sexta-feira, 10 de abril de 2015

MOOSHRADOOM: UM ENCONTRO JÁ ESPERADO

     Muitas são as andanças do velho monge...Agora que está com o livro do destino muitos também são os sorrateiros que tentam atrapalhar ou desencaminhar o seus caminhos em busca da iluminação e possível perdão de alguns de seus pecados mais pessoais.
     Certo dia Mooshraddom estava andando por entre umas terras de erosão onde nada se criava, era um mar de terra arenosa, sem um pingo de água e geralmente a morte era ficha garantida naquele lugar que ninguém poderia sair vivo dali...As coisas pioravam pois o monge encontrara o acompanhando, espíritos menores, sorrateiros, e isso acontece quando alguém está prestes a morrer pois assim que a morte arrasta a alma do coitado, sempre sobra algum fluído vital do cadáver para se beber, em resumindo são carniceiros espirituais...Mas o que pequenos carniceiros poderia preocupar o velho monge? Ora,eles espreitavam a chegada do verdadeiro predador, a senhora morte!
Resultado de imagem para morte abraça     E foi numa esquina de um morro de duna de sedimento e uma cascalheira que lá se encontrava sentada, esperanto o monge, com seu característico sorriso sarcástico nos lábios: Ah!Mooshradoom já era hora,não? Eu achei que esperar em uma encruzilhada seria um tanto poético, dado o seu impasse com a vida que levava e a que almeja seguir...HEHEHEH!
-Querida amiga, a quanto tempo? Qual será a sua visita?Espero que não a trabalho, poderíamos bater assim um longo papo, não?
- Chega de galanteios monge! Isso são apenas negócios, mesmo que tenhamos um "certo relacionamento no passado" ,vamos ao que interessa e me segues!
- Falando em passado, minha amiga, sera que não podemos ter algo em crédito,na minha conta? Afinal lhe mandei tantos, no passado e isso pode contar como alguma coisa não?
-Sim, de fato, agora que me lembrou...E nunca vão me dizer de que não sou justa deixa-me pensar um pouco..
     Em um movimento ágil , a morte sobe em cima de uma árvore seca, coloca a mão no queixo e fica por um tempo pensando com olhares de que estava nas nuvens.Após um tempo ela solta novamente um largo sorriso, bate as palminhas das mãos como menina feliz, ao encontrar um achado e num único volteio desce da árvore caindo de frente a Mosshradoom, e encara-o com seus grande olhos negros:
- Então ta feito! Faremos uma justa troca, uma vida por outra, o que me diz?
Então sem nem ao menos esperar a resposta ela em meio a um vendaval de poeira o leva para dentro de uma choupana que estava a léguas de onde se encontravam, num piscar de olhos! Dentro da choupana humilde, passaram pela velha cozinha de barro, e pararam dentro do quarto, onde sob a lamparina, em um brilho tosco, figurava o vulto de uma criança febril, deitada sob uma simples cama de palha...
-Ora o que tens meu amigo?Pergunta sorridente o espirito ceifador...
-Não foste o mestre nessa profissão, no qual me namorou mandando tantos presentes, muitos ainda fora de época? Aqui jaz só um alminha que nem ao menos vai sentir ao faze-lo, pois para esse momento, lhe dou o poder de meu toque e desejo, uma única vez, que tal?
     Mooshradoom, quando abandonou a sua vida de assassino fez um voto sagrado que dali por diante respeitaria o máximo a vida humana por mais pequena que fosse...Então, pensava Mooshradoom que  era isso, a armadilha final da morte. Se não matasse, seria levado para o umbral, sem ter tido a chance da redenção...Se matasse teria me lançado na desgraça de quebras um voto sagrado e retornaria ao caminho da perdição. Pois quando levantamos nossas orações de arrependimento a Deus, e voltamos a praticar o ato errado, pecamos duas vezes. Uma por voltar á prática do mal, e a outra por não mantermos nossa palavra...Deus disse que passariam céus e terra mas a palavra deve permanecer...Nesse momento ele lembra das palavras de seus mestres: Meu filho, acalma tua alma e analisa as próprias palavras do verbo, pois geralmente o caminho para a resolução de um problema se encontra dentro do próprio dilema...
    Então Mooshradoom, se encosta na cabeceira da cama e estende a mão sobre a criança febril dizendo: - Farei como me pediu, senhora morte!
A morte sorriu largamente e como criança peralta que acabou de aprontar dava pulinhos, voltinhas, batia as palminhas, e dizia contente: Isso!Isso!
    Contudo o sorriso vai morrendo e o ânimo também, quando para o seu espanto a criança vai desabrochando, de uma florzinha mixa a um linda rosa perfumada pelo calor da vida...
-Mas eu ainda não entendi...Como?-dizia a morte com uma carinha de birra encantadora...
-Minha querida senhora, fiz como mandaste e muito mais...Eu matei tanto como nunca havia feito em toda a minha vida, ou mais, dez vidas...! Matei cada bactéria, cada germe, que estavam esvaindo a vida dessa pobre criança.Agora minha queira amiga ainda me faltas pagar mais de vinte milhões de almas, incluindo a minha é claro!
     A morte sem perder a esportiva, dá uma grande abraço em Mooshradoom e com pena gira-o no ar:
- Meu querido amigo, você ainda é insuperável, por isso somos tão íntimos, agora cavalga nos meus ventos e segue teu caminho, vou garantir que essas vinte milhões de vidas, sejam muito interessantes para ti. Não te preocupas eu sou pacienciosa, posso esperar, Afinal o que são vinte milhões de vidas diante da eternidade...HEHEHEHEHEH!
Do mesmo jeito que havia ido Mooshradoom retornara e de favor já estava no final de saída daquela Terra desolada...Sim realmente a morte é benevolente.




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