segunda-feira, 16 de março de 2015

O PERSEGUIDOR

     Dentre as minhas caminhadas, aprendi de que nunca devemos deixar pontas soltas ou rastros que fiquem atrás de nós, portanto sempre que fizer algo, faça-o bem pensado e nada de arrependimentos finais pois não tem com voltar mais atrás uma vez tomado o rumo...
Foi nesses caminho que escutei entre a tropa a história de um homem, que agia sem pensar apenas pela emoção e impulso, seu nome era Goedert.
     Durante toa a sua tosca vida Goedert, se mantiver no fio da navalha...Discutiu brigou , roubou e matou. Um homem insensato, descontrolado e leviano.
Goedert, se embrenhou nos caminhos da confusão, simplesmente pelo prazer de aprontar o quer que fosse de errado, andou por bordeis gastando muitas vezes o que não tinha, e se pudesse venderia a alma de sua falecida mãe somente para se safar das encrencas em que se metia.
Um dia Goedert resolveu fazer um grande roubo, mas precisaria de um comparsa, e dentro de um bordel conheceu um homem, que de momento simpatizou, e lhe ofereceu a oportunidade, que então, estranhamente aceita a empreitada, sem questionar nem mesmo a sua parte no roubo.

eles foram a estancia, onde Goedert sabia que toda a comitiva viajaria deixando somente os mais velhos cuidando do local e do ouro que guardavam no local...E tudo saiu como o esperado, sem resistência, foram rendidos e eles encheram dois alforjes de ouro em cada cavalo e se mandaram noite adentro, se embrenhando em trilhas obscuras na mata para despistarem possíveis perseguidores. Vagaram por três dias, onde Goedert alucinava o que faria com tanto ouro e como gastaria nas mais obscenas aventuras amorosas, bebidas caras, e camas de luxo que poderia dispor e quando faltasse o dinheiro ele sairia em busca de mais pois o mundo lhe pertencia e tudo o que fosse meu, teu ou dos outros seria dele, pois se achava mais esperto que os demais , e o mundo pertence aos espertos: pertence a mim! - pensava Goedert .
     Assim que pararam para descansar mal deixou seu parceiro de roubo adormecer e ele o atacou desacordando-o. Quando o ingênuo ladrão ficou desperto se viu amarrado e deixado ao lado da fogueira, enquanto Goedert se mandava com os dois cavalos cheios do ouro roubado, afinal por que dividir com alguém menos esperto que ele?
-Vou te achar Goedert, nem que seja nos portais do inferno, eu vou te pegar, pode apostar sua vida maldita e miserável nisso!!! - gritava o amigo traído, enquanto Goedert se lançava cada vez mais mato adentro...-Que se dane!Eu ainda fui camarada de não mata-lo, e ainda por cima deixei o fogo aceso para os animais não o comerem.Se tiver sorte quando a comitiva começar a nos caçar ele será achado ainda com vida.- mas no fundo Goedert queria alguém para continuar contando aos outros a sua história e peripécias, como sempre vaidoso buscava momentos que se afamasse de suas ações malignas. Seria mais um a contar como fora seduzido e enganado por aquela raposa ladina chamada Goedert.
    Os dias passaram e então já nas alturas da Serra, onde a campina mostra quilômetros sem mata, Goedet olha para trás e vê um estranho vulto, montado a cavalo, de longe era um cavaleiro de ébano, que parado mantinha distancia considerável até mesmo para um bom disparo. Afinal o que queria e quem era tão lúgubre  figura? Goedert não se arriscaria e sai correndo com os animais, por horas se distanciando daquele ente com ares perigosos.

Demorado um tempo, apeou do cavalo para descansar as costas do galope e quando mira uma colina a frente dá de visão, na mesma distancia segura daquele cavaleiro negro parado fixo em cima de seus cavalo. Ele conseguiu passa-lo a frente e agora o encara de frente! O pavor toma conta daquele homem como nunca havia acontecido antes...Seria aquele infeliz, que deixou amarrado lá na mata dias atrás? Agora viria em busca de vingança e queria mata-lo? Por que não o matou antes desde o início?Seria mesmo ele, ou alguém mais?
Naquele momento o cérebro presunçoso de Goedert fervilha em busca de alguma solução mágica mas nada. Seu único instinto era correr, e continuar correndo como podia....Então em deses pero ele forçou as montarias no máximo. Agora exaustos descendo uma trilha á beira do abismo de um paredão da serra o inevitável acontece e todos homem e animais despencam lá de cima. Goedert é prensado pelos dois cavalos com o peso extra do ouro, em um aperto mortal. Agora todo quebrado ás portas do inferno que ele mesmo criou, tijolo a tijolo, com suas infindáveis desgraças, ele vê o cavaleiro lúgubre se aproximar e desmontar de seu cavalo negro. Estava todo encourado com manta no rosto.
-Quem é você? Eu te conheço?
-Sim, você me conhece, pois sempre cavalgamos juntos Goedert!- respondeu a voz emanada de um rosto coberto por uma manta de ébano.
_ De mim, ninguém escapa Goedert....Geralmente eu os espero a virem a mim no momento certo, mas você? Ah! Eu queria vir pessoalmente pega-lo, pois seu nome chegou a mim, quando subiu a Serra. Aqui tudo se vê e tudo se sabe...E você eme entende não é? Quando o prêmio é tão grande assim, ninguém pode esperar tem de ir atras...
- Mas então me diga afinal quem é você?-perguntou Goedert em seu último alento de vida.
-Nossa! Para um cara esperto, você é bem devagar...Meu caro Goedert, eu?
- EU SOU A MORTE!
    Portanto, aprendam com Goedert...Quem for muito esperto atraí a atenção geralmente de quem não deve, e a melhor ideia ,esperta nesse mundo de malandragens,  é nunca ser malandro.




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