domingo, 15 de março de 2015

A LENDA DO CONTA DINHEIRO

 A muito tempo, quando o cansaço da viagem pegava e devíamos parar de qualquer jeito. ouvi um senho contando em meio a roda de fogo, uma historia que muito tinha a haver com a Serra, o homem se encontrava tão distante, quando contava seu conto que até achei que fosse o protagonista daquele causo, ei-lo:
     No tempo em que homens tinham sua honra ainda intacta e as palavras proferidas de sua boca valiam muito mais do que meros papéis, num local a muito tempo esquecido seu nome de origem , TIERRA MADRE, havia uma linda moça toda prendada da família mais importante da região de nome Ramos Batista. Sua maioria era formada de pessoas de poder político muito grande e posses de fazendas enormes,cheias de cabeças de gado de corte. Muitos foram os pretendentes  para o casório com a moça, meso os filhos e fazendeiros mais ricos não puderam ter chance com os pais da moça, que de garganta cheia de vaidade dizia: para minha filha quero um homem de verdade, pois dinheiro ela já tem de sobra. Um homem que mostre valor de peleja, disposto a viver e morrer por ela...Sim, um homem de verdade!!
     Mas era imposto que, para desposar essa menina tão doce, a prova fosse de dor, casco e morte.
Contudo ninguém até então sobreviveu ou passou ileso no teste para tomar tao valioso prêmio.
Até que um dia um jovem mascate passando pelo local, sem saber do preço a pagar por tal atitude desmedida, se encantou com a jovem moça dos Ramos Batista, quando esta fazia compras em sua tenda no mercado público de Tierra Madre...E quem pode dizer o que é certo ou errado quando o coração jovem é atingido pela febre da paixão e do amor? Homens e mulheres ainda fazem loucuras por amor, imaginem dois jovens ainda á flor da idade, creio que um dia pleo qual passamos sabíamos que nada era impossível naquela momento.
     Então o jovem mascate foi ter uma fala séria com pai da moça e esse lhe propôs o desafio: ele lutaria com dois escravos fujões a mão, sendo que se os escravos o matasse seriam soltos e livres de vez, e, também disputaria uma carreira de cavalos contra seu melhor ginete e capitão do mato de nome Anastácio. Então se não vencesse seria lhe arrancado um naco grande de pele de suas costas como pagamento pela aposta, o que lhe seria fatal, pois seus pulmões ficariam expostos e em três dias morreria em tormento e sofrimento.

Sem pestanejar ou pensar o jovem mascate aceita o desafio e de imediato o levam para um mangueirão de onde tiraram o gado e colocaram os dois escravos fugidos que se encontravam presos após capturados esperando sua sentença de morte por enforcamento...Foi gritado bem alto as regras para que todos entendessem e a peleia começou, durando a manha toda, onde em meio ao barro não se distinguia a cor de cada homem, apenas adversários de dois contra um, ao mesmo tempo.
     Já no começo da tarde apenas um se levanta um pouco tropel, da batalha um tanto injusta, mas quem diz que a própria vida é justa por si? Um velho nativo disse que em um pelia bem das bravas somente vive quem tem a maior razão para viver, nesse caso, do mascate era o amor daquela linda jovem.
Assim que o homem saiu daquele mangueirão e tomado um bom banho de rio muito do povo já havia chegado ou tava chegando quando soube de haver um desafiante as palavras do velho Ramos Batista...Uns queriam ver o bem final do casal, outros apenas a esperança de ver o sangue jorrar na desgraça da derrota, pois o homem também é assim por si só, sempre esperamos o pior dos outros muitas vezes com o prazer mesquinho de tão somente ver alguém mesmo que seja um estranho sofrer, e ali enxugar a dor de nossas próprias mágoas.
    Então todo aprumado para o evento eles foram até a área onde sempre foram feitas as disputas de cavalo, pois era de um grande retão e com passagens inesperadas de carroças das fazendas só pra dificulta e ficar tudo mais emocionante. Então assentados em dois bons alazões estavam o mascate e o velho Anastácio...
Anastácio foi sempre um homem duro, rude, mas justo, e sempre que se falava em pagamentos e dividas o homem retrucava um velho jargão da bíblia: A César o que é de César...!
Homem de poucas palavras, nunca havia perdido uma carreira naquela pista, por isso mesmo, essa seria a mais dura das empreitadas, especialmente para aquele jovem rapaz que já estava, bem machucado da ultima peleia que saiu vivo, só por Deus.
Bom, sem mais delongas foi dado a partida dos competidores, e o que se vê é uma grande nuvem de pó...No meio do percurso era cabeça a cabeça, e nenhum frouxava as rédeas para o outro, os cavalos sentiam a determinação de seus senhores e respondiam a altura, e seus corpos já suavam forte
 trazendo o branco do sal á suas peles baias e tortilhas...Então com esperado, por muitos apelantes da desgraça aparece, se atravessando uma carroça grande de uma fazenda próxima, a ponto de que se batessem nela a morte seria certa pela galope que vinham desenfreados!
    Anastácio homem frio e prudente sabia onde pisava e sabia a hora de desistir, pra sobreviver...Sem esperar aviso puxou as rédeas forcando o freio até quase quebrar o pescoço do cavalo que caiu no chão, estatelando-se enquanto Anastácio, em um lindo pinote salta rolando sobre a estrada poeirenta saindo de boa, sem um arranhão. Mas, e o mascate?
Gente, como disse o amor nos deixa louco, e esquecemos do perigo, chegando as rais da morte, custe o que custar...Mas as vazes o amor dedicado é tão lindo e puro que o grande Divino lá de cima zela por nós e dá sempre uma forcinha para que cheguemos la´.
Dizem que escutaram um grito de guerra outros que era uma prece: Prefiro a morte do que sem amor jogado á sorte!- contudo todos viram foi o cavalo daquele mascate voar!!!

O jovem não refreou mas puxou bem pra cima as rédeas e com a velocidade o cavalo saltou mais alto que a grande carroça e continuou correndo qual o diabo corre da cruz, terminando sozinho a carreira daquele tropel, e conquistando seu verdadeiro amor com coragem, certeza, e verdadeiro amor.
    Ao apear do cavalo a moça já esperava seu amado que aos abraços e beijos rolaram rente a grama
da estrada e muito felizes, prometeram-se um ao outro.
Tudo aquilo foi tão lindo de se ver que o povo que passava por eles jogavam suas moedas de ouro, conhecidas naquela época como patacões...E o local por uns tempos ficou conhecido como ONDE CONTARAM AS PATACAS, pois foi o que o jovem casal fez quando todos foram embora...
Os naos se passaram a palavra mudou, a história foi esquecida, e só lembraram que ali era onde se CONTA DINHEIRO.
Agora, quando ao jovem casal, sua história final se perdeu, em meio as névoas do tempo e no esquecimento da memória dos mais velhos. De minha parte eu ainda espero que tenham tido um final feliz e vivido muito tempo juntos, pois amor verdadeiro só uma vez.E por ele se vive, se morre e de vez enquanto, até se voa....









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