quarta-feira, 11 de março de 2015

O CAMINHOS DOS PAIS






    Em casa, já com as cicatrizes, das batalhas batendo,ao meu corpo, olhando para trás e dando graças por ter chegado aqui, construído família e um verdadeiro lar, sonhei com um um mundo melhor para os meus. Construí a duras penas uma pequena torre e plantei com sacrifício as sementes da esperança nos corações deles.Por longo tempo escondi minhas histórias para que meu caminho não influenciasse suas decisões,que na tenra idade se tornam lindos romances, contos de fadas.
    Em minha inocente visão de um futuro distante achava que após sofrido tanto, tendo tantas perdas,de amigos, tão queridos, pudesse com esses erros fazer os acertos em suas vidas,que tanto estimo em cuidar...Mas então vem a ironia, como podemos controlar a vida?
Quando o destino chama, quando a pátria o reclama, como adorno do momento, de politicas sujas, que prezam somente um ganho fétido e material, a ponto de sacrificar o bem maior que mais prezamos,que é o nosso sangue, como evitar?
Creiam-me não tem como! E sei que assim,tão iguala mim,muitos tem seus sangue, alma de suas almas, criada em meio ao amor e a paz, arrancadas de seus seios maternos e levadas a uma terra distante, e talvez não muito distante, mas impenetrável aos nosso olhos, onde lhes ensinarão maneias e meios de fazerem o mal quando mesmo desnecessários, apenas para firma uma imagem, de seus líderes muitas vezes mais incapaz que eles, pois nunca esteve em um front de batalha, nunca sangraram pelos seus companheiros, nuncas os arrastaram emmeio a saraivada de setas mortais, tao somente pelo amor de seu próximo. E tantas vezes jamais ergueram suas armas e disparam,e ergueram seus sabres e jamais cortaram...

Aqui naos os chamo de homens, mas criaturas com carcaças humanas,que fazem dos nosso apenas números, e os revestem de glória e orgulho na matança, e não,no ato fúnebre, de estripar uma vida.
Quero que desculpem minha franqueza o rude de minhas palavras,pois eu posso...Estive lá por 30 anos. Comi a comida parca, vesti a farda imprópria,lutei com o armamento ultrapassado, avancei sob disparos,quando o outro lado tinha valor numérico muito maior...A cada posição que tomei,a cada trincheira e caminho aberto pelo aço frio, um pedaço de mim ficou lá. E com eles sentados e olhando fixamente como "maldizentas" pilastras de carne podre,os fantasmas que lá deixei...Estranhos que nunca conheci, mas lá deixei.
     Sim, olho para os meus, envoltos em suas armaduras reluzentes ainda sem as marcas de batalha, comandados homens,que nunca combateram, apesar da boa vontade por fazerem da arte uma profissão. Exigindo deles nosso sangue, algo que não nos é inerente, matar ou morrer sem motivo certo e necessário. E quando é necessário? Quando nos invadem,e não invadimos;quando os atacam e não atacamos, quando tentam nos matar e nos nem os conhecemos....!


Assim meu sangue não valeu de nada para a mãe pátria, o dos meus, também não valerá e bem como o dos seus.
     O que posso fazer pelo menos nesse momento é ensinar o mais rápido possível o que aprendi e rezar todo o dia que me tragam ele de volta inteiro, vivo. Que seus irmãos de armas não o esqueçam e também o arrastem quando for preciso, que enfrentem as saraivadas  mortais, que o prezem como prezei meus irmãos,,,Que o amem como eu o amo, que se importem como eu me importo.
Mas acima de tudo que o tragam de volta, com seu escudo, ou sobre ele.

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