Os dois já haviam chegado em seu objetivo fazia dias...Nesse caso o tempo estava a seu favor, assim quanto mais ficassem sem serem vistos mais ajudaria a fazer com que acreditassem que haviam desistido pelas perdas que tiveram, em meio a esse tempo ele estudava o comportamento dos guardas e do pessoal que trabalhava nas minas de caolin daquele lugar. Inegavelmente quando deram de olhos com o maior dos homens daquele local de trabalho entenderam que ele seria o tal Ferreira, pois o gigante comandava todo o local, que era de uma formação simples, tendo alojamentos, refeitório e os locais de manufatura do material extraído das minas, que era trazido por vagonetes, ou espécie de mochilas-cestas que vinham atreladas nos empregados que saíam das minas...
O mais curioso disso tudo é que os dias passavam, mas nada de ver o velho, por aquelas paragens, quem sempre dava as caras numa espécie de casa de administração era o tal Ferreira mesmo!
Então de tempos em tempos, com os depósitos cheios chegavam velhos caminhões que carregavam o material extraído dentro de caixotes lacrados, e desciam com o material todos para a cidade...Em meio também notaram que eles subiam carregados de materiais necessários, para o funcionamento das minas e também manutenção do pessoal de trabalho...E assim o tempo passa lentamente aos olhos dele e Rodolfo, que ainda está cego em sua ideia de vingança, dos seus homens possivelmente abatidos na empreitada de chegarem ali, onde estavam agora...Contudo ambos eram pacientes pois sabiam que só tomariam atitude, se tivesse certeza donde estava o velho ermitão, e quando isso viesse também no momento que Ferreira tivesse de descer junto com os caminhões para resolver qualquer problema que fosse da empresa, lá na cidadezinha de Piracetuba.
Enquanto ele ficava na observação, Rodolfo passava os dias mantendo o acampamento clandestino deles em operações e na surdina...Rodolfo fazia incursões para comida água e abrigo, constantemente e se movia como sombra, sem ser visto... Em alguns momentos chegou bem perto da área das minas a ponto de ver as pessoas, os trabalhadores, quase que face a face, e os pobres coitados nem o viram se aproximar...Sim, ele era senhor do ambiente que viviam, talvez até melhor que o tal Ferreira.
Então em meio a uma noite bem clara de lua cheia, ele apareceu, o ermitão!
Haviam no local três cavernas de onde tiravam o caolin, sendo que ele descobriu algo interessante. A caverna central, era mais reforçada, bem mais estruturada e o mais interessante somente alguns empregados entravam e só colocavam material para dentro, e não retiravam. Foi aí que ele começou a ter mais atenção a esse local e nessa noite viu, quando Ferreira se aproximou com um pequeno grupo trazendo uma pesado caixote pois empurravam um carrinho de madeira de quatro rodas com dificuldades. O gigante bateu na entrada da caverna sobre uma pesada porta de ferro, mais parecia um portão grande e lentamente ela se abre e aparece o velho, segurando um estranho artoche que fazia-se iluminar por uma facho azul...eles empurram o pesado carrinho para dentro da caverna e depois de um tempo voltaram com o carrinho vazio, repetindo o estranho fato de não retirarem nada daquela mina, então com certeza era ali que o velho ermitão ficava, o tempo todo, e como o local era bem no meio das duas minas, de onde passava muita gente, de um lado para o outro, trabalhando no recolhimento de caolin, pouco precisava ser vigiado e isso seria o ponto fraco, a falha da armadura que eles precisavam para entrar no local discretamente.
Agora mais um pouco de paciência em pegar mais alguns detalhes, observando o comportamento do pessoal que entrava e trabalhava na mina central, e poderia fazer um bom planos de incursão para aquela área protegida.
E assim fizeram, com muito cuidado aos detalhes localizaram e identificaram os homens de confiança de Ferreira que ficavam dentro do acampamento, pois eram eles que entravam na caverna de mina do meio, sempre que se era preciso colocar alguma coisa lá dentro, sempre os mesmos...Em uma incursão silenciosa durante um dos processos de entrega de material na mina do centro, bem próximos ele e Rodolfo perceberam, de que Ferreira sempre se aproximava da porta com uma chave grande, batendo três vezes fortemente e em seguida colocando-a na fechadura reforçada girando-a no sentido horário para abrir a pesada porta. Ao término ele retornava a casa da administração e guardava a chave em uma gaveta de uma mesa do escritório, e que o próprio Ferreira ainda assim dormia no alojamento, pois era mais seguro e toda a área das minas era patrulhada por dois homens armados juntos, que patrulhavam o perímetro, a noite.
- Com certeza haveriam mais armas dentro do alojamento ou refeitório para os demais em caso de alguma invasão- pensou ele- Devemos agir muito silenciosamente para entrar e sair inteiros de um local como esse! Mas não posso desistir, pois estou no caminho sem volta!
Dentro da segurança de seu acampamento clandestino ele começa a tomar ideias para seus próximo movimento:
- Meu amigo! Notou que temos de conseguir um jeito de pegar aquela chave, sem que deem por falta e ainda temos de usa-la para podermos entrar naquela bendita mina? Tens por acaso alguma ideia pra esse caso?
Rodolfo se senta ao lado doa pequena fogueira e matuta algo, enquanto olha fixamente para o fogo...Após um tempo ele se volta para ele e responde:
-Senhor, temos de ser discretos, isso todos sabemos, portanto para podermos ter essa bendita chave deve ser feito de maneira que não sintam falta, não é mesmo?
- Isso! Mas volta a perguntar-lhe , amigo, como?
- Bem e se nós nunca a retiramos do local, mas sim uma cópia? Em Joinville tenho meus contatos, e poderia achar uma colmeia de abelhas, retirar a cera dos favos e com ela copiar as marcas da chave...Eu iria a Joinville e faria uma cópia, daí retornaria, e poderíamos abrir aquela porta com uma cópia, que acha? Afinal entrar no escritório não será difícil se soubermos o roteiros das rondas, certo?
- Claro, Claro! Temos de ser pacientes, sim! E em meio eu poderia conseguir o que fosse necessário para usarmos lá dentro da caverna...Mas não podemos mais voltar para Piracetuba, qualquer um que nos ver e nos reconhecer, poderá fazer todo a nossa estratégia ir por água abaixo...Esperemos o momento certo, para conseguir o molde dessa chave!
Pela manha Rodolfo saiu em direção a uma ravina, que era cortada por um rio, e era bem distante das patrulhas que trafegavam por aqueles matos...Lá ele sabia que haviam muitas flores e brotos, o que era um bom sinal de encontrar alguma colmeia...Foi uma longa caminhada e cuidadosa, e não deu outra: não demorou muito pra encontrar uma colmeia de abelhas. Rapidamente fez um fogo e montou uma tocha seca que rodeou com galhos e folhas verdes criando um fumaceiro, e espalhou por debaixo da colmeia que se encontrava presa a um galho de uma árvore mediana. então lentamente subiu e cortou parte da colmeia,. com seus favos de mel e cera juntos.
Da colmeia restante ele colocou folhas verdes e úmidas fechando a ferida que fizera, para que as abelhas voltasse a refazer com o tempo, o que ele precisou retirar...Rodolfo era um homem livre, da natureza e aprendeu com seus antepassados a respeitar o mato em que vive. ele também sabe muito bem marcar locais em sua mente e sabe , se precisar. agora onde encontrar novamente mais material.
era final da tarde quando retornou para o acampamento clandestino, e no fogo, aqueceu a cera para fazer um pequeno tablete para tirar o molde, agora era só esperar o momento certo, para conseguir o molde...
sexta-feira, 28 de dezembro de 2018
sábado, 22 de dezembro de 2018
O CASO DOS 7 MENDIGOS: CAP 8 - REVÉS!
O sol mal havia clareado o local e os fugitivos se levantam em silencio mortal e fazem uma averiguação detalhada de possíveis intrusos no perímetro, por intrusos, mas não encontram ninguém...Como a turba que os perseguia bem podia ser um tanto indisciplinada, logo desistiram das buscas naquele local, como havia predito os instintos de Rodolfo...Contudo quando retornam para a velha trilha eles dão de cara com algo terrível...
Haviam na trilha três cabeças de mulas, as suas mulas, muita víscera empilhada, e da outra equipe eles encontram somente roupas despedaçadas e ensanguentadas...E além da cena dantesca ainda havia um recado, escrito com sangue pastoso:
-Esse é um aviso! Se continuarem, terão um destino ainda pior!
Aquilo havia mexido até com a cabeça fria de Rodolfo! eles exterminaram com certeza seus homens de confiança, e o que indicava era uma morte muito violenta, mesmo até para os padrões daquele lugarejo...
- Malditos! Eles agora devem pagar, pelo que fizeram! Agora isso passa a ser pessoal!
- Calma amigo, é o que no fundo querem, de nos! Que percamos a cabeça e não raciocinemos...Assim fica mais fácil de nos apanharem, se agirmos pela emoção: cabeça fria, homem!
- Mais uma vez tem razão senhor! Ma quero que meu povo ache meus homens que se foram. Vou mandar nosso acompanhante de volta ao meu sítio, lá ele vai chamar um pessoal para procurar os copros deles, pelo menos devemos dar um enterro cristão, a eles, concorda?
-Claro! E se formos nós dois fica ainda mais difícil de nos detectarem, em missões espaciais, quando menos, mais estragos!
- Estragos...Boa palavra! Quero ocasionar estragos bem pessoais nessa cambada, isso sim! E pode ter certeza de que farei de tudo o que tiver ao meu alcance para que sua história seja publicada e essa corja ruim seja exposta, e que todos sejam punidos pelo mal que fazem!
- Certo, amigo, prossigamos! Não podem nos barras e eles também o sabem!
E assim o fizeram, mandaram o acompanhante por outra trilha que acharam ser a mais segura de volta e os dois se embrenham na mata fechada,para não deixarem rastro nas trilhas, pois bem poderiam ter colocado patrulhas, pelas adjacências a fim de os pegarem, como poderia a acontecer a todo o inexperiente desse tipo de situação...Agora andariam com muito menos peso, menos que o essencial, para não fazerem barulho, no deslocamento e esse seria muito mais lento e cauteloso, para antever um encontro inesperado com algum adversário ou transeunte que pudesse os denunciar, de onde estavam.
Era noite quando pararam um pouco e se enrolaram na lona de suas barracas que haviam trazido e fizeram um bivaque por debaixo das moites que limparam ao redor...E na noite escutaram seus perseguidores próximos, que discutiam de como não os encontraram ainda e que o seu capataz, o tal Ferreira iria ficar uma arara se não os achasse e desse um jeito neles!
- Hum, Ferreira...Então foi ele que está por detrás de toda a campana contra nós...Conheço a fama do homem, senhor,, ele é tão bom quanto eu...Teremos de ser mais ladinos do que nunca dessa vez, vai ser no que chamamos aqui: OU VAI OU RACHA!
- Certo, amigo! Vamos chegar com certeza do outro lado das bocas das minas de caolin...Assim que estivermos lá esperamos a noite para invadirmos o local, a noite nos cobrira. Depois de acharmos o nosso alvo, será nossa vez de captura-lo, creio que pagaremos na mesma moeda, para esse tal de Ferreira não?
- Sim senhor! O homem vive pra aquele chefe dele, que está bem velho...Se o levarmos bem debaixo de seu nariz, vai ser melhor que um tapa na cara do safado! Isso sim!
- Certo! Então descansemos e recuperemos nossas forças para amanha pois, chegará o dia de nosso troco!
Haviam na trilha três cabeças de mulas, as suas mulas, muita víscera empilhada, e da outra equipe eles encontram somente roupas despedaçadas e ensanguentadas...E além da cena dantesca ainda havia um recado, escrito com sangue pastoso:
-Esse é um aviso! Se continuarem, terão um destino ainda pior!
Aquilo havia mexido até com a cabeça fria de Rodolfo! eles exterminaram com certeza seus homens de confiança, e o que indicava era uma morte muito violenta, mesmo até para os padrões daquele lugarejo...
- Malditos! Eles agora devem pagar, pelo que fizeram! Agora isso passa a ser pessoal!
- Calma amigo, é o que no fundo querem, de nos! Que percamos a cabeça e não raciocinemos...Assim fica mais fácil de nos apanharem, se agirmos pela emoção: cabeça fria, homem!
- Mais uma vez tem razão senhor! Ma quero que meu povo ache meus homens que se foram. Vou mandar nosso acompanhante de volta ao meu sítio, lá ele vai chamar um pessoal para procurar os copros deles, pelo menos devemos dar um enterro cristão, a eles, concorda?
-Claro! E se formos nós dois fica ainda mais difícil de nos detectarem, em missões espaciais, quando menos, mais estragos!
- Estragos...Boa palavra! Quero ocasionar estragos bem pessoais nessa cambada, isso sim! E pode ter certeza de que farei de tudo o que tiver ao meu alcance para que sua história seja publicada e essa corja ruim seja exposta, e que todos sejam punidos pelo mal que fazem!
- Certo, amigo, prossigamos! Não podem nos barras e eles também o sabem!
E assim o fizeram, mandaram o acompanhante por outra trilha que acharam ser a mais segura de volta e os dois se embrenham na mata fechada,para não deixarem rastro nas trilhas, pois bem poderiam ter colocado patrulhas, pelas adjacências a fim de os pegarem, como poderia a acontecer a todo o inexperiente desse tipo de situação...Agora andariam com muito menos peso, menos que o essencial, para não fazerem barulho, no deslocamento e esse seria muito mais lento e cauteloso, para antever um encontro inesperado com algum adversário ou transeunte que pudesse os denunciar, de onde estavam.
Era noite quando pararam um pouco e se enrolaram na lona de suas barracas que haviam trazido e fizeram um bivaque por debaixo das moites que limparam ao redor...E na noite escutaram seus perseguidores próximos, que discutiam de como não os encontraram ainda e que o seu capataz, o tal Ferreira iria ficar uma arara se não os achasse e desse um jeito neles!
- Hum, Ferreira...Então foi ele que está por detrás de toda a campana contra nós...Conheço a fama do homem, senhor,, ele é tão bom quanto eu...Teremos de ser mais ladinos do que nunca dessa vez, vai ser no que chamamos aqui: OU VAI OU RACHA!
- Certo, amigo! Vamos chegar com certeza do outro lado das bocas das minas de caolin...Assim que estivermos lá esperamos a noite para invadirmos o local, a noite nos cobrira. Depois de acharmos o nosso alvo, será nossa vez de captura-lo, creio que pagaremos na mesma moeda, para esse tal de Ferreira não?
- Sim senhor! O homem vive pra aquele chefe dele, que está bem velho...Se o levarmos bem debaixo de seu nariz, vai ser melhor que um tapa na cara do safado! Isso sim!
- Certo! Então descansemos e recuperemos nossas forças para amanha pois, chegará o dia de nosso troco!
terça-feira, 18 de dezembro de 2018
O CASO DOS 7 MENDIGOS: CAP 7- CAÇADOS!
Estavam indo em um bom ritmo de caminhada e chegaram no quinto dia, entre chuva pesada madrugadas frias e dias sufocantes...Nada de problemas, e isso foi bom, e digo porque na noite do quinto dia de longe viram as tochas e candeeiros de seus perseguidores em uma fila indiana vindo lentamente do pé da montanha, depois de um tempo paravam, separavam-se e depois de observarem o terreno seguiam mais a frente, indo lentamente em sua direção...
- Mas que praga, chefe! O que faremos agora? - pela primeira vez ele escuta a voz de um dos seus silenciosos peões, se dirigindo ao chefe da comitiva, Rodolfo...Dá pra entender que estavam de maus lençóis mesmo.
- Calma, homem! Vamos para o nosso plano de enganação! Nos dividiremos em dois grupos...Um vai com as mulas pela colina mais longa e de lá entra pro paraná que eles não tem coragem de perseguir a gente em outro estado, os militares não tem autoridade lá, o outro segue pela encosta sem mulas, pois é mais perigoso...Teriam de ter muito culhão pra nos seguir e eles também tem mulas, não poderiam passar pelo passo do morto!
Então Rodolfo se aproxima dele e com um sorriso largo lhe dá a certeza do plano.
-Só pra constar, senhor nós somos o outro grupo, o do passo do morto...!
-Não esperava por menos, meu amigo, então partimos logo, qualquer vantagem, é lucro em nossa situação!
Os amigos silenciosos se cumprimentam e se despedem-se entre si, desejando em seus corações boa sorte a cada um do grupo...Agora eles sabem que se forem pegos, seriam seus últimos momentos juntos nessa comitiva, mas para homens que nada tem a perder, que graça teria uma vida pacata sem risco ou perigos? Sem acender nenhuma lanterna e colocando panos nas patas das mulas eles saem em rumos separados, se perdendo na escuridão.
Agora Rodolfo é o guia da frente dos três que seguiam, no passo do morto...O homem usa de todo o seu conhecimento e instinto para os guiar no escuro, no mato fechado , por uma tilha traiçoeira, onde alguns perderam a vida, pois até mesmo o chão se abre em furnas, por rachaduras na terra, sim todo o cuidado era pouco num local desses.
Amanheceu e eles continuavam, pela trilha traiçoeira e o cansaço começava a bater, quando para por momentos, para tomar fôlego e uns goles de água.
- Acha que eles seguiram o outro grupo Rodolfo?
- Pode ser senhor. Afinal eles não esperam que homens da cidade se comportem como os da mata, acha que o senhor irá montado numa mula...É o que eu também esperaria, se não o conhecesse melhor. Mas me diz uma coisa: agora que nos descobriram, como fará com relação ao velho da Mina, para que ele coopere? Afinal, só basta nos encontrarem, e nos darão cabo na mesma hora!
- Oras, as vezes temos de ser incisivos, duros e fortes mesmo tendo a razão de nosso lado...Não se preocupe deixe que na hora do momento eu me viro... Agora vamos, não podemos perder distancia deles, isso é o que importa agora!
Com o passo apurado passaram com muito sacrifício o passo do morto e retornaram para a mata fechada, logo anoiteceu e eles se abrigaram em uma furna fora dos conhecimentos dos moradores locais...Espaços especiais que somente Rodolfo tinha conhecimento e usaria somente uma única vez para escapulir das perseguições indesejáveis, como as de agora... E mesmo ouvindo de longe as vozes dos perseguidores eles não chegaram nem perto de onde estavam...Após um tempo um dentre eles gritava e urrava de raiva, e mandava que voltasse pela trilha os procurar, finalmente os haviam perdido, de momento os seus rastros...Mas o descanso é necessário e pela manha, como fazem aqui, darão graças as bençãos de ainda continuarem vivos!
- Mas que praga, chefe! O que faremos agora? - pela primeira vez ele escuta a voz de um dos seus silenciosos peões, se dirigindo ao chefe da comitiva, Rodolfo...Dá pra entender que estavam de maus lençóis mesmo.
- Calma, homem! Vamos para o nosso plano de enganação! Nos dividiremos em dois grupos...Um vai com as mulas pela colina mais longa e de lá entra pro paraná que eles não tem coragem de perseguir a gente em outro estado, os militares não tem autoridade lá, o outro segue pela encosta sem mulas, pois é mais perigoso...Teriam de ter muito culhão pra nos seguir e eles também tem mulas, não poderiam passar pelo passo do morto!
Então Rodolfo se aproxima dele e com um sorriso largo lhe dá a certeza do plano.
-Só pra constar, senhor nós somos o outro grupo, o do passo do morto...!
-Não esperava por menos, meu amigo, então partimos logo, qualquer vantagem, é lucro em nossa situação!
Os amigos silenciosos se cumprimentam e se despedem-se entre si, desejando em seus corações boa sorte a cada um do grupo...Agora eles sabem que se forem pegos, seriam seus últimos momentos juntos nessa comitiva, mas para homens que nada tem a perder, que graça teria uma vida pacata sem risco ou perigos? Sem acender nenhuma lanterna e colocando panos nas patas das mulas eles saem em rumos separados, se perdendo na escuridão.
Agora Rodolfo é o guia da frente dos três que seguiam, no passo do morto...O homem usa de todo o seu conhecimento e instinto para os guiar no escuro, no mato fechado , por uma tilha traiçoeira, onde alguns perderam a vida, pois até mesmo o chão se abre em furnas, por rachaduras na terra, sim todo o cuidado era pouco num local desses.
Amanheceu e eles continuavam, pela trilha traiçoeira e o cansaço começava a bater, quando para por momentos, para tomar fôlego e uns goles de água.
- Acha que eles seguiram o outro grupo Rodolfo?
- Pode ser senhor. Afinal eles não esperam que homens da cidade se comportem como os da mata, acha que o senhor irá montado numa mula...É o que eu também esperaria, se não o conhecesse melhor. Mas me diz uma coisa: agora que nos descobriram, como fará com relação ao velho da Mina, para que ele coopere? Afinal, só basta nos encontrarem, e nos darão cabo na mesma hora!
- Oras, as vezes temos de ser incisivos, duros e fortes mesmo tendo a razão de nosso lado...Não se preocupe deixe que na hora do momento eu me viro... Agora vamos, não podemos perder distancia deles, isso é o que importa agora!
Com o passo apurado passaram com muito sacrifício o passo do morto e retornaram para a mata fechada, logo anoiteceu e eles se abrigaram em uma furna fora dos conhecimentos dos moradores locais...Espaços especiais que somente Rodolfo tinha conhecimento e usaria somente uma única vez para escapulir das perseguições indesejáveis, como as de agora... E mesmo ouvindo de longe as vozes dos perseguidores eles não chegaram nem perto de onde estavam...Após um tempo um dentre eles gritava e urrava de raiva, e mandava que voltasse pela trilha os procurar, finalmente os haviam perdido, de momento os seus rastros...Mas o descanso é necessário e pela manha, como fazem aqui, darão graças as bençãos de ainda continuarem vivos!
domingo, 16 de dezembro de 2018
O CASO DOS 7 MENDIGOS: CAP 6 - ESCLARECIMENTO!
Estavam caminhando pela mata a mais ou menos uns três dias, mas o esforço era de mais de uma semana! as curvas de níveis eram muito inclinadas e mais escalavam que subiam...Durante esse tempo todos os homens que acompanhavam Rodolfo não diziam uma palavra, nem mesmo entre si, eram homens turrões endurecidos pela vida difícil do interior, dos excluídos que não tinham direito a um pedaço de terra sequer...Eis uma grande verdade, enquanto pouco têm a ponto de desperdiçar, deixando sobras por onde passa, são muitos os que catam as migalhas no chão, o máximo que der para o recurso durar e continuarem a viver suas vidas...
E tudo no deslocamento deveria seguir uma rotina, uma norma, e eles andavam até ao meio dia, logo que amanhecia, parando para comer e descansar, comendo a comida fria que fizeram na noite passada, para não declararem sua posição a quem quer que fosse...Próximo dás dezesseis horas, começavam a parar novamente e armavam seu acampamento, enquanto havia hora de sol...Juntavam a lenha para o fogo, armavam as barracas, limpavam o chão ao redor para evitar cobras e outros peçonhentos entre as folhas, faziam o jantar e o almoço, para o outro dia como havia mencionado anteriormente...Armavam o acampamento em uma encosta cega para o horizonte, longe das cristas de ondas dos terrenos, assim o fogo nem era percebido se alguém ou algo os tivesse perseguindo, o que com certeza já estava ocorrendo, uma vez que os vigias não mais encontrariam ele nos fazeres curriqueiros qual sempre fazia... Mas agora o mais importante era chegar no alvo marcado e descobrir finalmente os eventos mais antigos que ele, mas que o levaram a chegar até a esse momento.
Era noite de quarto dia, quando Rodolfo, pega sua marmita de um arroz empolentado , mesclado com feijão e toucinho e vem se sentar ao lado dele, puxando conversa.
- Afinal sei que não é de minha conta e nem sempre faço isso com meus clientes mas confesso que fiquei curioso: por que essa procura, desse velho? O que ha de tão errado assim que até o prefeito quer que você fique distante desse homem?
- Boa pergunta, amigo! E Creio que seja pelo menos mais humano de minha parte lhe colocar a par desses porquês...Olha a muito tempo eu sigo a pista de um fato que ocorreu a muito tempo atrás e por alguma aberração de eventos foi totalmente esquecido...Por incrível que lhe pareça, uma cidade inteira sumiu do mapa, e ninguém mais ficou sabendo.!
- Oras, senhor, isso é impossível! Como some uma cidade inteira e ninguém fica sabendo? Mesmo aqui, dentro desse fim de mundo, se isso acontecesse logo saberíamos também!
- Justamente, amigo...E dessa louca e incrível história o que sei é sobre esse homem, o velho da mina. Nem mesmo o seu nome também o sei, pois dessa cidade toda somente quem sobrou foi esse homem, que nem sabemos por qual razão se adentrou ao interior e nunca mais entrou em contato com pessoas normais...Ficou anos em sua cidade vivendo escondido...E eu me pergunto: de quem ou o que ele foge? Mas com sua ajuda isso será solucionado, pois iremos se Deus quiser perguntar a ele mesmo, pessoalmente! sim vamos inquiri-lo com a verdade, e ele falará!
- Certo, mas afinal o que ganha com isso, senhor? Por mais que ele lhe conte, da mais absurda história, qual seu interesse nisso?
- Claro que tem a haver mais que dinheiro...Olha eu estudei para ser um bom repórter, para que meu nome fosse lembrado como o de muitos nos livros de história...Em meio a minha busca pelo reconhecimento e fama, encontrei um outro repórter que era assim como eu, e teve os mais incríveis palpites e o levou a reportagens, que o afamaram ainda jovem...E foi nessa reportagem, que ele começou a investigar, que ele não terminou, pois algo lhe aconteceu também junto com a cidade que sumiu...O que sei é que tudo aconteceu ou começou a acontecer, quando houve um crime naquela localidade envolvendo alguns mendigos, depois disso eventos fora do comum levaram ao sumiço de todas a cidade!
- E como o senhor tem tanta certeza disso?
-Eu tive acesso as anotações e escritos desse repórter, antes dele sair para aquela cidade e desaparecer, junto com ela...E aquilo tudo me cheira a uma ótima história e quando eu provar que isso realmente aconteceu, creia meu amigo, terei dinheiro, e reconhecimento, devido pelos meus esforços e empenho...E como eu me afeiçoei a história desse repórter espero, terminando a sua reportagem, lhe dar um descanso merecido, fazendo justiça ao que aconteceu com ele, em pratos bem limpos...É isso!
- Espero que consiga, senhor, pois acho que se algo ou alguém matou tanta gente assim, não deve ficar impune, mas tome cuidado, a verdade nem sempre é o que desejamos ouvir...Talvez por ser estudado, romantize a vida, mas aqui, a lei da selva impera, ou você almoça hoje, ou vira jantar amanha de alguma coisa...Então todo o cuidado é pouco! Nesse nosso mundo senhor, acordar vivo, já é uma benção, boa noite!
Sim Rodolfo tinha razão, por enquanto tiveram muita sorte sem nenhum incidente, mas e amanha?
Não, ele não poderia se descuidar, tinha de se manter frio, no controle, o máximo que pudesse..Agora bem alimentado, limpou as feridas dos pés e das mãos, se aninhou em sua barraca e pode descansar, a fustigante rotina do amanhecer vinha com nova provação a ele e aos que o cercam.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
O CASO DOS 7 MENDIGOS: CAP 5 -ESCAPADA!
Já havia mais de seis dias que ele não sabia mais noticiais de seu amigo silveira...Silveira simplesmente sumiu, desde aquele último encontro, na pracinha e ninguém mais souberam dele...Ele não poderia ser incisivo em suas perguntas ou poderia levantar suspeitas, mas como Silveira também tem a fama de boêmio, bem poderia que um namorado ou marido tenha botado ele pra correr da cidade por causa de algum flerte inapropriado.
E o acompanhamento discreto se deu mais acirrado...Sempre há um militar ou um policial á paisana, por onde quer que ande...É, a curiosidade é a mãe de toda a encrenca...Até mesmo o estalajadeiro anda um tanto apático, e preocupado com as passagens mais que normais da viatura militar em frente a sua pousada, e de vez enquanto ele o pegou resmungando, enquanto fazia uma limpeza de arrumação, e entreolhava por cima de seus óculos pequenos e redondos:
-Isso não é bom, para os negócios...Não é mesmo!
ele tentava manter a calma, mas a espera era de matar! Rodolfo não deu mais as caras na cidade, e sem comunicação a tensão de que algo de errado vem á tona, sem nenhuma intenção voluntária...Mas ele confia em seus instintos e a oferta foi agradável no valor, para que Rodolfo desistisse fácil da empreitada...E até o tempo parecia mudar, as tardes não duravam sem uma chuva forte e uma mudança do clima abruptamente...Ele achava que a mudança das estações já havia começado...
Então foi numa dessas chuvas imensas de cair até tromba de água, que veio um rapaz, com um bilhete na pousada, e lhe entregou enquanto estava na sala de estar lendo um jornal velho e vendo o noticiário pela TV.
as palavras eram secas e urgentes, diziam:
- Venha rápido com o que for necessário, e puder carregar, o resto deixe pra trás, para o local marcado, á meia noite, se faltar nosso compromisso esta cancelado! P.S. Silveira não volta mais!
Aquilo caiu igual a uma bomba em seu colo! Ele sabia que pisou em vespeiro e agora tem de dar o fora, e confiar sua vida a Rodolfo...Então com calma foi para seu quarto e preparou tudo o que achava que deveria levar, para poder continuar sua investigação...O bilhete picou muito bem e deu descarga no banheiro coletivo de seu andar...E quando tentava sair de mansinho foi pego pelos olhares do estalajadeiro, que entendeu a deixa...
- Meu caro senhor, há uma porta dos fundos que dá para um quintal, e de lá para a rua,. se for de seu interesse...É claro!
- Agradeço, bom homem, assim que puder busco o resto de minhas coisas!
-Estarão esperando pelo senhor, eu as guardarei! Adeus senhor!
- Adeus!
E foi como dito, ele chega rapidamente ao quintal e pulando uma cerca mediana andando uns metros, deu de encontro com uma rua antiga e discreta, secundária, que o levou em meio a noite chuvosa para fora dos limites da cidade. Ele seguia a marginal, á pé em meio a chuva, rente ao acostamento e o mato, para não ser visto, até chegar ao local da pedreira, que era da antiga caverna
A noite um local tétrico, ainda mais com o toró de chuva que caia sobre ele...
Então igual da última vez do meio da chuva e das sombras sai Rodolfo, mal iluminado com um velho candeeiro a carbureto, pois só assim pra manter a chama acesa naquela chuva.
-Estamos prontos senhor...Trouxe o que precisava? De agora em diante não poderemos mais voltar a nenhum local com gente, pois poderiam nos denunciar para os policiais, e com certeza teremos o mesmo destino que o pobre Silveira!
-Tem certeza disso?
-Silveira foi visto por uns amigos meus entrando forçado, para dentro de um carro de faróis apagados na noite que nos encontramos...Dei todo esse tempo para ter certeza de que não era parte de aluma coisa da polícia contra mim...E Como não conseguiram nada de útil do Silveira, pois vieram atrás de você logo em seguida achei que era o momento de nos mandarmos, antes que você também sumisse!
-Certo! E agora, Como faremos?
- Comigo vão mais quatro homens de confiança, que também pagos nada falarão.Tudo o que precisarmo está nas cangas de três mulas que preparei, e nos seguiremos por uma trilha antiga de bugres, que nos levará ao Castelos dos Bugres e de lá seguiremos atá a entrada das minas de caolin...
Portanto senhor bem vindo ao que pode ser os últimos dias de sua vida!
Não se preocupe! Te garanto que passei também por boas...Agora nos vamos! Essa cidade esta ficando muito calorosa , demais até para mim!
O grupo se reúne, sem nenhum comentário, Rodolfo lhe dá uma capa de chuva, e os seis, se deslocam em direção ao mato fechado, onde começa os golpes de facão a ficarem mais conhecidos seus sons de baque e corte...Caminharam a noite toda subindo uma trilha feita na serra. Em trechos ele nota que há uma especie de calçamento rústico, muito antigo, era o que Rodolfo chamava de Trilha dos Bugres. Contudo, era um mistério para os olhos mais treinados, afinal era cortadas com algum cinzel, e nossos bugres mal saíram da idade da pedra, pelo menos é o que a nossa história conta.
No topo da serra também encontram um local para descansarem, que era pouco conhecido até mesmo pelos moradores...Eles entram em um touceiral que esconde uma frissura no solo, que se dá a uma caverna grande...Dentro dela sinais de antiga habitação, mesclam-se com as novas...Era um esconderijo quilombola pelos artefatos mais antigos, conhecido por certo de Rodolfo, e sua geração, que usava para seus trabalhos não oficiais no mato...Ali poderia ficar abrigados até a chuva passar e acender uma fogueira sem serem vistos mesmo a pouca distancia...Dentro da caverna havia água corrente e boa que poderia os manter por longo período se assim precisassem...
Agora após uma longa caminhada, molhados debaixo da chuva torrencial, um local seco, e uma boa fogueira para se aquecer vieram a calhar, a viagem sem volta tem inicio!
E o acompanhamento discreto se deu mais acirrado...Sempre há um militar ou um policial á paisana, por onde quer que ande...É, a curiosidade é a mãe de toda a encrenca...Até mesmo o estalajadeiro anda um tanto apático, e preocupado com as passagens mais que normais da viatura militar em frente a sua pousada, e de vez enquanto ele o pegou resmungando, enquanto fazia uma limpeza de arrumação, e entreolhava por cima de seus óculos pequenos e redondos:
-Isso não é bom, para os negócios...Não é mesmo!
ele tentava manter a calma, mas a espera era de matar! Rodolfo não deu mais as caras na cidade, e sem comunicação a tensão de que algo de errado vem á tona, sem nenhuma intenção voluntária...Mas ele confia em seus instintos e a oferta foi agradável no valor, para que Rodolfo desistisse fácil da empreitada...E até o tempo parecia mudar, as tardes não duravam sem uma chuva forte e uma mudança do clima abruptamente...Ele achava que a mudança das estações já havia começado...
Então foi numa dessas chuvas imensas de cair até tromba de água, que veio um rapaz, com um bilhete na pousada, e lhe entregou enquanto estava na sala de estar lendo um jornal velho e vendo o noticiário pela TV.
as palavras eram secas e urgentes, diziam:
- Venha rápido com o que for necessário, e puder carregar, o resto deixe pra trás, para o local marcado, á meia noite, se faltar nosso compromisso esta cancelado! P.S. Silveira não volta mais!
Aquilo caiu igual a uma bomba em seu colo! Ele sabia que pisou em vespeiro e agora tem de dar o fora, e confiar sua vida a Rodolfo...Então com calma foi para seu quarto e preparou tudo o que achava que deveria levar, para poder continuar sua investigação...O bilhete picou muito bem e deu descarga no banheiro coletivo de seu andar...E quando tentava sair de mansinho foi pego pelos olhares do estalajadeiro, que entendeu a deixa...
- Meu caro senhor, há uma porta dos fundos que dá para um quintal, e de lá para a rua,. se for de seu interesse...É claro!
- Agradeço, bom homem, assim que puder busco o resto de minhas coisas!
-Estarão esperando pelo senhor, eu as guardarei! Adeus senhor!
- Adeus!
E foi como dito, ele chega rapidamente ao quintal e pulando uma cerca mediana andando uns metros, deu de encontro com uma rua antiga e discreta, secundária, que o levou em meio a noite chuvosa para fora dos limites da cidade. Ele seguia a marginal, á pé em meio a chuva, rente ao acostamento e o mato, para não ser visto, até chegar ao local da pedreira, que era da antiga caverna
A noite um local tétrico, ainda mais com o toró de chuva que caia sobre ele...
Então igual da última vez do meio da chuva e das sombras sai Rodolfo, mal iluminado com um velho candeeiro a carbureto, pois só assim pra manter a chama acesa naquela chuva.
-Estamos prontos senhor...Trouxe o que precisava? De agora em diante não poderemos mais voltar a nenhum local com gente, pois poderiam nos denunciar para os policiais, e com certeza teremos o mesmo destino que o pobre Silveira!
-Tem certeza disso?
-Silveira foi visto por uns amigos meus entrando forçado, para dentro de um carro de faróis apagados na noite que nos encontramos...Dei todo esse tempo para ter certeza de que não era parte de aluma coisa da polícia contra mim...E Como não conseguiram nada de útil do Silveira, pois vieram atrás de você logo em seguida achei que era o momento de nos mandarmos, antes que você também sumisse!
-Certo! E agora, Como faremos?
- Comigo vão mais quatro homens de confiança, que também pagos nada falarão.Tudo o que precisarmo está nas cangas de três mulas que preparei, e nos seguiremos por uma trilha antiga de bugres, que nos levará ao Castelos dos Bugres e de lá seguiremos atá a entrada das minas de caolin...
Portanto senhor bem vindo ao que pode ser os últimos dias de sua vida!
Não se preocupe! Te garanto que passei também por boas...Agora nos vamos! Essa cidade esta ficando muito calorosa , demais até para mim!
O grupo se reúne, sem nenhum comentário, Rodolfo lhe dá uma capa de chuva, e os seis, se deslocam em direção ao mato fechado, onde começa os golpes de facão a ficarem mais conhecidos seus sons de baque e corte...Caminharam a noite toda subindo uma trilha feita na serra. Em trechos ele nota que há uma especie de calçamento rústico, muito antigo, era o que Rodolfo chamava de Trilha dos Bugres. Contudo, era um mistério para os olhos mais treinados, afinal era cortadas com algum cinzel, e nossos bugres mal saíram da idade da pedra, pelo menos é o que a nossa história conta.
No topo da serra também encontram um local para descansarem, que era pouco conhecido até mesmo pelos moradores...Eles entram em um touceiral que esconde uma frissura no solo, que se dá a uma caverna grande...Dentro dela sinais de antiga habitação, mesclam-se com as novas...Era um esconderijo quilombola pelos artefatos mais antigos, conhecido por certo de Rodolfo, e sua geração, que usava para seus trabalhos não oficiais no mato...Ali poderia ficar abrigados até a chuva passar e acender uma fogueira sem serem vistos mesmo a pouca distancia...Dentro da caverna havia água corrente e boa que poderia os manter por longo período se assim precisassem...
Agora após uma longa caminhada, molhados debaixo da chuva torrencial, um local seco, e uma boa fogueira para se aquecer vieram a calhar, a viagem sem volta tem inicio!
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
O CASO DOS 7 MENDIGOS: CAP 4- ENCONTROS!
Eram altas horas da noite e duas figuras perambulava pela pracinha deserta de Piracetuba...Ficaram entre as sombras de uma velha árvore, esperando um convidado para essa reunião, nada normal.
- Mas vale! quando falou em adentrar a mata em meio a as conversas de roda no restaurante, achei que era mais uma balela, vinda da emoção da aguardente...Mas por Deus homem! Você esta ciente de que realmente quer fazer isso mesmo!
- Mas vale! quando falou em adentrar a mata em meio a as conversas de roda no restaurante, achei que era mais uma balela, vinda da emoção da aguardente...Mas por Deus homem! Você esta ciente de que realmente quer fazer isso mesmo!
-Claro meu amigo, as coisas se ajeitam a seu tempo para acontecer...E se você falou certo, quando dinheiro não é problema o cara topa tudo, não é mesmo?
- Sim, de fato....E falando no diabo...!
Uma visão silenciosa se aproxima repentinamente dentre os dois, seus passos pareciam de uma gato, do mato e bem de frente a sombra esguia era identificada, rapidamente por eles , era Rodolfo!
- É, ouvi dizer que o senhorzinho da cidade quer uma incursão, até as minas de caolin, lá nas terras do ermitão, é comprovado?
-Certamente, se você não for de muitas perguntas, podemos acertar o serviço?
- Pois olha moço, se pagar o justo, minha boca é mais calada que tumulo de mudo...Não me interessa, o que lhe interessa, apenas o pagamento importa!
-Perfeito! Eu me prepararei para a empreitada, e lhe digo quando eu quero partir...
-Olha sem desrespeitar meu novo empregador mas quem deve preparar tudo sou eu! e quando eu lhe mandar avisar o senhor me espera lá onde havia a tal caverna e vai preparado com roupa de caminhada o tereno e duro e para chegarmos sem ser visto no local, a volta será grande quase uma semana...Se não gostar fala agora, e a gente encerra tudo e fica numa boa, sem mágoas!
- Não você está certo...É seu ofício, e eu vou confiar e aguardar seu chamado, de momento continuarei minha estadia como sempre faço, sem suspeitas, não se preocupe!
- Certo e adeus! Só nos falaremos no dia da incursão, é mais seguro!
E Rodolfo, se embrenha na escuridão sumindo na cerração que se formava pela noite abafada que se seguia...Os dois andam até a pousada e de lá Silveira separa-se, tomando rumo de sua casa, pleo menos parecia...Sim as cartas estão lançadas e foi bem rápido, mais que o esperado.
Ele entre na pensão e se recolhe ao seu quarto...Revira suas anotações e escritos criptografados por ele para maior segurança de suas informações...Aos poucos adormece dentre seus livros, amanhã seguira normalmente, com a população local, e o maior risco agora é confiarem um homem que tem ligações no mínimo duvidosas, com lenhadores clandestinos e caçadores...Ele respira fundo se acalma e logo adormece
Enquanto alguns dormem, o sono dos justos dentro de suas casas ou pousadas, outros ainda nem começaram as tarefas sombrias que vêm com a noite...Enquanto Silveira anda ligeiramente para casa, a certa distância, um veículo de faróis apagados o segue lentamente...Sim numa noite escura, sem estrelas ou lua, estranhas sombras se movem...
Pela manha ele saiu como sempre, para seu café e caminhada...Cumprimentava quem conhecia e também quem não conhecia, dava a entender de um pacato turista, com um estranho interesse na história do ermitão das minas de caolin...E quando estava caminhando pela pracinha central, foi abordado por uma viatura militar...
- Ola estranho, como esta a caminhada? -diz um dos militares com sorriso largo e bem falso...
- Mais radiante impossível, meu amigo policial! O dia está limpo, céu de brigadeiro, e confesso que me admiro com a hospitalidade desse povo abençoado, que linda gente, não! - Pelo jeito o sarcasmo foi mútuo, naquela altura da conversa!
- Pois bem, entre na viatura que o nosso delegado esta curioso de sua presença e quer lhe falar na delegacia, pode ser? - o sorriso não mudava, aquele homem se apresentava de um frieza incrível...
- Claro meus amigos, com suas licenças!
A caminhada foi curta até a delegacia pois a cidade era pequena...Ele foi trato ainda assim com certa gentileza, até mesmo quando o delegado o chamou para dentro de sua sala e o convidou a sentar-se numa cadeira com almofadas.
- O senhor aceita um café?
- Claro delegado, preto, com três colheres se possível...
Aquilo tudo parecia ter sido ensaiado antes...O delegado fez questão de preparar o cafe, com um antigo aparelho e bules...Cada movimento era como que sincronizado, e o silencio só era quebrado no tilindar das batidas da colher na mistura certa da bebida.
- Confesso que fiquei curioso, quando fiquei sabendo que um homem de alguma cidade grande veio até nossa pacata cidade a passeio...E mais curioso ainda fiquei, quando ele se interessa por uma figura atípica que se isolou nas minas de caolin da região, não estou certo?
- Bem, confesso que vim para descanso, de toda aquela agitação...E minha curiosidade é natural, afinal sou escritor de novelinhas do cotidiano, nada tão famoso assim...
-É mesmo? Que interessante! E por coincidência, vai escrever algo sobre a cidade? Talvez as pessoas, ou melhor certas pessoas?
- Creia-me delegado, sou sincero em lhe dizer que no fundo busco inspiração, e como toda a cidade pacata tem seus contos e causos, pra que melhor jeito de passar o tempo, senão dentro de uma boa roda de prosa?
-De fato meu amigo, há muita prosa e história no nosso arredor...Umas engraçadas outras, com finais felizes...E outras com finais, não tão felizes, se é que me entende?
-Claro que sim, delegado, e fique seguro que a discrição é a minha maior habilidade...Se escrever sobre a cidade será somente coisas boas e de como o nosso protetor mantém a ordem e lei em dia deixando o local o mais seguro possível...Mas se o senhor me permite, ainda teno uns novos amigos a visitar, nesse encantador lugarejo...E não se preocupe em pedir que me conduzam de volta, como disse ao militar que me trouxe, está um ótimo dia para se caminhar.Passar bem!
- Passar bem tenha uma ótima caminhada...
Ele saiu calmamente da delegacia, retornando a sua caminhada pela pracinha e conversas com transeuntes que passavam...Saindo de uma sala secreta da delegacia, o prefeito olha pela vidraça de uma janela, o estranho tomar distância, ele o segue com o olhar,
pensativo.
- Ele falou que era escritor...Você acredita nisso, delegado?
- Verdades podem ser construídas, senhor prefeito, vamos ficar de olho naquele homem, pode ficar tranquilo!
Terminada a sua caminhada ele retorna para o restaurante, e entendeu do porquê de Rodolfo de manter longe, de seu contato...Tudo deverá ser o mais discreto possível daqui para a frente!
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