O monge tenta acalmar todos os ânimos, mesmo os da senhora morte, a menina mais sapeca do grupo...E nunca é fácil. As pessoas de fora mais ainda, são as mais complicadas, tudo o que elas não entendem agridem e atacam, imaginem ver toda essa companhia...Idosas, não-mortas, espíritos guardiões e até a própria morte, já é esperar compreensão demais!
Eles apontam em um vilarejo e todos fecham ás portas e nem pouso sagrado conseguem, e isso cansa até a senhora morte que reage de forma mais agressiva ás ações de segregação desse povo tão ostracista de si mesmo...
- Eles um dia vão até meus domínios e lá sentirão a dor que causam aos meus amigos, ah se vão...
gritava a morte, para as portas que se fechavam aos ve-los...
-Calma minha senhora, eles apenas não compreendem nossa passagem aqui, só isso- Defendia o povo ingrato, o velho monge.
- Como podes proteger quem te gospe e te humilha monge, tenha bom senso, homem! - retrucava senhora morte.
- Mas deixe pra lá, senhora, vamos cuidar dos nossos e nossas vidas... Vamos encontrar um bom local para acampar e podermos descansar de nossa jornada, que teima sempre em continuar.
A morte concorda, mas também pede que o monge fale com o povo e que eles deem aos da sua companhia pelo menos uma refeição decente, como manda as tradições da Serra, e frisou bem senão..
E bem que o monge tentou...Foi falando com todos, batendo de porta em porta mendicando um pão ou um pouco de sopa amanhecida, mas ninguém quis ajudar...Quando ele voltou de mãos vazias, a morte nada falou, simplesmente se levantou e saíu em direção ao vilarejo, sumindo na escuridão da noite, que é o seu melhor manto...Além da luz da fogueira que o monge fez, para abrandar o frio, longe do vilarejo e á beira da estrada, houveram mais luzes no horizonte e também fortes clarões, e não eram de trovoada nem de peleja, pois não havia nenhum estrondo e nem chuva.
Ao amanhecer, a companhia que passou a noite com frio e fome, é recebido com um forte café de dejejum, e a morte sorria largamente enquanto o preparva aos seus parceiros e amigos...Comeram e se fartaram e começaram a falar com a senhora morte, afinal mesmo sabendo que ela é muito sapeca, pelo menos é original e gosta de sua companhia...E Lá no fundo ninguém estava triste com o fim que levara o vilarejo, de pessoas tão frias e amargas.
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
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