver seus homens sofrerem...então acorrentado e irado o líder do clã do aço vende sua alma para algo mais negro ainda, prometendo matar destroçar e comer, todos que naquela terra se assentasse depois dos montes, e se os montes caíssem ele faria isso a toda essa terra, menos a seu povo, criando um final de mundo e tanto para aquele esquecido lugar, e a criatura do morro azul, gostou disso porque ela também se fartaria sem muito fazer força tendo sempre que possível, comida á sua mesa...
Resultado de imagem para FOGO NO MORRO DOMATO      Na terceira noite  de inverno frio e forte eles se levantaram, todos os mortos do clã do aço, e se inverteu tudo! Agora o caçador era a caça, e quem almoçou foi jantado, literalmente! Na campina ficaram alguns machados de guerra, algumas espadas e tudo o que os dentes apodrecidos desses mortos famintos, pudessem devorar...E dali por diante nenhuma criatura conseguiu viver na campina por mais de sete anos...E o pior se não refizessem os morretes, nada também mais além da campina sobreviveria...
     Sim, o tempo era escasso e as chances se esvaiam por suas mãos como a areia entre seus dedos. Contudo haveria de ter um sacrifício e somente assim os mortos do clã do aço se contentariam, assim como fizeram antes...Mas seus filhos não poderiam pagar por erros de seus pais, isso era o mais certo.
Então pela amizade entre a tribo do Morro Alto e a colônia, o líder pediu aos mais velhos índios e o pajé que aceitasse seus filhos e cuidados deles, em troca eles fariam o reparo dos morretes e tentariam a medida do possível deter o exercito macabro a tempo deles fugirem dali e não voltarem mais...Então acertaram dar-lhes o ouro para quando chegassem a ter com outros brancos mandarem seus filhos de volta aos parentes que ficaram nas grandes cidades, que cuidariam deles,; lhes deram o segredo de forjar os metais, auxiliando na defesa e agricultura das tribos, uma evolução sem precedência...E assim foi.
Resultado de imagem para INDIOS BRANCOS     Em meio ao frio do inverno a tribo partiu com a preciosa carga da colônia, e mesmo de longe se via os morretes feitos a arderem enquanto o barulho de aço contra aço, e gritos de agonia iam silenciando lentamente a medida de que se afastavam do local de conflito...
Foi uma viagem longa, onde o povo todo sofreu, dias se passaram sem parar de andar e sentir frio a    pé que chegaram a um grande capão de mato, de onde se abrigaram, e formaram uma aldeia no local...As crianças cresceram esperando encontrar um dos seus parentes, mas foram sonhos de crianças...Depois de um tempo se mesclaram aos índios e passado mais de uma geração, tiveram contato com outros exploradores, e tentaram contar a sua história que aos ouvidos dos ditos sábios das ciências, não passavam de lendas locais, e que  colocaram em seus diários de viagem, de que encontraram índios claros, que eram do Morro Alto e agora são do CAPÃO ALTO. E assim mais uma história é esquecida virando estória de roda, de cantiga.

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