quarta-feira, 11 de março de 2015

UM DIA ELA VOLTARÁ

     Em uma casario abandonado de uma querência distante, saindo da minha trilha para me abrigar do frio cortante e da chuva, entrei na sala onde uma carta mal terminada estava sob a mesa empoeirada e sentado anexo a uma cadeira, um corpo seco com os braços recaídos, com seus buracos negros donde foram um dia olhos, e repente me encaram e me pedem para ler,o que esse sem vida já não pode nem mais cochichar.Tomo a carta  e minhas mão e leio com certo incômodo, pois são palavras que não me pertence , então peço licença para repeti-las, tal qual escritas:

      "Eu ainda a espero, sei que um dia ela finalmente  chegará.
Eu a espero ansioso, como a de uma criança a espera de um desejado presente de natal.
Eu a a espero do início ao findar do dia, olhando com expectativa o horizonte.
Eu a espero, contando o tempo escrevendo qualquer alento,apenas para durar menos a espera
Eu a a espero como a família que te vê partir, já sonhando com o retorno, enquanto seus rebentos mal chegam ao portão e perguntam: ela já voltou?
Eu espero, com o coração apertado o reencontro mesmo que não marcado mas que a sina nos deixou...
Eu ainda espero segurando firme a ampulheta contando cada grão que cai que constroem minha escada até você, degrau a degrau.
Eu ainda espero, sob o vendo gelado e a chuva fria, que rebatem em meu rosto, durante as caminhadas, sob o etéreo véu do luar
Então,quando você chegar,quando nossas mãos se encontrarem, quando nosso lábios se unirem, eu vou realmente acordar..."

   Ao terminar aquelas palavras sai dali,e preferi voltar ao frio do tempo,do que enfrentar o frio gélido da solidão....Penso comigo que era hora de retornar e encontrar um bem querer,ou seria tal qual esse jazido corpo seco,que ainda espera ser acordado...







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