Tem momentos de nossa vida que somos testados tanto, que mais parece que recaiu alguma praga ou maldição,então assim como veio em meio ao redemoinho de vento e poeira, tudo se acaba sem motivo, ou dos porquê de tudo isso...
Paramos um tempo bem próximo do mar numa ilha de magia, pelo menos era que os nativos diziam. Sob nossa ordem comandava um jovem, que seu pai havia também comandado nossa tropa.Nosso antigo líder era moderado pelo tempo e quando nos deixou, o que ficou foi a sua sombra,de seu passado como um bom líder que o foi. E bem sei que foi por causa desse medo da sombra de seu pai,que nosso jovem líder começou a comandar com atos cruéis, para denotar força e respeito, o que só se adquire com o tempo e sem se impor a ninguém, sendo só conquistada com exemplos dignos de um verdadeiro líder.
Em meus caminhos nunca gostei de liderar mas de intermediar, o ajuste é mais fino do que a incisão me disse um antigo mestre...Em dado momento enquanto coordenava meu grupo este me achega e diz que não precisava de meus serviços de coordenação mas de obra braçal...Meus homens se entreolharam e eu apenas sorri,e acompanhei-o ao serviço que deveria ser feito.
Passamos a limpar salas alojamentos,cortar a grama , varrer calçadas, consertar o teto lavar os trens e de cama e até na folga fazer o almoço e demais refeiçoes...E os documentos de tramites ficaram para o jovem líder se esboçar em sua formação acadêmica e teórica, o que sem experiencia não ajudou muito, lhe trazendo mais incomodo,e o deixando insatisfeito com o meu trabalho e dos demais, por mais que fizéssemos perfeito. A todo o momento por causa de sua própria incompetência e vaidade ferida ele o jovem líder que deveria apoiar e incentivar seus comandados, era ele nosso algoz e de chacotas cruéis, em um processo autofágico, que mais e mais o levavam a seu próprio e sob medida caminho de ruína. Nem mesmo na hora das refeições os reclames paravam, devido ao seu desmetido gosto e acertos.
Em dado momento, entramos em um período de conflito com os nativos ja oriundo das ações impensadas de comando. Naquele momento a palavra ir ao inferno e voltar fazia completo sentido aos nossos ouvidos.
Certa manha esse jovem líder se encontra com um péssimo humor e resolve testar atos de fidelidade de seus inferiores um tanto ridicularizados, por uma perfídia doentia e nesse caso o eleito fui eu, tanto porque ele não ia muito com os cavaleiros da serra,pois sempre fomos leais e sérios em nossas missões recebidas. Portanto só trabalhos de valores estavam reservados a nosso dispor. Então porque nada melhor do que satirizar tamanha qualidade de homens através de um intermediário?
Bem vá la, ele me chama e manda entregar a um nativo um elmo como sinal de desculpas pelas afrontas que causou...Ora,com os nativos em pé de guerra subir o morro para falar com eles era ato igual e haveria combate na certa.
Pedi uma pequena tropa de confiança e me foi negado dizendo que homens de valor fazem tudo sozinho. Pedi montaria e me foi negado dizendo que homens de valor caminham sozinho.
Então lhe disse se realmente ele acreditava nessas palavras me daria pelo menos armas para que pudesse combater, e se fosse preciso morrer como o homem de valor que ele esperava que o fosse...
Com um largo sorriso de desdém ele o permitiu ainda me dando a chance de desistir da missão,provando a todos que de valor nada tinha a ofertar dali pra frente. Fiquei em silencio peguei o maldito elmo me armei e subi aquele morro da perdição! Amigos lembrem: ordem dada,ordem cumprida, esse é o inicio do caminho do homem de valor!Foi o que escutei aos berros nas minhas costas, seguido de sua gargalhada doentia.
Não meu jovem líder o caminho do homem de valor é feito de cardo e espinho e onde esse homem passa nada mais que valha a pena nasce ali,pois nada mais tem valor maior que o dele...
E foi assim, que a menor guerra da historia local começou.
Saraivadas de setas tentavam atingir-me mas as ordens eram implacáveis. pedras e madeiras foram roladas morro abaixo contra mim,mas as ordens eram implacáveis...
Gritos de raiva foram sufocados por pedidos de compaixão, mas as ordens eram implacáveis.
Ao termino da tarde desci o morro com a missão cumprida,descarregado de minhas setas
com meus escudos e armaduras tingidos com sangue de outrem,e trazendo dentro de um saco,o que pude carregar, três cabeças!
A primeira foi do que primeiro tentou me acertar, a do segundo foi do que tentou ,errou e pediu clemência, e a ultima foi do homem que meu jovem líder me mandara entregar o elmo, que levou como ofensa, aquele abusivo sinal de paz e também tentou me acertar...Todas elas foram atiradas aos pés dele,e o encaram com seus olhos sem vida, tão acusatórios,pareciam dizer: isso tudo foi mesmo necessário?
O jovem líder logo se retirou para outra escuderia, por naos só não conseguir a viver na sombra de seu pai, mas por também ter de carregar os pecados que sua rebeldia ocasionou...Quando lideramos sem intermediários somos responsáveis por quaisquer atos a mando nosso.Espero até hoje sinceramente que o jovem líder encontre a paz que tanto procura.
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