Após o encontro, dentro daquele velho túnel, o monge Mooshradoom andou por entre os dois mundos, e então foi descansar em uma clareira, que avistou em meio a florestas de árvores mortas.
Como o local não havia nenhuma criatura viva achou perfeito para não ser perturbado em seu descanso, merecido depois de tanto caminhar e ser desapontado por um jovem cavaleiro, quando poderia ter os seus sonhos realizados, naquele momento passado...Mas afinal, pensou o monge, ainda iremos nos cruzar e esse que foi escolhido por ele ou o próprio e fugaz destino, lhe traia o que tanto desejava,mais cedo ou mais tarde.
O tempo passou e sem se dar conta Mooshradoom, acorda já com os raios do sol em seu rosto, quando dá de frente , sentado e observado, por uma criatura sombria, um demônio ou espirito de feições brutais, com grandes olhos que o encaravam com um olhar esfomeado, quem sabe dessa sua carne um tanto ressequida. Contudo, o monge não perdeu a calma, e tentou uma aproximação mais amigável: - olá, meu belo amigo! O que fazes por essas paragens? Esta perdido assim como eu?
Bem mal termina a frase e viu como se pôs em má situação. Olhe como fala, homem! ASSIM COMO EU?? Par um demônio canibal seria como dizer: Ok crianças, é hora do lanche! E nesse caso o monge bem poderia ser o lanche...
Bom, pensou o monge em distrair o bicho,mostrando outras belezas sutis, e desviar-lhe a atenção:
- Veja meu bom amigo, onde viemos parar.Nessa lida clareira com muitas flores e campina tão verde, que salta até no olhos...
De imediato o monstro olhudo esticou e alargou tano a boca que de um só halito secou toda a campina e consumiu todas as flores, e novamente voltando o,olhar grande e esfomeado par o monge novamente. Era claro que tudo o que Mooshradoom elogiasse só de pirraça irracional , aquela grotesca criatura, destruiria ou consumiria.
A sua maior força será também o caminho de sua ruína, disse uma vez o um velho mestre ao monge quando ainda distante da iluminação, se aventurava nos caminhos sombrios, anda jovem...Dessa lembrança, continuava o ensinamento: os homens calmos aproveitam o momento da situação para iluminação, onde a solução sempre se encontra dentro do próprio problema, sim esse é o sarcasmo divino.teste e será testado, odeie e também será destruído.
Mooshradoom, se pôs a incentivar a alma destrutiva do monstro, então, dando coisas para que pudesse destruir...Ele elogiou a floresta e o monstro em um rompante, fez um grande rasgo e a afundou na terra, soterrando-a bem fundo. O monge elogiou o sol quente que nasceu tão altivo e o encourado tinhoso arrotou negras nuvens que o esconderam caindo então uma torrencial tempestade, com ventos fortes e trovoadas. E a cada coisa destruída ou consumida o afã do monstrengo em mostrar seu poder simplesmente para irritar o monge aumentava, chegando ao ponto dele quase arfante sentir o prazer material, de tamanha pertubação que achava estar causando a alma daquele pobre homem.! No fundo o monstrengo sabia que qualquer emoção poderosa, seja ódio medo, raiva fariam a carne daquela vitima em potencial ficar ainda mais gostosa, e tenra para ele, por isso ele esperava paciente que suas ações a temperasse melhor e ficasse de um sabor inigualável, e seus olhos a cada momento de ver Mooshradoom sem mais alternativas para se manter calmo e distante de tamanho horror se esbugalhavam cada vez mais enchendo-se de um sangue escuro avermelhado.
Então, quando o climax r é atingido, onde as trevas aderem na forma concisa e palpável e o monstro chegava a babar de tamanha vontade, com seus enormes olhos cheios de sangue encarando em expressão alucinada ao velho monge, sim nesse momento Mooshradoom faz algo inesperado, até mesmo por aquela hedionda criatura.
Ele salta de onde se encontrava e dá um grande abraço na entidade, que perplexa perde toda a ação dizendo:
- Meu único e presente amigo! É nessas horas de medo e duvida em meio as trevas, que um abraço amigo nos renova, e nunca deixa nos esmorecer..Vem meu amigo, me abraça e sente o calor de nossa inabalável amizade vem!
A criatura que nunca sentiu nada mais que o puro medo e pavor de suas vitimas sente agora algo caloroso e diferente. Algo que aqueceu seu coração e o fez sentir...Feliz.
Era tão reconfortante
aquele abraço sincero, que uma poderosa emoção e sentimento nunca antes experimentado circulou a cada veia e parte daquela criatura encourada...E não demorou muito para que ele sentisse esse estranho calor subindo
da ponta de seus pés indo em direção a sua cabeça. A cada parte que subia o calor um cheiro de tempero irresistível inundou o estômago bizarro daquele monstro que a todo o custo precisava provar e consumir, aquela carne toda especial por qual tanto esperava, mesmo que essa carne ainda fosse sua!
Então em uma autofagia bizarra, ele devorou seus pés, suas pernas, e seus braços...E de uma maneira que só demônios o fazem deslocou sua cabeça e comeu seu tronco. Ainda não satisfeito criou dentes em sua língua bipartida e comeu sua cabeça, e depois a língua de si mesma se consumiu, numa cena que nem DALI poderia ter imaginado...E sobre aquele local agora arrasado e desértico ficaram tão somente daqueles dois grandes olhos, um que restou. O monge calmamente se aproxima e pegando um lenço enrola e guarda o estranho souvenir, e segue seu caminho agora com um novo rumo, pensou o monge:
-Vou para a terra dos cegos, com meu único olho, e lá me tornarei rei!
Assim de todo esse pandemônio e caos, seja real ou irreal, somente com serenidade e sarcasmo
que podemos superar aqueles que teimam em nos devorar, todos os dias, pois o terror que nos infligem só pode ser combatido com um grande ABRAÇO!!!
terça-feira, 31 de março de 2015
MOOSHRADOOM: OS INFILTRADOS
Sempre fico a pensar, de como o povo esquece...Quando estamos aquecidos e bem alimentados acabamos no preocupando com as trivialidades, supérfluos e ilusões. Como então não lhes contar do pior inimigo, daquele invisível aos nossos olhos, que estão entre nós, infiltrados?
Amigos, no início eles apareceram, sutilmente e povoaram nuvens de utopias nas tropas, em nossas fileiras, tal qual o diabo fez, quando disse que não mais existia e se misturou com os homens e fez de nossa realidade sua morada. Primeiro vieram como reformuladores altruístas, que nos auxiliariam-nos a melhorar nossas vidas. Então de momento, como babás malcuidadas deixam-nos cair na dura realidade, mas desculpam-se dizendo que foi o acaso e isso pode acontecer de novo, se não lutarmos por algum ideal escabrozo que eles mesmo criam, a fim de dominar a situação...Sejam crises financeiras, sejam, de cunho moral, até religioso. Em dados momento e muito mais por sorte da situação, através de seus conselhos diretos e indiretos eles lhe ajudam a sair de uma situação de crise em qualquer vínculo que se encontrem, o que fazem de si seus salvadores imediatos, sua mais pura e nobre solução.
Contudo não param por aí, sempre tem mais para quem tem um estômago furado pela ganância e poder não é mesmo? Não obstante esses corruptores se fazem frente as lideranças procurando e ajeitando a situação que os levem ao embate físico, usando como linha de frente os adeptos mais radicais, fanáticos de carteirinha, que no fundo tinham suas vidas vazias e quando, os chamamos de companheiros, camaradas, colegas, logo se apadrinham para preencher tal vazio, e viciam-se com as palavras e a presenças de algo em sua rotina um tanto patética e sem noção...Pois estes, se achando viver um filme ou um louca peça teatral, se lançam, como figurantes, ás vezes fatais e se tornam casualidades, onde podem os seus mentores, os chamarem de heróis de nossa inovadora revolução social . Mas venhamos se houvesse mesmo uma ação inovadora de caráter social, esses ditos reformadores não uniriam forças as autoridades locais, para encontrar através de meios pacíficos as chaves desse Éden hiper realístico? Mas para tomar e dominar algo, quando não se pertence a esse lugar, convulsionar se rebelar e criar mártires da causa tem tudo a haver mais com o perfil, sim?
Então quando esses ditos infiltrados seguem em sua ação escamoteada e sibilando o o veneno da desconfiança e duvida, se defrontam em uma encruzilhada de favorecimento,quando já semeada a planta da discórdia dá os seus frutos.
De um lado, se perderem o controle, como lagartixas soltam a sua cauda para disfarçar a morte e vivem na clandestinidade ainda semeando e colhendo proventos no meio daqueles já contaminados, levantando fundos ás causas fictícias e sem resolução palpável, desviando fundos, corrompendo as lideranças, comprometendo ainda mais a estabilidade daquele povo, que passava satisfeito até ser covardemente envenenado por essa malta. Simbolizam a forma da resistência poética que faz jus dentro de um romance barato mas apelativo, ás questões do homem, das duvidas que se geram fora e retumbam dentro dele mesmo...Eu tenho pouco ouro? Então porque não trabalhou incansavelmente para ter isso? Minha morada não tem melhorias? Por que não procurou aprender por conta e foi faze-las? Eu vivo em um local sem recurso? Por que olhou ao redor de si e não para si procurando algo de interesse que pudesse a cada momento melhorar seu local, sua origem, e ensinando suas gerações a tal atitude?
Agora todo azucrinado e anoíado pelas idéias torpes de direito, se torna fácil a desculpa de tomar dos que assim fizeram para chegar onde por puro comodismo de cada parte direta e indireta, jamais se esforçaram para merece-lo? Uma nação vivendo de mentiras em si mesma, logo se fragmenta em uma agonia social tão frande que implode como civilização, retornando aos grupos dissociados, meros clãs de feudo.
Bom, a outra encruzilha sendo a mais curta, de pouco devemos falar, pois em geral ela acontece quando o infiltrado, jogando de maneira suja e imoral, vence e o povo se sente que foi ele que o escolheu, e não que foi manipulado. Aí a verdade escrita foi a de quem venceu, sendo que tudo o que tal poder emanar, se torna concebível, e atos ditatoriais se tornam "medidas necessárias para a manutenção da paz local"....Ações de destruição em massa, de forma direta e indireta são "ações que mantém nosso orgulho e união como nação soberana e independente"...Quando tiram de muitos e dão aos poucos, ouviremos: "foram feitas medidas de reajustes justo e equilibrados a cada classe de importância e relevância pelos serviços feitos a essa nossa grande nação".
Então cada ato de barbárie é comemorado como ate de heroísmo e nos tornamos iguais a eles os infiltrados. Pois como não são iguais a nós, para não reconhece-los eles nos tornam trevosos, iguais a eles.
E então somente então é que dentro da mais negra escuridão, é que as estranhas sombras se movem livremente, pois são infiltrados!
Amigos, no início eles apareceram, sutilmente e povoaram nuvens de utopias nas tropas, em nossas fileiras, tal qual o diabo fez, quando disse que não mais existia e se misturou com os homens e fez de nossa realidade sua morada. Primeiro vieram como reformuladores altruístas, que nos auxiliariam-nos a melhorar nossas vidas. Então de momento, como babás malcuidadas deixam-nos cair na dura realidade, mas desculpam-se dizendo que foi o acaso e isso pode acontecer de novo, se não lutarmos por algum ideal escabrozo que eles mesmo criam, a fim de dominar a situação...Sejam crises financeiras, sejam, de cunho moral, até religioso. Em dados momento e muito mais por sorte da situação, através de seus conselhos diretos e indiretos eles lhe ajudam a sair de uma situação de crise em qualquer vínculo que se encontrem, o que fazem de si seus salvadores imediatos, sua mais pura e nobre solução.
Contudo não param por aí, sempre tem mais para quem tem um estômago furado pela ganância e poder não é mesmo? Não obstante esses corruptores se fazem frente as lideranças procurando e ajeitando a situação que os levem ao embate físico, usando como linha de frente os adeptos mais radicais, fanáticos de carteirinha, que no fundo tinham suas vidas vazias e quando, os chamamos de companheiros, camaradas, colegas, logo se apadrinham para preencher tal vazio, e viciam-se com as palavras e a presenças de algo em sua rotina um tanto patética e sem noção...Pois estes, se achando viver um filme ou um louca peça teatral, se lançam, como figurantes, ás vezes fatais e se tornam casualidades, onde podem os seus mentores, os chamarem de heróis de nossa inovadora revolução social . Mas venhamos se houvesse mesmo uma ação inovadora de caráter social, esses ditos reformadores não uniriam forças as autoridades locais, para encontrar através de meios pacíficos as chaves desse Éden hiper realístico? Mas para tomar e dominar algo, quando não se pertence a esse lugar, convulsionar se rebelar e criar mártires da causa tem tudo a haver mais com o perfil, sim?
Então quando esses ditos infiltrados seguem em sua ação escamoteada e sibilando o o veneno da desconfiança e duvida, se defrontam em uma encruzilhada de favorecimento,quando já semeada a planta da discórdia dá os seus frutos.
De um lado, se perderem o controle, como lagartixas soltam a sua cauda para disfarçar a morte e vivem na clandestinidade ainda semeando e colhendo proventos no meio daqueles já contaminados, levantando fundos ás causas fictícias e sem resolução palpável, desviando fundos, corrompendo as lideranças, comprometendo ainda mais a estabilidade daquele povo, que passava satisfeito até ser covardemente envenenado por essa malta. Simbolizam a forma da resistência poética que faz jus dentro de um romance barato mas apelativo, ás questões do homem, das duvidas que se geram fora e retumbam dentro dele mesmo...Eu tenho pouco ouro? Então porque não trabalhou incansavelmente para ter isso? Minha morada não tem melhorias? Por que não procurou aprender por conta e foi faze-las? Eu vivo em um local sem recurso? Por que olhou ao redor de si e não para si procurando algo de interesse que pudesse a cada momento melhorar seu local, sua origem, e ensinando suas gerações a tal atitude?
Agora todo azucrinado e anoíado pelas idéias torpes de direito, se torna fácil a desculpa de tomar dos que assim fizeram para chegar onde por puro comodismo de cada parte direta e indireta, jamais se esforçaram para merece-lo? Uma nação vivendo de mentiras em si mesma, logo se fragmenta em uma agonia social tão frande que implode como civilização, retornando aos grupos dissociados, meros clãs de feudo.
Bom, a outra encruzilha sendo a mais curta, de pouco devemos falar, pois em geral ela acontece quando o infiltrado, jogando de maneira suja e imoral, vence e o povo se sente que foi ele que o escolheu, e não que foi manipulado. Aí a verdade escrita foi a de quem venceu, sendo que tudo o que tal poder emanar, se torna concebível, e atos ditatoriais se tornam "medidas necessárias para a manutenção da paz local"....Ações de destruição em massa, de forma direta e indireta são "ações que mantém nosso orgulho e união como nação soberana e independente"...Quando tiram de muitos e dão aos poucos, ouviremos: "foram feitas medidas de reajustes justo e equilibrados a cada classe de importância e relevância pelos serviços feitos a essa nossa grande nação".
Então cada ato de barbárie é comemorado como ate de heroísmo e nos tornamos iguais a eles os infiltrados. Pois como não são iguais a nós, para não reconhece-los eles nos tornam trevosos, iguais a eles.
E então somente então é que dentro da mais negra escuridão, é que as estranhas sombras se movem livremente, pois são infiltrados!
segunda-feira, 30 de março de 2015
CARTA AOS VETERANOS
Esta carta é para você que esta a tanto tempo nesse front,...Você que nesse momento se sente abalado, isolado, abandonado, dentro bem no fundo de alguma trincheira suja fria e lamacenta.
Quanto tempo se passou e se passa em meio ao embate? Muito tempo...Chegamos a olhar para o lado e muitas vezes nada mais vemos do que a maldita névoa cinza. Nossos ouvidos estão surdos com o zumbido persistente do ultimo baque. Por mais que tentemos nosso corpo todo doí pelas inúmeras quedas que tivemos, nessa progressão de terreno hostil, que nos jogou a poucos metros da nossa última posição, mas que foi a um alto custo, não é mesmo?
Esta carta, querido irmão, é apenas para lembra-lo, de que não está só nessa batalha infindável de sobrevivência, dos reparos em pontos malfeitos, em meio aos ferimentos já existentes, pois mesmo sem poder ver, não muito distante, um pouco mais a frente, apesar da chuva constante de morteiros, e saraivadas que voam de um lado a outro sem rumos, cegas em sua intenção sombria, sim em meio a tudo isso dentro de uma cova rasa, escondido nas crateras abertas,enfurnado na lama apodrecida haverão sempre outros, que pensam como você...Os outros que ninguém mais vê ou dão importância, os tratando como KIAS, ou MIAS.
Contudo por mais que teimem em nos taxar de casualidades de combate, nós nos ergueremos, mesmo do fundo de um poço cheio de cadáveres,do meio das crateras fumegantes, da lama apodrecida, mesmo dali nós nos ergueremos, gritando esbravejando, urrando:
- DESGRAÇADOS, AINDA ESTAMOS VIVOS! VIVOS!
Vivos, sim... Lembre-se irmão, lembre-se!
As palavras ressoam ainda em minha mente quando acampávamos em treinamentos árduos , infinitos... As palavras me revolvem, como remexida terra, em busca dos vermes que procuram ainda persistir....A CORAGEM É NOSSO LEMA! JAMAIS DESISTIMOS!!!
Esta carta, é para você irmãozinho, que começa a duvidar e a enfraquecer, que tende a ceder...É o nosso grito silencioso a te dizer: INSISTA, PERSISTA, JAMAIS DESISTA!
Você não está só, nos o vemos. Mesmo dentro dessa tosca névoa cinza, nós estamos lá esperando, confiando-nos , nos unindo, pois temos por quem lutar , pois lutamos pelos nossos, iguais a nós!
Então com os corpos estraçalhados, as almas, dilaceradas, como mortos que relutam em deitar na tumba fria nos rastejamos, em busca de uma capela, em esforço sepulcral encontramos o sino e nele tocamos.
O som que ouvir, irmão, não é a dobra a um estranho...Mas a nós mesmos, a nossa eternal resistência
Então quando ouvir as dobras, não se aflija nem duvide
pois eles também dobram, por você!
Sim, meu irmão, essa carta é para você...SOBREVIVA!!
.
A ORAÇÃO DOS IRMÂOS DE ARMAS
Senhor,
Escuta-me...Venho diante de ti não para pedir conforto
Não para lhe pedir, teu amor, tua paz, o perdão...
Estou aqui diante de ti não para pedir tudo o que os outros querem
Estou diante de ti não para pedir o que sempre lhe pedem
Senhor,
Da-me o que outros rejeitam,o que não querem passar...
Da-me o frio, a chuva, o vento, o sufoco do calor
Da-me os obstáculos, os desafios, da-me o bom e mau combate
Da-me a dor, o sacrifício da compaixão, de se entregar de corpo e alma.
Da-me a queda, do alto á lama...Da-me o esforço sobre-humano em se reerguer
Da-me a dor de lutar em teu nome em uma terra distante e desconhecida
Da-me a dor de ser enterrado, sem jamais ser novamente lembrado
Da-me a difícil tarefa de morrer sozinho e abandonado.
Sim da-me tudo o que os outros não querem, os rejeitos.
Mas não me tiras meu Deus,
A honra de morrer por um irmão de armas, mesmo que desconhecido.
A hora de me erguer pelas mãos deles, após cada queda.
O amor de segui-los, quando me chamarem...Sem duvidar, um momento sequer.
A hora de nosso até breve, nunca um adeus, pois nós irmãos de armas acreditamos que, em vossa sabedoria e bondade ainda nos fará nos encontrar, mesmo que em outra vida, e com eles novamente mesmo os irmãos a muito perdidos.
É nessa hora que nos abraçaremos em comunhão, como quem é encontrado por seu irmão a tanto perdido, num eternal e fraterno abraço,
pois somos no fundo só nos, os irmãos de armas!
Amem!
sábado, 28 de março de 2015
A TROPA PERDIDA
Eles começara sua ronda como se fosse qualquer outro dia, tudo estava normal...Os homens preparavam a carga para os dias que se seguiriam nessa viagem rotineira aos vilarejos...Seu chefe de equipe os conhecia bem, a cada um dos seus e eles também o conheciam, nele podiam confiar pois não era um homem de empreitada difícil. Seu chefe não queria louros ou glórias,apenas queria fazer seu trabalho e termina-lo, com todos indo e vindo, sim, todos juntos.
Mas haverá um dia quando nem todo o dia seria igual a outro, nos o chamamos geralmente de provação...Nesse momento tudo o que você aprendeu pode ser colocado em teste, um teste de vida e morte, e muitas vezes o acréscimo ou a retirada de algo usual marca o final destino de todo um grupo.
Pois naquele dia de deslocamento convencional, quando estavam partindo, a tropa e detida no portão da caserna pois haveria um novo integrante...Era um jovem comandante recém formado, que fora mandado por seus superiores, para que aprendesse um pouco de prática uma vez que nos anos passados só se ateve em seus livros de estudos, e a senso, um líder que não consegue colocar em prática seus conhecimentos teóricos, não merece a liderança. Assim seus superiores o mandam em uma missão trivial e de pouca importância, caso algo ocorresse não perderiam nada de importância estratégica ou militar.
Quando o jovem se aproxima da tropa, logo se apercebe a diferença, inclusive na vestimento...A tropa era formada por homens muito mais velhos, e seus mantos já têm as marcas dos anos e da poeira das estradas. A capa alvejada daquele jovem dizia tudo sem que qualquer palavra fosse pronunciada. Em galopar rápido ele se aproxima do chefe da equipe e com autoridade, quem sabe treinada em discurso anterior, para si mesmo diz:
- Chefe, estou assumindo o comando e se ponha no final da fila, para não deixar que se amontoem no fundo ou qualquer homem fique para trás!
O chefe se desloca sem um único som, de aprovação, ou não. Afinal, quem ficava no fim da fila era o mais jovem e menos experiente do grupo que iria aprendendo, pelo bom exemplo dos seus pares e superiores, como se procedia o trabalho...O chefe começou assim, e a primeira coisa que aprendeu quando jovem foi nunca discutir ou duvidar de uma ordem, pois confiança se adquire com o tempo e para isso não há atalhos, deve-se seguir uma hierarquia que leva tempo e experiência, algo que não e conquistado no mundo empírico dos livros e cursos sentado e ancorado sobre cadeira e távolas, nas academias onde nobres tem o conforto de uma cama quente, e uma boa comida..Não. Essa hierarquia vinha das noites mal dormidas, dos alimentos parcos, do frio insistente, da estrada longa e sem fim...
Foi dado pelo novo jovem déspota a ordem então, de deslocamento. homens cavalos e carroças se dirigiam em seu rumo, guiados por um único comando, e quando passaram pelo portão da guarda as rodas das carroças faziam de seu ranger um lamento triste , agourando, o que estava para acontecer...Uns dizem que, quando a patrulha saiu, logo atrás dela veio uma nuvem escura e choveu rapidamente, o suficiente para apagar os seus rastros da entrada daquela caserna, que para alguns guerreiros foram mais sinais de agouro, contra aqueles pobres homens.
Como sempre tudo ia bem, quando repentinamente e fora do ponto de parada o jovem comandante resolveu fazer parada e montar acampamento para que pudesse sozinho em sua tenda estudar uma "NOVA ROTA", para aquela patrulha. Ora, se apegar ao usual se podemos inovar! Pensava o jovem comandante- sim , uma nova rota em muito menos tempo passando por todos os vilarejos, e mesmo assim, mais rápido...
Há certas coisas que não entendemos por que estão lá, e seguimos conforme passaram para nós como tradição, e com o tempo vem o esquecimento do motivo dessa tradição. Os mais jovens querem sempre olhar para a frente, e sem pestanejar logo sempre querem abandonar a tradição, pois inovar sempre é o caminho mais fácil.Contudo a certas coisas, que estão lá por um motivo, e romper essa ordem, esse ritmo, pode levar a consequência desastrosa, se não bem medidas, portanto não devemos desprezar nem mesmo a sabedoria oral de um povo que passa-nos um alerta. Devemos lembrar que o nosso conhecimento atual se dá em teses, muitas vezes na suposição da lógica e raciocínio, mas nem sempre a natureza e os mundos, tanto terrenos quanto espiritual, se comportam, dentro dessa nossa realidade montada e segura. Portanto nos esteios de uma antiga tradição podem estar incontáveis vidas perdidas para compreender o entendimento daquele ponto natural e selvagem. As palavras somente disfarçam, o conhecimento antigo, descritos com mais distinção. Mas desse conhecimento antigo muito ainda nem escrito foi, por isso seguir algo que já esta ali marcando sua estrada mostrando no caminho tudo o que for previsível e seguro,de momento é o caminho mais certo. As mudanças se devem dar somente diante das crises que poem o que esta conhecido novamente em dúvida, o que sempre nunca é o caso.
E assim passou-se dias além do prazo da volta segura. Os comandantes preparam tropas de busca a fim de encontra-los, aqueles pobres homens. Os resgatadores eram ótimos em rastreio e logo encontraram a parada fora de planos daquela tropa, o que foi muito útil para os comandantes entenderem parte da situação.
Primeiro só havia marcas de uma tenda armada e no chão marcas de aglomerado(sem fogueira.Os homens se ajuntam com os animais para se aquecerem, pois era um tempo de frio pelo qual passavam), contudo longe do aglomero havia uma única marca de um único homem, era o que guardava o final da fila. Uma marca única pois mesmo no frio intenso ele sequer se mexeu de sua posição que estava a berta frente a campina sem proteção, o que mostrava um homem de disciplina férrea e incomum .
Os resgatadores seguiram mais a frente , uns dias e viram que a tropa segui por caminhos não convencionais, dos quais foi traçado pela tradição antiga. Eram locais perigosos, cheios de trevas mesmo no dia claro, que podiam ter muitas armadilhas naturais, da geografia local e animais selvagens do local. Quando os comandantes interpretaram tudo viram que ainda poderia pelo menos ter se houvesse dado algo errado, um sobrevivente, se retornassem pelo menos uma vez aos trechos antigos pois poderia encontrar abrigo e água no caminho, como a muito forma ensinados, quando jovens também participaram como integrantes da ultima fileira, mesmo sendo líderes naquela época, pois, foram humildes em reconhecer a liderança daquele velho chefe de equipe e seu conhecimento dos caminhos da tradição. Contudo gerações mudaram e a arrogância deu lugar a sensatez. Um erro fatal.
Os meses se seguiram, com o tempo não haviam mais recursos, homens ou tempo, para continuarem as buscas, e a tropa perdida foi esquecida...Os caminhos da tradição um dia mudaram e poucos passavam pelos mais antigos. Aqueles que passavam diziam que próximo de onde acamparam pela ultima vez eles veem um espirito de um cavaleiro, que para sobre um monte e quando interpelado ele diz ser o ultimo homem da tropa que espera a ordem de seu líder para retomar o comando de sua equipe e finalmente traze-los para casa, mas ele nunca o chama para a frente por isso mesmo cansado ele aguarda seu momento, quando um dia seu líder o chamará de volta ao seu posto de origem, junto com todos os seus homens com deveria de ter o sido...
Portanto meus impetuosos líderes, se lembrem da tropa perdida, e nos tragam sempre de volta, e se não o conseguirem, chamem seu chefe e o coloque no seu lugar de direito, e trabalhem juntos, como o deve ser, pois só assim poderemos partir com a certeza de que retornaremos, pelos caminhos da velha tradição, sempre juntos.
Mas haverá um dia quando nem todo o dia seria igual a outro, nos o chamamos geralmente de provação...Nesse momento tudo o que você aprendeu pode ser colocado em teste, um teste de vida e morte, e muitas vezes o acréscimo ou a retirada de algo usual marca o final destino de todo um grupo.
Pois naquele dia de deslocamento convencional, quando estavam partindo, a tropa e detida no portão da caserna pois haveria um novo integrante...Era um jovem comandante recém formado, que fora mandado por seus superiores, para que aprendesse um pouco de prática uma vez que nos anos passados só se ateve em seus livros de estudos, e a senso, um líder que não consegue colocar em prática seus conhecimentos teóricos, não merece a liderança. Assim seus superiores o mandam em uma missão trivial e de pouca importância, caso algo ocorresse não perderiam nada de importância estratégica ou militar.
Quando o jovem se aproxima da tropa, logo se apercebe a diferença, inclusive na vestimento...A tropa era formada por homens muito mais velhos, e seus mantos já têm as marcas dos anos e da poeira das estradas. A capa alvejada daquele jovem dizia tudo sem que qualquer palavra fosse pronunciada. Em galopar rápido ele se aproxima do chefe da equipe e com autoridade, quem sabe treinada em discurso anterior, para si mesmo diz:
- Chefe, estou assumindo o comando e se ponha no final da fila, para não deixar que se amontoem no fundo ou qualquer homem fique para trás!
O chefe se desloca sem um único som, de aprovação, ou não. Afinal, quem ficava no fim da fila era o mais jovem e menos experiente do grupo que iria aprendendo, pelo bom exemplo dos seus pares e superiores, como se procedia o trabalho...O chefe começou assim, e a primeira coisa que aprendeu quando jovem foi nunca discutir ou duvidar de uma ordem, pois confiança se adquire com o tempo e para isso não há atalhos, deve-se seguir uma hierarquia que leva tempo e experiência, algo que não e conquistado no mundo empírico dos livros e cursos sentado e ancorado sobre cadeira e távolas, nas academias onde nobres tem o conforto de uma cama quente, e uma boa comida..Não. Essa hierarquia vinha das noites mal dormidas, dos alimentos parcos, do frio insistente, da estrada longa e sem fim...
Foi dado pelo novo jovem déspota a ordem então, de deslocamento. homens cavalos e carroças se dirigiam em seu rumo, guiados por um único comando, e quando passaram pelo portão da guarda as rodas das carroças faziam de seu ranger um lamento triste , agourando, o que estava para acontecer...Uns dizem que, quando a patrulha saiu, logo atrás dela veio uma nuvem escura e choveu rapidamente, o suficiente para apagar os seus rastros da entrada daquela caserna, que para alguns guerreiros foram mais sinais de agouro, contra aqueles pobres homens.
Como sempre tudo ia bem, quando repentinamente e fora do ponto de parada o jovem comandante resolveu fazer parada e montar acampamento para que pudesse sozinho em sua tenda estudar uma "NOVA ROTA", para aquela patrulha. Ora, se apegar ao usual se podemos inovar! Pensava o jovem comandante- sim , uma nova rota em muito menos tempo passando por todos os vilarejos, e mesmo assim, mais rápido...
Há certas coisas que não entendemos por que estão lá, e seguimos conforme passaram para nós como tradição, e com o tempo vem o esquecimento do motivo dessa tradição. Os mais jovens querem sempre olhar para a frente, e sem pestanejar logo sempre querem abandonar a tradição, pois inovar sempre é o caminho mais fácil.Contudo a certas coisas, que estão lá por um motivo, e romper essa ordem, esse ritmo, pode levar a consequência desastrosa, se não bem medidas, portanto não devemos desprezar nem mesmo a sabedoria oral de um povo que passa-nos um alerta. Devemos lembrar que o nosso conhecimento atual se dá em teses, muitas vezes na suposição da lógica e raciocínio, mas nem sempre a natureza e os mundos, tanto terrenos quanto espiritual, se comportam, dentro dessa nossa realidade montada e segura. Portanto nos esteios de uma antiga tradição podem estar incontáveis vidas perdidas para compreender o entendimento daquele ponto natural e selvagem. As palavras somente disfarçam, o conhecimento antigo, descritos com mais distinção. Mas desse conhecimento antigo muito ainda nem escrito foi, por isso seguir algo que já esta ali marcando sua estrada mostrando no caminho tudo o que for previsível e seguro,de momento é o caminho mais certo. As mudanças se devem dar somente diante das crises que poem o que esta conhecido novamente em dúvida, o que sempre nunca é o caso.
E assim passou-se dias além do prazo da volta segura. Os comandantes preparam tropas de busca a fim de encontra-los, aqueles pobres homens. Os resgatadores eram ótimos em rastreio e logo encontraram a parada fora de planos daquela tropa, o que foi muito útil para os comandantes entenderem parte da situação.
Primeiro só havia marcas de uma tenda armada e no chão marcas de aglomerado(sem fogueira.Os homens se ajuntam com os animais para se aquecerem, pois era um tempo de frio pelo qual passavam), contudo longe do aglomero havia uma única marca de um único homem, era o que guardava o final da fila. Uma marca única pois mesmo no frio intenso ele sequer se mexeu de sua posição que estava a berta frente a campina sem proteção, o que mostrava um homem de disciplina férrea e incomum .
Os resgatadores seguiram mais a frente , uns dias e viram que a tropa segui por caminhos não convencionais, dos quais foi traçado pela tradição antiga. Eram locais perigosos, cheios de trevas mesmo no dia claro, que podiam ter muitas armadilhas naturais, da geografia local e animais selvagens do local. Quando os comandantes interpretaram tudo viram que ainda poderia pelo menos ter se houvesse dado algo errado, um sobrevivente, se retornassem pelo menos uma vez aos trechos antigos pois poderia encontrar abrigo e água no caminho, como a muito forma ensinados, quando jovens também participaram como integrantes da ultima fileira, mesmo sendo líderes naquela época, pois, foram humildes em reconhecer a liderança daquele velho chefe de equipe e seu conhecimento dos caminhos da tradição. Contudo gerações mudaram e a arrogância deu lugar a sensatez. Um erro fatal.
Portanto meus impetuosos líderes, se lembrem da tropa perdida, e nos tragam sempre de volta, e se não o conseguirem, chamem seu chefe e o coloque no seu lugar de direito, e trabalhem juntos, como o deve ser, pois só assim poderemos partir com a certeza de que retornaremos, pelos caminhos da velha tradição, sempre juntos.
quarta-feira, 25 de março de 2015
VIRAMUNDO
Estou parado á sua frente. Estamos na mesma ponte em que tudo começou a muito tempo...Eu ainda me lembro, como se fosse ocorrido esta manhã.
Estávamos nesse mesmo local, enfrentando uma pequena revolta de pessoas, descontentes, com a situação financeira, da cidade, naquela época. Eu comandava minha equipe em uma situação de controle mínimo através do convencimento, pois lá no fundo eles eram nosso povo e muito dos meus comandados tinham parentes em meio a a multidão. Fomos criados para sermos guardadores do povo, e nunca opressores. Sempre que havia uma crise envolvendo nosso vilarejo, conseguíamos controlar com mediação e convencimento emocional...Temos de lembrar que sempre haverão crises, desafios e obstáculos em nossa existência e quando nos deixamos abater, e levar pela situação é certo que por menor que seja a situação, nós não sobreviveremos a ela. Então com muita paciência mediação, e principalmente união dos envolvidos, uma solução, um meio de escape, sempre chega a nosso favor. Nunca podemos combater o ódio e a intolerância com mais ódio e intolerância, nós só agravamos a situação.
Assim quando estava tudo, aos poucos sendo controlado, pacificamente , você apareceu com toda a pompa, ostentando suas medalhas suas especializações, sua posição em frente aos políticos da região, e querendo tomar conta da situação, ordenou um ataque direto ás massas que estavam passivas, somente esperando a liderança os recolher para dentro de suas casas...Infelizmente em nossas vidas nos deparamos com pessoas, criaturas sem alma, sem capacidades inerentes ao cargo que merecem, e mesmo assim detentoras de poderes, que exigem de que os tem, um mínimo de humanidade, para exerce-los, o que eles nunca o tem.
Foi com essa intenção, a de simplesmente, se promover, que essas ordens foram dadas.Como seguidores da hierarquia e da ordem nenhum de meus homens e nem mesmo eu poderia ir contra a sua vontade sem dar de cara com o crime de traição, e nossa punição seria severa.
Eu me lembro do momento em que você sentado em imponente corcel esperava minha ação, pois se eu não o fizesse eu seria levado para a inquisição, e mesmo não acontecendo suas ordens você teria o seu show, frente a comissão do vilarejo, para mostra de vento em popa, os desvairos do poder absoluto.
Eu me lembro ter pedido ao meu Deus uma iluminação, para poder salvar os aldeões e meus homens, pelo menos suas almas , dessa terrível situação. Lembro, que momentos após me aparece a frente do grupo um idoso, o mais velho dos aldeões. Eu me aproximo e ouço o seu falar baixo e fraco pela vida sofrida do campo, onde se morre trabalhando, no plantio, geralmente para sustentar homens indignos, como você, e empanturra-los para que em troca simplesmente os roubem em seus impostos, os lhes causem mal, como agora simplesmente para causarem a sensação de poder abusivo, que ninguém tem direito de ação consciente de pratica-lo...Mas quem me diz que homens sem moral, com de sua laia, têm consciência?
Esse homem, sábio pela idade e vivência me diz:
_ Jovem cavaleiro, eu lhe respeito pelo que está tentando fazer, e muito o compreendo, pois também estive aqui nessa ponte em mesma situação, contudo sem chance alguma de opinar, investi no povo como ordenado e naquele dia negro, a mando de um desvairo, foi um massacre impiedoso.
Durante anos o fantasma perdurou em minha mente e de meu homens, que aos poucos foram-se pelo mundo como maltrapilhos, pagando penitência por causa de suas consciências, ou tirando-lhes as próprias vidas, quando não mais suportavam tamanha angústia!
Quanto a mim, resignei-me no povoado e trabalho, nas frentes de trabalho tentando recuperar um pouco, do que tirei, muitos anos atrás, e creio que hoje é o dia de minha justa paga final...
Amigo, irmão de arma, escuta pois não há opção melhor que essa...Então tira a minha vida em um lance único de espada e me atira dessa ponte. Meu sangue satisfará a sede desse desvairo, eu servirei de exemplo ao pessoal do povoado, mas acima de tudo poderei também e por final, ter meu descanso eterno depois de tamanho pecado que cometi, sem opção, que você tem, e momento, sem mais nenhuma outra saída viável...Sei que você compreende e não há mais nada que eu e você possamos fazer...Então faça!!!
Os momentos mais difíceis de minha vida foram de tomadas de decisões como essas, em que nem ao menos provoquei tal situação..Por algum motivo eu não começava nada mas tinha de sempre terminar com um ponto final em algo.
E assim foi feito. Um golpe indolor, na ponte e um corpo foi atirado...Como um caiu de exemplo os outro se retiram em silêncio, no minimo pensando que por hoje puderam viver mais um pouco.
Quanto a você naquele momento se satisfez, pois pelo seu olhar compreendi que aquele viramundo um dia também foi teu subalterno. Contudo o tempo é o senhor de toda a justiça e ele cobra isso no tempo certo, sendo que muitas vezes nos dá um gostinho de ironia um tanto até poética.
Agora depois de muito tempo, você que chegou a comandar sua divisão, meramente por ações covardes por detrás de uma mesa ou pena, agora se acidenta na mesma ponte, dos anos passados...
E eu que cuidava desde então, recebi ordens suas de nunca mais tocar ou falar com ninguém, sem a presença de um superior...Seu sangue escorre lentamente em meio ao seu corpo prensado entre as conduções que se estatelaram, ao se chocarem, e eu o encaro um bom tempo para que se lembre e em meio as últimas forças você se lembra, os seus olhos estão cheio de remorso e pavor, pois na hora de nossa morte seremos todos iguais a despeito de onde tenhamos nascido ou vivido , sequer dos posto e cargos, que ocupamos. Nesse momento o que mais vai importar é termos certeza de que tudo o que fizemos de certo nos garantira passagem, para um mundo melhor...Mesmo que então você não acredite, em atos ateus puramente de falácias , no seu intimo vem o terror, do TALVEZ...E se talvez haja um outro lado, o que fiz de bem para merecer um lugar melhor lá? Se um dia eu plantei vento, irei colhe-los com frutos, e virão tempestades.
É com essa incerteza que lhe deixo, lançando minha capa sob seu rosto, pois não há maior terror do que morrer sozinho e na escuridão...E se nesse momento você pedir meu perdão, do fundo de sua alma, mesmo assim eu não a darei, pois somente Deus perdoa...E eu não sou Deus.
Estávamos nesse mesmo local, enfrentando uma pequena revolta de pessoas, descontentes, com a situação financeira, da cidade, naquela época. Eu comandava minha equipe em uma situação de controle mínimo através do convencimento, pois lá no fundo eles eram nosso povo e muito dos meus comandados tinham parentes em meio a a multidão. Fomos criados para sermos guardadores do povo, e nunca opressores. Sempre que havia uma crise envolvendo nosso vilarejo, conseguíamos controlar com mediação e convencimento emocional...Temos de lembrar que sempre haverão crises, desafios e obstáculos em nossa existência e quando nos deixamos abater, e levar pela situação é certo que por menor que seja a situação, nós não sobreviveremos a ela. Então com muita paciência mediação, e principalmente união dos envolvidos, uma solução, um meio de escape, sempre chega a nosso favor. Nunca podemos combater o ódio e a intolerância com mais ódio e intolerância, nós só agravamos a situação.
Assim quando estava tudo, aos poucos sendo controlado, pacificamente , você apareceu com toda a pompa, ostentando suas medalhas suas especializações, sua posição em frente aos políticos da região, e querendo tomar conta da situação, ordenou um ataque direto ás massas que estavam passivas, somente esperando a liderança os recolher para dentro de suas casas...Infelizmente em nossas vidas nos deparamos com pessoas, criaturas sem alma, sem capacidades inerentes ao cargo que merecem, e mesmo assim detentoras de poderes, que exigem de que os tem, um mínimo de humanidade, para exerce-los, o que eles nunca o tem.
Foi com essa intenção, a de simplesmente, se promover, que essas ordens foram dadas.Como seguidores da hierarquia e da ordem nenhum de meus homens e nem mesmo eu poderia ir contra a sua vontade sem dar de cara com o crime de traição, e nossa punição seria severa.
Eu me lembro do momento em que você sentado em imponente corcel esperava minha ação, pois se eu não o fizesse eu seria levado para a inquisição, e mesmo não acontecendo suas ordens você teria o seu show, frente a comissão do vilarejo, para mostra de vento em popa, os desvairos do poder absoluto.
Eu me lembro ter pedido ao meu Deus uma iluminação, para poder salvar os aldeões e meus homens, pelo menos suas almas , dessa terrível situação. Lembro, que momentos após me aparece a frente do grupo um idoso, o mais velho dos aldeões. Eu me aproximo e ouço o seu falar baixo e fraco pela vida sofrida do campo, onde se morre trabalhando, no plantio, geralmente para sustentar homens indignos, como você, e empanturra-los para que em troca simplesmente os roubem em seus impostos, os lhes causem mal, como agora simplesmente para causarem a sensação de poder abusivo, que ninguém tem direito de ação consciente de pratica-lo...Mas quem me diz que homens sem moral, com de sua laia, têm consciência?
Esse homem, sábio pela idade e vivência me diz:
_ Jovem cavaleiro, eu lhe respeito pelo que está tentando fazer, e muito o compreendo, pois também estive aqui nessa ponte em mesma situação, contudo sem chance alguma de opinar, investi no povo como ordenado e naquele dia negro, a mando de um desvairo, foi um massacre impiedoso.
Durante anos o fantasma perdurou em minha mente e de meu homens, que aos poucos foram-se pelo mundo como maltrapilhos, pagando penitência por causa de suas consciências, ou tirando-lhes as próprias vidas, quando não mais suportavam tamanha angústia!
Quanto a mim, resignei-me no povoado e trabalho, nas frentes de trabalho tentando recuperar um pouco, do que tirei, muitos anos atrás, e creio que hoje é o dia de minha justa paga final...
Amigo, irmão de arma, escuta pois não há opção melhor que essa...Então tira a minha vida em um lance único de espada e me atira dessa ponte. Meu sangue satisfará a sede desse desvairo, eu servirei de exemplo ao pessoal do povoado, mas acima de tudo poderei também e por final, ter meu descanso eterno depois de tamanho pecado que cometi, sem opção, que você tem, e momento, sem mais nenhuma outra saída viável...Sei que você compreende e não há mais nada que eu e você possamos fazer...Então faça!!!
Os momentos mais difíceis de minha vida foram de tomadas de decisões como essas, em que nem ao menos provoquei tal situação..Por algum motivo eu não começava nada mas tinha de sempre terminar com um ponto final em algo.
E assim foi feito. Um golpe indolor, na ponte e um corpo foi atirado...Como um caiu de exemplo os outro se retiram em silêncio, no minimo pensando que por hoje puderam viver mais um pouco.
Quanto a você naquele momento se satisfez, pois pelo seu olhar compreendi que aquele viramundo um dia também foi teu subalterno. Contudo o tempo é o senhor de toda a justiça e ele cobra isso no tempo certo, sendo que muitas vezes nos dá um gostinho de ironia um tanto até poética.
Agora depois de muito tempo, você que chegou a comandar sua divisão, meramente por ações covardes por detrás de uma mesa ou pena, agora se acidenta na mesma ponte, dos anos passados...
E eu que cuidava desde então, recebi ordens suas de nunca mais tocar ou falar com ninguém, sem a presença de um superior...Seu sangue escorre lentamente em meio ao seu corpo prensado entre as conduções que se estatelaram, ao se chocarem, e eu o encaro um bom tempo para que se lembre e em meio as últimas forças você se lembra, os seus olhos estão cheio de remorso e pavor, pois na hora de nossa morte seremos todos iguais a despeito de onde tenhamos nascido ou vivido , sequer dos posto e cargos, que ocupamos. Nesse momento o que mais vai importar é termos certeza de que tudo o que fizemos de certo nos garantira passagem, para um mundo melhor...Mesmo que então você não acredite, em atos ateus puramente de falácias , no seu intimo vem o terror, do TALVEZ...E se talvez haja um outro lado, o que fiz de bem para merecer um lugar melhor lá? Se um dia eu plantei vento, irei colhe-los com frutos, e virão tempestades.
É com essa incerteza que lhe deixo, lançando minha capa sob seu rosto, pois não há maior terror do que morrer sozinho e na escuridão...E se nesse momento você pedir meu perdão, do fundo de sua alma, mesmo assim eu não a darei, pois somente Deus perdoa...E eu não sou Deus.
domingo, 22 de março de 2015
MOOSHRADOOM: O PRIMEIRO ENCONTRO
Tem dias que você pensa nem em sair de casa...E tem certeza de quando sair de sua casa algo muito errado pode acontecer...Poucos escutam essa advertência de nosso intimo que não quer encrencas dentro de nosso caminho, muito menos em nossas vidas.Mas como sempre temos nossas desculpas e descrenças que no fundo são a a mesma lorota...E resumo nunca damos ouvidos de imediato a razão e sempre preferimos trilhar o caminho muito mais complexo, e traiçoeiro, porque sempre duvidamos, de tudo, sempre
Foi nesse ato nada pensado que em uma madrugada, úmida e fria resolvi sair em caminhada sozinho, pelas trilhas ainda não claras da manha, pensando que poderia aproveitar o frescor para marchar muito mais que num dia de sol forte...Contudo meus instintos diziam que esperasse pelo menos, a luz do dia brilhar para prosseguir em segurança.
Na Serra temos a crença viva do que chamamos de AS HORAS MORTAS, que é o período que corresponde da madrugada, a alvorada, onde acreditamos ser o limite da passagem do véu entre mundos físicos ou não. Portanto quem sabe da regra e a quebra saindo a vagar nas horas mortas, conforme por onde anda pode não mais voltar.
Então em meio a essas horas mortas, eu vagava pelas trilhas quando tudo fica mais escuro e muito mais frio, era sinal de pelo menos um chuva se aproximando, o que me forçava a procurar um abrigo e fazer uma fogueira para se aquecer. Bem aí vem o pensamento, de que poderia ter ficado dentro de casa pois estaria seco e abrigado quando a chuva viesse...Mas uma vez tomada a decisão não da pra voltar atrás, assumimos a responsabilidades de nossas ações e consequências e seguimos em frente, como tudo mais na vida.
Adentrei a mata fechada á procura de abrigo e curiosamente encontrei um fogo armado já dentro de um velho túnel de passagem a muito fechado, que nunca havia percebido antes por essas paragens...
Bom cavalo dado não se olha os dentes, e eu apenas sentei aproveitando o chamego gostoso daquela fogueira. Então retirei meu velho bule de viagem e fui preparar um bom amigo conhecido de todo o viajante serrano, o bom café tropeiro...Que em um tempo melhor contarei com se faz.
Quando termino de encher meu bule O tempo havia piorado lá fora e nem percebi, que agora tudo fora do túnel era uma negritude total, e depois de dois metros não se via mais nada e mesmo estando um tanto frio não havia mais vento, alias não havia pelo jeito mais nada, pois nem som de ave ou outro bicho se ouvia, tudo estava com os tons negros da morte.
Limpei bem meu copo e tomei o primeiro gole de café com calma, me recosto num das paredes do túnel próximo a fogueira, quando noto algo se movendo em meio as trevas do lado de fora...Era um homem alto, esguio, magro. Suas roupas maltrapilhas lembravam de longe uma roupa de monge, e consigo uma velha mochila de pano surrado, sendo seu cantil, ainda feito de um purungo muito velho e seu copo era uma cabaça...Tudo isso era sustentado por um grande cajado de madeira petrificada do cambuím, que se criava nos pântanos muito ao sul de onde estávamos naquele momento.
Mas não me cabia julgar, ambos eramos viajantes e deveríamos respeitar o espaço, crença e posição de cada um nesse mundo de Deus, pois nem o mundo nos pertencia até então.
- Posso me sentar,o fogo esta convidativo. Melhor que lá fora, com esse frio e escuridão toda, amigo!-Suas palavras eram fracas tal como sua aparência em saúde mas havia um tom de nada humano naquilo tudo, e meu sentido dizia bem alto: se levanta homem, sai dai, enfrenta o frio e a escuridão pois pelo nenos sabe com o que pode tá lutando! Contudo havia preparado uma boa quantidade de café e não ia desperdiçar, de repente uma boa conversa, e com mais desculpas para o meu corpo não padecer lá fora , e de preguiça resolvi ficar, apostando em minha destreza e inteligência para lidar com a situação quer que fosse apresentada naquela hora.
- Bom amigo viajante, de princípio esse acantonamento não é meu, mas tal qual vossa mercê, senti o calor do fogo e me aprochego...O que é meu e posso oferecer é uns bons goles de café, que tal?
- Perfeito amigo! Então vamos juntos, esperar o dono desse acantonamento e esperar que ele divida seu espaço amigável, e senão podemos desfrutar da companhia um do outro nessa estrada lúgubre e um tanto fria, a de hoje. Deixa então me apresentar, meu nome é MOOSHRADOOM, um humilde servo, agora em penitência, em busca de perdão nessa vinda e na vindoura...
-Pois bem Mooshradoom, sou um simples cavaleiro, tão humano quanto posso, mas ainda não me chegou o tempo de penar, pois ainda aprendo no meu dia a dia, aceitando os meus erros como aprendizado e não fardo...
-Ah! Que precioso, um filósofo por essas bandas tão distantes! Vejo que ainda não compreendeu, que não existem acertos e erros mas tão somente o infame destino, que nos ilude com o livre-árbitreo, para que achemos sermos nossos donos e quando saímos de uma linha esperada o chamemos de acas, coincidência...No fundo isso ainda é tão doce pois me lembra de meus primeiro passos, nessa jornada intrigante que nem pagamos passagem e nos meteram nela!!!
Aquilo me pegou de surpresa, pois o homem maltrapilho mostrava de repente uma faceta nada esperada, devido aquelas circunstâncias .
- Não me diga velho homem, que com sua idade ainda acredite nessas baboseiras de destino e sina? O uso de tuas palavras foram profundas, para um supersticioso...
- Quão amável e inocente...Agora de que lado da moeda estamos falando? Cara ou Coroa? Ambas ão faces da mesma moeda, não? Sem julgar, ambas representam o valor a que pertence aquela peça de ouro..Para o erudito são os número, e para o leigo, seus desenhos, mas o ouro é igual em valor, em qualquer, das linhas de cunhagem, não!
Mais um baque..Palavras curiosas demais para serem, acaso. A maneira como ele falava parecia teatral e redigida...Ele então se serve de uma boa cabaça de cafe e toma sofregadamente, como se houvesse muito tempo de que não desfrutava tal prazer. Dai se assenta ao lado oposto ao meu se recostando na parede do túnel, para aproveitar melhor o calor do fogo.
- Meu amigo! Se estás ainda incrédulo deixa e adiantar alguma coisa, pense comigo! Se o destino fosse escrito, seria como um livro. Um livro que contaria a história e estórias de cada um, a fim de confundir sua derradeira verdade, de que tudo o que pensamos, sonhamos, conquistamos e perdemos já estava escrito, com rumo traçado...Não posse ainda responder se assim o fosse, por quem, contudo, voltemos a premissa...Uma vez escrito, por que não podemos ler esse livro, e se pudermos lê-lo, por que não adiantarmos a leitura em alguns capítulos que seja?
Quem sabe como agora, em que ambos chegamos aqui nesse acantonamento, já pronto e ainda não chega seu dono? Ou quando você pensa que tudo o que se apresenta agora parece ser teatral, de uma forma quase redigida?
Aquelas palavras me confundiram, e me pareciam nada concebível. Então ele tira de sua mochila maltrapilha um livro negro, de desenhos e gravuras estranhas encravadas na capa, em vermelho sangue, com uma grande pedra vermelha centralizada na sua frente. Há um lacre na capa...
O homem curiosamente morde seu dedo indicador, fazendo-o sangrar e pinga na abertura da fechadura daquele lacre, uma nevoa cinza começa a sair da escuridão, e o vento frio começa a soprar novamente, um pouco fraco arras tando a nevoa para dentro daquele túnel de saída fechada pelo tempo. A névoa continuava indo para dentro do túnel como se tivesse uma aragem, como se não estivesse mais obstruído...Ele vira as páginas e lê em silencio, por um tempo e me diz:
- Que tal conhecermos nosso misterioso anfitrião, que se encontra no final desse túnel. Quando em vida toda a noite ele preparava a fogueira, se escondia nas sombras dentro desse túnel de passagem e quem por ventura sentasse, para descansar e adormecesse amanheceria, com seus pertences roubados e sua garganta cortada...Tanta foi sua maldade, que sem pagar o preço de igual vidas ceifadas, agora bem cuidada,nem a morte o queria...Viu meu amigo, penitencia!
Peguei uma tocha que montei naquele fogo e me mandei até o fim do túnel com a espada em minha mão, esperando algum ardil daquele monge louco...Já passara por combates antes e se assim o fosse não seria a primeira vez, e se o fosse teria a vantagem da experiência e qualidade de minhas armas, armadura e escudo, que reforçavam minhas costas caso um ataque traiçoeiro.
Contudo, quando chego no final do túnel encolhido, e joelho, um corpo seco, mal visto pela tênue claridade esperava paciente, o dia raiar para apagar a fogueira e limpar o acantonamento para o próximo viajante que chegasse..Sim era a pura lei da compensação: quem faz mal hoje fará penitência amanha, de uma maneira ou outra, pois essa era a lei da Serra.
- Viu amigo, penitência..Escrita sua penalidade nesse livro, cada segundo,cada minuto, dia,semana, mês,ano, geração e época. Foram os poucos os curiosos que encontrei , que ao menos não quiseram saber o dia de suas mortes. Mas vejo dentro de ti um sinal diferente e por isso escrevi esse encontro, pois mesmo sendo dono disso tudo, de todo o destino. O destino de todos, ainda assim não sou dono de meu próprio, pois não posso escrever nada relacionado a mim, nem ver escrito o dia de minha morte...E então eu pensei que você pudesse faze-lo por mim...
- Se o que me diz é a verdade monge estranho, por que não leu o desenrolar desse desfecho? Lerei ou não, seu mais ainda estranho livro? e Porque deveria faze-lo, se no fundo tudo aqui foi armado de uma forma teatral, será que foram essas suas palavras, de verdade sobre tal criatura angustiada lá dentro e no final desse túnel, ou mais um ardil para coisa pior, do que você realmente aparenta?
Em meio a a confusão trouxe mais confusão tentando encontrar a razão disso tudo.
-Sabes que tens razão amigo! Como podes confiar em mim se nem me conhece? Acho que temos de acertar mais encontros que com o tempo falarei de mim, do que vi e sei...Assim no final caberá teu juízo decidir minha solicitação. Portanto descansa e segue teu caminho.
Dito isso tudo se desfez, a escuridão a bruma, o corpo seco, ficando somente a fogueira. Haviam se passado as horas mortas, amanheceu. Nem imagino se lesse aquele bendito livro...
Bem o que sobrou, foi meu velho café me esperando, para tomada de seus últimos goles, para seguir jornada, agora pelo túnel, que encurtaria meu caminho...
Quando adentro ele penso ser realmente um túnel ou mais uma artimanha desse meu mais novo e esquisito amigo? Bem, logo logo já vou ficar sabendo...
Foi nesse ato nada pensado que em uma madrugada, úmida e fria resolvi sair em caminhada sozinho, pelas trilhas ainda não claras da manha, pensando que poderia aproveitar o frescor para marchar muito mais que num dia de sol forte...Contudo meus instintos diziam que esperasse pelo menos, a luz do dia brilhar para prosseguir em segurança.
Na Serra temos a crença viva do que chamamos de AS HORAS MORTAS, que é o período que corresponde da madrugada, a alvorada, onde acreditamos ser o limite da passagem do véu entre mundos físicos ou não. Portanto quem sabe da regra e a quebra saindo a vagar nas horas mortas, conforme por onde anda pode não mais voltar.
Então em meio a essas horas mortas, eu vagava pelas trilhas quando tudo fica mais escuro e muito mais frio, era sinal de pelo menos um chuva se aproximando, o que me forçava a procurar um abrigo e fazer uma fogueira para se aquecer. Bem aí vem o pensamento, de que poderia ter ficado dentro de casa pois estaria seco e abrigado quando a chuva viesse...Mas uma vez tomada a decisão não da pra voltar atrás, assumimos a responsabilidades de nossas ações e consequências e seguimos em frente, como tudo mais na vida.
Adentrei a mata fechada á procura de abrigo e curiosamente encontrei um fogo armado já dentro de um velho túnel de passagem a muito fechado, que nunca havia percebido antes por essas paragens...
Bom cavalo dado não se olha os dentes, e eu apenas sentei aproveitando o chamego gostoso daquela fogueira. Então retirei meu velho bule de viagem e fui preparar um bom amigo conhecido de todo o viajante serrano, o bom café tropeiro...Que em um tempo melhor contarei com se faz.
Quando termino de encher meu bule O tempo havia piorado lá fora e nem percebi, que agora tudo fora do túnel era uma negritude total, e depois de dois metros não se via mais nada e mesmo estando um tanto frio não havia mais vento, alias não havia pelo jeito mais nada, pois nem som de ave ou outro bicho se ouvia, tudo estava com os tons negros da morte.
Limpei bem meu copo e tomei o primeiro gole de café com calma, me recosto num das paredes do túnel próximo a fogueira, quando noto algo se movendo em meio as trevas do lado de fora...Era um homem alto, esguio, magro. Suas roupas maltrapilhas lembravam de longe uma roupa de monge, e consigo uma velha mochila de pano surrado, sendo seu cantil, ainda feito de um purungo muito velho e seu copo era uma cabaça...Tudo isso era sustentado por um grande cajado de madeira petrificada do cambuím, que se criava nos pântanos muito ao sul de onde estávamos naquele momento.
Mas não me cabia julgar, ambos eramos viajantes e deveríamos respeitar o espaço, crença e posição de cada um nesse mundo de Deus, pois nem o mundo nos pertencia até então.
- Posso me sentar,o fogo esta convidativo. Melhor que lá fora, com esse frio e escuridão toda, amigo!-Suas palavras eram fracas tal como sua aparência em saúde mas havia um tom de nada humano naquilo tudo, e meu sentido dizia bem alto: se levanta homem, sai dai, enfrenta o frio e a escuridão pois pelo nenos sabe com o que pode tá lutando! Contudo havia preparado uma boa quantidade de café e não ia desperdiçar, de repente uma boa conversa, e com mais desculpas para o meu corpo não padecer lá fora , e de preguiça resolvi ficar, apostando em minha destreza e inteligência para lidar com a situação quer que fosse apresentada naquela hora.
- Bom amigo viajante, de princípio esse acantonamento não é meu, mas tal qual vossa mercê, senti o calor do fogo e me aprochego...O que é meu e posso oferecer é uns bons goles de café, que tal?
- Perfeito amigo! Então vamos juntos, esperar o dono desse acantonamento e esperar que ele divida seu espaço amigável, e senão podemos desfrutar da companhia um do outro nessa estrada lúgubre e um tanto fria, a de hoje. Deixa então me apresentar, meu nome é MOOSHRADOOM, um humilde servo, agora em penitência, em busca de perdão nessa vinda e na vindoura...
-Pois bem Mooshradoom, sou um simples cavaleiro, tão humano quanto posso, mas ainda não me chegou o tempo de penar, pois ainda aprendo no meu dia a dia, aceitando os meus erros como aprendizado e não fardo...
-Ah! Que precioso, um filósofo por essas bandas tão distantes! Vejo que ainda não compreendeu, que não existem acertos e erros mas tão somente o infame destino, que nos ilude com o livre-árbitreo, para que achemos sermos nossos donos e quando saímos de uma linha esperada o chamemos de acas, coincidência...No fundo isso ainda é tão doce pois me lembra de meus primeiro passos, nessa jornada intrigante que nem pagamos passagem e nos meteram nela!!!
Aquilo me pegou de surpresa, pois o homem maltrapilho mostrava de repente uma faceta nada esperada, devido aquelas circunstâncias .
- Não me diga velho homem, que com sua idade ainda acredite nessas baboseiras de destino e sina? O uso de tuas palavras foram profundas, para um supersticioso...
- Quão amável e inocente...Agora de que lado da moeda estamos falando? Cara ou Coroa? Ambas ão faces da mesma moeda, não? Sem julgar, ambas representam o valor a que pertence aquela peça de ouro..Para o erudito são os número, e para o leigo, seus desenhos, mas o ouro é igual em valor, em qualquer, das linhas de cunhagem, não!
Mais um baque..Palavras curiosas demais para serem, acaso. A maneira como ele falava parecia teatral e redigida...Ele então se serve de uma boa cabaça de cafe e toma sofregadamente, como se houvesse muito tempo de que não desfrutava tal prazer. Dai se assenta ao lado oposto ao meu se recostando na parede do túnel, para aproveitar melhor o calor do fogo.
- Meu amigo! Se estás ainda incrédulo deixa e adiantar alguma coisa, pense comigo! Se o destino fosse escrito, seria como um livro. Um livro que contaria a história e estórias de cada um, a fim de confundir sua derradeira verdade, de que tudo o que pensamos, sonhamos, conquistamos e perdemos já estava escrito, com rumo traçado...Não posse ainda responder se assim o fosse, por quem, contudo, voltemos a premissa...Uma vez escrito, por que não podemos ler esse livro, e se pudermos lê-lo, por que não adiantarmos a leitura em alguns capítulos que seja?
Quem sabe como agora, em que ambos chegamos aqui nesse acantonamento, já pronto e ainda não chega seu dono? Ou quando você pensa que tudo o que se apresenta agora parece ser teatral, de uma forma quase redigida?
Aquelas palavras me confundiram, e me pareciam nada concebível. Então ele tira de sua mochila maltrapilha um livro negro, de desenhos e gravuras estranhas encravadas na capa, em vermelho sangue, com uma grande pedra vermelha centralizada na sua frente. Há um lacre na capa...
O homem curiosamente morde seu dedo indicador, fazendo-o sangrar e pinga na abertura da fechadura daquele lacre, uma nevoa cinza começa a sair da escuridão, e o vento frio começa a soprar novamente, um pouco fraco arras tando a nevoa para dentro daquele túnel de saída fechada pelo tempo. A névoa continuava indo para dentro do túnel como se tivesse uma aragem, como se não estivesse mais obstruído...Ele vira as páginas e lê em silencio, por um tempo e me diz:
- Que tal conhecermos nosso misterioso anfitrião, que se encontra no final desse túnel. Quando em vida toda a noite ele preparava a fogueira, se escondia nas sombras dentro desse túnel de passagem e quem por ventura sentasse, para descansar e adormecesse amanheceria, com seus pertences roubados e sua garganta cortada...Tanta foi sua maldade, que sem pagar o preço de igual vidas ceifadas, agora bem cuidada,nem a morte o queria...Viu meu amigo, penitencia!
Peguei uma tocha que montei naquele fogo e me mandei até o fim do túnel com a espada em minha mão, esperando algum ardil daquele monge louco...Já passara por combates antes e se assim o fosse não seria a primeira vez, e se o fosse teria a vantagem da experiência e qualidade de minhas armas, armadura e escudo, que reforçavam minhas costas caso um ataque traiçoeiro.
Contudo, quando chego no final do túnel encolhido, e joelho, um corpo seco, mal visto pela tênue claridade esperava paciente, o dia raiar para apagar a fogueira e limpar o acantonamento para o próximo viajante que chegasse..Sim era a pura lei da compensação: quem faz mal hoje fará penitência amanha, de uma maneira ou outra, pois essa era a lei da Serra.
- Viu amigo, penitência..Escrita sua penalidade nesse livro, cada segundo,cada minuto, dia,semana, mês,ano, geração e época. Foram os poucos os curiosos que encontrei , que ao menos não quiseram saber o dia de suas mortes. Mas vejo dentro de ti um sinal diferente e por isso escrevi esse encontro, pois mesmo sendo dono disso tudo, de todo o destino. O destino de todos, ainda assim não sou dono de meu próprio, pois não posso escrever nada relacionado a mim, nem ver escrito o dia de minha morte...E então eu pensei que você pudesse faze-lo por mim...
- Se o que me diz é a verdade monge estranho, por que não leu o desenrolar desse desfecho? Lerei ou não, seu mais ainda estranho livro? e Porque deveria faze-lo, se no fundo tudo aqui foi armado de uma forma teatral, será que foram essas suas palavras, de verdade sobre tal criatura angustiada lá dentro e no final desse túnel, ou mais um ardil para coisa pior, do que você realmente aparenta?
Em meio a a confusão trouxe mais confusão tentando encontrar a razão disso tudo.
-Sabes que tens razão amigo! Como podes confiar em mim se nem me conhece? Acho que temos de acertar mais encontros que com o tempo falarei de mim, do que vi e sei...Assim no final caberá teu juízo decidir minha solicitação. Portanto descansa e segue teu caminho.
Dito isso tudo se desfez, a escuridão a bruma, o corpo seco, ficando somente a fogueira. Haviam se passado as horas mortas, amanheceu. Nem imagino se lesse aquele bendito livro...
Bem o que sobrou, foi meu velho café me esperando, para tomada de seus últimos goles, para seguir jornada, agora pelo túnel, que encurtaria meu caminho...
Quando adentro ele penso ser realmente um túnel ou mais uma artimanha desse meu mais novo e esquisito amigo? Bem, logo logo já vou ficar sabendo...
sábado, 21 de março de 2015
A MARCA
Estou com meus pulmões queimando...A dor , o cansaço me consomem tanto e quase não tenho mais força para continuar.Meu suor escorre, fluido como um rio, e a cada gota minhas forças se esvaem, mas meu desejo de continuar e vencer ainda são grandes.
Não era a primeira vez dessa prova, tão árdua. Primeiro temos a parte intelectual que estudei com afinco, mesmo dentro da noite cerrada sob luz de cadeeiro, ou sob tempestade de vento e chuva fria, encostado em uma varanda qualquer enquanto em minha ronda, durante a madrugada á pé, me abrigava para me proteger, pois mesmo mu capote já estava encharcado e não poderíamos abandonar nosso turno sob hipótese alguma. Aqui não há direitos, apenas ordens que devem ser cumpridas custe o que custar, das mais simplórias, ás mais difíceis, das mais lógicas ás mais insanas, no final ordens são ordens e basta...Eu que cumpri tudo certo, que mostrei lealdade e respeito aqueles que me davam as ordens e muitas vezes homens indignos de levarem os estandartes da tropa, e muito menos comanda-la, pensei que podia comanda-la. Tinha raça, tinha folego, vontade, e gostava do que fazia e porque o fazia...Então por oito longos anos sempre me preparei, por oito longos anos eu treinei e estudei e a cada ano, era submetido á prova, ao sacrifício, á dor. ..E mesmo assim não me chamavam, não me classificavam...A cada ano era o mesmo homem que apreciava os testes era o mesmo homem, que dentre tantos desconhecidos me via sempre ali, todo os anos tentando, jamais desistindo.
Esse homem morava perto de minha tropa e via, quando saía com eles em treinamento, mantendo uma qualidade da equipe acima do normal...Foi esse homem que viu e festejou com largo sorriso, a cada troféu de combate que trazíamos, quando vencíamos nossos adversários. Esse homem viu quando também resignados, marchando lentamente trazíamos nosso companheiros sobre nossos escudos, ele viu quando nós os enterrávamos.
Ele estava lá como líder de uma grande divisão, e por isso a todos o ano ele fazia testes para pessoas que, como eu acreditavam no que faziam, achando que era o mais certo, o mais correto a ser feito, naquelas situações extremas. Mas era um homem que nunca combateu, que nunca suou, que nunca sofreu, ganhou ou perdeu.
Agora naquele meu último momento, eu estava arriscando tudo, se fosse preciso até minha vida para conseguir o que eu almejei. E em um dos malditos testes , que já me eram bem familiares eu caí na exaustão, estatelado no chão, perdido dentro daquela minha agonia final: Deus, por que não consigo? Estou me esforçando, fazendo a minha parte, então por que eu não consigo, droga, sei que sou bom e que estou no meu melhor do que jamais fui...Me responde, Deus!
Com braços, ombro e joelho sangrando me reergo daquele pó todo e com um urro de animal ferido eu me atiro á frente , de meus competidores. Quando passei pelo lado de um deles , foi meu sangue de meus ferimentos que mancharam seu alvo uniforme...Um uniforme de um hospitaleiro que nunca passou uma noite em claro, ou sob sol cerrado denso, quente....Homem e uniforme ficaram resguardados por muros altos e teto arejado...E mesmo bem protegidos, bem criados eu o deixo para trás, pois estou decidido, aquele era o meu dia, finalmente.
Quando caí na linha de chegada meus companheiros me erguem e me levantam, orgulhosos de meu feito, pois sempre me acompanharam nessa minha labuta pessoal, afinal eramos irmãos de arma, e onde um irmão deve estar senão ao lado de seu outro irmão?
Fui então medicado, e sai para esperar os resultados...Aquilo foi um tempo de agonia interminável.
Então sem palavras ou menção, vem um dos arautos e coloca em um mural á chamada de líderes das futuras divisões, eram quarenta.
A maioria desses líderes de divisões vinham, de famílias com nomes e renomes de nossos vilarejos, pois precisava de dedicação total para os estudos, homens pobres jamais poderiam ter filhos nessas lideranças, pois não poderiam pagar tamanho sustento. Contudo eu consegui chegar muito longe, era filho de pai Mouro, que vivia e morreria da força exclusiva de seus braços, sapando estradas dos nobres e dos povoados, ganhando parcas quantias por trabalhos herculanos, que diziam um homem só não ser capaz de realiza-lo.Sim, até o comando de minha equipe fui a exceção, agora meus objetivos se haviam voltado para o comando de uma divisão. Tinha certeza de que podia e me preparei para isso.
No mural estava em trigésimo segundo,de quarenta posições, nada mal mesmo para um cavaleiro do povo...Então quando chamaram, os nomes fui deixado de fora do portão que dava acesso ao castelo das divisões. Estava perplexo...O que fiz de errado? Novamente falhei...Talvez.
Quando o grande portão se fecha, sob minha face, quando a batida dele soa, foi como uma forte pancada em minha face. Mus braços tremiam, meu pulmão se enchia de tanto ar que queria gritar urrar, toda a minha ira e decepção...Me controlo, viro minhas costas, levanto meu velho escudo e quando ia partindo em silencio, sem olhar para trás pois de nada me arrependi, fiz de tudo e o impossível, portanto estava satisfeito co o meu esforço, sim, naquele momento, o ranger do portão menor, se abre saindo esse homem, o que nos acompanhou por esses longos oito anos, que sempre, observou, o meso que no fundo, não me escolheu, ele meu líder, abre sua voz:
- Cavaleiro, vem aqui! Acho que devo ao menos, para você uma explicação, em reconhecimento aos teus atos, homem!
Me aproximei, baixei meu escuto e em posição de respeito, comecei a ouvi-lo, dentro de meu silencio.
- Sabe, o destino me fez acompanhar sua história, desde o princípio...Vi quando você chegou do vilarejo mais pobre, quando entrou, como reles escudeiro. Segui se esforço, sua luta...Vi quando aos poucos e por vontade invejável, se distanciou dos demais indo a comandante de equipe rapidamente.
Vi quantos troféus você trouxe a sua companhia, vi quantos homens você nela enterrou. Também percebi que foste em cada empreitada e voltaste vivo, enterrando inclusive seus melhores amigos.
Sim percebi quem você era, e o que queria, por isso mesmo eu não o permiti, portante não culpe ao se Deus, culpe a mim, pois sou eu que tenho o direito da escolha...
Se me perguntares por que, te direi, o que sempre dizem: nenhum homem que vem a comando de divisão vem de vilarejos pobres, com pais sem nome ou renome...Se tiveste nascido em outro lugar, apenas por menos de um terço do que fizeste, já seria um de meus subalternos de divisão, e me daria muito orgulho de te-lo ao meu lado...Mas pensa comigo cavaleiro , como eu tendo de manter o status de comando, poderia aceitar um homem de vilarejo pobre, e ainda por cima com sangue de mouro nas veias? Jamais!!!
Por esses longos anos, de sua insana procura, achei que você desistiria no caminho de tanto espinhos que lá coloquiei propositalmente, mas você permaneceu. Por isso te admiro, e confesso que você perdendo agora, quem perdeu mais fui eu, pois ha coisas que temos de fazer que jamais nos orgulharemos, mas regras serão sempre regras, mesmo que não estejam escritas nos livros, contudo ficam cravejadas nas entrelinhas destas.
Portanto lhe faço aqui meu juramento, se teu filho ainda quiser ser cavaleiro e por ventura queira uma divisão, e mesmo fora de meu castelo, já longe da profissão, fale comigo e eu darei um jeito de coloca-lo, pois será o filho de um cavaleiro e não de um simples mouro. Adeus!
Aquilo me marcou como ferro quente dentro de minha alma, meus olhos eram um braseiro de ira e dor indescritível.Contudo eu o encarei firmemente, sem medo, ou remorso, mas com pena pois um homem apego ás vaidades, jamais será um homem de verdade e quando o seu dia chegasse de recostar sua cabeça para descanso sempiternal, o que lembraria, ou do que seria lembrado, senão das perversidades cometidas sem justa razão ou necessidade.
Ergui meu escudo e marchei até meus amigos, que me esperavam do outro lado da estrada...A mesma estrada que meu mouro pai fez ali há muito tempo. Parei e olhei o chão de pedra feito por meu velho pai, naquele momento imaginei o tamanho da façanha! De tão bem feita aquela estrada, com certeza morrerão todos naquele castelo e ela ainda estaria lá.Então como meu pai poderia ser simplório? O que ele fez ninguém desfaz, o que ele amarrou, ninguém desata... O que ele cortou , ninguém mais uniu..
Meus irmão para me incentivar batem em seus escudos a cada passo dado, na estrada que meu pai criou...Não importa o que digam essa marca eu tenho orgulho de carregar, pois sua maior obra foi ter me criado, podendo chegar onde cheguei...Essa marca ninguém também pode jamais tomar.
Não era a primeira vez dessa prova, tão árdua. Primeiro temos a parte intelectual que estudei com afinco, mesmo dentro da noite cerrada sob luz de cadeeiro, ou sob tempestade de vento e chuva fria, encostado em uma varanda qualquer enquanto em minha ronda, durante a madrugada á pé, me abrigava para me proteger, pois mesmo mu capote já estava encharcado e não poderíamos abandonar nosso turno sob hipótese alguma. Aqui não há direitos, apenas ordens que devem ser cumpridas custe o que custar, das mais simplórias, ás mais difíceis, das mais lógicas ás mais insanas, no final ordens são ordens e basta...Eu que cumpri tudo certo, que mostrei lealdade e respeito aqueles que me davam as ordens e muitas vezes homens indignos de levarem os estandartes da tropa, e muito menos comanda-la, pensei que podia comanda-la. Tinha raça, tinha folego, vontade, e gostava do que fazia e porque o fazia...Então por oito longos anos sempre me preparei, por oito longos anos eu treinei e estudei e a cada ano, era submetido á prova, ao sacrifício, á dor. ..E mesmo assim não me chamavam, não me classificavam...A cada ano era o mesmo homem que apreciava os testes era o mesmo homem, que dentre tantos desconhecidos me via sempre ali, todo os anos tentando, jamais desistindo.
Esse homem morava perto de minha tropa e via, quando saía com eles em treinamento, mantendo uma qualidade da equipe acima do normal...Foi esse homem que viu e festejou com largo sorriso, a cada troféu de combate que trazíamos, quando vencíamos nossos adversários. Esse homem viu quando também resignados, marchando lentamente trazíamos nosso companheiros sobre nossos escudos, ele viu quando nós os enterrávamos.
Ele estava lá como líder de uma grande divisão, e por isso a todos o ano ele fazia testes para pessoas que, como eu acreditavam no que faziam, achando que era o mais certo, o mais correto a ser feito, naquelas situações extremas. Mas era um homem que nunca combateu, que nunca suou, que nunca sofreu, ganhou ou perdeu.
Agora naquele meu último momento, eu estava arriscando tudo, se fosse preciso até minha vida para conseguir o que eu almejei. E em um dos malditos testes , que já me eram bem familiares eu caí na exaustão, estatelado no chão, perdido dentro daquela minha agonia final: Deus, por que não consigo? Estou me esforçando, fazendo a minha parte, então por que eu não consigo, droga, sei que sou bom e que estou no meu melhor do que jamais fui...Me responde, Deus!
Com braços, ombro e joelho sangrando me reergo daquele pó todo e com um urro de animal ferido eu me atiro á frente , de meus competidores. Quando passei pelo lado de um deles , foi meu sangue de meus ferimentos que mancharam seu alvo uniforme...Um uniforme de um hospitaleiro que nunca passou uma noite em claro, ou sob sol cerrado denso, quente....Homem e uniforme ficaram resguardados por muros altos e teto arejado...E mesmo bem protegidos, bem criados eu o deixo para trás, pois estou decidido, aquele era o meu dia, finalmente.
Quando caí na linha de chegada meus companheiros me erguem e me levantam, orgulhosos de meu feito, pois sempre me acompanharam nessa minha labuta pessoal, afinal eramos irmãos de arma, e onde um irmão deve estar senão ao lado de seu outro irmão?
Fui então medicado, e sai para esperar os resultados...Aquilo foi um tempo de agonia interminável.
Então sem palavras ou menção, vem um dos arautos e coloca em um mural á chamada de líderes das futuras divisões, eram quarenta.
A maioria desses líderes de divisões vinham, de famílias com nomes e renomes de nossos vilarejos, pois precisava de dedicação total para os estudos, homens pobres jamais poderiam ter filhos nessas lideranças, pois não poderiam pagar tamanho sustento. Contudo eu consegui chegar muito longe, era filho de pai Mouro, que vivia e morreria da força exclusiva de seus braços, sapando estradas dos nobres e dos povoados, ganhando parcas quantias por trabalhos herculanos, que diziam um homem só não ser capaz de realiza-lo.Sim, até o comando de minha equipe fui a exceção, agora meus objetivos se haviam voltado para o comando de uma divisão. Tinha certeza de que podia e me preparei para isso.
No mural estava em trigésimo segundo,de quarenta posições, nada mal mesmo para um cavaleiro do povo...Então quando chamaram, os nomes fui deixado de fora do portão que dava acesso ao castelo das divisões. Estava perplexo...O que fiz de errado? Novamente falhei...Talvez.
Quando o grande portão se fecha, sob minha face, quando a batida dele soa, foi como uma forte pancada em minha face. Mus braços tremiam, meu pulmão se enchia de tanto ar que queria gritar urrar, toda a minha ira e decepção...Me controlo, viro minhas costas, levanto meu velho escudo e quando ia partindo em silencio, sem olhar para trás pois de nada me arrependi, fiz de tudo e o impossível, portanto estava satisfeito co o meu esforço, sim, naquele momento, o ranger do portão menor, se abre saindo esse homem, o que nos acompanhou por esses longos oito anos, que sempre, observou, o meso que no fundo, não me escolheu, ele meu líder, abre sua voz:
- Cavaleiro, vem aqui! Acho que devo ao menos, para você uma explicação, em reconhecimento aos teus atos, homem!
Me aproximei, baixei meu escuto e em posição de respeito, comecei a ouvi-lo, dentro de meu silencio.
- Sabe, o destino me fez acompanhar sua história, desde o princípio...Vi quando você chegou do vilarejo mais pobre, quando entrou, como reles escudeiro. Segui se esforço, sua luta...Vi quando aos poucos e por vontade invejável, se distanciou dos demais indo a comandante de equipe rapidamente.
Vi quantos troféus você trouxe a sua companhia, vi quantos homens você nela enterrou. Também percebi que foste em cada empreitada e voltaste vivo, enterrando inclusive seus melhores amigos.
Sim percebi quem você era, e o que queria, por isso mesmo eu não o permiti, portante não culpe ao se Deus, culpe a mim, pois sou eu que tenho o direito da escolha...
Se me perguntares por que, te direi, o que sempre dizem: nenhum homem que vem a comando de divisão vem de vilarejos pobres, com pais sem nome ou renome...Se tiveste nascido em outro lugar, apenas por menos de um terço do que fizeste, já seria um de meus subalternos de divisão, e me daria muito orgulho de te-lo ao meu lado...Mas pensa comigo cavaleiro , como eu tendo de manter o status de comando, poderia aceitar um homem de vilarejo pobre, e ainda por cima com sangue de mouro nas veias? Jamais!!!
Por esses longos anos, de sua insana procura, achei que você desistiria no caminho de tanto espinhos que lá coloquiei propositalmente, mas você permaneceu. Por isso te admiro, e confesso que você perdendo agora, quem perdeu mais fui eu, pois ha coisas que temos de fazer que jamais nos orgulharemos, mas regras serão sempre regras, mesmo que não estejam escritas nos livros, contudo ficam cravejadas nas entrelinhas destas.
Portanto lhe faço aqui meu juramento, se teu filho ainda quiser ser cavaleiro e por ventura queira uma divisão, e mesmo fora de meu castelo, já longe da profissão, fale comigo e eu darei um jeito de coloca-lo, pois será o filho de um cavaleiro e não de um simples mouro. Adeus!
Aquilo me marcou como ferro quente dentro de minha alma, meus olhos eram um braseiro de ira e dor indescritível.Contudo eu o encarei firmemente, sem medo, ou remorso, mas com pena pois um homem apego ás vaidades, jamais será um homem de verdade e quando o seu dia chegasse de recostar sua cabeça para descanso sempiternal, o que lembraria, ou do que seria lembrado, senão das perversidades cometidas sem justa razão ou necessidade.
Ergui meu escudo e marchei até meus amigos, que me esperavam do outro lado da estrada...A mesma estrada que meu mouro pai fez ali há muito tempo. Parei e olhei o chão de pedra feito por meu velho pai, naquele momento imaginei o tamanho da façanha! De tão bem feita aquela estrada, com certeza morrerão todos naquele castelo e ela ainda estaria lá.Então como meu pai poderia ser simplório? O que ele fez ninguém desfaz, o que ele amarrou, ninguém desata... O que ele cortou , ninguém mais uniu..
Meus irmão para me incentivar batem em seus escudos a cada passo dado, na estrada que meu pai criou...Não importa o que digam essa marca eu tenho orgulho de carregar, pois sua maior obra foi ter me criado, podendo chegar onde cheguei...Essa marca ninguém também pode jamais tomar.
quinta-feira, 19 de março de 2015
ANGELO DE DEUS
Estava m uma de minhas patrulhas pela periferia de TIERRA MADRE, quando fomos informados, que na área de dejetos da cidade foi encontrado o corpo de um recém nascido, deslocamo-nos a medida do possível, mais rápido, para o local.
Quando você entra em um lugar que qualquer ser humano vive dos restos de outro já é uma situação bem difícil de digerir, então a cena que encontramos, no mínimo emocionava e muito.
Adentro próximo aos depósitos recentes, envolto em panos velhos, dentro de uma caixa de madeira velha, estava o infante encolhido com uma das mãozinhas na boca, chupando o polegar, e a outra segurava o final das costelas procurando parar com certeza a dor de um ferimento que notamos próximo ás costas dele...No momento que chegamos já eram próximos das 10 horas, e mesmo assim havia orvalho, nas campinas adjacentes, dizia para nós que foi um manha muito fria, naquele dia, típico da nossa Serra.
O pessoal então chegariam mais tarde para catarem qualquer lixo ou dejeto que fosse de interesse para venda ou barganha a terceiros na cidade, claro que não é uma maneira digna de se viver, mas ainda é como muitos ainda sobrevivem isso é o que mais importa.
Também ficamos sabendo que a ultima carga de lixo e dejeto deve ter chegado onde pelo início da noite, quando toda a atividade se torna muito perigosa e ninguém se atreve a tralhar naquele local sinistro, que traz animais peçonhentos e selvagens, também em busca de carcaças e restos de comida da cidade distante desse local. Como disse todos sem exceção querem sobreviver nesse mundo de Deus...O bebezinho, estava ainda com o corpinho mole, mesmo que o frio que deu, o que indica que esse ser lutou até o seu último suspiro, contra o frio, os animais ao redor de sua caixa e por final sem escapatória por seu ferimento de material cortante atras das suas costinhas. Só isso lhe dava o direito de viver tanto quanto qualquer vivente que ali dentro daquele local de restos, lixo e dejetos, se encontrava.
Mas meu velho pai dizia que a vida nem sempre será justa...Quando me aproximei de seu corpinho encolhido, havia um pouco de orvalho entre seus olhinhos fechados, que mais pareciam lágrimas de quem perdeu um jogo, que nunca entendeu como funcionava, um jogo que achava que poderia ganhar, mas se sentia engando e chorava a perda injusta.
Diante de tamanha inocência, perdida, e crueldade que se acometeu, como em um chamado silencioso, de algo invisível, e muito poderoso, senti o vendo minuano, do sul soprar mais forte, que parecia cantar com seu assobio uma cantiga pra que continuasse ninando aquele corpinho que agora poderia ao menos descansar, de uma terrível noite mal dormida.
E era essa mesma cantiga que chamava lentamente, aqueles zumbis em vida, tantos maltrapilhos, abandonados, esquecidos de sua gente, que muitas vezes vinham até comer dos restos nesse local.
Sim, eram eles, de olhos mortos, sem vida, que continuavam a insistir em viver por puro instinto, e diante da miséria e fome esqueceram, a razão, a dignidade, vaidade ou orgulho, eles catam hoje para comer amanha...Esse exército silencioso se arrodeia na frete do local onde estava o corpinho, com dificuldade os vejo um a um, em mortal silêncio se ajoelharem, e lentamente uma oração começa:
- AVE MARIA, CHEIA DE GRAÇA, O SENHOR É CONVOSCO.
BENDITA SOIS VÓS ENTRE AS MULHERES E BENDITO É O FRUTO
DE VOSSO VENTRE, JESUS...SANTA MARIA MÃE DE DEUS, ROGAI POR NÓS OS PECADORES, AGORA E NA HORA DE NOSSA MORTE. AMÉM!
Eu escutei e enquanto olhava aquilo vi que muitos haviam se ajoelhado em restos de vidro e porcelana caídos no local, entre os dejetos e mesmo que sangrassem os joelhos, estava em miríades de evocação espiritual, que com certeza não lhes pertencia, mas de alguém, ou algo que tocou aquele solo pestilento e o consagrou, a fim com certeza, de vim buscar a alminha que pouco viveu mas muito batalhou, e por isso mesmo sua graça alcançou....Existe um ditado na Serra que diz:
- Há pessoas que fazem de sua vida inteira valer um bom momento e esses são bons....Mas também têm pessoas, que fazem de um único momento valer uma vida inteira, e esses com certeza, merecem o céu!
Foi esse o milagre que vi ali...Um ser que mereceu os céus.
E o milagre continuou, para que ninguém na Serra esquecesse...O pequenino foi encaminhado ao vilarejo mais próximo onde limparam seu corpinho, e o ungiram com óleo...O vestiram com vestes de menino, e o encaminharam a uma capela onde o batizaram de ÂNGELO DE DEUS; durante o seu velório na mesma capelinha muitas crianças vieram, cada uma trazia algo e deixava com ele. Foram flores, margaridinhas do campo, algumas balas doces, uma chupeta, um cavalinho de madeira... Uma toquinha azul clarinha ( vai que no céu tem um pouco de vento né?)
Como a comunidade era pobre, nossa patrulha encaminhou o caixãozinho em ato fúnebre, e o sepultamos em um campo santo, onde todo o vivente em Cristo e Deus pai, tem direito de ficar, e como todo o caminhante, recebeu a benção escrita de nossa companhia, pois foi guerreiro, como nós lutando até o fim:
- YAJA COM DIOS, ÂNGELO DE DEUS!
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