quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

VILA DOS MORTOS -PARTE QUATRO

        Após certo tempo, com caçadas mais frequentes,o que parecia horror, a princípio se tornou usual...
As caçadas de não mortos mantinha uma certa harmonia no local a ponto deles não aparecerem mais na vila, e assim as mortes pararam por um tempo, e como o exemplo arrasta! Os moradores começaram a também e a seu modo fazerem suas próprias caçadas, contudo mais cruéis...Armavam armadilhas que aprisionavam os não mortos, para praticamente despedaça-los durante o dia. O vagante analisava, como poderiam matar e estraçalhar pessoas que viveram anos ou uma vida inteira, com tanta selvageria? Um dia a resposta veio por um ancião...Ele cultuava o divino e dizia que eles não tinham alma dos seus queridos, mas eram cascas vazias, enchidas por algum espirito maligno que desejava destruir as suas famílias e por isso não tinham mais dó daqueles corpos que a alma já se fora...Bom é uma desculpa bem convincente para simplesmente liberar os instintos de assassino e predador que todo o homem tem dentro de si...Sim, o Vagante sabia que todo o homem nasce mau,e somente com religião, compaixão, solidariedade e bondade, podemos então com o aprendizado diário de uma vida inteira, dizer que estaremos junto ao Divino...A coisa mais fácil nesse mundo de esquecidos, é praticar o mal. Contudo, fazer o Bem real, ah! Isso é difícil, e como!!!
     Aquela rotina deu ares de normalidade a vila e o Vagante começou a ver pessoas saindo de suas casas, saindo para suas tarefas, diárias, seguindo métodos que começaram com alucinados pela bebida forte de uma taverna...E os comentários de um pântano assombrado trouxe movimento para o vilarejo, e começou a vir bandos em busca de aventuras, um tantos insanas...Uns outros vinham com seu grupo de religiosos, em alguma senda sagrada, sei lá, tem doido pra tudo nesse mundo, não é mesmo? E se me perguntam por que não terminaram com os mortos de uma vez, lhes digo: pelo motivo que move todo o homem mundano, ouro! Cada morador fez de sua casa uma pousada e lucrou com isso e a taverna? Virou uma grande estalagem...Onde as histórias das incursões do Vagante foram contadas e até fizeram um pequeno livro, que todos queriam ter, como uma espécie de manual do aventureiro do pântano amaldiçoado, histórias que poderão ser contadas mais tarde mas essa serão outras histórias a serem ditas, depois de cada viagem ao segundo mundo.
         A noite após tempos caiu para o Vagante novamente dentro das matas, da segura campina, ele tivera demais, junto ao que julgava homens e isso já o contaminava novamente...Era um mal necessário para lhe lembrar dos que realmente tem de vigiar, dentro de si, para não se torna a verdadeira, fera, o verdadeiro monstro, que é o homem natural, aquele que vive e morre pelo ouro, aquele se ética, compaixão, egocêntrico covarde....Mesquinho. Ele sabe que no mundo dos homens são esses os que mais tem sucesso...Mas o mundo será realmente dos homens? Somos donos de tudo isso, ou quem sabe meros inquilinos, e que um dia deveremos prestar sérias contas dos abusos da casa alugada, para o Senhorio?
Na visão do Vagante, quanto menos erros ele cometesse, controlando seus impulsos mais baixos e se contentando como que puder carregar, ele estaria abastado e teria poucas dívidas com o Senhorio, pois fez poucos ESTRAGOS, sim, é uma visão peculiar, mas sensata
E a sua visão desse solar alugado, chamado mundo, qual seria, claro, se houvesse um Senhorio?
Não responda e fique para si, aqui na Serra não costumamos a julgar ninguém...Afinal todos temos de sobreviver e um dia morrer, não é mesmo? Contudo me passa, em minha mente um tanto torpe pelo cansaço dos anos da peleia e gritos de guerras, o que importa . não é que vamos sobreviver e u dia morrer...O que importa é como vamos sobreviver e como no final vamos morrer...E se caso haja realmente,  nosso Senhorio, espero que com essa resposta possamos pagar, nossas dívidas...E se não pudermos, qual seria a pena, o castigo? Nessa hora nem me atrevo a imaginar!!!







































































































quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

A VILA DOS MORTOS-PARTE TRÊS

    Em meio da espera do tempo seguir e quem sabe sobreviverem, até o novo amanhecer, nada melhor do que se iterar de tudo o que a ameça representa ou age, por longo tempo o Vagante ouviu o pessoal da taverna e as histórias do taverneiro m dos moradores mais antigos e sobreviventes dessa misteriosa praga,ou seja lá o que o Divino queira com tudo aquilo...Aliás, por que culpar o Divino, se geralmente a encrenca quem sempre começa é o homem? Foi esse um dos motivos do isolamento do Vagante ...O homem é cheio de falhas e ainda se acha no direito de juízo dos outros dando definições as coisas a seu modo, que muitas vezes egocêntrico, causa mais dor do que paz...
Mas deixemos as divagações para os filósofos que acham tempo para isso, os homens que se dizem de ações, procuram nada mais de que atalhos seguros, para atingirem seus objetivos, com o mínimo de margem de erros...Então em meio a tanta prosa o Vagante soube que as criaturas temem o fogo pois ficam longe da entrada da taverna, que sempre é iluminada por tochas sua entrada...Também podem ser paradas de se moverem se cortadas em pedaços e especialmente sua cabeça.Bom! Temos um bom começo,sim!
     O vagante sabe que seria pouco prudente em bancar o salvador da pátria e sair armado com lâminas e tochas tentando matar algo que vive e sobrevive das sombras da noite escura...O dia sempre será dos vivos, mas a noite, os vivos sempre a dividirão com os mortos e as outras criaturas das trevas, quer queiram ou não, fazem parte dessa Lei e isso é imutável!
Quando amanheceu, o Vagante tenta organizar uma frente de resistência aquelas coisas, mas o povo já havia sofrido muitas baixas e como bois no matadouro só esperavam chegar de um momento a outro a sua vez de se unirem a horda de não mortos que se acumulava cada vez mais dentro daquele pântano fedorento...São poucos os que continuam andando e lutando, quando veem seus parentes e amigos mais queridos serem seus inimigos, não e mesmo?
Bom, com o taverneiro, ele especificou o tamanho do pântano que pretendia rastrear e entender melhor o que houve lá dentro com o primeiro amaldiçoado, quem sabe...
    Os dias se passaram naquele tormento de não saber quando tempo se têm, se poeriam acordar novamente, a cada amanhecer...Todo o dia o Vagante aproveitava para sondar o pântano e reconhece-lo, enquanto organizou pelo menos o pessoal da taverna, para que aos poucos fortificassem-na, a fins de dar mais tempo de sobrevida aquele grupo que os aldeões chamavam de Loucos, pois queriam ir contra uma praga,que era um castigo do Divino, com certeza...Afinal, ninguém imagina o que um pouco de bebida forte pode fazer de bem com um homem, ou mulher...Com a cabeça zonza, até a coragem aparece!
Contudo se não resolvessem logo o problema, achar uma cura, cortar o seu mal pela raiz logo, logo não teriam como evitar a horda que a cada dia aumentava e se aproximava cada vez mais da taverna.
     A cada investida, seguindo a primeira trilha que o Vagante abriu, pelo pântano, o tempo deveria ser contado de maneira certa pois se errasse o compasso, não daria para sair no tempo certo antes de anoitecer e com certeza, seria alio túmulo molhado e frio do Vagante, então não poderia cometer erros infantis, pois quando ele era menino agiu como tal, e agora que assumiu sua responsabilidade nesse mundo, deveria assumir o que viesse da melhor maneira possível sem espaços para sentimentalismo banal e sem utilidade...E ele foi bem cuidadoso , a ponto de encontrar perdidos, talvez porque justamente não tinham mais tino do tempo, alguns dos não mortos desgarrados, que se tornavam letárgicos, quase catatônicos co a luz do sol, e que ao amanhecer percebeu que todos iam em uma mesma direção, para o meio do pântano...Com esses retardatários  nada mais justo de aplicar a teoria na prática, e a tocha de sua mão os queimou facilmente, pois exalavam algum teor alcoólico ou de éter de sua pele, algo que modificou seu sangue não morto, para inflamável ...Ele Também os cortou, com sua lâmina, pedaço a pedaço e percebe, quando cortava membros e parte do tronco eles ainda se arrastavam, mas quando cortava suas cabeças, só elas se mexiam, balbuciavam, e entre viravam  seus olhos, compulsivamente...Através disso haveria uma chance de sobreviverem
, se os caçassem quando o inimigo estivesse mais vulnerável, e começaria pelas manhas nos pântanos, dividindo os homens da taverna em dois grupos menores: um pra caçada e outro pra defender a taverna, em caso de um ataque...E poderia revesar entre eles para que pudessem pegar a mesma experiência de caça aos não mortos, e finalmente após uns bons dias agora o Vagante tinha sua primeira frente de Defesa!

domingo, 6 de dezembro de 2015

A VILA DOS MORTOS- PARTE DOIS

     Dentro da taverna havia um silêncio e uma expectativa mortal...Será que haveria mais daquelas coisas lá fora? Será que ela poderia passar pelas portas pesadas que eram daquela taverna? eram muitas dúvidas e poucas respostas, quem sabe por isso todos estavam calados...Então sem aguentar mais perla curiosidade, o vagante quebra o silêncio, se dirigindo ao taverneiro, pedindo explicações uma vez que o esmo era morador daquele local, agora e com certeza, amaldiçoado...
     - Bom acho justo, mestre! Sempre vivi aqui nesse lugar, que foi um tanto calmo até mesmo para os tipos locais...Foi então que apareceu o primeiro, com aquele tipo de praga.
A princípio era um homem que se encontrava caído na entrada da vila, doente e possivelmente assaltado pois haviam levado quase tudo dele.Então pela misericórdia de uma família devota ele foi levado para uma das humildes casas, para que fosse tratado...Contudo havia algo mais nele, algo que ninguém podia explicar, tinha um jeito estranho, e sua febre não passava, ate que o estranho morreu e foi enterrado fora do nosso cemitério no pântano pois,não nos era conhecida sua história para saber se era um devoto ou não.Em nossa comunidade enterramos só os que seguem nossas crenças...Bem menos de um mês de sua morte um menino se perdeu nos pântanos e quando o encontramos disse que foi cuidado pelo estranho, que já havia morrido...Aquilo não terminou ali. Dias depois a criança morreu e apareceu aos seus pais...Era noite e o menino não morto pediu comida e beijou os pais e voltou ao pântano dizendo que agora era o estranho que cuidava dele e no final cuidaria de todos nós.
      - Logo após isso os pais morreram e apareceram aos amigos e parentes e assim a praga foi se manifestando, através de nossos conhecidos e parentes...Agora os poucos que sobraram, quando anoitece se trancam em suas casa com muito medo e aterrorizados...As noites agora ninguém quer dormir e não confiam em ninguém que não viva dentro de sua casa,pois não saberia se morreu de fato.
    Bem era isso então, uma vila amaldiçoada por um estranho, que simplesmente resolveu criar uma vila de mortos assim do nada? Faltava mais alguma coisa nessa história que não estava fechando em lógica ou por puro instinto...Contudo para o vagante era uma questão de sobrevivência, não mais de simples curiosidade...Saber como as pessoas se transformaram em não mortos, como se propagava a doença, se é que se poderia chamar isso de doença.Então haveria dois tipos e infecção, quando comeram junto e quando foram beijados pelos não mortos, mas nada comprovado, pelo menos era um começo...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A VILA DOS MORTOS - PARTE UM

       A muito tempo o vagante caminha por entre as matas e também as estradas da antiga tradição, sem ver uma alma humana...Sua busca interior o fez por muito tempo se afastar dos homens,  de suas falhas e seus desejos mortais...A paz e a solidão o fizeram mais forte e centrado...Mas como ainda tem muito do humano, nas suas veias, a necessidade de encontrar-se com ouros de nossa espécie é inerente e ele resolve voltar a roa habitável das estradas da antiga tradição...Elas com certeza o levaria a algum povoado, mesmo que não conhecesse qual povoado seria.
     Passaram alguns dias e em seguida a um entardecer calmo, e tranquilo ele observe de longe um amontoado de choupanas, e uma taverna na área central era um vilarejo pequeno, mas a simples ação de falar com outra pessoa interagindo, em uma conversa muitas vezes que não leva nada a não ser joga-las fora, já o animava.
Contudo, ao se aproximar daquele pequeno lugarejo,nota peculiaridades um tanto fora do normal, mesmo, depois de tanto se afastar dos homens...Geralmente quando se achega a noite os homens se reúnem em frente a taverna e dentro dela para passarem o tempo, se entretendo, após um dia pesado de serviços no campo e lavouras locais...Naquela taverna não haviam pessoas na frente , as casas apesar do  ar quente da noite se mantinham fechadas, portas e janelas, mesmo com gente dentro delas...Nenhuma caminhada noturna no vilarejo...Sim, algo se passa.
      Bom, mais curioso que apreensivo, o vagante adentra a taverna e encontra um amontoado de homens e mulheres tomando uma s e outras , mas com um tês séria...Não havia risos e conversas altas, apenas tensão...Então ele sentindo o ambiente se assenta em ma mesa de canto, pois as costas estariam mais protegidas pelo que pudesse acontecer, logo chega o taverneiro e ele pede comida e bebida para matar o simples desejo de que outra  pessoa lhe preparasse o alimento, afinal humanidade. Após um farto jantar e uma boa bebida, o vagante  curioso, se faz menção em sair da taverna, para uma caminhada de reconhecimento daquele lugarejo, quando é interpelado pelo taverneiro, creio que o único que lhe deu atenção suficiente naquele local e por simples interesse comercial:
     - Mestre, não é aconselhável sair a essas  horas, aqui não é costumeiro fazer isso! - por alguma razão estava faltando alguma parte, do que dizia aquele homem, pensou o vagante e mesmo assim saiu, sem se preocupar com o que outros lhe diziam, afinal, se conselhos valessem algo, eles não viriam sempre de graça...
     A caminhada não foi longa, mas mesmo assim curiosa...O Vilarejo, era um tanto pobre, e seu final dava em um pântano...Onde haviam marcas de muitas caminhadas...Quem iria adentrar em um lamaçal fedorento onde nada se cria a não ser bichos peçonhentos, para trabalhar, ou mesmo passear?  Realmente algo não está certo aqui...
Outra coisa que lhe chamou a atenção, são os entreolhos que se dava pelas frestas das janelas e portas, que muitas vezes pareciam terem sido feitas de propósito, para olharem quem, ou o que estaria, lá fora em frente a suas casas. Bom , nesse momento ter cautela nunca fez mal a ninguém: o vagante retorna a taverna pelos mesmos passos que saiu...
     Bem próximo da taverna, sob a noite um tanto escura ele vê um vulto de homem  se aproximando, um tanto cambaleante...Talvez um dos moradores que se encontravam na taverna, agora não tanto sóbrio pelo tanto de bebida que pode ingerir..Contudo quando mais se aproximava o seu encontro de frente, com aquele vulto, seus instintos de sobrevivência se alertavam cada vez mais, e lhe diziam:
Cuidado!Cuidado!
Mecanicamente, como sempre ocorria, o vagante esculpiu sua mão no cabo da espada larga, preparou-se e num instante de passos cambaleantes, o vulto toma mais uma ação de predador, um animal mais besta, que homem, apesar do corpo lembrar um.
Claro que o golpe foi certeiro no coração, pois era um ataque frontal, e a estocada de uma espada larga era inevitável de ser evitado...Então, poe que aquilo não caiu? Simplesmente convulsionou ese afastou, da espada após mais da metade ter entrado dentro do seu peito! A fera retrocede não para fugir, mas toma distancia para preparar o próximo bote...Agora com um salto também inumano avança pelo ar com as mãos que mais pareciam garras abertas e prontas para dilacerarem a pele de qualquer incauto...Assim com um desvio rápido, para o lado, o vagante fez novamente sua espada larga sibilar no ar, e se chocar com carne, tendão, músculos e finalmente um osso que se partiu,não, melhor, atorou-se ao completar o movimento de corte diagonal contra um dos braços da fera semi humana que lhe atacava.
Contudo não sangrou tanto quanto devia e pior...O sangue ou quer que fosse que saiu , fedia como algo podre e morto...Contudo o golpe teve efeito esperado atordoando a criatura dando tempo para o vagante respirar, tomar fôlego, se recompor...E foi os grunhidos da fera que alertaram os ocupantes da taverna, que o trouxeram rapidamente para dentro, e ao passar a porta, colocaram uma tranca pesada nesta.
    - Entendeu,mestre, por que deve ficar na taverna, eu falei que não era seguro lá fora!-  pestanejou o taverneiro, com ares de repreenda para o vagante...
   Sim aquilo era mesmo estranho não? O vagante ficou muito tempo andando sozinho, em matas fechadas, muitas intocáveis até então, e sempre se saiu bem, sem problemas e quando resolveu voltar aos homens, de um momento, para outro sua vida estava novamente em risco...

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A AMARGURADA

Durante ao cair da chuva fria, deslocava em saltos de madeira ja um tanto desgastados, apesar de couro caro os sapados já eram ultrapassados...Seu passo marcado dava um certo ar de destino, mas quem apenas via não sabia quanto de loucura e desatino estavam empossados ali dentro daquela carcaça um tanto velha e desgastada pela vida que outrora levara quando jovem...
Eram desatinos de orgias bebedeiras, drogas e muita maldade para com seus mais próximos, era uma fera insaciável por controle e poder
      De tantas que com todos que um dia acabou ficando só e dali por diante culpava o destino, as doenças trazidas pelos exageros, como fatalidades e de sua carne só haveria uma vítima ,um cordeiro santo para o abate... e muitos dos novos que a conheceram tiveram essa a primeira impressão, mas uma fera por mais que imite um homem, um mulher, deverá um dia a voltar a ser uma fera....Pelo menos é o que sei.
Após ser aceita no seio dos mais pacíficos, ela procura o primeiro alvo para dominar o terreno em que se achava crente que seria dona e novamente quem sabe os tempos de nostalgia sairiam de seus sonhos para a realidade, quem sabe a saudosa orgia, e suas drogas de vicio: talvez...
Contudo a fera que dela dentro estava, tão ansiosa por devorar tudo o que encontrasse pela frente não entendeu, que o mais silencioso também era um lobo cansado e sobrevivente de várias batalhas, no mais específico deu é sorte dele não querer morder naquele momento, de inicio a sorte lhe sorriu,mas nada mais.
     O tempo seguiu e lá estava em todo o capricho se achando dominante da situação, mas não entendeu que a terra, que tanto almejava era mantido em humilde silêncio e na surdina pelo lobo que partiu sem dar queixa ou se defender...A criatura abusiva sempre foi carniceira e não sabia caçar nem ao menos tinha passado por um embate e aprendido a se defender e muito menos a defender os que a fizeram de amigos sinceros.
                 Logo partiu para cima dela outro lobo, agora mais faminto e ainda por cima mais esganado e num tapa devorou suas duas pernas, e novamente aquele carniçal criatura retorna a rastejar , abandonada pelos que tentou controlar....Desse tipo de laia só deve se esperar a desgraça, pois ela arrasta consigo mais vitimas quando o cheiro de sangue, atraiu os outros menores aquele campo, até seus amigos que ali ficaram foram devorados, de vez, sem dó nem piedade.
E no seu rastro de podridão, andava ainda novamente do sonho de retornar ao grande dia que mesmo de arrasto iria se erguer, com o peito amargurado, um gosto de fel na boca esta de prova a grande lição, que ha entes que devem estar sempre de arrasto, sem nada poderem fazer para se erguerem, pois quando em pé, s causam dor e miséria, pelos seus atos de egocentrismo e vaidade ´, e para os bons são o câncer que corrói mesmo que fique não tão perto no mínimo funesta  a narinas de que o pouco que tiver vomita e também perde
.             

sábado, 19 de setembro de 2015

DESAMORES: A PIEDOSA

       Quando a encontrei, era eu o mais vulnerável, caído a alguma margem de algum lugar, não sei mais...
Quando ela me encontrou era apenas por dó e piedade, vendo mais um adulto abandonado e só...Seu coração se compadeceu e em um ato de misericórdia talvez, me aninhou ao seu ventre, deixando-me entrar, dentro de seu coração quente e e macio, agora estava abrigado.
     O tempo passou e a cada momento que este ainda passa minha dor aumenta, e em agonia também, pois ela me ama dentro de seu mundo, apenas por piedade, jamais por amor...Quanto a mim, sem saber o que fazer pois estou a merce de seu peito acolhedor, me divido sempre em partir e dar a ela sua liberdade, ou escraviza-la dentro de meu sofrer...Afinal, nesse omento quem merece quem?
      Em minha duvida, me debato com os pensamentos dela, que agora são meus, pois aprendi a viver, através dela, mesmo que seu amor fosse piedade, para quem nada tem, qualquer pouco de consideração basta!
Me embriaguei com seu corpo, me entorpeci com seu jeito, sua presença e seu modo único de ser, centrando a minha vida  em sua própria existência, emfim era uma sombra feliz,diante de seu sol acolhedor...Mesmo assim, ainda me sinto mal, pois sou eu quem mais ama e por ama-la, é que tenho de partir, deixar que ela seja feliz e não somente eu, afinal quem ama se sacrifica, mesmo que seja por sua própria felicidade, sua própria vida!
     Então foi assim, tão não merecido fim...Eu simplesmente disse adeus, era uma linda tarde escolhida por mim, para que eu me lembrasse sempre dela assim toda perfeita...Ela chorou um pouco pois a companhia era também de seu costume, mas quando parti,e senti a porta se fechar atrás de mim, eu também senti que estava mais leve, ela com certeza...Eu a amava, mas não queria sua piedade, sua dó, por mim desabrigado, e simplesmente só...
A esse amor que escraviza um dos amantes eu sempre diria não por mais fundo que fosse, e mesmo ter esperançado de que com o tempo ela poderia u dia me amar, um da acordei, com meu mais duro desamor: a piedade!
Então se não puder me amar, nema a piedade quero, pois sera como uma gaiola dourada, bonita , mas sempre uma gaiola, minha prisão...Contudo agora, só e livre de toda a situação, meso que só ainda assim eu a amo, mesmo daqui, em meio ao nada existencial, eu ainda a amo.
     Por mais duro que seja um dia sei que airei encontrar com outro alguém, seja dentro de um local público, nas ruas, em alguma esquina...Nesse momento o que mais torço é que seja feliz, mais do que foi realmente comigo, apesar doa apesares seu bem, será o meu maior triunfo, mesmo daqui da solidão.
Deses tantos desamores o que mais crava, o que mais enraíza, o que mais dói sera o da piedade, pois nesse tempo mesmo na piedade fui feliz...





sexta-feira, 4 de setembro de 2015

ALMA AMALDIÇOADA

     O Vagante anda por caminhos obscuros e só, sem nada a comprometer nem mesmo seu próprio passado...A frente dele esta uma estrada da tradição que ele segue simplesmente por ir...A rente dele não muito distante depois de um longo tempo de caminhada, próximo a uma bifurcação, parada a entidade de uma alma feminina, obstruindo seu caminho...Possivelmente o que restou de algum desalento do passado de alguém que não terminou assuntos pendentes nas terras da Serra.
     A entidade sem falar ou advertir simplesmente ataca o vagante e com seu tremendo golpe desloca o corpo dele a metros do solo....O impacto é forte, seu corpo se estatela no chão, a dor é tremenda e sua mente é deslocada,por essa dor até ao seu passado, quando ele fugia junto com os animais de uma floresta de um incêndio  e deu de cara com um criminoso que fugia desenfreado em sentido contrário ao dele, sem saber que se ele entrasse por aquele caminho o malfeitor morreria assado... O homem também nem ao menos quis saber de ouvi-lo e se atracaram em um combate corpo a corpo enquanto o fogo os tentava maliciosamente encobri-los..Não haveria tempo para as devidas explicações, mais ma vez a natureza, o destino, seja lá o que for o coloca em xeque e nada mais se torna do que matar o morrer e o nosso vagante se mostra instintivo de maneira automática, sem pensar reage...E sobrevive!
      Sim ele entendeu bem cedo de que algumas coisas são porque tem de ser e não se pode em momentos de ação ponderar e pensar muito sobre tais desígnios e destinos, somente temos de sobreviver a cada golpe, a cada impacto, por mais forte e doloroso que possa ser, mesmo que tenha de se retirar forças, energias de dentro de suas entranhas ou de sua alma você tem de sobreviver!!!
Agora transportado para a realidade e de imediato perigo, suas forças saem em dobro das margens do rio do  passado...Sim, não seria a primeira e nem tão pouco a última vez de que ele iria por fim nesse combate...Assim encrespou sua mão na espada, velha mas sempre fiel ás suas batalhas da vida e sobre um salto desferiu golpes derradeiros que o colocaram a altura da entidade que entendeu, naquele momento que seu destino também estaria selado ao do vagante, dali somente sairia um e mesmo a entidade torcia para que fosse o vagante, pois em seus pensamentos fragmentados, enevoados pela dor da morte física ela lembra de sua dor, de sua perda...Marido e filhos por atos de violência que não a deixaram seguir em diante, sempre em busca de vingança no mesmo lugar que os malfeitores havia silenciados os seus maiores amores...E então mesmo saciada com o sangue dos algozes o tamanho ódio a fez continuar atacando a quem passasse no encruzo, até a chegada de alguém que colocasse fim em sua segunda e tortuosa vida...Mesmo quem sabe por um vagante,pois tal alma não era luxuosa aos desígnios.
      dentro de uma batalha sempre haverão dois lados da mesma moeda, mas sempre tenderá a cair para cima o lado que mais motivado e empenhado estiver com o embate...Novamente a sorte caiu sobre o vagante que apos um tempo eternal e longo crava seu punhal e espada no peito daquela pobre alma amaldiçoada pelo ódio e a violência, dando uma final paz a ela e quem sabe o encontro merecido aos dos seus...O vagante  recolhe suas armas e se pôs frente novamente a sua estrada , a seu caminho, então próximo ao primeiro passo de continuar uma jornada sem destino ele olha para trás por entre os ombros, o corpo falecido, estirado bem no centro do encruzo, da bifurcação...Não, nem mesmo ele poderia deixa-la assim, afinal era uma jornada sem tempo, sem ida ou vinda.
Então ele a enterra as margens da estrada, e lhe faz uma rústica cruz de madeira de cambará que durará muito tempo, que se testemunharia como um sinal de paz final aquele corpo atormentado, sim, paz!
       Afinal ele segue e no somar das contas ele é que se sente o perdedor e não o vencedor, e por um breve momento ele inveja o tumulo fresco...Então quando sua imagem vai sumindo no calor da estrada, uma rosa branca nasce e sobe, rapidamente enlaçando a cruz de cambará, e sim ela finalmente encontrou a paz...








domingo, 30 de agosto de 2015

O VAGANTE

    Agora destituído de minhas horarias e deveres, sou nada mais do que um vagante em meio a cidade de Tierra Madre dentro dela, de suas entranhas começo a entender e viver de seu outro lado,mais escuro e real...Me tornei uma sombra onde escuto os poderosos e de  suas surdinas atitudes ver sem ser percebido. Há muito erro dentro das lideranças e dentro ainda mais fundo de toda  a manipulação que uns acima de qualquer suspeita ainda chamam de política, para amenizar tão funesto movimento.
     Ando ao largo de seus restos e dejetos, junto ao povo cansado de tanta injustiça, acompanhando os mais aflitos e sem esperanças, tiradas por essa casta de seres enegrecidos pela maldade e que ainda teimam de serem chamados de humanos!
Vejo aquele doente que não pode ser medicado pois o material fora desviado para quem já muito tinha e por sobra simplesmente jogou o santo remédio de uns, no lixo de sua residência...Vejo a criança que passa fome, calada e sofrida pois os recursos daquele alimento que seria comprado para saciar sua fome e melhorar pelo menos uma vez o seu dia, foi entregue aos bolsos gordos de algum líder que precisava comprar uma banheira mais larga apesar de ser pequeno tanto em estatura quanto em mente, e que no final também vai ser descartada quando o ego daquele que ainda se diz homem aumentar, quando seu cargo também aumentar diante das tantas falcatruas que comina com seus associados, uma corja que mais parecem pragas que assolam a população que paga seus tributos arrancando a carne muitas vezes dos seus mais amados...Assim alimentamos porcos que sempre nos comem as mãos, como ingratos sem se importar que amanha nem mesmo eles terão onde de comer também...Sendo assim de certa ironia divina, um sofrimento acumulativo que no final devora a si mesmo.
     Ando pela campina seca de terras áridas sem poder mais plantar, o agricultor espera no mínimo um crédito que foi dado ao grande empresário que só constrói e nada planta, somente para ter a subvenção do ano seguinte, de suas terras, que só valorizam para a venda aos mais poderosos, fazendas que em vez de produzirem o alimento que poderia erguer uma nação servem apenas de um imenso spa, de muitas vezes de uma pessoa só, que se alimenta do mais caro pois tudo se torna caro quando não produzimos o suficiente para nos saciarmos, no mínimo que seja...Assim um passa bem para que mil passem fome.
      Passo em frente as casas dos desafortunados trabalhadores que nem direito a uma estrada boa possam ter pois toda a edificação estrutural e social que passaria por seu vilarejo, em reconhecimento de sus esforços a deixar viva a maior cidade da Serra esta desviada por um caminho longo e sem qualquer proximidade com eles, afinal a fazendola do amigo do prefeito da cidade é mais importante que o bem estar de seus servidores, que são o sangue e vida da mesma. Assim a estimativa é pior, um ganha para dez mil sofrerem...
      Ando diante doas casas dos mais humildes e ainda honestos que sonham sempre sobre um mundo melhor para seus filhos e amados viverem e rezam todo o dia para que seus líderes os encaminhem a esse momento de justiça e paz, os mesmos líderes que adoram mais as trevas do que a própria luz que tanto essas pessoas de boa fé  ...Pois é isso que ainda os fazem viver e tentar aguentar mais um dia, um momento que seja seus sonhos e os sonhos de que seus sonhos ainda um dia se realizarão, achando que não ocorre por causa da ocasião sem sequer tentarem compreender que é só por causa da vontade fraca e o egocentrismo forte de poucos se beneficiando de muitos...Mas eu me pergunto o que acontecerá no dia que o povo acordar? Quantas cabeças devem rolar, para aplacar sua sede de justiça? Sinceramente eu espero, que muitas!








sexta-feira, 28 de agosto de 2015

INVISÍVEL

    
 Caminhando entre eles sem ser notado, a criatura ardilosa se mescla dentre a multidão e dela se alimenta, como um morcego fugaz que na calada da noite usa de sua malícia e saliva doce pra não estancar o ferimento, a fim de beber todo o seu sangue...Sim tal como um vampiro entra em contato co sua vitima para lhe sugar lentamente toda a essência vital, deixando seu corpo vazio, seco e sem vida, jogado ás margens de qualquer estrada, muitas vezes despido para se parecer com um indigente, ou levando a muitos quilômetros de distancia onde a vitimou, para que encontrem um estranho, dificultando o reconhecimento de sua fútil existência, e então de prevenções contra seu perigo iminente.
      Para que tudo se dê muito certo tudo é escolhido com meticulosidade, de suas vitimas...Desde sua moradia, seus hábitos com quem elas se relacionam, de onde vêm e para onde sempre vão...Para tudo dar certo a sua vitima tem de ser uma pessoa sem passado, ou futuro...Que tenha em mente somente o presente imediato, o aqui e o agora.Afinal, se for religioso vai que pode inclusive ofender a algum Deus antigo, levando mais cedo seu devoto e a ira dele caia sobre a criatura, que também poderia ser obra do mesmo e poderia destruí-la muito mais cedo que ela mesma pretenda?
     Bem a seguir chegar e se intimidar na vida da vitima não seria mais tão difícil, pois já havia sabido tudo sobre a vitima, que no mínimo a relaciona como a sua segunda metade e no menos ainda como um fiel e único amigo, pelo tempo que lentamente toma de suas vidas, se tornando parte delas a ponto de quase sufoca-las com sua presença, a ponto de vicia-las com suas companhia, a ponto de sua vitima não mais querer sair ou até mesmo viver, sem te seu futuro algoz, de seu próprio lado. Era isso também que deixava a caçada mais doce e a essência mais ainda, era essa relação intima que "apimentava as coisas", por assim dizer.
     Mas chega ao ponto em que mesmo para uma criatura ardil , tal como essa a mente começa a lhe pregar peças, por tanto tempo sozinha ó pensando em se alimentar...E se num único momento desses em vez de se alimentar ela pudesse se envolver mais com sua presa e ter um pouco de interação só para arrancar do peito a falta de afagos e carícias que um casal deveria de ter naturalmente se fossem da mesma espécie? Bem que poderia dar certo, pelo menos uma vez, esmo que não tivessem o mesmo sangue, o mesmo gosto, quem sabe...?
     Então por longo tempo essa duvida foi alimentada, tal qual sua fome de essência vital, por sua mente pervertida e existência maldita - afinal, por que não? Ela faria quando encontrasse alguém que realmente gostasse ou que pelo menos simpatizasse.
E foi o que fez, e aconteceu como nos contos baratos encontrados nessas revistinhas de banca de revistas de romances banais...Era um dia chuvoso, terminando  o inverno, quando em um pequeno vilarejo passavam correndo um pelo outro e se chocaram, pateticamente engraçados...Foi risos deles e dos que se acercaram...Dali tomaram um copo de café, em uma pequena taverna e tudo esquentou entre eles...Logo saíram a longos passeios, ficando cada vez mais juntos a ponto de em certo momento, do derradeiro tempo, irem morar juntos, e começarem a ter uma vida, como um casal, que deveria ser...
Mas nem tudo é sempre o que queremos que seja e de volta a realidade, em um de seus retornos a sua casa, veio a dor no estômago forte a secura da garganta e o ronco de uma miserável fome que a muito tempo esqueceu dese alimentar. Era sua natureza o chamando, a ser o que realmente era, uma besta faminta e perniciosa que usava subterfúgios para se alimentar de inocentes, tais como a pessoa que pensou que poderia se fazer parte de si sentimentalmente e torna-la ilusória companhia, uma cara metade.
     Ele entra na sua casa sabendo de que o alimento mais fácil esta dentro de dela, do que fora, pois seria muto complicado preparar um improviso...Haveriam muitas falhas e poderiam dia menos dia saber de sua existência, o que lhe colocaria em risco mortal e pela sua auto preservação não poderia deixar isso acontecer. Ele também sabia dos riscos de não saciar a sua fome crescente pois teria as deformidades físicas que se destacaria dos demais, também sendo identificado e depois morto. Teria de terminar com esse conto de fadas, mas teria de ser sutil, carinhos afinal recebeu tanto carinho que teria de dar um ato de mínima boa fé e agradecimento pelos momentos felizes com o qual compartilhou e viveu por um tempo como o casal que tanto um dia fomentou em sonhar.
     Então anoite caiu e a criatura esperou sua partícipe vitima a dormir para então agir rápido e silencioso, drenando aquela essência especial, para aquele momento, como alguém que compra um vinho antigo e espera o momento certo para sorve-lo e aquele era o seu momento...
E de tanto apreciar aquilo, deixou-se levar pelo tempo sem perceber que era ela a criatura que tanto se cuidara e planejara que estava sendo drenada lentamente , tal qual o vinho que tando se guardara...Pois a vitima na verdade era uma de sua própria espécie, também investida em seu malicioso disfarce, e que também sonhou por esse tempo e essa companhia como uma maldita faceta do destino...E o fez com tal precisão que nem ao menos, a criatura, agora sua vitima, teve tempo de se revelar, e declarar seu amor, uma amor que só poderia ser dado de verdade por alguém de sua própria espécie...Caindo momento depois seco, jaz sem vida ao lado da cama,no chão, enquanto a criatura fingida de vitima sem saber o que perdera se contorcia e espreguiçava pela cama, como o gato que de barriga cheia de se alimentar do rato, o fazia.
      Assim um dia do caçador, o outro da caça...Dentro da Serra a justiça se faz naturalmente olho por olho dente por dente...Essência por essência. Portanto cuidado com as intenções quando adentrar as Serras de Tierra Madre, pois encontrará com certeza o que procura.


SEXTA 13!

     Chegou a sexta-feira 13! Muitos levam como crendiuces as sextas 13... Uns fazem até simpatias para sorte ou amor. Mas aqui na Serra as ...