A história que ouviu contar era apenas um boato, achava, dentre tantas poderia ter sido feita para deixar as noites frias e sem luar com mais ares de terror no ar, a fim de encantar o sonhos de crianças curiosas...Mas a algum tempo recebeu o comunicado de uma de suas fontes de que havia sim um homem velho que participou e sobreviveu a toda a quela história ainda contada nas rodas de causos espetaculares, no interior do estado...O homem que desejava uma grande reportagem nas mãos convenceu o seu chefe de que estava bem próximo do maior furo jornalístico de todos os tempos, pelo menos desde que inventaram a eletrecidade, falou fazendo graça...E o homem pegou uma passagem de ida para a cidade de Piracetuba...Foi uma viagem pouco confortável, afinal, o jornal que trabalhava não era tão afamado assim.
De lá ele se informa de um velho homem que vivia um tanto recluso, e não teria ninguém conhecido, mas que veio morar no Alto do Quiriri, a fins de começar uma mina de Caolin, a fins de extração para a cerâmica que voltara a crescer a venda nas região.
E segundo informação esse senhor ainda vivia no lugarejo, sendo que nunca se ouviu falar dele haver descido nesses anos todos de lá da mina...Parece que manda sempre um funcionário pegar tudo o que precisa do empório, próximo a entrada da pequena cidade.
è claro que as perguntas por esse homem estranho após tantos anos de sua chegada chamou a atenção de todos em Piracetuba, e para se incendiar futrícos em cidade pequena era só preciso um motivo, ou um fato...Então essas questões logo se deram interesse no pessoal das autoridades policiais, um pequeno destacamento militar, com um delegado, muito preocupado em deixar as coisas, como sempre estiveram, quietas.Claro que ele não esperava de que tudo viesse de graça da noite para o dia e em seguida, procurou uma pensão razoável, para se instalar e conhecer mais aos arredores e verificar se suas dicas eram quentes mesmo...
O dia estava como sempre abafado e logo que entra na recepção da pousada, sente um ar mais fresco no local que de certo modo alivia suas preocupações, uma vez que, pleo menos havia energia elétrica e ar condicionado no estabelecimento.
Como se esperava, o local era aceitável e dava as três refeições mais um cafezinho ás 21 horas, e isso lhe bastava, pois não sabia ao certo quanto tempo poderia ter de esperar para achar um meio de chegar até a Mina do velho eremita misterioso.
Após se acomodar ele dá umas voltas pra conhecer os arredores, e encontra um restaurantezinho, onde pelo menos tem uma TV, que o deixará a par de algo mais civilizado, notícias, isso é o que move o mundo, pensava.
Pediu o cardápio e fez uma refeição...E pelo jeito de falar e se sentar na mesa, muitos que ali estavam já entenderam que não era ninguém conhecido daquelas paragens, e aos poucos uns cumprimentavam, experimentando de certa forma o estranho da cidade...Dentre eis que um mais ousado pede conversa e se assenta noutro lado da mesa enquanto ele saboreia um bom bife a cavalo...Ele pensa, por que não? Afinal bem poderia encontrar alguém que queira me ajudar em encontrar um jeito de chegar á mina.
E quem puxava conversa, querendo saber de onde era, e como era a sua cidade, era um homem alto, um tanto esguio...Silveira, dizia, a seus dispor!E a conversa se anima quando ele paga uma boa aguardadente, que deixa as vontades mais intencionais e a língua mais solta...Enfim logo, pensava terei algum resultado aqui...
Silveira conta, com entusiasmo que praticamente nasceu por aquelas bandas, mas não propriamente na cidade de Piracetuba. Ele trabalhou um tempo fora, com estivador em portos próximos e lembra que desde moleque, quando passeava nas ruas da pequena cidade, já ouvia histórias sombrias do homem da Mina de Caolin...Uns diziam até que matou a família em uma cidade no interior do estado e veio para esse fim de mundo, pra se esconder e pagar seu pecado, isolado do mundo e de todos...Que até então nem mesmo nenhuma mulher havia se interessado pelo estranho homem, e mesmo com o passar dos anos nunca mudou sua atitude de não se dar com ninguém daquelas bandas...Mas o homem foi crescendo na cidade, digo financeiramente, e com isso trouxe emprego e mais dinheiro foi adicionado aos cofres públicos, com imposto e pagamento de funcionários, o que de longe seria ruim para os negócios da cidade, uma vez que nunca incomodou ninguém, era de todo bem vindo...
Agora Silveira também dizia que, o homem devia de estar idoso, um pouco adoentado, pois o clima daqui era uma loucura..Amanhecia frio, pela manha esquentava e chegava a chover uma chuva morna, de tão abafado que ficava, depois a noite, pela madrugada, lá vinha o frio de novo! Nas épocas de verão era só calo e chuva quente.. Sem tratamento adequado, nenhum idoso que Silveira conhecia, ficou saudável naquele local, longe de tudo, de todos.A noite sufocante chegou mais adentro, com Silveira disse e ele se despediu, foi a passos largos para a pousada...Graças a Deus que havia ar condicionado!
Deitando na cama e se cobrindo com um fino lençol, após um bom banho frio para refrescar, pensa nas palavras de seu novo e tagarela amigo, Silveira...Com certeza chegou no momento certo, pois haviam se passado muitos anos, dos fatos que descobriu por acaso, quando encontrou no jornal anotações de reportagens de um renomado colega repórter...Estavam bem empoeirados e entendeu que dali por diante ninguém por esse tempo todo desencavou o assunto, que mesmo agora parecia uma história de ficção, pra não dizer de terror, na palavra certa do assunto.
Ele andou por todo o canto e por custas próprias, reatando os nós da história a muito tempo esquecida, mas era tudo, sem o testemunho escrito e gravado de alguém que presenciou os fatos, como eu disse, apenas histórias de roda de interior, os famosos causos...
Amanha teria chances de conhecer mais com o Silveira pois marcaram um café no mesmo restaurante, ás 10 horas pela manha...
Ele então descansa, recupera as energias e respira aliviado, pois o feito até aqui fora grande! Era o mesmo que encontrar "a agulha no palheiro"
Nenhum comentário:
Postar um comentário