quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

O CASO DOS 7 MENDIGOS: CAP 4- ENCONTROS!

     Eram altas horas da noite e duas figuras perambulava pela pracinha deserta de Piracetuba...Ficaram entre as sombras de uma velha árvore, esperando um convidado para essa reunião, nada normal.
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    - Mas vale! quando falou em adentrar a mata em meio a as conversas de roda no restaurante, achei que era mais uma balela, vinda da emoção da aguardente...Mas por Deus homem! Você esta ciente de que realmente quer fazer isso mesmo!
     -Claro meu amigo, as coisas se ajeitam a seu tempo para acontecer...E se você falou certo, quando dinheiro não é problema o cara topa tudo, não é mesmo?
    - Sim, de fato....E falando no diabo...!
    Uma visão silenciosa se aproxima repentinamente dentre os dois, seus passos pareciam de uma gato, do mato e bem de frente a sombra esguia era identificada, rapidamente por eles , era Rodolfo!
    - É, ouvi dizer que o senhorzinho da cidade quer uma incursão, até as minas de caolin, lá nas terras do ermitão, é comprovado?
    -Certamente, se você não for de muitas perguntas, podemos acertar o serviço? 
    - Pois olha moço, se pagar o justo, minha boca é mais calada que tumulo de mudo...Não me interessa, o que lhe interessa, apenas o pagamento importa!
   -Perfeito! Eu me prepararei para a empreitada, e lhe digo quando eu quero partir...
   -Olha sem desrespeitar meu novo empregador mas quem deve preparar tudo sou eu! e quando eu lhe mandar avisar o senhor me espera lá onde havia a tal caverna e vai preparado com roupa de caminhada o tereno e duro e para chegarmos sem ser visto no local, a volta será grande quase uma semana...Se não gostar fala agora, e a gente encerra tudo e fica numa boa, sem mágoas!
Resultado de imagem para SOMBRA DE UM HOMEM ALTO   - Não você está certo...É seu ofício, e eu vou confiar e aguardar seu chamado, de momento continuarei minha estadia como sempre faço, sem suspeitas, não se preocupe!
  -  Certo e adeus! Só nos falaremos no dia da incursão, é mais seguro!
   E Rodolfo, se embrenha na escuridão sumindo na cerração que se formava pela noite abafada que se seguia...Os dois andam até a pousada e de lá Silveira separa-se, tomando rumo de sua casa, pleo menos parecia...Sim as cartas estão lançadas e foi bem rápido, mais que o esperado.
Ele entre na pensão e se recolhe ao seu quarto...Revira suas anotações e escritos criptografados por ele para maior segurança de suas informações...Aos poucos adormece dentre seus livros, amanhã seguira normalmente, com a população local, e o maior risco agora é confiarem um homem que tem ligações no mínimo duvidosas, com lenhadores clandestinos e caçadores...Ele respira fundo se acalma e logo adormece
         Enquanto alguns dormem, o sono dos justos dentro de suas casas ou pousadas, outros ainda nem começaram as tarefas sombrias que vêm com a noite...Enquanto Silveira anda ligeiramente para casa, a certa distância, um veículo de faróis apagados o segue lentamente...Sim numa noite escura, sem estrelas ou lua, estranhas sombras se movem...
      Pela manha ele saiu como sempre, para seu café e caminhada...Cumprimentava quem conhecia e também quem não conhecia, dava a entender de um pacato turista, com um estranho interesse na história do ermitão das minas de caolin...E quando estava caminhando pela pracinha central, foi abordado por uma viatura militar...
    - Ola estranho, como esta a caminhada? -diz um dos militares com sorriso largo e bem falso...
    - Mais radiante impossível, meu amigo policial! O dia está limpo, céu de brigadeiro, e confesso  que me admiro com a hospitalidade desse povo abençoado, que linda gente, não! - Pelo jeito o sarcasmo foi mútuo, naquela altura da conversa!
    - Pois bem, entre na viatura que o nosso delegado esta curioso de sua presença e quer lhe falar na delegacia, pode ser? - o sorriso não mudava, aquele homem se apresentava de um frieza incrível...
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    - Claro meus amigos, com suas licenças!
    A caminhada foi curta até a delegacia pois a cidade era pequena...Ele foi trato ainda assim com certa gentileza, até mesmo quando o delegado o chamou para dentro de sua sala e o convidou a sentar-se numa cadeira com almofadas.
     - O senhor aceita um café?
     - Claro delegado, preto, com três colheres se possível...
     Aquilo tudo parecia ter sido ensaiado antes...O delegado fez questão de preparar o cafe, com um antigo aparelho e bules...Cada movimento era como que sincronizado, e o silencio só era quebrado no tilindar das batidas da colher na mistura certa da bebida.
     - Confesso que fiquei curioso, quando fiquei sabendo que um homem de alguma cidade grande veio até nossa pacata cidade a passeio...E mais curioso ainda fiquei, quando ele se interessa por uma figura atípica que se isolou nas minas de caolin da região, não estou certo?
     - Bem, confesso que vim para descanso, de toda aquela agitação...E minha curiosidade é natural, afinal sou escritor de novelinhas do cotidiano, nada tão famoso assim...
    -É mesmo? Que interessante! E por coincidência, vai escrever algo sobre a cidade? Talvez as pessoas, ou melhor certas pessoas?
    - Creia-me delegado, sou sincero em lhe dizer que no fundo busco inspiração, e como toda a cidade pacata tem seus contos e causos, pra que melhor jeito de passar o tempo, senão dentro de uma boa roda de prosa?
   -De fato meu amigo, há muita prosa e história no nosso  arredor...Umas engraçadas outras, com finais felizes...E outras com finais, não tão felizes, se é que me entende?
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   -Claro que sim, delegado, e fique seguro que a discrição é a minha maior habilidade...Se escrever sobre a cidade será somente coisas boas e de como o nosso protetor mantém a ordem e lei em dia deixando o local o mais seguro possível...Mas se o senhor me permite, ainda teno uns novos amigos a visitar, nesse encantador lugarejo...E não se preocupe em pedir que me conduzam de volta, como disse ao militar que me trouxe, está um ótimo dia para se caminhar.Passar bem!
  - Passar bem tenha uma ótima caminhada...
 Ele saiu calmamente da delegacia, retornando a sua caminhada pela pracinha e conversas com transeuntes que passavam...Saindo de uma sala secreta da delegacia, o prefeito olha pela vidraça de uma janela, o estranho tomar distância, ele o segue com o olhar,
 pensativo.
     - Ele falou que era escritor...Você acredita nisso, delegado?
     - Verdades podem ser construídas, senhor prefeito, vamos ficar de olho naquele homem, pode ficar tranquilo!
    Terminada a sua caminhada ele retorna para o restaurante, e entendeu do porquê de Rodolfo de manter longe, de seu contato...Tudo deverá ser o mais discreto possível daqui para a frente!


     
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