terça-feira, 9 de junho de 2015

ENCONTRANDO UM BLADESSARI

       A momentos que entendemos de que somos tão pequenos quanto sequer podemos imaginar...Então também compreendemos de que pessoas pequenas, que querem ser grandes fariam qualquer coisa para atingir essa grandeza, pois são inconformados, com sua natureza mínima...E em meio a esses míseros e pequenos há ainda os que se precipitam, e antes de alcançarem a grandeza da qual sonham se revelam, e ousam desafiar e provocar aqueles que se encontram quietos em seu canto...Há um ditado que não é muito familiar na Serra: cuidado mesmo devemos ter com os mais quietos, esses são os mais selvagens!
      Caminhava eu me meio meu acampamento, junto ao grupo de tropas,quando notei algo curioso e ao mesmo tempo bizarro. Dentro do grupo de incursão florestal um líder se destacava, não pelo seu brio ou força mas pelo seu tamanho e peso...Ora porque isso chamou minha atenção? Simplesmente porque o grupo de incursão é um grupo rápido que se deslocava como batedor, e sem contato direto com o inimigo sua missão principal era trazer as informações a nosso líderes para que tomassem as decisões em tempo real ou quase total de batalha, portanto eram homens esguios e seu suposto líder era na realidade par mais um porco recheado de banha, só para dizer no mínimo, uma aberração dentro daquele grupo coeso.
Sem nada eu dizer e de imediato, aquela montanha de banha se aproxima de mim e retruca em tom áspero:
     -O que tá olhando chefe de grupo?Encontrou algo interessante pra observar?
     - Na verdade sim senhor...Me veio a questão do deslocamento de sua tropa..- retruquei quando o homem me deu chance, me interpelando erroneamente.
      - Como assim, nosso deslocamento na mata? O que quer dizer com isso?
       - Vou direto ao ponto senhor: acho curioso seu grupo se deslocar com o senhor no comando da ação pois esses homens no mínimo teriam de carrega-lo mata adentro a fim de não produzir ruído pelo seu tamanho e peso...Por outro lado também me questiono se sem o senhor ir a lidera-los, ficando somente na sua tenda, qual seria a presteza de suas informações, pois não estariam a nível de informações viáveis e confiáveis, para mudarmos o curso da batalha a nosso favor, garantindo a nossa vitória com o mínimo de sacrifício dos homens que estarão de frente para o combate, homens iguais a mim e de meu grupo, que deverão enfiar a cara dentro daquele sangue todo, cegos e orientados somente com a s informações que vocês colheram, que tal? Isso não lhe parece justo, por eu estar olhando?
     Notei que uma vermelhidão subia pela pele rosada e elastificada daquele homem gordo e desajeitado...Esperava que reagisse e assim comprovasse a minha afirmação...Ele se apega ao cabo de sua espada e firma seu punho , enquanto eu o encaro como tigre pronto para golpear antes que desembainhasse a sua espada...então mediante minha postura ele recua e com voz trêmula tenta se firmar dizendo:
     -   Você duvida que homens como eu possam liderar e se preciso sangrar pela tropa que comanda, chefe de grupo?
     - E o senhor sangraria agora por seu posto e posição? - provoco um pouco mais, para ver no que vai dar..
     - E você chefe de grupo o quanto sangraria agora? - Estávamos entrando em um jogo infantil de palavras, o que mostrava a incapacidade daquele homem gordo e desajeitado para o combate.
Assim, sem pensar muito saquei de minha faca de combate, arregaço  minha manga da malha e cortei em meu antebraço o numero de minha unidade, deixando o sangue escorrer um pouco, pingando ao solo. Daí giro a faca no ar, segurando pela lâmina e lado cego e entrego ao gordo desajeitado, que ao ver o meu sangue escorrendo empalidece quase amarelando, e lhe digo calmamente:
     - Sua vez...!
O homem agora cercado pelos homens dele e dos meus pois era uma clara disputa de honra e devoção aos seus pelotões, toma a faca sangrenta, e para não deixar o pouca da moral que tem a lhe cair por terra diz:
    - O que faço, não precisaria, mas mostro meu comprometimento ao meu pelotão!
Então muito timidamente ele leva minha faca tremula a ponta de seu dedo e procede um pequeno corte superficial, deixando cair três gotas de sangue na terra..Nesse momento claro de comprometimento a sua equipe, escutei os urros de satisfação e de meu grupo, que me ergueram e me levaram a primeira taverna para comemorar, pois somente quem sangra por seu grupo e o defende com a alma pode ser digno da confiança dele...E quanto ao gordo desajeitado? Para o destino dele foi desprezado pelo seu grupo, perdendo posto de comando de campo e se tivesse sorte estaria em algum forte trabalhando na papelada administrativa,pois era justamente o que suas três gotinhas de sangue valiam.





Nenhum comentário:

Postar um comentário

SEXTA 13!

     Chegou a sexta-feira 13! Muitos levam como crendiuces as sextas 13... Uns fazem até simpatias para sorte ou amor. Mas aqui na Serra as ...