A noite fria era aquecida ao longe por uma claridade em meio a mata, e se aproximando da luz do fogo nada de bom vinha dali...Eram as horas mortas, e ela ainda dançava e se banqueteava com a sopa infernal, feita de seu pobre marido, que lhe amara demais nessa vida...E o transe era alto pela toxina dos restos mortais sendo sorvidos por ela, e também da dança incessante, afinal tudo fazia parte de um sonho, uma esperança que por mais fútil, que seja a pessoa se apega e paga qualquer preço em tê-la!
No ponto culminante ela caí no solo extenuada de tudo , quase sem sentidos e ouve de longe uma voz enebriante, sim, ela conseguiu contato com ALGO, que se interessou por ver de longe tanta perversidade...
- O que quer, filha minha? quer orgias, vícios, conhecimentos da escuridão?
A voz parecia familiar, um tanto paterna até, mas em meio as palavras sedosas de mel, os dentes da sua boca são brancos e bem afiados.
- Você sabe o que quero! Eu sei o que quero! E eu o quero de volta, quero! - Gritava a mulher tentando ainda se manter de pé continuando o ritual pois sabia, que se a dança parasse agora ALGO iria embora e perderia de vez a chance que pagou tão caro!
- Filha, o que me pede é muito caro, mesmo pra você! Pede algo a tua altura, pois apesar de esforçada, tu és muito nova na arte pra ter tanto...
-Peça o preço e eu consigo! Eu consigo!- A gora suas forças estão faltando ela tem de conseguir melhorar o acordo,e só terá poucos instantes antes de cair desmaiada.
-Ta bom, filha, escuta: te darei poderes da sedução, do olho gordo, do quebranto...Poderás voar por cima das copas das árvores e ficar de pele lisa como bebe bebendo sangue qualquer, mas só depois de matar tantos rebentos quantos foram os dias de teu filho na terra , só aí em o trarei de volta, mas nos meus termos, se isso te vale algo, aceita, senão vou-me embora...
- Aceito!Aceito! E juro que não de decepcionarei...
-Feito! Mas escuta terás o tempo de vida, pelo sangue que tomares, se entrares na igreja, se chorares lágrimas de amor, que não seja de teu filho, se te benzerem, se te queimarem com a chama sagrada, se te vararem com qualquer prata, tu morreras e virá direto para mim, e me alimentarem de tua alma lentamente, devorando-a, portanto malifica-te assás cumprás !
E em meio ao final de suas palavras ALGO tomou forma de um grande redemoinho negro e se elevou dali levando o tacho e a sopa quente pra comer na sua viagem, longa de volta a escuridão a qual pertencia...A gora após a poeira baixar uma pela alva desce sobre a mulher tão branca como véu de noiva e seus cabelos escurecem como a noite sem fim, o sortilégio foi lançado e o pacto terminado, sim!
AGORA NASCEU... UMA BRUXA!
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